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Neocolonial e Lucio Costa

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UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE
UNINORTE
Arquitetura Brasileira
Rio Branco-AC
2018
UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE
UNINORTE
Neocolonialismo e Modernismo de Lucio Costa
Trabalho a ser entregue a professora Edinete Oliveira da disciplina de Arquitetura Brasileira. Como parte da avaliação da N1. Trabalho realizado pelo aluno: Roberto Romanholo Júnior
Rio Branco-AC
2018
RESUMO
	O Modernismo foi um movimento artístico e cultural, teve seu inicio na Europa e começou a se difundir no Brasil a partir da primeira década do século XX, através de manifestos de vanguarda, principalmente em São Paulo, e da Semana da Arte Moderna, realizada em 1922. O movimento deu início a uma nova fase estética na qual ocorreu a integração de tendências que já vinham surgindo, fundamentadas na valorização da realidade nacional, abandonando as tradições que vinham sendo seguidas, tanto na literatura quanto nas artes. Apesar da grande repercussão que a arquitetura e Arte Moderna obtiveram, vale ressaltar que o Movimento Moderno não se limitou a essas duas áreas. Foi um movimento cultural global que envolvia vários aspectos, entre eles sociais, tecnológicos, econômicos e artísticos.
 No Brasil, as primeiras obras Modernistas surgem quando apenas se iniciava o processo de industrialização. Segundo Lúcio Costa, o Modernismo brasileiro justifica-se como estilo, afirmando a identidade de nossa cultura e representando o “espírito da época”.
ABSTRACT
Modernism was an artistic and cultural movement, having its beginning in Europe and began to spread in Brazil from the first decade of the twentieth century, through avant-garde manifests, mainly in São Paulo, and the Week of Modern Art, held in 1922. The movement began a new aesthetic phase in which the integration of tendencies that were already arising, based on the valorization of the national reality occurred, abandoning the traditions that were being followed, both in literature and in the arts. In spite of the great repercussion that the architecture and Modern Art obtained, it is worth to emphasize that the Modern Movement was not limited to these two areas. It was a global cultural movement that involved various aspects, including social, technological, economic and artistic.
         In Brazil, the first Modernist works appear when only the process of industrialization began. According to Lúcio Costa, Brazilian Modernism is justified as style, affirming the identity of our culture and representing the "spirit of the time".
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	 5
2. DESENVOLVIMENTO	 6
2.1 O COMERCIO DA ARQUITETURA “MODERNA” NO RIO DE JANEIRO	 12
3. CONCLUSÃO	 14
4. BIBLIOGRAFIA	 15
	
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é apresentar algumas reflexões sobre o período neocolonial passando por alguns momentos marcantes da arquitetura moderna no Brasil, acrescentando informações que não são incluídas com frequência na historiografia oficial. Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes, que em 1931 implantou sugestiva reforma curricular, sob a direção de Lucio Costa. No limiar do Estado Novo ocorreram os concursos públicos para os edifícios ministeriais, polêmica situação que gerou verdadeiro folhetim e culminou com a célebre vinda de Le Corbusier. 
2. DESENVOLVIMENTO
	O período neocolonial começou com os precursores Ricardo Severo e Victor Dubugras estrangeiros radicados em São Paulo vindos de Portugal. Severo procurava suas inspirações através de uma relativa imitação dos modelos de sua terra natal. Já Dubugras era bem diferente, pois não se preocupava em usar os mesmos materiais da época colonial, nem reproduzir sistematicamente um repertório decorativo fiel. Com espírito eclético inovador levava a pesquisar todas as fontes, para extrair o que considerava melhor.
 Alguns projetos criados por Severo foi a construção para si próprio e alguns clientes atraído por suas ideias e pela elegância de sua arquitetura, belas residências, todas elas infelizmente demolidas. As mais características foram aquelas destinadas a seu próprio uso em São Paulo, outra no litoral, Guarujá.
 Engenheiro português Ricardo Severo na conferência A Arte Tradicional no Brasil, realizada na Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, constituem o marco inaugural do movimento neocolonial, que tenta propor novas bases para a modernização da arquitetura no Brasil. A orientação nacionalista do movimento se explicita, entre outros aspectos, na defesa das manifestações artísticas tradicionais como expressões da nacionalidade e elementos de constituição da arquitetura brasileira. Por meio do rastreamento das origens portuguesas da cultura brasileira, Severo defende o estudo da arte colonial para a "perfeita cristalização da nacionalidade". O culto à tradição e a exaltação das raízes culturais e étnicas portuguesas estão na base da defesa de uma arte brasileira e de um "renascimento arquitetônico", nos termos de Severo. Contrapondo-se ao ecletismo arquitetônico reinante nos séculos XIX e XX, o movimento neocolonial propõe uma arquitetura de cunho nacional cujas raízes remontam ao Brasil colônia. Reação nacionalista que se quer, ao mesmo tempo, tradicional e moderna.
 A naturalidade em esforço aparente de Ricardo Severo não podia ser encontrada em Dubugras, apesar de suas origens e formação, pois, não tinha a mesma sensibilidade então adotou um novo estilo “sua arquitetura tradicional brasileira” onde não rompeu totalmente com as fases anteriores de sua obra. Dubugras fez amplo uso dos azulejos desenhados por Wasth Rodrigues e retomou alguns elementos clássicos da arquitetura luso-brasileira (varandas, balcões, telhados planos de telhas-canal com largos beirais, lintéis das janelas, frontões com pináculos tomados de empréstimo à arquitetura religiosa e não a civil), mas sem pretender utilizá-los de modo arqueologicamente correto; a tudo isso junta outras formas que já vinha utilizando anteriormente com frequência (arco-plenos de coloração romana, curvas dos degraus da escada ou das muretas das varandas que lembram o art nouveau); finalmente acima de tudo, usava pedra bruta muito escura disposta de modo irregular, o que dava a seus edifícios um aspecto bruto e pesado, em violento contraste com cor clara com reboco empregado sistematicamente na arquitetura portuguesa.
 Com a elite intelectual com mente voltada para Escola de Belas-Artes que imitava a Europa ignorando tudo que lembrasse o período colonial, mas bastou que essa elite intelectual tomasse consciência do valor da arte luso-brasileira, para que o movimento neocolonial de caráter erudito que encontrou um clima propício a seu desenvolvimento. Assim surgiu no Rio um defensor da arte neocolonial que se chamava Jose Mariano Filho.
 Suas primeiras iniciativas foram a criação de um importante prêmio que era julgado pelo Instituto Brasileiro dos Arquitetos de suma importância para o Rio de Janeiro “destinado a incrementar os estudos preliminares visando a criação de um tipo de arquitetura nacional, inspiradas diretamente no estilo das construções arquitetônicas sacras e civis feitas no Brasil durante o período colonial”.
 O Instituto Central de Arquitetos, que teve como sócio fundador José Marianno Filho. Em 1924, ele se tornou diretor da Sociedade Central de Arquitetos e do Instituto Central de Arquitetos. Nesse mesmo ano, essas sociedades sofrem uma fusão, a pedido de José Marianno, que se torna presidente a nova instituição unificada. É nesse período que Marianno inicia sua série de publicações textuais e seriadas, em defesa de um “estilo de arquitetura tradicional” e, também, promove concursos que visam à criação de projetos cujas características são de teor colonial. As publicações de Mariano que seguem durante as décadas de 1920, 1930 e 1940 englobam, também, estudos, análises e críticas da arquitetura e projetos.A produção construída do neocolonial ganhou visibilidade a partir da Exposição Comemorativa do Centenário da Independência, realizada em 1922 no Rio de Janeiro. Vários pavilhões foram erguidos de acordo com os cânones do estilo, que logo seria adaptado a igrejas, escolas e residências e conquistaria posições por meio de concursos públicos de projetos que buscavam, sob a inspiração de José Marianno, recuperar elementos presentes nas antigas casas senhoriais do Nordeste e nas igrejas barrocas de Minas. Esses concursos reuniram os mais destacados dentre os arquitetos da época, como Ângelo Bruhns, Nereu Sampaio, José Cortez, Edgard Vianna e Arquimedes Memória. O sopro de renovação que, por força das convicções conservadoras.
Os concursos promovidos por José Marianno e patrocinados pelo Instituto Brasileiro de Arquitetos foram importantes para o desenvolvimento da arquitetura carioca por engajar nos campos arquitetônicos novos nomes, que, mais tarde, se tornaram referências para a história da arquitetura brasileira, como Lucio Costa.
A sua luta contra o passado eclético, a partir da década de 1930, deu lugar ao combate contra a arquitetura moderna, personificada pela nova geração de profissionais envolvida nas iniciativas que culminariam na construção da sede do Ministério da Educação e Saúde e na implantação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, liderada então por um jovem arquiteto que havia renegado a filiação ao que chamaria, posteriormente, de “equívoco neocolonial”: Lúcio Costa.
 Nos anos 20, os modernistas conviveram de perto com a arte europeia. Paris, como centro de produção artística, definiu os novos rumos da arte brasileira, influenciando toda essa geração de artistas. Antes mesmo de 22, Victor Brecheret e Vicente do Rego Monteiro vão para a capital francesa para se aprofundarem na pintura moderna. Logo depois da Semana de Arte Moderna é a vez de Tarsila de Amaral ir a Paris. Outros artistas passam a seguir o mesmo rumo e unirem-se a eles, buscando concretizar o projeto modernista. É o que acontece com Di Cavalcanti e Anita Malfatti, em 23, e com Antônio Gomide, em 24. Ismael Nery, que estivera na Europa no começo dos anos 20, volta a capital francesa, em 27, buscando um estilo vanguardista. Junto com o pernambucano Cícero Dias, que revela seu talento precoce quando vão ao Rio de Janeiro, em 1927, estes artistas vão se consolidar como os grandes iniciadores da arte moderna brasileira.
 Devido à coerência da Semana, enquanto conjunto de propostas de vanguarda estava na sessão consagrada à arquitetura. Os organizadores contavam com grande número de literários e arquiteto para que a exposição fosse completa. Recorreram ao espanhol Antônio Garcia um arquiteto visionário que agradava futurista por sua fisionomia extravagante. Nada de válido poderia daí resultar, em torna-se difícil caracterizar melhor a diferença entre caráter puramente especulativo e gratuito dos projetos visionários, fortemente marcados por um cunho passadista e as necessidades concretas, que um arquiteto jamais abandonaria.
Então pelo apoio de um cafeicultor e comerciante Paulo Prado a conversão de um dos membros da aristocracia paulista, assegurava ao movimento renovador a base financeira indispensável que com surgimento de nova clientela interessada numa arquitetura nova trouxe para Semana de Arte Moderna Gregori Warchavchik.
 Nascido em Odessa, na Ucrânia, em 1896, Gregori Ilych Warchavchik Formou-se em 1920, no Reggio Istituto Superiori di Belle Arti [Real Instituto Superior de Belas Artes], em Roma, e chegou a trabalhar com os ex-professores Marcello Piacentini e Vincenzo Fasolo. Em 1923, veio para o Brasil, contratado pela Companhia Construtora de Santos, dirigida por Roberto Simonsen. Dois anos mais tarde, publicou o texto “Futurismo”. No jornal italiano de São Paulo Il Piccollo, logo depois traduzido e republicado no Correio da Manhã com o título Acerca da Arquitetura Moderna, e que seria considerado o primeiro manifesto de arquitetura moderna no Brasil. Já casado com Mina Klabin, filha de um industrial da elite paulista, em 1927, Warchavchik naturalizou-se brasileiro e abriu seu próprio escritório.
Sua primeira obra, a casa da Rua Santa Cruz, de 1928, é considerada o primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil. Em 1930, Warchavchik constrói a casa da Rua Itápolis, inaugurada com a “exposição de uma casa modernista”, onde além da residência projeta peças de mobiliário, luminárias e esquadrias, e decora o ambiente com obras de arte e peças de design dos modernistas brasileiros.
 Le Corbusier visita a obra e convidou Warchavichik para ser o delegado da América do Sul aos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna. Em 1931, a convite de Lúcio Costa, passou a lecionar na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro. Depois de fazer diversos projetos modernistas no Rio e em São Paulo, no final dos anos 1930, conquistou o prêmio na categoria prédios de apartamentos no concurso promovido por Prestes Maia na Prefeitura de São Paulo com o Edifício Barão de Limeira, de 1939. Nesse ano também participou do concurso para o Paço Municipal de São Paulo, ficando em 2º lugar.
Seu escritório funcionou até a década de 1960. Warchavickik morreu em 1972 em São Paulo.
 Introdutor da arquitetura moderna no Brasil - através de suas obras e, sobretudo, de seus textos divulgados na imprensa, Gregori Warchavchik tem lugar de destaque na história da arquitetura brasileira, ainda que sua figura tenha recebido interpretações diversas e conflitantes na historiografia da arquitetura nacional. Se sua obra é inicialmente tratada como um esboço individual de renovação, sem importância especial para a compreensão da nova arquitetura brasileira, e a historiografia especializada, com alguma exceção, geralmente ignora sua ação de difusão doutrinária da arquitetura moderna no país nos anos cruciais da segunda metade da década de 1920. Quando Lucio Costa o convida a integrar o novo quadro de docentes da recém-reformada Enba, Warchavchik amplia sua atuação ao Rio de Janeiro, como professor da primeira geração de arquitetos modernos e autor das primeiras obras modernas da então capital federal. Desenvolve parceria com Lucio Costa em trabalhos como o conjunto de casas operárias da Gamboa, de 1933. Ali, a planta quadrada com circulação central, já adotada nas casas modernistas, resolve o programa mínimo da moradia em um pavimento único. O cubo isolado, agora justaposto e escalonado, é ligado por um balcão contínuo sobre as lajes de cobertura dos terraços, formando uma extensa passarela de circulação coletiva, paralela ao limite do terreno, conferindo unidade ao conjunto. O arquiteto avança nas pesquisas projetuais e mobiliza novos recursos, certamente alimentado pelo contato com Lucio Costa e o meio estudantil carioca, mas deve se ressaltar também seu papel na divulgação e na futura consolidação da estética moderna por sua atuação no Rio de Janeiro no início dos anos 1930.
 É conveniente utilizar a imagem da primeira casa modernista, projetada por Gregori Warchavchik em 1927, na Rua Santa Cruz, em São Paulo, como ícone definitivo. Mesmo que o próprio arquiteto, em textos posteriores, tenha revelado os artifícios que utilizou para torná-la mais um panfleto do que uma realidade. A versão oficial simplesmente omite que não havia material nem mão de obra capacitada para execução daquele edifício segundo o idealizado por seu criador. Havia uma platibanda ocultando o telhado, como nos sobrados ecléticos; as janelas não forma produzidas em série; tijolos auxiliavam a concepção estrutural, diferente dos pilares de concreto compondo uma estrutura autônoma e, principalmente, considerando-se o clima da capital paulista, os terraços simétricos ou estariam expostos ao sol, sem qualquer proteção, ou receberiam diretamente a garoa paulistana. A imagem divulgada suplantou questões banais de soluções projetuais, se sobrepujando ao fato. A casa da rua Santa Cruz também revela que a gêneseda arquitetura moderna no Brasil não está vinculada à influência corbusiana, mas a outras experiências desenvolvidas por profissionais como Loos, em Viena – Casa Steiner, 1910 - ou Rietveld, em Utrech – Casa Schroeder., 1924. 
 Com espírito sistemático, acreditando na integração das artes, de modo a criar um ambiente propicio para a vida dos homens, recusava-se a fazer qualquer concessão a esse respeito e não admitia um mobiliário antigo numa casa moderna. Assim ele próprio montou oficinas que fabricavam, com base em postas completas de um estilo novo.
 A Reforma do Ensino de Arquitetura proposta por Lucio Costa em sua breve passagem como diretor da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), em 1931, é até hoje referência para o ensino de Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Sua origem se remete ao movimento modernista e à introdução do pensamento urbanístico no Brasil e no plano internacional. Embora parte da historiografia trate‐a como evento casual, vinculado apenas à adesão de Lucio Costa ao ideário de Le Corbusier, a tese central da pesquisa é sua inserção no movimento político, cultural e artístico da vanguarda intelectual, que via novas possibilidades e demandas na sociedade que se urbanizava. Nessas circunstâncias, a educação tornava‐se uma causa, e a construção de um “novo homem”, seu objeto. Na efervescência da chamada Revolução de 1930, os debates que ocorrem na Associação Brasileira de Educação (ABE) vão desencadear o Manifesto dos Pioneiros, as Reformas Estaduais do Ensino e a criação do Ministério da Educação e da Saúde. Esses debates também repercutiram entre os arquitetos em suas entidades representativas. Desde os anos 1920, grandes operações imobiliárias e investimentos em infraestrutura urbana, no Rio de Janeiro e em São Paulo, contribuíram para uma nova visão de cidade que perpassava diversos setores da sociedade e campos da ciência. É neste quadro que Lucio Costa assume a direção da ENBA e propõe a reforma que desvinculava o ensino de Arquitetura das Belas Artes e incluía em seu currículo as disciplinas do Urbanismo e do Paisagismo. O ensino de Arquitetura assumiria identidade própria, mais próxima da problemática urbana e das novas técnicas da indústria da construção. Rejeitada nos embates iniciais da ENBA, a Reforma seria implantada apenas em 1946, com a fundação da Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual UFRJ. A pesquisa estudará a trajetória da Reforma e sua inserção no movimento político, cultural e artístico do período. Conhecer os objetivos e princípios norteadores da reforma do ensino de Arquitetura proposta por Lucio Costa é aproximar‐se do entendimento não apenas das lições da Arquitetura Moderna sobre o conjunto da obra edificada e das intervenções urbanísticas, mas também compreender a relação entre os instrumentos do trabalho didático do ensino superior, seus procedimentos e resultados. O objetivo geral da pesquisa volta‐se, assim, para a análise e compreensão do trabalho didático naqueles anos na Escola de Belas Artes e, na criação da Faculdade Nacional de Arquitetura, a partir de uma visão histórica de sua proposição e efeitos sobre o ensino da arquitetura e do urbanismo no Brasil. Os limites temporais da pesquisa são alguns dos principais marcos do processo de aceitação e consolidação do modernismo como estética oficial da arquitetura brasileira. Inicia‐se com a apresentação da proposta de reforma, em 1931, e conclui‐se em 1946, com a criação da Faculdade Nacional.
2.1 O COMERCIO DA ARQUITETURA “MODERNA” NO RIO DE JANEIRO
	A presença de Lucio Costa à frente da ENBA, segundo Walter Zanini (1983), deveu-se à indicação de Rodrigo Mello Franco de Andrade, chefe do gabinete do então Ministro da Educação, Francisco Campos, na presidência de Washington Luís. Assim, o jovem arquiteto Lucio Costa, com 29 anos incompletos, e que paulatinamente vinha adotando a linha funcionalista de Le Corbusier, assumiu a direção da instituição academista.
 A nomeação de Lucio Costa, conforme Pinheiro (2005) estava inserido numa questão mais abrangente, na base do Ministério da Educação do governo revolucionário, que consistia na reforma universitária. Tratou-se, portanto, de um processo geral de normatização e regularização das instituições de ensino superior, e não de uma reforma pontual. O processo culminou com a promulgação do Decreto nº 19.851 de 11 de Abril de 1931, que consistiu no Estatuto das Universidades Brasileiras, dando origem a uma estrutura institucional baseada em órgãos colegiados, como o Conselho Universitário e os Conselhos Técnicos e Administrativos. Neste ínterim Costa instituiu uma reforma curricular imputando ao Curso Geral caráter moderno através do incentivo ao regime pedagógico, com largo desenvolvimento do ensino técnico-científico por meio da introdução das disciplinas de urbanismo, arquitetura paisagista, composição decorativa e tecnologia das artes menores e a obrigatoriedade dos trabalhos práticos. Para tanto contratou novos professores por seu livre arbítrio, mas ao mesmo tempo em que renovava, mantinha velhos mestres, obedecendo assim a um espírito de conciliação. Foram então contratados: o arquiteto Gregori Warchavchik para a cadeira de Composição de Arquitetura do 4º ano, o escultor Celso Antônio para a de Escultura, o arquiteto alemão Alexander Buddeus para a de Composição de Arquitetura do 5º ano e o pintor alemão Leo Putz para uma das cadeiras de Pintura (PINHEIRO, 2005). Contudo, a falta de registros acerca da recém-criada cadeira de ‘urbanismo e arquitetura paisagista’ leva a compreender que durante a direção de Lucio Costa na ENBA ela não foi ocupada. 
 O período de Lucio Costa à frente da ENBA é curto. Ele recebeu severas críticas do Conselho Técnico e Administrativo, que culminaram com sua destituição do posto de diretor da instituição. As resistências e campanhas movidas contra a sua administração levaram à sua demissão em 18 de setembro de 1931, não por acaso mês em que o ‘Salão Revolucionário’ abre as portas ao público. Nesse momento sua iniciativa renovadora foi apenas uma semente plantada, que posteriormente alimentou novos movimentos de oposição ao modelo de ensino da escola. Depois da saída de Lucio Costa da ENBA, para ocupar a cadeira de Urbanismo e Arquitetura Paisagística foi nomeado interinamente em 18 de janeiro de 1932, pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas, o arquiteto e urbanista Attílio.
3. CONCLUSÃO
	Após o retorno de Lucio Costa ao Brasil, que ao frequentar a Escola Nacional de Belas Artes se deparou com um ensino ainda sobre a arquitetura neoclássica. Formou-se em 1924 em arquitetura pela Escola e por alguns anos praticou a arquitetura neoclássica (defendendo em certos momentos a arquitetura neocolonial) passou a se influenciar pelo estilo modernista de Le Corbusier. Iniciou uma parceira com o arquiteto Gregori Warchavchik e passaram por varias desaprovações desse “novo” estilo modernista, principalmente, por conta do na época sócio fundador da Sociedade Central dos Arquitetos, mas foi atrás de concursos públicos que Lucio Costa conseguiu se consagrar um dos pioneiros da arquitetura moderna no Brasil, efetuando grandes projetos como o Plano Piloto de Brasília ao lado de Oscar Niemeyer, Ministério da Educação e Saúde Publica entre outros.
BIBLIOGRAFIA:
BRUAND,Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil {tradução Ana Maria Goldberge}. – São Paulo: Perspectiva, 2018. Ed. 5ª de 2010;
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa226676/gregori-warchavchik de 10/09/2018 às 18h45min
www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/2.19.pdf de 10/09/2018 às 19h45min
https://www.revistas.usp.br/paam/article/download/121562/136891 de 10/09/18 às 20h15min
repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7883/2/ULFBA_TES%20324_1.pdf de 10/09/18 ás 21h30min

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