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Behaviorismo: Teoria da Aprendizagem

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Curso História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena 
Disciplina Teoria da Aprendizagem 
Tema Behaviorismo – A teoria Comportamental de Skinner 
Professor Lucilene Garcia de Farias 
Introdução 
Neste tema, estudaremos o conceito de aprendizagem e as noções 
básicas da hierarquia do desenvolvimento cerebral. Também, visualizaremos um 
panorama histórico dos principais estudiosos que influenciaram e continuam 
contribuindo para gerar novos conceitos e conhecimentos sobre o processo de 
ensino-aprendizagem. Especialmente, vamos nos aprofundar na teoria 
comportamental de Skinner — o Behaviorismo. 
Assista ao primeiro vídeo da professora e entenda por que é importante 
estudarmos e refletirmos sobre esse assunto. 
(Vídeo disponível no material on-line) 
Problematização 
Você é aluno de Psicologia do primeiro ano de faculdade. Com seus 
colegas de turma, passa horas sentado, em frente a uma pequena caixa de 
madeira, assistindo a uma novela de camundongos sedentos, aprendendo novos 
comportamentos para alcançar míseras gotas de água. 
A novela é imprevisível e, por vezes, você pode assistir ao final feliz: o 
ratinho descobrindo, ao acaso, a sua almejada gota de água. Mas depois, o 
pobre animal tem de praticar verdadeiros malabarismos até conseguir matar a 
sua sede novamente. Isso quando não passa pelo dissabor de receber algum 
choque elétrico. Você, por outro lado, tem de estar atento e anotar exatamente 
tudo o que mal pode ainda perceber — das nuances comportamentais no farejar 
daqueles roedores, às suas sutis reações fisiológicas, os novos comportamentos 
que surgem, aqueles que se repetem ou se modificam sempre que uma nova 
variável ou estímulo são introduzidos. Sua tarefa é analisar todas as possíveis 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
associações entre os estímulos que introduz e as respostas dos curiosos 
ratinhos. 
A essa altura, você, que sempre idealizou a compreensão dos mistérios 
e encantos humanos, em meio a um semestre inteiro analisando 
minuciosamente comportamentos de ratos, particularmente, está se 
perguntando: por que escolhi Psicologia? Podem ratos ser como humanos? 
Quais suas sensações? E o raciocínio? Eles têm sentimentos? No fundo, você 
sabe que jamais conseguirá descobrir o que se passa na cabeça dos ratinhos. 
Nessa grande dúvida e na pressa de terminar logo o período, você resolve, 
então, distrair-se durante todo o semestre. Como? Imaginando-se como o rato. 
 Transforme a caixa dos bichinhos em uma sala comum e as míseras 
gotas de água numa deliciosa cesta, com todos os seus alimentos favoritos. 
Você está morrendo de fome, não de sede, certo? Para dar mais emoção, 
alguém se aproxima, venda seus olhos e coloca você dentro da sala que acabou 
de imaginar. Ao retirar a sua venda, para a sua surpresa, eis que a maravilhosa 
cesta com seus alimentos favoritos se encontra ali, à sua disposição. Você olha 
para todos os lados e pensa: isso está muito bom para ser verdade, não vou me 
arriscar. Mas você é um rato e, claro, arrisca-se! Corre para a cesta e se lambuza 
todo, de tudo o que vê pela frente! Está, agora, muito feliz e satisfeito. Alguém 
se aproxima, pega você e leva embora. 
É outro dia. Lá está você, novamente, com fome. Alguém se aproxima 
venda seus olhos e devolve-o à sala dos seus sonhos gastronômicos. Mais uma 
vez, a cesta a esperá-lo. Você nem pensa, corre e come tudo de uma só vez! 
Você está muito satisfeito. Alguém o retira da sala novamente. 
Então, é outro dia. Certo, você já aprendeu, não é? Pulamos essa parte 
e vamos direto para a cesta. Dessa vez, não. Algo novo surge na sala: uma 
escada. Mas você não está nem um pouco interessado nela. Além disso, está 
morrendo de fome e, sem perda de tempo, corre para a cesta deliciosa! Nesse 
momento, o inesperado acontece: você leva um tremendo choque, fica 
atordoado, desconcertado e, depois, irritado, pois não conseguiu alcançar seu 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
costumeiro alimento. Você não aceita. Não consegue entender ou acreditar. Por 
isso, bravamente, tenta de novo. Mas leva outro choque. Agora, você está 
confuso e, arriscaria dizer, muito triste ou chateado. Afinal, está morrendo de 
fome, em frente a um mar de delícias, sem poder sequer pegar uma migalha. 
Você não está satisfeito e, pior, ninguém vem retirá-lo dessa sala sem graça. 
Você está na sala de castigo. Não tem mais nada a fazer. Está 
resignado, pois já tentou de tudo para alcançar sua comida. Só que, também, 
não tem mais nada a perder. Assim, finalmente, você se interessa pela escada 
e resolve se distrair um pouco. Sobe-a, um pouco apreensivo, mas agora, já está 
mais atento e cuidadoso. A escada, repentinamente, desemboca numa ponte 
móvel. Você sente um pouco de medo, porém, é da sua natureza ser curioso, 
vai bem devagarinho. De repente, para seu susto ou surpresa, abre-se um 
buraco na ponte e você cai dentro da sua amada cesta de alimentos. Isso sem 
levar nenhum choque. Que alívio! Que Maravilha! Você come sem parar, talvez, 
de medo, de susto ou de prazer, quem vai saber? Você está muito satisfeito. 
Alguém se aproxima e leva-o embora. 
Mais uma vez, você está na mesma sala de alimentos, faminto, 
deparando-se com a escada e a cesta. Mas, agora, está muito esperto. Você se 
lembra de tudo o que aconteceu e sobe confiante a escada, avança mais na 
ponte móvel, prevê um buraco a qualquer momento e, sem grande susto, pula 
na cornucópia de delicias. Palmas! Você aprendeu! Entretanto, o que você 
aprendeu? Quais fatores determinaram ou influenciaram o seu aprendizado de 
subir a escada para obter os alimentos? Por que você desistiu ou aprendeu a 
não mais correr para a cesta? O que acha que o impulsionou a subir a escada 
novamente? Se o experimento continuasse, como será que você agiria se 
retirassem a premiação de alimentos ao subir a escada e, sem que você 
soubesse, também fosse eliminado o choque elétrico ao correr para os 
alimentos? 
Você não precisa responder agora. Vamos para o nosso tema de estudo 
e, ao final, voltamos a falar sobre isso. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
 (Vídeo disponível no material on-line) 
Introdução aos conceitos de aprendizagem 
A aprendizagem 
A aprendizagem reflete um processo complexo de mudança de atitudes, 
no modo de ver, analisar, compreender, interferir e influenciar o mundo. Dessa 
forma, está sempre associada à experiência e depende de fatores internos 
(biológicos, neurológicos, comportamentais, emocionais) e externos (relacionais, 
ambientais e sociais). 
Estamos constantemente e de forma simultânea aprendendo e 
ensinando, desde o momento em que nascemos até o final da vida. A 
aprendizagem implica naturalmente em sua complementação — o ato de 
ensinar. Enquanto aprendo, sou, também, um agente da aprendizagem, um 
modelo e um desafio em minha interação com o outro e o ambiente. Construímos 
e reconstruímos o saber. Ensino e aprendizagem coexistem simultaneamente e, 
nessa inter-relação, avançamos rumo ao conhecimento. 
O processo da aprendizagem exige uma estruturação maturacional 
biológica; e neurologistas alertam que é preciso considerar o amadurecimento 
dessas estruturas cerebrais para a aquisição do aprendizado: "Comportamentos 
e cognição são habilidades que se aprimoram na medida em que o cérebro se 
desenvolve." (Farias e Cordeiro, 2010). 
A hierarquia do desenvolvimento cortical 
O texto que você lerá a seguir é uma citação dos pesquisadores Farias 
e Cordeiro, “Transtornos mentais em crianças e adolescentes: mitose fatos” 
(2010), que o ajudará a compreender melhor o desenvolvimento do nosso 
sistema nervoso central. Vamos a ele! 
A evolução cronológica do desenvolvimento do SNC ocorre de uma 
maneira bem ordenada. Inicia-se com as estruturas mais primitivas e 
inferiores (tronco, bulbo, mesencéfalo) que são responsáveis por 
funções vitais como a respiração e batimentos cardíacos, seguindo 
com as estruturas mais complexas do Neocórtex, que controlam 
funções superiores como a Linguagem e o Pensamento Abstrato. A 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
hierarquia do desenvolvimento cortical segue então no sentido 
posterior-anterior, começando no lobo occipital e se estendendo 
paulatinamente em direção à região frontal. Essas características 
geram repercussões em habilidades cognitivo-comportamentais nas 
diferentes fases do desenvolvimento; visão, audição, linguagem, 
atenção e habilidade reflexiva vão sendo progressivamente 
aprimoradas. Por exemplo, a atenção e a habilidade reflexiva, são 
funções desempenhadas principalmente pelo córtex pré-frontal, última 
das regiões do cérebro a amadurecer. Como consequência, somente 
em uma idade próxima aos 06 anos é que a maioria das crianças 
possui maturidade cerebral para concentrar-se em um determinado 
estímulo abstraindo-se de outros durante um tempo adequado que lhes 
propiciem compreensão e aprendizagem. Também é nesta faixa etária 
que a maturidade cerebral permite à criança refletir sobre determinados 
estímulos... Como exemplos, duas importantes áreas cerebrais estão 
estreitamente relacionadas com as habilidades da Leitura e Escrita - 
As áreas de Wernicke e Broca. A área de Wernicke refere-se à 
integração do estímulo visual com o auditivo. É na área de Wernicke 
que se adquire consciência do significado daquilo que se ouve e vê. É 
também a área da interpretação global da linguagem verbal e simbólica 
(área do processamento da Leitura). Uma lesão nessa área, por 
exemplo, pode ocasionar um tipo peculiar de dislexia, na qual o 
indivíduo é capaz de ver as palavras e, mesmo assim, não ser capaz 
de compreender seu significado. A região de Broca é responsável pela 
organização da resposta motora de executar a articulação da fala ou 
de retransmitir a outros centros motores a execução de atos manuais, 
é a área de processamento da Escrita. 
 
Como você viu, o comportamento e a cognição são habilidades que se 
aprimoram na medida em que o cérebro se desenvolve. Nesse contexto, é muito 
importante, ao participar do processo de ensino-aprendizagem, considerar a 
cronologia do amadurecimento do sistema nervoso e suas implicações nas 
capacidades e limitações do indivíduo, ao longo dos estágios de seu 
desenvolvimento. 
Os pesquisadores e neurologistas Farias e Cordeiro complementam que 
as experiências proporcionadas pela interação com o meio ambiente 
impulsionam o amadurecimento das estruturas cerebrais. Eles relatam que 
inúmeras teorias foram elaboradas, ao longo do tempo, discutindo-se o peso da 
influência dos fatores genéticos e ambientais para explicar os comportamentos. 
Atualmente, há mais consenso entre os cientistas de que os fatores genéticos e 
os ambientais têm uma relação de interdependência e não podem se sobrepor 
para explicar comportamentos. Assim, eles explicam: "Apesar dos genes 
 
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6 
estabelecerem as bases neuroanatômicas e neuroquímicas do desenvolvimento 
cerebral, são os estímulos ambientais, durante um período sensível e crítico da 
plasticidade neuronal, que irão guiá-los." (2010). 
Para se aprofundar no assunto, leia “Transtornos mentais em crianças e 
adolescentes — mitos e fatos” (2010), dos pesquisadores Maria Lúcia Cordeiro 
e Antônio Carlos de Farias:. 
Para concluir seus estudos sobre o desenvolvimento do nosso sistema 
nervoso central, assista ao vídeo da professora “Evolução cronológica do 
desenvolvimento cerebral”. 
(Vídeo disponível no material on-line) 
Teorias da aprendizagem — breve panorama histórico 
Muitos estudiosos se diferenciaram, ao longo do tempo, em suas 
maneiras de conceber e estudar o processo de ensino-aprendizagem. Uns 
enfatizaram a aprendizagem exclusivamente como produto dos estímulos 
ambientais, influenciada por reforços positivos ou negativos, que poderiam ser 
observáveis por meio de mudanças nos comportamentos. Outros buscaram se 
aprofundar em como o processo de aprendizagem se dá interiormente. 
Conhecer essas teorias é fundamental para a prática educacional e para a 
elaboração de novos caminhos pedagógicos e métodos de ensino para diversos 
aspectos do conhecimento. 
O quadro panorâmico a seguir pode nos ajudar a visualizar essa 
construção histórica do desenvolvimento das teorias da aprendizagem, ao longo 
desses 90 anos. Nele, estão ilustrados alguns dos mais influentes pesquisadores 
que impactaram e contribuíram com suas teorias nas práticas de ensino até hoje. 
Não se preocupe. Vamos nos aprofundar em cada um deles no decorrer desse 
curso. 
 
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Panorâmica Histórica do Desenvolvimento das Teorias da 
Aprendizagem 
O quadro Teorias da Aprendizagem, que você viu anteriormente, serve 
como referência e resumo de toda a disciplina. Então, analise-o com bastante 
atenção. 
As teorias da aprendizagem vêm sendo construídas por dois grupos de 
estudiosos: behavioristas e construtivistas. O Behaviorismo reinou como 
principal referencial teórico-prático da Psicologia Educacional nas décadas de 
20 e 60. Nessa época, destacaram-se Ivan Pavlov e John Watson que 
influenciaram os estudos de Frederic Skinner — representante clássico das 
teorias comportamentais. 
Entre as décadas de 50 e 60, emergia na Europa a preocupação de Henri 
Wallon em enfatizar a afetividade humana, como ingrediente fundamental do 
processo da aprendizagem. Mas a grande revolução cognitivista aconteceu entre 
as décadas de 70 e 80, inicialmente com Albert Bandura, que desenvolveu a 
Teoria Cognitiva Social. Depois, Jean Piaget trouxe relevante contribuição 
para a compreensão das questões educacionais, com a Teoria do 
Construtivismo Psicogênico. Finalmente, nessa época, Levi Vygotsky 
enfatizou a importância social da linguagem ou comunicação no 
desenvolvimento cognitivo do indivíduo, em sua Teoria Sociointeracionista. 
Os trabalhos de Piaget e Vygotsky são compreendidos como teorias 
complementares e têm fundamentado o trabalho de inúmeros pesquisadores da 
atualidade na elaboração de métodos construtivistas de ensino-aprendizagem, 
tais como o da psicóloga argentina Emilia Ferreiro e seu famoso estudo sobre 
Alfabetização; Jerome Bruner e as Teorias da Instrução e Método de 
Aprendizagem por Descoberta; David Ausubel e a Aprendizagem 
Significativa; e, finalmente, a revolucionária teoria de Howard Gardner — que 
avançou em defesa de oito tipos de inteligências potenciais encontradas nos 
seres humanos, elaborando a famosa Teoria das Inteligências Múltiplas. 
Para entender melhor como as teorias da aprendizagem vêm sendo 
 
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construídas, não deixe de assistir ao vídeo da professora. 
(Vídeo disponível no material on-line) 
Behaviorismo 
Os behavioristas, estudiosos que defendem as teorias comportamentais, 
estabeleceram a observação de estímulos e respostas (E-R) como um padrão 
para compreender os processos de aprendizagem. O Behaviorismo foi a 
corrente teórica que regeu ou moldou todas as práticas e teorias da Psicologia 
da Aprendizagem durante, aproximadamente, 40 anos, entre as décadas de 20 
e 60. 
Ivan Pavlov e seu experimento clássico de condicionamento 
Na década de 20, o cientistaIvan Pavlov, em seu clássico experimento 
com cães sobre condicionamento, constatou que mesmo um comportamento 
reflexo, como a salivação, poderia ser manipulado ou ensinado, quando 
associado a um estímulo externo. Pavlov verificou que o comportamento reflexo 
dos cães, de forte salivação ao receberem comida, poderia acontecer não 
apenas ao receberem o alimento. O pesquisador utilizou uma campainha que 
era acionada algumas vezes antes da apresentação dos alimentos aos animais. 
Com isso, constatou que eles começaram também a salivar fortemente ao ouvir 
a campainha. Ao novo comportamento reflexo de salivação, condicionado pelo 
estímulo da campainha seguido da liberação do alimento, Pavlov nomeou de 
Reflexo Condicionante. 
Posteriormente, Pavlov pôde observar que os cães deixaram de 
apresentar a resposta salivar ao ouvirem a campainha, sem que houvesse a 
liberação do alimento. Dessa maneira, constatou que, assim como se pode 
estabelecer uma resposta, pode-se também extingui-la por meio da manipulação 
dos estímulos ou reforços. “A Extinção no Condicionamento Clássico de Pavlov 
é compreendida como um comportamento que não persistirá se o reforçador 
deixar de existir ou for retirado” (D´AVILA BACARJI & PERES CAMPOS). 
O trabalho de Pavlov impulsionou novos estudos experimentais sobre a 
 
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9 
influência dos reforços ou estímulos externos, interferindo ou manipulando a 
aquisição de novos comportamentos, como os dos pesquisadores americanos 
David Watson e Frederic Skinner. 
Skinner e o desenvolvimento da Teoria Comportamental 
Tratar de Skinner é falar de comportamento, de estímulos e respostas 
(E-R), de análises de causas e efeitos visíveis. É delimitar e manipular algumas 
variáveis ou estímulos que, possivelmente, podem interferir ou influenciar a 
aquisição de novas respostas ou comportamentos. 
O psicólogo da universidade de Harward, Frederic Skinner, foi 
fortemente influenciado pelos estudos clássicos sobre condicionamento, que 
concederam ao cientista bielo-russo Ivan Pavlov o prêmio Nobel de Medicina, 
em 1904. 
Skinner também se aprofundou em estudos experimentais, perseguindo 
alguns trabalhos nomeados como behavioristas, pelo neuropsicólogo David 
Watson. Nosso psicólogo fez inúmeros experimentos com animais, 
principalmente camundongos, observando seus comportamentos livres e 
exploratórios. Depois, a manipulação desses comportamentos por meio do 
condicionamento de novas respostas — reforços positivos (geralmente com 
água ou alimentos) ou aversivos (liberação de choque elétrico em pequenas 
voltagens). Esses experimentos o direcionaram para o aprofundamento dos 
estudos experimentais com pessoas, tornando-o um representante clássico das 
teorias comportamentais ou behavioristas. Os trabalhos originais de Skinner 
constam como base para todas as teorias associacionistas da atualidade. 
Para saber mais sobre a vida e a obra de Watson, acesse o link: 
htpp://www prof2000.pt/users/Isis/psique/unidade1/objecto/Watson.html 
Na década de 50, Skinner desenvolveu uma máquina de ensinar, 
propondo um novo método baseado na instrução programada. A máquina 
apresentada ao aluno trazia um conteúdo criteriosamente programado, dentro 
de uma sequência crescente de dificuldade. Cada sequência realizada era 
 
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seguida por um reforço ou feedback imediato do professor, para que o aluno 
pudesse avançar ou não para outras fases. Por meio dessa máquina, Skinner 
ilustrou seus principais conceitos ou as concepções de sua teoria 
comportamental aplicada à aprendizagem, por exemplo, enfatizando a 
importância de um planejamento sistematizado das instruções a serem 
repassadas aos alunos. Essas instruções deveriam, sempre, seguir uma 
sequência de atividades, baseadas na ordem de dificuldade do conteúdo e 
seguidas de reforços pelos professores — além da constância dos exercícios e 
da prática pelo aluno para reforçar a aprendizagem. 
 
 
 
 
 
Assista ao vídeo indicado no link a seguir e veja o que Skinner fala sobre 
sua máquina de ensinar: 
https://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20 
O Behaviorismo aplicado à educação 
A aprendizagem, seguindo a Teoria Behaviorista, é a aquisição de novos 
comportamentos; e o comportamento é fruto de um condicionamento. O 
professor representa aquele que deve incentivar o aprendizado por meio de seus 
estímulos. Os comportamentos desejados são reforçados ou incentivados; e os 
não desejados são punidos por reforços negativos. Essa conduta deve ser 
repetida de forma mecanizada, até que o comportamento desejado se 
automatize. O método se apoia na memorização do conteúdo. 
A aprendizagem acontece unilateralmente do professor para o aluno e o 
conhecimento é recebido passivamente. O professor é capaz de compreender 
se o aluno aprendeu o conteúdo por meio da observação dos comportamentos 
operantes do aluno (ações observáveis). Nesse sentido, os fenômenos mentais 
A máquina de ensinar de Skinner pode ser considerada uma 
precursora dos inúmeros programas atuais ou métodos de ensino 
desenvolvidos para computador. Também, dos padrões de muitos jogos 
virtuais, que repetem o clássico padrão Skinner de recompensas ou 
punições para o avanço de etapas. 
 
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devem ser discutidos como padrões de comportamentos. 
O modelo de Skinner ainda é muito utilizado em treinamentos 
específicos de alguns cursos técnicos que demandam memorização. A prática 
favorece a fixação do conteúdo. Não mais de forma radical, mas ainda hoje, é 
muito frequente a educação sob a forma de positivações. 
 
 
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12 
Revendo a problematização 
Diante da sua experiência imaginária na sala de alimentos, você logo 
pôde aprender que o estímulo aversivo com choque elétrico, provavelmente, 
determinou a extinção do seu comportamento de correr para a cesta. Por outro 
lado, o reforço positivo ou premiação de se ganhar alimento ao subir a escada, 
possivelmente, impulsionou o seu comportamento de subi-la novamente. Mas e 
se o experimento continuasse? Dessa vez, retirando a premiação de alimentos 
ao subir a escada e, sem que você soubesse, também o choque elétrico ao 
correr diretamente para a cesta. Como será que você agiria? 
a. Subiria as escadas uma, duas, três vezes ou mais para tentar obter os 
alimentos, mas evitaria correr diretamente para a cesta. 
b. Correria para a escada, como de costume, mas acharia muito estranho 
não receber mais os alimentos. Tentaria subi-la, novamente, algumas 
vezes, até me certificar de que não mais obteria a comida daquela 
maneira. Pensaria que a cesta não estaria ali à toa, mas teria de descobrir 
uma nova maneira de me comportar para alcançá-la. Possivelmente, iria 
tentar novos comportamentos, mas não voltaria a correr diretamente para 
os alimentos. 
c. Com o tempo, deixaria de subir a escada para tentar receber meus 
alimentos. Afinal, não estaria mais os recebendo daquela maneira. Ficaria 
receoso de voltar a correr para os alimentos, mas minha fome seria maior 
do que a experiência anterior do choque elétrico. Então, arriscaria a correr 
para a cesta. 
Ratos, como humanos, são muito espertos, curiosos e, muitas vezes, 
impulsivos quando estão com fome. Parecem não pensar quando estão diante 
de alimentos. Mas a experiência lhes ensina; e eles aprendem rapidamente, por 
meio de punições ou premiações, a melhor resposta ou comportamento para 
continuarem vivos. Os reforços, tanto positivos quanto negativos, parecem 
proporcionaro aprendizado de novos comportamentos. 
 
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13 
Síntese 
Em nossa aula, refletimos sobre o conceito de aprendizagem, tema 
central de nossa disciplina. Contextualizamos o processo do ensino-
aprendizagem nos últimos 90 anos, ilustrando os principais nomes envolvidos na 
construção desse saber. Nesse processo histórico, introduzimos os conceitos 
básicos da neurociência sobre a concepção da aprendizagem, como resultante 
da nossa interação com o meio ambiente e, paralelamente, ao amadurecimento 
das nossas estruturas cerebrais. Especialmente, entendemos os conceitos 
básicos da teoria que reinou, por 40 anos, como referencial teórico e prático 
educacional — o Behaviorismo, a teoria comportamental de Frederic Skinner e 
a teoria do condicionamento, que aborda estímulos e respostas observáveis (E-
R). 
Seguindo os rumos da história, a partir da próxima aula, vamos recordar 
o movimento construtivista, que emergiu com força nas décadas de 70 e 80 para 
conduzir os novos rumos do ensino-aprendizagem. 
(Vídeo disponível no material on-line) 
 
 
 
 
 
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14 
Referências 
CORDEIRO, M.L, Farias, A.C.; MARTINS, L.F, Costa, M.T, Almeida, S. V. 
Brincar para Aprender — A Neurologia e a Pedagogia no Processo de 
Aprendizagem, 2015. 
 
CORDEIRO, M.L, Farias, A.C. Transtornos Mentais em Crianças e 
Adolescentes: Mitos e Fatos. Curitiba: Associação Hospitalar de Proteção à 
Infância Dr. Raul Carneiro, 2010. 
 
MOREIRA, Marco Antônio. Teorias de Aprendizagens. São Paulo: EPU, 
1995. 
LAKOMY, A. M. Teorias da Aprendizagem. Curitiba: IBPEX, 2008. 
 
CAMPOS, J.A.P. Psicologia da Educação. São Paulo: Centro Universitário 
Claritiano, 2013. 
 
Skinner Fala sobre a Máquina de Ensinar. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20>. Acesso em 16/10/2015. 
 
Teoria de Aprendizagem de Skinner. Disponível em: 
<Luishttp://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-
skinner/>. Acesso em 16/10/2015. 
 
Watson e o Behaviorismo. Disponível em: 
<prof2000.pt/users/Isis/psique/unidade1/objecto/watson.html>. Acesso em 
16/10/2015. 
 
D´avila Bacarji & Peres Campos — Diferentes Abordagens Teóricas da 
Psicologia (EaD). 
 
 
 
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15 
Atividades 
 Com relação ao significado de aprendizagem, analise as proposições a seguir 
e assinale a alternativa correta. 
a. Aprendizagem é um conceito estático, no qual o indivíduo é um produto 
relativamente mecânico do seu ambiente. Precisa de condicionamentos e 
reforços para adquirir o conhecimento. 
b. Aprendizagem é um processo biológico que resulta de uma maturação 
biológica ou esforço pessoal. 
c. Aprendizagem reflete um processo complexo de mudança de atitudes, no 
modo de ver, analisar, compreender, interferir e influenciar o mundo. Dessa 
forma, está sempre associada à experiência e depende de fatores internos 
(biológicos, neurológicos, comportamentais, emocionais) e externos 
(relacionais, ambientais e sociais). 
d. Aprendizagem é um processo de aquisição de conhecimento que acontece 
até a vida adulta. Na velhice, o indivíduo deixa de aprender e começa a 
repensar o que já aprendeu. 
 
 Segundo os neurocientistas Farias e Cordeiro, o comportamento e a cognição 
são habilidades que se aprimoram na medida em que o cérebro se 
desenvolve. Nesse contexto, é muito importante ao educador considerar a 
cronologia do amadurecimento do sistema nervoso e suas implicações nas 
capacidades e limitações do aluno, ao longo dos estágios de seu 
desenvolvimento. Dessa maneira, considere as proposições a seguir e 
assinale a única afirmativa incorreta. 
a. A evolução cronológica do desenvolvimento do SNC ocorre de uma 
maneira desordenada. Inicia-se com as estruturas mais complexas do 
neocórtex, que controlam funções superiores como a linguagem e o 
pensamento abstrato. 
b. A hierarquia do desenvolvimento cortical segue no sentido posterior-
anterior, começando no lobo occipital e se estendendo paulatinamente em 
 
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direção à região frontal. Essas características geram repercussões em 
habilidades cognitivo-comportamentais, nas diferentes fases do 
desenvolvimento. 
c. A atenção e a habilidade reflexiva são funções desempenhadas 
principalmente pelo córtex pré-frontal, última das regiões do cérebro a 
amadurecer. 
d. As áreas de Wernicke e Broca estão estreitamente relacionadas com as 
habilidades da leitura e escrita. A área de Wernicke se refere à integração 
do estímulo visual com o auditivo. É a área do processamento da leitura. A 
região de Broca é responsável pela organização da resposta motora de 
executar a articulação da fala, é a área de processamento da escrita. 
 
 Considerando o clássico experimento de Ivan Pavlov sobre condicionamento, 
por meio do estudo da salivação de cães, analise as afirmativas a seguir e 
assinale a alternativa correta. 
I – Mesmo os comportamentos reflexos podem ser manipulados ou 
ensinados, quando associados ou pareados com um estímulo externo. 
II – Ivan Pavlov nomeou Reflexo Condicionado ao comportamento de 
salivação dos cães imediatamente ao receberem a comida. 
III – Assim como se pode estabelecer uma resposta, pode-se também 
extingui-la por meio da manipulação desses estímulos ou reforços. 
IV – Entende-se como extinção um comportamento que não persistirá se o 
reforçador deixar de existir ou for retirado. 
a. Somente a afirmação I está correta. 
b. As afirmações I, III e IV estão corretas. 
c. Somente as afirmações I e II estão corretas. 
d. Somente as afirmações I e III estão corretas. 
 
 Por meio da máquina de ensinar, Skinner pôde ilustrar as principais 
concepções de sua teoria comportamental, que poderiam ser aplicadas à 
 
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aprendizagem. Pensando nisso, indique V (para afirmativas verdadeiras) e F 
(para afirmativas falsas). Depois, assinale a alternativa com a sequência 
correta. 
( ) Skinner enfatizou a importância de um planejamento sistematizado das 
instruções a serem passadas aos alunos, sugerindo que elas deveriam 
sempre seguir uma sequência, baseada na ordem de dificuldade do 
conteúdo, e ser seguidas de reforços pelos professores. 
( ) Skinner enfatizou, por meio da máquina de ensinar, que a constância dos 
exercícios e a prática do aluno reforçam a aprendizagem. 
( ) A aprendizagem ocorre quando um novo comportamento é adquirido, 
reforçado por um estímulo, positivo ou negativo. 
( ) A motivação é irrelevante no processo de aprendizagem. 
Assinale a alternativa com a sequência correta: 
a) V, V, V, F. 
b) F, F, V, V. 
c) V, V, F, F. 
d) F, V, F, V. 
 
 Os behavioristas estabeleceram a observação de estímulos e respostas (E-
R) como um padrão para buscar a compreensão dos processos da 
aprendizagem. Segundo a Teoria Behaviorista, é incorreto afirmar que: 
a. O professor deve conceber que o aluno só pode apreender um determinado 
conhecimento se estiver intelectualmente maduro e, assim, preparado para 
recebê-lo. 
b. O professor representa aquele que deve incentivar o aprendizado por meio 
de estímulos. Os comportamentos desejados devem ser incentivados; os 
não desejados punidos por reforços negativos. 
c. O professor é capaz de compreender se o aluno aprendeu o conteúdo por 
meio da observação de comportamentos operantes (as ações 
 
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observáveis). Nesse sentido, os fenômenos mentais devem ser discutidoscomo padrões de comportamentos. 
d. A aprendizagem acontece unilateralmente do professor para o aluno; e o 
conhecimento é recebido passivamente. 
 
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