Aula 11 - Bacilos Gram negativos não entéricos

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Bacilos Gram (-) não entericos
Universidade Federal do Ceará
Departamento Análises Clínicas e Toxicológicas
Laboratório de Leveduras
Prof. Everardo A. Menezes
Prof. Titular de Microbiologia
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Família Pasteurellaceae:
Haemophilus
Pasteurella
Actinobacillus
Gênero Haemophilus
São imóveis
Do grego: amigo do sangue
São pleomórficos
São Gram lábeis
São microareófilos
São fastidiosos
Requerem fatores de crescimento presentes no sangue (estes dois fatores estão presentes nos eritrócitos):
→ Fator X - são vários pigmentos que contém ferro (hemina,
 hematina e outros)
→ Fator V - dinucleotídeo de nicotinamida (NAD) e adenina
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Principais espécies
 Haemophilus influenzae
 H. ducreyi
 H. parainfluenzae
 H. haemolyticus
 H. parahemolyticus
 H. aphrophilus
 H. paraphrophilus
 H. segnis
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Haemophilus influenza
→ Faz parte da microbiota normal do ser humano no trato respiratório
→ Biotipos: a - h
→ Os Haemophilus influenzae biotipos: a, b, c, d, possuem 
 cápsulas.
→ O Haemophilus influenza biotipo b possui uma cápsula de 
 polirribose ribitol fosfato (PRP) - é cepa mais patogênica
→ Fatores de virulência:
► Cápsula
► Fimbrias
► LPS
► PRP - o mais importante
► Flagelo
► Plasmídeos R
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Principais doenças
→ Meningite
→ Epiglotite
→ Sinusite
→ Otite
→ Tonsilite
→ Faringite
→ Traqueobronquite
→ Pneumonia
→ Conjutivite
→ Septicemia
→ Endocardite
→ Infecções urogenitais
→ Febre purpúrica brasileira
→ Infecções pós parto (materno-infantil)
→ e outras ites
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tipo b
Manifestações clínicas
* Antes da vacinação (1999)
Haemophilus influenzae type b
Clinical Manifestations*
*prevaccination era
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Diagnóstico laboratorial
 Gram
 Detecção de Antígeno capsular tipo b:
 Aglutinação em látex
 Ensaios imunoenzimáticos
 Imunofluorescência
 Isolamento de H. influenzae:
 Ágar chocolate com os fatores V e X liberados dos eritrócitos
 Identificação de H. influenza:
Provas bioquímicas 
TSA
 Métodos sorológicos (imunológicos) – Não é utilizado
 Sistemas comerciais
Automação
 Diagnóstico molecular: PCR - é o diagnóstico ideal
 “Finger print”
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Haemophilus influenzae
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Tratamento
Atualmente é indicado Cefalosporina de 2ª e 3ª gerações e Eritromicina. 
Existem vários antibióticos que estão sendo usados atualmente principalmente as quinolonas.
OBS: Existe uma dificuldade muito grande na realização do TSA por 
causa do não crescimento destas bactérias em meios de cultura, 
existindo portanto, dificuldade no tratamento.
Prevenção e Controle:
→ Antes da vacinação - 1999
→ Administração da vacina 
- Hib - 1ª dose → 6 a 24 meses
 - 2ª dose → 2 meses depois
→ Bloqueio – quimioprofilaxia → rifampicina
 → quinolona
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Haemophilus ducreyi
→ Causa o cancróide ou cancro mole → infecção de transmissão sexual altamente contagiosa
→ Apresenta úlceras dolorosas com linfadenopatia inguinal
→ no homem – pênis e ânus 
→ na mulher – nos lábios vaginais, no interior e ânus
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Homens
Mulheres
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Diagnóstico:
→ Gram
→ Imunofluorescência
→ O isolamento é difícil
→ Identificação
→ Exames imunológicos
→ Biologia molecular - PCR - é o diagnóstico ideal
Tratamento:
→ Cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações e Quinolonas
 
Prevenção e controle:
→ Uso de preservativos
→ Vacina
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Gênero Actinobacillus
→ Antigamente fazia parte de gênero Haemophilus
→ Tem um tempo de geração bastante lento - 1 semana
→É difícil o seu isolamento
→ Está presente na microbiota normal da boca
→As espécies mais conhecidas são: Actinobacillus 
actinomycetemcomitans e Actinobacillus pneumotropica
→ Pode causar doença periodontal
→ O tratamento consiste em Cefalosporinas e Quinolonas
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Gênero Pasteurella
São importantes na medicina veterinária
O homem é acidental
São imóveis
Fastidiosas
Diagnóstico ideal é PCR
Principais espécies:
→ Pasteurella multocida
→ P. pneumotropica
→ P. haemolytica
→ P. aerogenes
As doenças estão relacionadas com mordidas de cães e gatos
Podem causar infecções do trato respiratório dos animais
Podem causar infecções do trato gastrointestinal dos animais
Tratamento:
→ Cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações e quinolonas
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Genêro Gardnerella
Antigamente pertencia ao gênero Haemophilus
É Gram lábil
20 a 60% fazem parte da microbiota normal
A única espécie é a Gardnerella vaginalis
É fastidiosa
É microaerófila e capnofílica
Existem hoje dois meios hiperseletivos:
→ HBT V – ágar bicamada com sangue humano, Tween e fator V
→ Ágar sangue V – ágar Columbia com proteose peptona 3, sangue humano e fator V (adenina)
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Diagnóstico laboratorial
- Meio de cultura: são altamente fastidiosas
- Provas bioquímicas:
→ Oxidase e catalase negativos
→ Fermentam glicose, maltose, sacarose, amido e hidrólise do hipurato 
 de sódio
O diagnóstico ideal é a Biologia molecular - PCR
Pode está relacionada com vaginose bacteriana
Pode causar também infecções pós parto
Causa uma DST → na mulher e no homem
Apenas a coloração é falha para o diagnóstico da doença
Prova da baforada: KOH a 10% + 1 gota do corrimento vaginal → 
produção de aminas (odor de peixe)
Tratamento:
- Cefalosporinas e Quinolonas
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Gênero Bordetella
Possui cápsula
São imóveis
São exigentes e fastidiosas
Tem tropismo pelo trato respiratório
É oxidase positiva
Principais espécies:
→ Bordetella pertussis
→ B. parapertussis
→ B. bronchiseptica 
→ B. avium
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Fatores de virulência:
→ LPS
→ Cápsula
→ Fímbrias
→ Toxinas: principal
► Toxina pertussis 
► Toxina adenilato ciclase
► Citoxina traqueal
► Toxina dermonecrótica
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Doenças:
→ Coqueluche (tosse comprida)
→ período de incubação – 7 a 10 dias
→ Estágio catarral – parecido com gripe
→ Estágio paroxístico – tosse sibilante – com vômitos
→ Estágio convalescente – complicações secundárias
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Diagnóstico laboratorial:
→ Gram
→ Imunofluorescência
→ Meio de cultura: hiper seletivo – meio de Bordet-Gengou → 
ágar batata + sangue + glicerol + antibióticos
→ A incubação tem que ser por 5 a 7 dias
→ O diagnóstico mais preciso é biologia molecular
Tratamento:
→ Aumentar o sistema imunológico do paciente
→ Cefalosporina
→ Quinolonas
Prevenção e controle:
→ Vacinação
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Gênero Brucela
São cocosbacilos encasulados e imóveis
Pleomórficos
Causam doenças em animais - zoonóticos
O Homem é acidental
São Microaerófilos e fastidiosos
Espécies importantes:
→ Brucela melitensis
→ B. abortus
→ B. canis
→ B. suis
Fator de virulência:
→ Cápsula e microcápsula Vi
→ Antígenos lipopossacarídicos A e M
→ Toxinas
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Doenças:
→ Brucelose humana
→ Vias de infecções no homem → TGI, mucosas e pele
→ Período de incubação 1 a 6 semanas
→ A transmissão principal é por meio do leite e seus derivados
→ Sintomas: mal estar, febre, fraqueza, dores no corpo e sudorese
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Diagnóstico laboratorial
→ Gram
→ Meio de cultura - ágar de tionina, triptose e sangue
→ As culturas devem ser incubadas por 3 semanas
→ O diagnóstico ideal é o imunológico e a biologia molecular:
- PCR
Tratamento: 
Cefalosporinas e quinolonas
Prevenção e controle:
→ Existe a vacina humana que deve ser dada em locais endêmicos
→ Vacinação do animal - é obrigatória
→ Pasteurização do leite e seus derivados
→ Cozimento das carnes
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Gênero Legionella
São ubíquas (bactérias ambientais)
Precisam de pouca umidade para crescerem
São xerofílicas
São exigentes – fastidiosas
Fatores de virulência:
→ Cápsula - principal
→ Enzimas: proteases, fosfatase, lipase, Dnase e Rnase
Doenças:
→ Legionelose
→ Ocorre após inalação de aerossóisgerados por sistemas de ar condicionado contaminado
→ Provoca infiltração pulmonar – pneumonia purulenta
→ A infecção resulta em febre, mal estar, tosse não produtiva
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→ A doença está relacionada a fatores de riscos:
‡ Tabagismo
‡ Bronquite crônica
‡ Enfisema pulmonar
‡ Tratamento com agentes imunossupressores
‡ Quimioterapia do Câncer
‡ HIV (+) e outros fatores
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Diagnóstico Laboratorial
→ Gram
→ Imunofluorescência
→Meio de cultura: ágar extrato de 
Leveduras + carvão tamponado com alfa 
cetoglutarato + antibióticos em pH 6,9 
→ Provas imunológicas
→ PCR - o melhor
Tratamento
→ Cefalosporinas e quinolonas
Prevenção e controle
→ limpeza periódica dos ar condicionados
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Gênero Francisella
São altamente exigentes - fastidiosas
Não ocorre crescimento na maioria dos meios de culturas
Causa doenças em animais
O Homem é acidental
São reservatórios naturais de vários animais - principalmente 
roedores
A transmissão ocorre pelas pulgas, carrapatos e insetos hematófagos, picadas de aranhas e inalação de aerossóis
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Principal espécie: Francisella tularensis
A doença chama-se Tularemia
Através da picada verifica-se inicialmente uma pápula ulcerada e penetração na corrente sanguínea
Através dos aerossóis verifica-se inflamação peribrônquica e
 pneumonite localizada.
Diagnóstico: Provas sorológicas e biologia molecular
Tratamento: Cefalosporinas, quinolonas e Gentamicina
Prevenção e controle: vacinação dos animais domésticos
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Gênero Calymmatobacterium
- Causa a DST → granuloma inguinal (úlceras genitais)
- A espécie importante é Calymmatobacterium granulamatis
- Cresce com dificuldade em meio hiper seletivo que contêm gema de ovo e antibióticos
- Cora-se muito bem pelo Gram
- O diagnóstico ideal é o imunológico e a biologia molecular
- Tratamento: Cefalosporina e quinolonas
- Prevenção e controle: uso de preservativos
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Gênero Bartonela
Principais espécies:
→ Bartonela bacilliformes
→ B. henselae
→ B. quintana
De dificil isolamento
O Diagnóstico ideal é o imunológico e 
 biologia molecular - PCR
Doenças:
→ Febre de Oroya
→ Verruga peruana
→ Verruga brasileira
→ Angiomatose - em pacientes com HIV
São transmitidos pelo mosquito pólvora
Comum na Amazônia
Tratamento:
→ Cefalosporinas e Quinolonas
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Angiomatose Bacilar
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Verruga brasileira
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Gênero Eikenella
- Espécie patogênica: Eikenella corrodens
- Pode fazer parte da microbiota gengival
- A infecção ocorre pela mordida humana ou
 manipulação dentária
- Doenças:
→ Septicemia
→ Pele empipocada
→ Gengivite
Tratamento: Eritromicina e quinolonas
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