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Universidade Federal de São João del -Rei – UFSJ Campus Tancredo Neves - CTAN Sociologia Segundo Período - Comunicação Social Professora: Patrícia Mattos Data: 8 de outubro de 2018 Alunas: Jordana Figueiredo Nery Lara Karoline Souza de Aquino Maria Eduarda dos Santos Carvalho 1. Quais são as semelhanças entre as teoria dos socialistas utópicos e do jovem Marx? As semelhanças entre as teorias estão no fato de o jovem Marx, tal como os seus antecessores utopistas, compreenderem a liberdade somente como uma concretização o mais livre possível e não limitada por qualquer obstáculo exterior dos objetivos e intenções de cada um. Também se assemelham no que diz respeito ao exercício de tal liberdade, pelas condições de reprodução capitalistas se encontra a contradição interna que Marx esboça um modelo de uma sociedade na qual a liberdade e a solidariedade estão interligadas. Isso parece-lhe possível caso a ordem social seja concebida de maneira que indivíduo entenda os objetivos que pretende atingir simultaneamente com a condição da realização dos objetivos do outro. Portanto, se as intenções individuais forem interligadas de forma tão clara que todos possam realizá-las e serem conscientes de sua interdependência, sempre em um ato recíproco. Honneth afirma que os primeiros socialistas não desenvolveram de modo suficiente o conceito de liberdade alternativo ao individualista, que conseguisse integrar a liberdade individual com a convivência recíproca, o que ele dá o nome de liberdade social. A tentativa de jovem Marx de suplantação da ordem capitalista geraria um estágio de reconhecimento recíproco, ao passo que o que fosse produzido seria pensado para suprir a necessidade do outro e não visando a si. Porém a liberdade social foi pensada exclusivamente para a esfera do trabalho, deixando de pensar na independência à democracia política. Sendo um defeito congênito do projeto socialista. 2. Honneth propõe a renovação do socialismo, debatendo com os socialistas utópicos e com o jovem Marx. Explique como Honneth propõe a renovação do socialismo. A renovação do socialismo seria conduzida pela procura de um substituto para a lacuna criada pela ligação perdida com a classe trabalhadora, com a difícil tarefa de chegar ao encontro de ideias, não abstratas, que conseguissem unir a sociedade por meio de objetivos comuns. E, assim aceitar que se trata de uma teoria puramente normativa e formular princípios abstratos para concorrer com as outras teorias. Repensando o fato de que as sociedades funcionam e sempre vão funcionar de acordo com a lógica da industrialização. E neste sentido, Honneth propõe que a renovação se dê através de cooperativas, fundos de solidariedade ligados a sindicatos ou da introdução de um rendimento básico incondicional, onde o importante seria “demonstrar de forma convincente que os traços fundamentais do sistema econômico capitalista ainda podem ser alterados, se não mesmo eliminados”. 3. Honneth identifica os vícios de origem do socialismo nas abordagens dos socialistas utópicos e do jovem Marx. Quais são os vícios de origem do socialismo? Honneth examina a tradição das abordagens dos socialistas utópicos e do jovem Marx, para realizar sua crítica ao projeto socialista. E diz que a partir dos anos vinte do século XX, o projeto já demonstrava limitações, o que o autor considera vícios de origem do movimento, os ditos “fardos históricos”. O problema está na teoria social e na história que o conceito de liberdade social se assentou, o que leva à análise de três heranças negativas: esfera econômica como lugar central na luta pela liberdade social; a existência de uma subjetividade revolucionária (proletário industrial); inevitabilidade do socialismo. Na primeira herança, são feitas críticas ao fato de os primeiros socialistas, incluindo Marx, terem associado a liberdade unicamente à esfera econômica, considerando a segregação entre a política estatal e a produção econômica como um obstáculo possível de ser transposto com a transformação desta. Dessa forma, o movimento socialista se afastou da esfera política, por menosprezar o valor do direito à liberdade individual, que poderia colaborar para que chegassem a liberdade social. Resultando no afastamento do movimento socialista da noção de democracia, fazendo com que o projeto de liberdade social ficasse restrito à cooperação no âmbito econômico-produtivo. Quando se analisa o segundo destaque na história, Honneth lembra que foi de aptidão da Escola de Frankfurt ter feito, pela primeira vez, o levantamento de objeções empíricas à ficção sociológica da existência de uma classe trabalhadora revolucionária. Tal qual a classe operária estaria separada das teorias críticas, essas que foram formuladas no século XIX, bem como estaria junta ao modo de produção capitalista. Honneth atribui aos primeiros socialistas a prática de identificar na realidade um movimento coletivo que justificasse os próprios previsões. O terceiro fardo, tem ligação com a ideia de necessidade do processo revolucionário, visando que esse seria o produto do desenvolvimento das relações de produção. Esse evolucionismo, muito presente na obra de Karl Marx, teve como resultado a circunstância de impedir a leitura do ciclo da história como soma de novos desafios a serem enfrentados, o que foi prejudicial. Como existia uma clareza antecipada a respeito do próximo passo, não se pensava sobre possibilitar um teste situacional com as potencialidades já existentes. A ausência da empiria histórica, também da ordem de uma economia de planejamento centralizado, sem mediações ou diálogos institucionais, fez com que o socialismo perdesse uma possível liberdade de buscar caminhos para efetivar a liberdade social na esfera econômica. Axel Honneth, ainda alerta que, o socialismo perdeu a sua atração original, já que a sua premissa é baseada no momento histórico no qual foi criado, no século XIX. Fora isso, a tentativa de renovar ideias antigas somente será possível se a teoria acompanhar as transformações históricas ocorridas para isso não pode eliminar os três fardos históricos. A difícil tarefa é promover a sua substituição, de forma que sejam elaboradas propostas de reformulação.
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