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Português Instrumental Júrídico
Direito 1 sem 2017
Prof Ms Paula Rodrigues
.Teoria da Comunicação Jurídica: aspectos gerais da comunicação, elementos da comunicação jurídica, funções da linguagem.
Muitos operadores do Direito ficam apavorados quando precisam redigir suas peças processuais, visto que são textos jurídicos. 
Basta a leitura de algumas petições iniciais, contestações, denúncias, sentenças etc., para se encontrar um verdadeiro festival de textos mal elaborados, desconexos, incoerentes, cujos defeitos causam obscuridade e ambiguidade, impedindo a compreensão da mensagem veiculada nas diversas peças processuais.
TEORIA DA COMUNICAÇÃO JURÍDICA
A professora Passoni afirma que duas coisas são fundamentais para a iniciação ou o aperfeiçoamento do ato de redigir:
A mais importante é saber que escrever é uma técnica e, como tal, pode ser aprendida.
 A segunda é reconhecer que não se é o único ─ todos passam por dificuldades semelhantes, tudo é questão de superá-las, ou melhor, de enfrentar o problema e dizer “eu vou conseguir”.
Redação: teoria e prática. 2. Ed., São Paulo: Núcleo, 1993, p. 9
Não há dúvida de que o Advogado, o Juiz de Direito, o Promotor de Justiça, o Procurador do Estado, o Delegado de Polícia, o Defensor Público e outros operadores do Direito redigem diariamente peças processuais, tais como petições iniciais, contestações, recursos, portarias para instauração de inquéritos policiais, denúncias, sentenças etc., já que o ato de escrever é inerente ao desenvolvimento das atividades desses profissionais. 
Por exemplo, ninguém pode conceber a ideia de que um advogado não saiba redigir um texto jurídico, pois a imagem que todas as pessoas têm do advogado é que ele possui o dom da palavra.
Quem lê muito possui um vasto conhecimento e redige uma peça processual com conteúdo; quem escreve muito, escreve bem. 
A leitura é necessária para adquirir conhecimento e a prática redacional é necessária para desenvolver o ato de se escrever bem.
O nível de conhecimento jurídico que o profissional do Direito possui sobre o assunto que vai desenvolver depende do conhecimento adquirido pela leitura e experiência de mundo. Isso quer dizer que quanto mais leitura, mais conteúdo terá a peça processual. 
Trata-se do binômio leitura/redação.
Desde os primórdios, o homem sempre quis se comunicar:
Para compartilhar seus pensamentos, 
ideias e 
experiências de mundo. 
A aquisição da capacidade de transmitir uma determinada mensagem e ser compreendido pelo seu interlocutor tornou-se uma espécie de busca incansável do indivíduo através dos tempos, e, por esse motivo, o homem está sempre desenvolvendo novas formas de comunicação. 
 
Aspectos gerais da comunicação 
Comunicação pressupõe comunidade. 
A comunidade é composta por indivíduos que se comunicam entre si, usando o mesmo código, isto é, o mesmo sistema convencional de palavras. 
Não haverá comunidade, se não houver comunicação ou entendimento entre as pessoas que compõem aquela mesma comunidade. 
Se não houver comunicação entre os integrantes de uma mesma comunidade, existirá apenas um grupo de pessoas reunidas, uma vez que elas não se entendem. Não se pode afirmar que existe interação social entre essas pessoas, exatamente, porque elas não se entendem. 
A comunicação é considerada um ato praticado entre os indivíduos que usam os mesmos signos linguísticos, ou seja, as mesmas palavras, cuja finalidade é transmitir uma determinada mensagem. Quem se comunica, age. 
Qualquer comunicação tem por escopo a transmissão de uma determinada mensagem.
Assim, todo ato comunicativo pressupõe uma mensagem e, nessa relação comunicativa, estabelece-se uma interação entre os interlocutores, porquanto, após o recebimento da mensagem, o receptor transforma-se no emissor e o emissor no receptor, operando-se o ato comunicativo.
Elementos da comunicação jurídica 
No Direito, a comunicação é a transmissão de uma mensagem no universo jurídico, que também recebe o nome científico de discurso jurídico. 
Sendo assim, os elementos da teoria da comunicação jurídica estão presentes no discurso jurídico.
O profissional do Direito que domina os elementos da teoria da comunicação jurídica tem a seu favor uma arma poderosíssima que o capacita a produzir peças processuais bem articuladas.
O texto jurídico é a ferramenta de trabalho do operador do Direito. Espera-se, por exemplo, que um advogado redija suas petições iniciais com uma linguagem forense correta, clara e objetiva. Fundamentado nesse raciocínio, São Thomaz de Aquino disse que a linguagem forense exige “a arte de pensar em ordem e sem erros”.
No mundo do Direito, a comunicação exerce papel fundamental, por isso ela não pode apresentar nenhum tipo de imperfeição, pois, nesse caso, se a mensagem for mal interpretada, o direito do cidadão será lesado. 
Em outras palavras, o advogado prejudicará seu cliente, já que não soube redigir diligentemente a petição inicial.
Existem seis elementos formadores do processo comunicativo, a saber: o emissor, o receptor, a mensagem, o código, o canal e o referente. 
É responsável pela emissão da mensagem.
Pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas. Ao longo do dia, a pessoa transforma-se em diversos emissores, já que representa vários papéis na comunicação humana.
Emissor ou remetente 
Recebe a mensagem enviada pelo emissor. 
O receptor somente poderá entender a mensagem se as palavras utilizadas na construção dessa mesma mensagem pertencerem a seu vocabulário. 
a seleção vocabular para a produção do discurso jurídico deve ter em mira o receptor
Receptor ou destinatário 
É o meio utilizado pelo emissor para transmitir a mensagem ao receptor. 
A escolha do canal depende da situação em que se opera a comunicação, visto que pode ser o telefone, a carta comercial, o requerimento, a petição inicial, a contestação etc. 
O canal tem por objetivo manter a comunicação ativa entre os interlocutores. 
Canal de comunicação ou contato 
É aquilo que se pretende transmitir ao receptor;
É o objeto da comunicação que se concretiza no instante em que o receptor recebe e decodifica a mensagem enviada pelo emissor. 
Mensagem 
É o conjunto de signos combinados entre si para transmitir a mensagem recebida. 
Para que o receptor consiga decodificar a mensagem enviada pelo emissor, os interlocutores devem dominar o mesmo código. 
No caso da linguagem forense, o código é o Português Jurídico. 
Código
É a situação contextual a que se refere a mensagem. 
Trata-se do contexto em que a mensagem foi produzida. 
Referente 
Há de se observar que diversos fatores impedem a comunicação entre emissor e receptor. 
Todo elemento que interfere na comunicação dos interlocutores recebe o nome de ruído.
Ruído é qualquer obstáculo que impede a comunicação, a compreensão da mensagem transmitida. 
Ruído
Após essas considerações, é importante para o operador do Direito entender como funciona a teoria da comunicação na redação forense. 
Para aplicação dessa teoria na produção da peça processual, tome-se, como exemplo, a petição inicial que tem por função dar início à ação judicial. 
O art. 282 do CPC (Código de Processo Civil) esclarece que os principais requisitos da petição inicial são:
 o juiz ou tribunal a que é dirigida a petição inicial; 
os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; 
o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
o pedido com suas especificações; 
o valor da causa; as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados e, por último, 
o requerimento para a citação do réu. 
Interessa à teoria da comunicação jurídica apenas estes requisitos:
 
o juiz ou o tribunal, 
o autor, 
o réu, 
o fato 
e os fundamentos jurídicos do pedido e o pedido. 
O juiz (primeira instância) ou tribunal (segunda instância) são os primeiros receptores da petição inicial. 
O Juiz de Direito recebe a petição inicial e toma conhecimentode seu conteúdo. Depois determina a citação do réu para que ele também saiba o teor da petição inicial. Assim, o réu defender-se-á das acusações que lhe pesam. Quando o réu for citado, ele passará a ser o receptor da mensagem jurídica. 
O fato e os fundamentos jurídicos do pedido constituem a mensagem veiculada pelo emissor ao receptor.
Trata-se de uma mensagem jurídica redigida em linguagem forense, inteiramente técnica. Por isso, o código utilizado para transmitir a comunicação jurídica recebe o nome de Português Jurídico. 
Saliente-se que na comunicação jurídica o fato e os fundamentos jurídicos resultam no pedido formulado pelo autor na petição inicial. 
Ele deve ter em mira a proteção jurisdicional e, para tanto, formula sua pretensão, submetendo-a ao crivo do Poder Judiciário, representado na pessoa do Juiz de Direito, a fim de que o pedido seja julgado procedente. 
Conclui-se deste raciocínio que o referente não só contextualiza os acontecimentos ocorridos no mundo jurídico que justificam a elaboração da petição inicial, como fundamenta o pedido formulado pelo autor.
Os elementos da teoria da comunicação presentes na petição inicial podem ser , assim, classificados:
 
a) emissor: é autor da petição inicial; 
b) receptor: em um primeiro momento, é o Juiz de Direito, depois, o réu; 
c) mensagem: é a veiculação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido; 
d) canal: é a folha de papel onde se redige a petição inicial 
e) código: é o Português Jurídico ou a linguagem forense utilizada na produção do texto jurídico da petição inicial; 
f) referente: é o contexto que justifica a elaboração da petição inicial e fundamenta o pedido que deve ser claro e objetivo. 
Os elementos da teoria da comunicação jurídica têm como função identificar os requisitos essenciais da petição inicial. 
A ausência de um deles implica o indeferimento da petição inicial. 
O profissional do Direito deve ser cuidadoso ao redigir a peça processual, sobretudo ao expor o fato e os fundamentos jurídicos do pedido. 
Se o texto estiver mal redigido, poderá provocar a incompreensão da mensagem jurídica veiculada na petição inicial, e o Juiz de Direito irá indeferi-la, porque será considerada inepta, segundo o art. 295, inciso I, parágrafo único, incisos I e II, do CPC, a seguir: 
Art. 295. A petição inicial será indeferida: 
I-quando for inepta*; 
II- quando a parte for manifestamente ilegítima; 
III- quando o autor carecer de interesse processual; 
IV- quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, § 5º) 
V- quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; 
VI- quando não atendidas as prescrições dos artigos 39, parágrafo único, primeira parte, e 284. 
Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando
*considerada não apta a produzir efeitos juridicos 
Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I- lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II- da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
III- o pedido for juridicamente impossível; 
IV- contiver pedidos incompatíveis entre si. 
O réu não poderá se defender se não compreender qual o tipo de acusação que lhe está sendo imputada.
 A petição mal elaborada, mal redigida afronta o art. 5º, inciso IV, da Constituição Federal do País. O acusado tem o direito constitucional de se opor às acusações que lhe são atribuídas, bem como o direito de exercer a ampla defesa nos processos judiciais. 
 Artigo constitucional exige do profissional do Direito o domínio da linguagem forense, pois se trata de um requisito inerente e indispensável ao exercício da profissão. 
A petição inicial deve apresentar um eixo redacional lógico e progressivo. 
A narração dos fatos deve manter sempre uma sequência cronológica com uma conclusão harmônica em relação ao todo narrado. 
Para realizar um ato de comunicação verbal, o indivíduo escolhe, seleciona as palavras, depois passa a organizá-las e combiná-las conforme a sua vontade. 
E todo este trabalho de seleção e combinação não é aleatório, não é realizado por acaso, mas está intimamente ligado à intenção do emissor. 
Funções da Linguagem
Assim sendo, a linguagem passa a ter funções, cuja importância é saber utilizar a linguagem adequada no momento adequado. 
Para Jakobson, as funções da linguagem são focadas em um dos elementos do processo de comunicação; 
a função emotiva estaria centrada no remetente; 
a referencial, no contexto ou referente;
a poética, na mensagem; 
a fática, no contato; 
a metalinguística, no código; 
a conativa, no destinatário. 
É a mais comum das funções da linguagem e centra-se na informação.
 A intenção do emissor é transmitir ao interlocutor dados da realidade de uma forma direta e objetiva, sem ambiguidades, com palavras empregadas em seu sentido denotativo. 
Portanto, essa é a função da linguagem que predomina em textos dissertativos, técnicos, instrucionais, jornalísticos e no texto jurídico─ informativos por excelência. Como está centrado no referente, ou seja, naquilo de que se fala, prevalece o texto escrito em 3ª pessoa, com frases estruturadas na ordem direta. 
Os textos em que predomina a função referencial apresentam qualidades objetivas ou concretas, uso de nomes próprios, estratégias argumentativas lógicas, como provas e demonstrações. Em geral, evitam o uso de adjetivação imprecisa, como belo, feio, grande, pequeno etc., bem como de expressões subjetivas como eu acho, eu quero. 
Esses procedimentos visam criar o efeito de distanciamento do sujeito e de verdade dos fatos. O uso da função referencial tem em vista a transmissão objetiva de informação sobre o contexto, sobre os fenômenos extralinguísticos. 
Função Referencial 
Quando a intenção do produtor do texto é posicionar-se em relação ao tema que está abordando, é expressar seus sentimentos e emoções, o texto resultante é subjetivo, um espelho do ânimo, das emoções, do temperamento do emissor. 
A interjeição, o uso de pronomes e verbos na 1ª pessoa do singular, os adjetivos valorativos e alguns sinais de pontuação, como as reticências e os pontos de exclamação são algumas marcas da função emotiva utilizada para comover o receptor. 
Exemplo: linguagem do réu (que valoriza a primeira pessoa do singular); linguagem do advogado de defesa quando, no Júri, apela para o fato de que a condenação vai ultrapassar a pessoa do condenado e atingir outras pessoas inocentes. 
Função emotiva ou expressiva
A função apelativa ou conativa é aquela em que há intenção do emissor de influenciar o destinatário. 
A mensagem se organiza em forma de ordem chamamento, apelo ou súplica e está centrada no receptor. 
Para tentar persuadir o destinatário é preciso, antes de mais nada, falar a língua dele, apelar para exemplos e argumentos significativos em relação a sua classe social, a sua formação cultural, a seus sonhos e desejos. 
Cada leitor deve ter a sensação de que o texto foi escrito especialmente para ele, como se fosse uma conversa a dois. 
É o que os publicitários, por exemplo, fazem muito bem. Um produto sofisticado exige um anúncio também sofisticado, para atingir seu público-alvo. Por outro lado, um produto “popular” exige um anúncio objetivo, em linguagem clara e direta, explorando argumentos que fazem parte do repertório do consumidor-alvo. Marcam a função apelativa os verbos no imperativo, uso do vocativo e tratamento em 2ª pessoa (tu, vós, você, vocês). 
Função Apelativa ou conativa
Sabe-se que o texto jurídico é, eminentemente, persuasório; dirige-se, especificamente, ao receptor; dele se aproxima para convencê-lo a mudar de comportamento, para alterar condutas já estabelecidas, suscitando estímulos, impulsos para provocar reações no receptor. 
O discurso persuasório apresenta duas vertentes: 
a vertente autoritária e a vertente exortativa. 
Avertente autoritária é típica do discurso jurídico; basta atentar-se para o Código Penal e para expressões como: “intime-se, “afixe-se e cumpra-se”, “revoguem-se as disposições em contrário”, “arquive-se”, conduzir “sob vara” ou manu militari, “justiça imperante” e muitas outras. Monteiro (1967:14) é taxativo: “Além de comum a lei é, por igual, „obrigatória‟. Ela ordena e não exorta (jubeat non suadeat); também não teoriza. Ninguém se subtrai ao seu tom imperativo e ao seu campo de ação.” 
Já a vertente exortativa é utilizada mais pelos textos publicitários que, para maior efeito, apelam para a linguagem poética. O discurso persuasório coercitivo, autoritário, já caracterizou a igreja católica que hoje usa mais o discurso exortativo. 
tem como propósito prender a atenção do destinatário visando prolongar a comunicação, testando o canal com frases do tipo “veja bem”, “entendeu?”,”certo?” “olha aqui”, etc. O principal exemplo é o diálogo. 
Função fática
Quando a intenção do produtor do texto está voltada para a própria mensagem, para uma especial arrumação das palavras, quer na escolha, quer na combinação delas, quer na organização sintática da frase, temos a função poética da linguagem.
 É a função em que a mensagem é centrada na poesia, ou melhor, na linguagem poética, em que aparecem elementos como o ritmo, a sonoridade, o belo e inusitado das imagens. 
E importante lembrar que a função poética não é exclusiva da poesia é também encontrada em textos de prosa, em anúncios publicitários ou na linguagem cotidiana. Nestes casos, ela não será a função dominante 
Função Poética
É a linguagem falando da linguagem. É a metalinguagem. Nas avaliações, nos trabalhos escolares estamos sempre elaborando definições, estamos “explicando com as nossas palavras” alguma coisa. 
A análise de um texto, por exemplo, é um exercício de metalinguagem. A preocupação do emissor está voltada para o próprio código, isto é, o tema da mensagem é o próprio código. A mensagem é utilizada para explicar o código. 
Ocorre metalinguagem quando se dá uma definição, um conceito, quando se explica ou se pede explicação sobre o conteúdo da mensagem.
 É a linguagem do dicionário, do vocabulário, no nosso caso, jurídico, centrada em códigos. A função metalinguística da linguagem, em que o código retorna ao próprio código, está presente em nosso dia-a-dia e desempenha um papel importante em nossos textos e conversas. 
Vejamos um exemplo
Função metalinguística
Vejamos um exemplo de mandado de segurança, transcrito de Martins (2003c, p. 467) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2A REGIÃO
	O. N., brasileiro, casado, bancário, residente na Rua Espírito Santo, n. 122, por seu advogado que esta subscreve, vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa, impetrar Mandado de Segurança contra o MM. Juiz da 33a Vara do Trabalho de São Paulo, com fundamento no inciso LXIX do art. 5o da Constituição c/c as disposições da Lei n. 1.533, de acordo com as razoes abaixo elencadas. 
	O impetrante ajuizou reclamação trabalhista em face do Banco P.S.A., postulando horas extras e integrações (doc..2). 
	Ocorre que o MM Juiz da 33a Vara do Trabalho alterou arbitrariamente o valor da causa na sentença para o valor de R$ 1.000.000,00, não lhe possibilitando o direito de recurso, e ainda indeferiu o seu pedido de isenção das custas (doc.3). 
	O direito de acesso ao segundo grau é determinado pelo principio do duplo grau de jurisdição que está assegurado no art. 5o , LV, quando fala da ampla defesa. Ora, o impetrante não tem ampla defesa, pois não pode recorrer, apesar de ter apresentado recurso a que foi denegado seguimento pelo não-pagamento das custas. 
	Entende que tem direito líquido e certo a isenção de custas, pois, além de perceber menos de 2 salários mínimos, estava assistido pelo sindicato, firmando declaração de ser pobre na acepção jurídica do termo e sob as penas da lei (doc.4). 
	Assim, entende que o ato cometido pelo Sr. Juiz da 33a Vara do Trabalho de São Paulo é arbitrário, não lhe possibilitando o direito constitucional de recorrer, em razão de não ter sido concedida a isenção das custas, que é direito líquido e certo do impetrante, por atender ao art. 14 e parágrafos da Lei n. 5.584, e à Lei n. 1060/50. 
	Espera seja concedido o presente mandado de segurança para cassar a ordem arbitrária do Exmo. Sr. Dr. Juiz da 33a Vara do Trabalho de São Paulo, prosseguindo-se no processamento do recurso como de direito, pela concessão da Justiça gratuita ao impetrante. 
	As provas dos fatos alegados encontram-se anexadas, devendo a autoridade coatora ser intimada para prestar informações em 10 dias, como de direito. 
	Dá à causa o valor de R$ 1.000,00. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Data e assinatura

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