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CAPACIDADE TÉRMICA E CALOR ESPECÍFICO Amanda, Júlia; Lezy; Thiago; Vinícius. ¹Turma 30F de Laboratório de Física B 13 de Dezembro de 2017 Resumo Neste experimento obtivemos o calor específico de um cilindro de alumínio. Para isso, por meio do experimento também foi possível obter a capacidade térmica do calorímetro utilizado, assim obtendo de forma mais precisa a capacidade térmica do corpo estudado. 1.Introdução Sabe-se que o calor específico é definido como a quantidade de calor (Q), cedida ou recebida, para que um grama de uma substância varie sua temperatura em 1°C, sua unidade de medida é dada por cal/g°C , e seu valor depende da natureza de cada corpo[1]. Assim, quanto maior o calor específico de uma substância, se torna mais difícil aquecê-la ou resfriá-la. Nesse sentido, a fórmula para representar o calor específico é dada por: (1)c = ΔQm.ΔT A equação acima é derivada da Equação Fundamental da Calorimetria , onde a quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto de sua massa, pela variação da temperatura e do calor específico. Segundo a primeira lei da termodinâmica definida como o princípio de conservação de energia: “Havendo troca de calor entre os corpos isolados termicamente do meio externo, a quantidade de calor recebida pelos corpos que aquecem é igual à quantidade de calor cedida pelos corpos que sofreram um abaixamento da temperatura”[1]. Haverá troca de calor entre os corpos até todos atingirem a mesma temperatura, ou seja,até atingirem uma temperatura de equilíbrio. Dessa forma, cria-se o conceito de capacidade térmica, caracterizada como a grandeza física que determina a relação entre a quantidade de calor fornecida a um corpo e a variação de temperatura observada neste. A capacidade térmica caracteriza o corpo, e não as substâncias presentes nele. É uma propriedade extensiva,ou seja, é proporcional à quantidade de material presente no corpo. Assim, dois corpos compostos pela mesma substância porém com massas diferentes possuem diferentes capacidades térmicas (C). As equações abaixo definem a capacidade térmica. ou (2)C = ΔT ΔQ .cC = m Levando em consideração tais conceitos ,torna-se possível calcular o calor específico de uma substância “misturando” corpos que possuem temperaturas diferentes, com massas e calores específicos conhecidos (exceto da substância a fim de se calcular). Assim, para tal experimento a “mistura” deve ser realizada num ambiente isolado termicamente para que a troca de calor seja restrita aos corpos em estudo , ou seja, em um calorímetro. O calorímetro (Figura 1), proporciona esse ambiente dentro de limites razoáveis. Ele é constituído de um recipiente metálico (alumínio), protegido por outro que é isolante térmico (isopor) e um recipiente externo de plástico. A tampa do vaso possui um furo para que seja introduzido o termômetro digital. Dessa forma, foi possível aplicar os demais conceitos na prática descrita no presente relatório. Figura 1: Representação da estrutura de um calorímetro. 2. Métodos 2.1 Método teórico No experimento, foi utilizado a aplicação do princípio da conservação de energia, já que foi utilizado um calorímetro que não permite a troca de calor com o meio externo, assim levando em consideração sendo um sistema termicamente isolado. (3)Q Q Δ f = Δ i Considerando que é um sistema isolado e que não houve a troca de calor entre o calorímetro e o meio externo, como já dito anteriormente, o calor cedido pela água quente é igual a soma do calor ganho pela água fria e o calor ganho pelo calorímetro. Essa equação foi utilizada para encontrar a capacidade térmica do calorímetro. ) (4)c (T ) c (T ) ( mq a q − T E = ma a E − T a + Ccal T E − T a Onde temos como a massa da água quente, como o calor específico da água, mq ca a temperatura da água quente, a temperatura de equilíbrio, a temperatura da águaT q T E T a fria, a massa da água fria e a capacidade térmica do calorímetro. ma Ccal Para calcular o calor específico do corpo de alumínio utilizado no experimento, aplicando também o princípio de conservação de energia e com a capacidade térmica do calorímetro encontrado pela equação 3, tem-se que o calor cedido pelo corpo de alumínio aquecido é igual a soma do calor ganho pela água e do calor ganho pelo calorímetro, como mostra na seguinte equação: ) (5)c (T ) c (T ) ( mal al al − T E = ma a E − T a + Ccal T E − T a Onde é a massa do corpo de alumínio, é o calor específico do alumínio, a mal cal T al temperatura do corpo de alumínio, a temperatura de equilíbrio, a massa da água fria, T E ma calor específico da água, a temperatura da água fria e a capacidade térmica do ca T a Ccal calorímetro. Na primeira parte do experimento, foi obtido os valores a partir da média aritmética, a fim de obter valores mais precisos. E com isso, foi também calculado o desvio médio para conhecer o erro das medidas. Como mostra nas seguintes equações: (6)x = n x + x +...+ x1 2 n (7)δ = n |x − x|+|x − x|+...+|x − x|1 2 n Encontrou-se a incerteza total (δt) que é igual a soma da média dos desvios ( ) com aδ incerteza do instrumento de medida utilizado (σt), ou seja: (8)t tδ = δ + σ 2.2. Método Experimental Esse experimento foi divido em duas partes. Na primeira parte, encheu-se um béquer com 50 ml de água da torneira, com o auxílio de uma balança e um termômetro, mediu-se a massa e a temperatura dessa mesma amostra. Colocou-a dentro do calorímetro (representado pelo número 5 da figura 2), montado como mostra a figura 2 , balançou-o um pouco e esperou-se até a temperatura entrar em equilíbrio químico, para que pudesse ser anotado a temperatura, a qual será discutida no tópico 3, deste relatório. Então mediu-se uma massa de 80ml de água quente à aproximadamente 70° e também a colocou no calorímetro, misturando-a com a amostra de água fria, e esperou-se entrar novamente em equilíbrio térmico, para que pudesse ser retirada a nova temperatura. Assim, repetiu-se o mesmo procedimento mais uma vez, para que se tivesse uma média dos dados. Já na segunda parte, pegou-se um corpo de prova cilíndrico de alumínio (número 2 da figura 2), e com a ajuda de uma balança, mediu sua massa. Logo depois, encheu-se dois béqueres, o primeiro com 150 ml de água, que foi esquentada até entrar em ebulição, com a ajuda de um ebulidor (representado pelo número 3 da figura 2), e o segundo com 100ml de água da torneira, que também foi pesada, para saber a sua massa, e depois colocada no calorímetro e retirada a sua temperatura. Então, pegou-se o corpo de alumínio e colocou o dentro do primeiro béquer, com a água em ebulição, e aguardou-o entrar em equilíbrio térmico com a água. Quando obteve-se essa temperatura, retirou-o quente e colocou- o imediatamente no calorímetro, e novamente aguardou-o entrar em equilíbrio, entretanto desta vez com a água fria, e anotou-sea temperatura. [2] Figura 2: Representação da montagem do experimento. 1:Béquer maior, 2:Corpo de prova de alumínio, 3:Ebulidor, 4:Béquer menor, 5: Calorímetro, 6: Termômetro digital 3. Resultados e discussão Os valores obtidos experimentalmente se encontram nas tabelas 1 e 2.Vale ressaltar que a parte 1 foi feita duas vezes, sendo assim, tomou-se as médias dos valores obtidos. Tabela 1. Medidas diretas para a parte 1 Massa (±0,01g) Temperatura (±0,01ºC) Temperatura de equilíbrio(±0,01ºC) Água fria 76.2 1,3± 27,8 0,4± 51,4 0,9± Água quente 49,9 2,3± 73,7 0,6± 51,4 0,9± Tabela 2. Medidas diretas para a parte 2 Massa (±0,01g) Temperatura (±0,01ºC) Temperatura de equilíbrio(±0,01ºC) Água fria 98,94 27,10 28,60 Bloco de Alumínio 30,31 82,80 28,60 A partir da fórmula 3,obtêm-se o valor de 22,23 cal/°C para a capacidade térmica do calorímetro e a partir da fórmula 4, obteve-se 0,07 cal/g°C para o calor específico do alumínio. A capacidade térmica obtida para o calorímetro.Como já mencionado calor específico é a quantidade de calor necessária para que cada grama de uma substância sofra uma variação de temperatura correspondente a 1°C,sendo assim,a capacidade térmica de um calorímetro deve ser alta pois ele é construído com a finalidade de que não haja troca de calor com o ambiente, e essa troca é minimizada quando a capacidade térmica é alta, pois é necessário muito calor externo para variar a temperatura nele. Segundo a tabela consultada na terceira referência bibliográfica [3], descobriu-se que o valor teórico do calor específico do alumínio é de 0,22cal/g°C, valor o qual não aproxima-se do obtido experimentalmente de 0,07cal/g°C. Já em relação à capacidade térmica do calorímetro não foi possível encontrar um valor teórico, pois ela é uma constante que varia de acordo com cada calorímetro. [1] 4. Conclusão Por meio do experimento obtivemos a capacidade térmica do calorímetro, 22,23 cal/°C e o calor específico do alumínio de 0,07 cal/g°C. Analisando o experimento e os resultados obtidos, procuramos entender o motivo da diferença entre o resultado esperado. Concluímos que os fatores podem ser os seguintes: ● Erros experimentais: Alguma medida errada, valores incorretos, erro de cálculo no experimento, etc; ● Calorímetro ineficiente: o calorímetro permitia a saída de calor, visto que o buraco da tampa, que era somente de plástico, não ficou fechado. Apesar dos valores discordantes, pelo experimento foi possível observar a relação entre a capacidade térmica e o calor específico dos corpos estudados. Referências [1].HALLIDAY, David, RESNIK Robert, KRANE, Denneth S. Física 1, volume 1, 4. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996. [2].UGUCIONI, Júlio César; TSUCHIDA, Jefferson Esquina. Apostila de Laboratório de Física B e II, Universidade Federal de Lavras. [3].“Constantes”;Disnponível em <http://www.fisica.net/constantes/calor-especifico-c.php> Acesso em 05/12/2017 [4] “Figura 1”; Disponível em < http://brasilescola.uol.com.br/fisica/calorimetro.htm> Acesso em 10/12/2017
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