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Anestésicos Locais Neurofisiologia da dor Nociceptores (cels especializadas em transformar um estímulo físico, químico ou térmico em sinal elétrico) liberação de Mediadores associados com o efeito álgico/infl – prostaglandinas, bradicinina, serotonina, leucotrienosgeração de sinal elétricofibras C e Adelta SNC = DOR Maneiras de bloquear a sensação álgica Impedir a síntese dos mediadores – Antiinfl, analgésicos Impedir a condução do impulso nervoso – An. locais Impedir a codificação da sensação dolorosa no SNC – An. Gerais Histórico Ópio: analgesia profunda e dependência física e psíquica Álcool: depressão do SNC Gelo: isquemia local redução da transmissão nervosa Asfixia temporária: perda da consciência Etc. *Cocaína: ação anestésica rápida, dependência física e psíquica *Procaína: derivado da cocaína; 1º an. Local com emprego clínico Uso Terapêutico Alívio da dor – qualquer procedimento que lese tecido leva à dor Evitar anestesia geral – evita uso de subst que provocam depressão do SNC – afeta várias fibras neuronais que coordena vários outro sistemasdepressão respiratória e cardiovasc – redução de morbidade e mortalidade associada a procedimentos cirúrgicos Tratamento de arritmia cardíaca – atividade cardíaca e ritmo descompassado gerado por despolarização irregular das fibras que controlam batimentos cardíacos – an locais modulam essa despolarização Fármacos (sais) mais usados na ODONTO Empregados em diferentes situações de acordo com o tempo do efeito LIDOCAÍNA – associação c/ ADR, NOR, FENILEFR – em diferentes [ ] PRILOCAÍNA – associação c/ FELIPRESSINA (ñ adrenérgico) MEPIVACAÍNA – associação c/ NOR, ADR, LEVONORDEFRINA – em diferentes [ ] BUPIVACAÍNA – associação c/ ADR, NOR, s/ associação *LIDOCAÍNA e PRILOCAÍNA – curta duração, principalmente para tec pulpar *BUPIVACAÍNA – é o de maior tempo de atuação *MEPIVACAÍNA – tempo de ação intermediário - tempo de duração é aumentado em associação c/ vasoconstritor (ADRENÉRGICOS: nor, adr, fenilefrinal, levonordefrina; NÃO ADRENÉRGICO: felipressina – cardiopata, diabético) Mecanismo de ação *Condução do estímulo álgico: fibras C e Aδ *estímuloentrada de Na+despolarizaçãosaída de K+hiperpolarizaçãobomba Na/K-ATPaserepolarização Anestésicos locais são ANTAGONISTAS REVERSÍVEIS dos CANAIS DE Na+, impedindo sua ativação – bloqueio reversível da condução nervosa quando aplicada a uma região circunscrita do corpo. Bloqueia especificadamente canais de Na+ das fibras C e Aδ, impedindo a primeira sinapse do neurônio sensitivo na raiz dorsal da medula Mecanismos: Ação em sítios específicos no interior do canal de Na+ = portão de ativação bloqueio do influxo de Na+ Ação em sítio específico no portão de inativação aumento do tempo de inativação Receptor: CANAL DE Na+ Mecanismo de ação: bloqueia canais de Na+, impedindo despolarização da membrana e condução do impulso nervoso - reversível Fibras afetadas pela ação dos anestésicos locais Todas as fibras que conduzem estímulo são sensíveis ao bloqueio, umas mais ou menos do que outras. **Para bloquear a condução em fibras mielinizadas, o an. Local deve atuar em 6 nódulos de Ranvier – quanto mais mielinizada, maior a distância entres os nóds de Ranvier, logo, maior quantidade de anestésico para o bloqueio Aδ – dor, temperatura; diam: 2-5um; espessa/intensa camada de mielina; veloc: 12-30m/s; bastante sensível ao bloqueio: +++ C – dor; diam: 0,4-1,2um; não mielinizada; veloc:0,5-2,3m/s; bastante sensível: ++++ - não somente fibras associadas com dor são passíveis do bloqueio Fibras pós-gangl simpática – diam: 0,3-1,3um; sem mielina; baixa veloc de condução; bastante sensível: ++++ Fibras pré-gangl autonômicas – tipo B – camada leve de mielina; bastante sensível: ++++ Aα – propriocepção e motora- pouco sensível: + Aγ – fusos musc – pouco sensível: + Aβ – tato e pressão – sensível: ++ *o an. Local bloqueia a condução de qualquer tipo de fibra na região, ou de maneira sistêmica, caso absorvido – quando absorvidas em altas [ ] atinge fibras que não são as desejadas para obtenção do efeito farmacológico = efeitos colaterais Complicações: atuação em fibras simpáticas e pré-gangl autonômicas na mesma intensidade que nas fibras responsáveis pela sensação álgica– gerando um bloqueio de toda a condução pós-ganglionar = coração, vs sanguíneos, pulmões comprometidos - fibras simpáticas e pré-gangl autonômicas possuem a mesma sensibilidade ao bloqueio que as fibras C e Aδ - intoxicaçãoparada cardíaca e parada respiratória Sequência do bloqueio – ação sistêmica: Fibras autonômicassensibilidade térmica (tipo C) sensibilidade dolorosa (tipo Aδ) sensib. Tátil (tipo Aβ) pressão vibraçãopropriocepção (tipo Aα) motora = descontrole das funções motorastraumas – odontopediatria = uso restrito: crianças possuem menos controle que o adulto traumas, como mordeduras na mucosa no pós-operatório *recuperação na ordem inversa Classes - com base na estrutura química: Grupo lipofílico (anel benzeno) - permeabilidade + cadeia intermediária (amida ou éster) – relação com duração do efeito e riscos de reações alérgicas + grupo hidrofílico (amina terciária) – porção ionizável; liga-se ao receptor e evita precipitação quando em contato com liq intersticial Tipo Amida – usados na odonto Lidocaína, prilocaína, mepiv, bupiv Derivados da Xilidina: lidocaína, mepiv, bupiv Derivados da Toluidina: prilocaína, articaína Baixo potencial alérgico Alto risco de toxicidade sist. – metabolizados no fígado – até que ocorra a distribuição da droga e chegar no fígado para então serem inativadas, elas podem encontrar fibras neuronais e promover o bloqueio - lidocaína – tem uma veloc de metabolização mais rápida - bupivacaína – metabol. Muito lenta maiores efeitos colaterais Tipo Éster – mais usados na med Derivados do ác. Benzoico: cocaína, tetracaína, benzocaína Derivados do ac. Paraminobenzoico: procaína, cloroprocaína, propoxicaína – mais usados na medicina – ex.: anestesia peridural Alto potencial alérgico Menor risco de toxicidade sistêmica – metabolizado por colinesterases plasmáticas = rápida metabolização e inativação acarreta poucos efeitos tóxicos sistêmicos se absorvidos em altas [ ] – na clínica médica a dose usada é bem maior, logo, essa característica é importante Forma farmacêutica - são bases fracas SAL DE CLORETO (ex: cloridrato de lidocaína) Pelo fato de ser dispensado, no tubete, em veículo aquoso, a anest deve estar na forma de um sal para que possa ser dissolvido nessa solução aquosa. – se não fosse assim, o princípio ativo não se dissolveria em solução salina, e ocorreria precipitação Quando há precipitação, os precipitados podem entupir a agulha O sal deve estar totalmente solúvel, para isso: anest + HCl sal de cloreto (cloridrato) - aumenta hidrossol. do princípio ativo no veic aquoso aumenta estabilidade da solução - aspecto transparente (pontos brancos no tubete = precipitação / pontos pretos = contaminação) - apresenta-se na forma ionizada = baixa lipossol. *tecido íntegro (não inflamado): ph neutro - tampões neutralizam molec ionizadas (pela remoção de um H+) moléc não ionizadas = lipossol – possibilitando que permeiem os tecidos e cheguem ao neurônio *tec. inflamado: meio ácido moléc permanecem ionizadas = hidrossol redução da eficiência do anestésico Se fosse em veículo oleoso – sem ser na forma de cloridrato: A dor seria muito maior na hora de aplicar a anestésico Seleção do fármaco Parâmetros farmacêuticos: qualidade do produto – depende do controle de qualidade dos labs. ANVISA, Secretaria de Saúde Parâmetros farmacodinâmicos: CM: [ ] anestésica mínima = menor [ ] capaz de bloquear a condução do impulso ao logo de uma fibra dentro de um período padrão de tempo = [ ] capaz de bloquear certa quantidade de receptores para que ocorra efeito anestésico - varia de anestésico para anestésico – e é igual para a maioria dos pacientes – pode haver alguns extremamente sensíveis ou extremamente resistente, mas são raros - dadapelo fabricante Potência relatividade: relaciona-se com a CM maior lipossolubilidademais rápido atinge o alvomais rápido o efeitomaior a potência - pode existir algumas variações devido a: alterações eletrolíticas, na freq. De estimulações nervosas (fibras mais estimuladas são mais sensíveis), ph, características do tipo de fibra Eficácia Toxicidade Tempo de início = Tempo de latência = tempo decorrido desde a aplicação da anestesia até a observação do início do efeito farmacológico – varia um pouco entre os anestésicos deve ser o mais rápido possível - relaciona-se com o grau de ionização maior lipossmais rápido permeia Quanto mais próximos pKa do fármaco e ph fisiológico, mais base não ionizadamais rápido o inicio do efeito Duração do efeito: varia muito entre os anestésicos – deve ser compatível com o tempo do procedimento - relaciona-se com o vascularização do tec anestesiado: maior vascmaior rapidez de absorçãomenor duração – associação com vasoconstritor para retardar a [ ] do anestésico aumenta duração do efeito - relaciona c/ ligação com proteínas plasmáticas (alfa-glicoproteína ácida) e proteínas teciduais: maior afinidade mais longa *proteína plasmática: duração do efeito sistêmico *proteína tecidual: duração do efeito local - relaciona-se com rapidez de inativação: Par. Farmacocinéticos Metabolização Condições clínicas do paciente: avaliar o risco/benefício. Ex: cardiopata não posso usar vasoconstritor adrenérgicoprilocaína+felipressina Classificação de acordo com duração do efeito Curta duração (30-60 min): Procaína Cloroprocaína Duração intermediária (45-120 min): Lidocaína 2% – latência: 2-3 min; pulpar: 5 a 10 min; tec mole: 1-2h; c/ vasoconst – pulpar: 60min; tec mole: 3-5h Prilocaína 3% - lat: 2-4min; só existe c/ vasoconstr felipressina – pulpar: 27 min; tec mole: 1,5-4h Mepivacaína 2% - geralmente c/ vasoconstr adrenérgico. S/ vaso - pulpar: 45-60 min; tec mole: 2-4h; 3% - sem o vasoconstr – pulpar: 20-40 min; tec mole: 2-3h – boa opção p/ anest pulpar s/ vaso - associação c/ vasoconstraumenta duração Longa duração (120-240 min): Bupivacaína – muito liposs; liga-se a proteínas tec – pós operatório longo – mais potente – 0,5% - lat: 5-10 min; c/ vaso - pulpar: 90-180 min; tec mole: 4-12h – s/ o vaso, esse tempo não se altera muito Tempo pós-operatório se prolonga muito – se o paciente não tem muito controle de mastigação lesão língua, mucosa e lábio - associação c/ vasoconstr não interfere na duração, mas evita sua absorção e possível toxicidade Características desejáveis - ação no local administrado - absorção mais lenta possível em [ ] baixas *absorção rápida em [ ] elevadas: efeito passa rápido e ação sistêmica Toxicidade sistêmica - a absorção em altas [ ] por dose excessiva ou adm intravasc efeitos tóxicos sistêmicos evitados utilizando-se a dose correta *maior dose administradamaior veloc de absorção – aumento do efeito local gera tbm aumento do efeito sistêmico Lidocaína: Alta liposs Transpõem barreira hematoencefálica = depressora do SNC *há uma fase de excitação (convulsão e excitação): devido à preferência de lig. A fibras neuronais inibitórias bloqueio da condução e liberação de neurotransm inibitporiosárea superestimulada = ação apenas dos potenciais excitatórios s/ modulação inibitória *aumento da [ ]inibição de ambas as fibrasdepressão neuronal coma e óbito Tratamento: hiperventilação com O2 p/ reduzir hipóxia e acidose; se há convulsão, administrar Diazepam (5-10mg EV) ou Tiopental (50mg EV); reanimação cardiovasc se há parada respiratória *Anestésicos locais não precisam ser absorvidos nem distribuídos para o efeito absorção e distribuição determinam o término do efeito farmacológico *absorção e distribuição em altas [ ]toxicidade sistêmica *durante a administração do fármaco é muito fácil ocorrer uma aplicação endovenosa, devido à alta vascularização da região orofacial * vasoconstritor: reduz fluxo sanguíneomenor absorçãominimiza a toxicidade e aumenta tempo de anestesia Efeitos tóxicos sistêmicos Convulsões – drogas liposs, rapidamente absorvidas. Se não tratada: depressão generalizadamorte *se forem autolimitadas = esporádicas é possível controlar aumentando a ventilação, e pode-se proteger o paciente de lesões *se forem intensas = crises prolongadasintervenção farmacológica c/ Diazepam ou Midazolam – EV; Tiopental em casos extremos Colapso cardiovascular – bloqueio das fibras do tipo B (pré-gangl autonômicos) e simpáticas pós-gangl reduz força e freq. Cardíacareduz ativ. Cardiovasc *ação depressora na membrana do musc cardíaco e musc liso vascinibem geração de pot de ação – usadas como antiarrítmicos – focos ectópicos *bloq excitabilidade de condução cardíaca *reduzem froça de contração *aumenta dilatação arteríolar Resultado: hipotensão severa; colapso circulatório; morte – ocasionais após baixas doses Depressão respiratória – bloqueio das fibras do tipo B (pré-gangl autonômicos) e simpáticas pós-gangl broncoconstrredução a ativ. Respasfixia *redução da distribuição de O2anóxia tecidual *só acontece quando o anest está em altas [ ] plasmáticas Reversão dos distúrbios respiratórios e circulatórios Anóxia: suporte ventilatório adequado Hipotensão arterial: simpatomiméticos ADR (e.v.); ATROPINA – antagonista muscarínico; BRETÍLIO – antiarritímico – arritmia pode ser causada pela ADR sistemicamente Função cardíaca afetada: ressuscitação cardiopulmonar Correção da acidose por hiperventilação – adm de bicarbonato Outros sinais Sangue: Altas [ ] (>10mg/kg) de prilocaínaacúmulo de metabólito ativo ortotouidina – faz oxidação e reverte hemoglobina em metimoglobina – incapz de se ligar ao O2anóxia tecidual (cianose, sangue “cor de chocolate”)significativo em pacientes que já apresentam disfunção cardiovasc, ou resp Tratamento: compostos redutores = azul de metileno ou ác ascórbico = revertem metimoglobina em hemoglobina Reações alérgicas Tipo éster: raras – quando ocorrem é em função do ác paraminonezoico = metabolito Tipo amida: eles mesmos, ou antifúngico (preservativo) metilparabeno = estimulante antigênico - erupções urticariformes = coceira, exantema eritematoso – bolhas e manchas, outros ef. Dermatológicos Tratamento: anti-histamínico Respostas teciduais locais Necrose localizada (tec musc, nervoso) – por isquemia local por muito tempó Lesão em nervos periférico – anest direto no enrvo Redução de síntese de colágenoretarda cicatrização Reações irritantes – maior dor pós operatório, pós anestésico – avaliar para ver se não há focos necróticos no local cocorre muito no uso do anets em associação c/ vasoconst *decorre de adm de altas [ ] dos anest pu do vasoconstr Durante a gravidez Alguns anest locais e vasocontr não pode ser adm nessas fases ou na fase de amamentação - paciente gestante – adiado p/ após o parto, a não ser emergências - utlizar dorgas na categoria A,B ou C – em B – licoaína e prilocaína = estudos mostraram que os efeitos no feto não são tão graves/ bupi e mepivacaína –> C – melhor não utilizar *prilocaína é preferível por ser associada c/ felipressina, dando menor alteração no sist. Cardiovasc se absorvida *lidocaína s/ vasoconstr ou adrenalina 1:200000 ou 1:100000 – adr –> cat C – avaliar risco/benefício no uso da adr Efeitos tóxicos no feto Bradicardia e depressão resp – é mais susceptível durante o termo, por serem utilizados esses anest em cesarianas Letícia Brasil - 2014
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