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MBA em Administração e Gestão do Conhecimento Gestão da Inovação Tema: Ciência Prof. Me. Fabio Mello Fagundes MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 2 Apresentação Olá! Seja bem-vindo! Primeiramente, você verá no vídeo a seguir os temas que serão trabalhados e os objetivos de estudo desta aula: Introdução Apresentaremos nesta aula os conceitos que são fundamentais para a compreensão da disciplina de Gestão da Inovação. Esses conceitos elementares são: ciência, tecnologia, conhecimento, invenção, inovação e difusão. Aproveite esta viagem pelo mundo da inovação e bons estudos! Ciência Conforme Fachin (2006), o ser humano, diante da necessidade de compreender e dominar o meio, ou o mundo, em seu benefício e da sociedade da qual faz parte, acumula conhecimentos racionais sobre seu próprio meio e sobre as ações capazes de transformá-lo. A esta sequência de conhecimentos racionais e verificáveis da realidade damos o nome de Ciência. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 3 Para Chibeni (2012), existe uma crença generalizada de que o conhecimento fornecido pela Ciência distingue-se dos demais tipos de conhecimento, desfrutando de grande aceitação. Teorias, métodos, técnicas, produtos contam com aprovação geral quando considerados científicos. A autoridade da Ciência é evocada amplamente, inclusive pelas indústrias que frequentemente rotulam de “científicos” os processos por meio dos quais fabricam seus produtos. Atividades várias de pesquisa nascentes autoqualificam-se “científicas”, buscando afirmar-se: Ciências Sociais, Ciência Política, Ciência Agrária etc. Para Appolinário (2012, p. 6), o conhecimento obtido a partir de processos científicos pode ser avaliado como: sistemático e organizado; metódico – é produzido a partir de uma série de procedimentos específicos e bem-definidos; objetivo e impessoal – é simples, direto e factual; tende a ser mais isento dependendo menos dos nossos juízos e disposições pessoais. A questão do “método científico” tem constituído uma das principais preocupações dos filósofos, desde que a Ciência ingressou em uma nova era (ou nasceu, como preferem alguns), no século XVII. Formou-se em torno dela e de outras questões correlacionadas um ramo especial da Filosofia: a Filosofia da Ciência. Investigações pioneiras sobre o “método científico” foram conduzidas por Francis Bacon (1561-1626). Secundadas no século MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 4 XVII por declarações de eminentes cientistas, como Galileu, Newton, Boyle e no século seguinte pelos enciclopedistas, suas teses passaram a gozar de ampla aceitação até nossos dias, não tanto entre os filósofos, mas principalmente entre os cientistas, que, até hoje, afirmam muitas vezes seguir o método baconiano em suas pesquisas. Isso é singular, visto que os estudos recentes em História da Ciência vêm revelando que os métodos efetivamente empregados pelos grandes construtores, tanto da ciência clássica quanto da moderna, têm pouca conexão com as prescrições do filósofo inglês. De forma simplificada, podemos identificar nas múltiplas variantes dessa visão da atividade científica e da natureza da Ciência – a que chamaremos visão comum da Ciência – algumas pressuposições centrais: a ciência começa por observações – Bacon propôs que a etapa inicial da investigação científica deveria consistir na elaboração, com base na experiência, de extensos catálogos de observações neutras dos mais variados fenômenos; as observações são neutras – as referidas observações podem e devem ser feitas sem qualquer antecipação especulativa, sem qualquer diretriz teórica. A mente do cientista deve estar limpa de todas as ideias que adquiriu dos seus educadores, teólogos, filósofos, cientistas; ele não deve ter nada em vista, a não ser a observação pura; indução – as leis científicas são extraídas do conjunto das observações por um processo supostamente seguro e objetivo, MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 5 chamado indução, que consiste na obtenção de proposições gerais (como as leis científicas) a partir de proposições particulares (como os relatos observacionais). Servindo-nos de uma ilustração simples, a lei segundo a qual todo papel é combustível seria obtida, segundo a visão que estamos apresentando, de modo seguro, de certo número de observações de pedaços de papel que se queimam. A lei representa, pois, uma generalização da experiência. O processo inverso de extração de proposições particulares de uma lei geral, assumida como verdadeira, cai no domínio da lógica, sendo um caso de dedução. Durante a primeira metade do século XX, uma plêiade de eminentes filósofos empreendeu aperfeiçoar aquilo que viemos denominando de concepção comum de ciência, em um sofisticado programa filosófico, conhecido como positivismo lógico. Esse movimento, cujo núcleo original formou-se em torno do chamado Círculo de Viena, na década de 1920, exerceu uma influência marcante sobre a comunidade científica, que perdura até hoje, não obstante críticas severas ao positivismo lógico haverem surgido ainda na década de 1930. Conforme Appolinário (2012), as ciências encontram-se divididas em Ciências Formais, Naturais e Sociais. Existem outras propostas classificatórias, contudo essa parece ser de razoável consenso. Dessa maneira, as Ciências Formais seriam as que lidam unicamente com abstrações, ideias e estruturas conceituais não necessariamente ligadas aos fatos, como a MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 6 Matemática e a Lógica. As Ciências Naturais, como a Biologia, a Física e a Química, estudam os fenômenos naturais (a vida, o ambiente etc). E, por fim, as Ciências Sociais dedicam-se à investigação dos fenômenos humanos e sociais, como a Psicologia, a Sociologia e a Economia. Tabela 1: classificação das ciências Fonte: Appolinário (2012, p. 13) Mas afinal, o que é Ciência? Assista ao próximo vídeo para saber o que é Ciência e sua classificação: Tecnologia A tecnologia, conforme Veraszto et al. (2008), deve ser considerada um corpo sólido de conhecimentos que vai muito além MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 7 de servir como uma simples aplicação de conceitos e teorias científicas, ou do manejo e reconhecimento de modernos artefatos. O conhecimento tecnológico tem uma estrutura bastante ampla e, apesar de formal, a tecnologia não é uma disciplina como qualquer outra que conhecemos, nem tampouco pode ser estruturada da mesma forma. O conhecimento tecnológico não é algo que pode ser facilmente compilado e categorizado da mesma forma como o conhecimento científico. Com isso, as definições de ciência e tecnologia são comparadas na Tabela 2: Tabela 2: diferenças entre ciência e tecnologia Fonte: Veraszto et al. (2008, p. 78) Nesse sentido, a tecnologia distingue-se da ciência e também de uma simples invenção, pois enquanto um inventor trabalha no mundo de suas ideias como um artista, o profissional de tecnologia trabalha geralmente em equipe com objetivos determinados. MBA em Administraçãoe Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 8 Tanto a ciência quanto a tecnologia utilizam métodos sistemáticos de investigação semelhantes, contudo, a tecnologia não se limita a pegar emprestadas as ideias para dar resposta a determinadas necessidades humanas. A tecnologia é impensável sem admitir a relação entre o homem e a sociedade. O desenvolvimento de novas tecnologias – sejam elas produtos, artefatos ou sistemas de informação e comunicação – constitui um dos fatores-chave para compreender e explicar todas as transformações que se processam em nossa sociedade. Como afirma Díaz (apud VERASZTO et al., 2008, p. 78): Em sua totalidade, a tecnologia abrange não somente os produtos artificiais fabricados pela humanidade, assim como os processos de produção, envolvendo máquinas e recursos necessários em um sistema sociotécnico de fabricação. Além disso, engloba também as metodologias, as competências, as capacidades e os conhecimentos necessários para realizar tarefas produtivas, além é claro, do próprio uso dos produtos colocados dentro do contexto sociocultural. O conhecimento tecnológico é o conhecimento de como fazer, saber fazer e improvisar soluções, e não apenas um conhecimento generalizado embasado cientificamente. E o que não é tecnologia? Técnica – arte, habilidade, destreza ou ofício, ou seja, um método específico para desempenhar alguma atividade artística; Máquinas – é frequente no senso comum a definição da tecnologia relacionada estritamente a máquinas, no sentido genérico, como: equipamentos, ferramentas, aeronaves, satélites, instrumentos fabris e computadores. No entanto, essa é uma visão simplista que não define corretamente a tecnologia; MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 9 Ciências Aplicadas – outra definição inadequada da tecnologia é como sinônimo de Ciência Aplicada, o que implicaria dizer que ciência e tecnologia sempre caminharam de mãos dadas ao longo da história, mas, na verdade, essa frutífera união só foi verificada a partir do século XVIII. Conhecimento O conhecimento por definição envolve o ato de conhecer. De acordo com Martins e Theóphilo (2009), pode-se dizer que existem quatro tipos de conhecimentos, são eles: o conhecimento vulgar ou senso comum – é adquirido pelas pessoas na vida cotidiana, ao acaso, baseado na experiência vivida ou transmitida por outras pessoas. O senso comum dá-se pela observação de fenômenos cotidianos, independentes de pesquisas, estudos, reflexões ou aplicações de métodos aos assuntos práticos; é da interpretação das coisas ou dos fatos, além de ser incoerente e impreciso, em determinadas situações, por não ter a preocupação com o todo. Ainda assim, é a base para o conhecimento científico por existir antes do homem, imaginar a existência da Ciência e levar o homem à reflexão; o conhecimento filosófico – tem por origem a capacidade de reflexão do homem, e por instrumento exclusivo do homem e instrumento exclusivo o raciocínio. Como a Ciência não é suficiente para explicar o sentido geral do Universo, o homem tenta essa explicação por meio da Filosofia, atravessando, assim, MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 10 os limites da Ciência para compreender ou interpretar a realidade em sua totalidade e estabelecer uma concepção geral do mundo; o conhecimento teológico – o conhecimento teológico é produto da fé humana na existência de uma entidade divina; provém das revelações do mistério, do oculto, por algo que é interpretado como mensagem ou manifestação divina e transmitido por alguém, por tradição ou por meio de escritos sagrados; o conhecimento científico – o conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade; transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, analisa-os para descobrir suas causas e concluir sobre as leis gerais que os regem; é delimitado pela necessidade de comprovação concreta. Ao contrário do conhecimento vulgar, o conhecimento científico segue aplicações de métodos, faz análises, classificações e comparações. Apresenta-se como impulsionador do ser humano no sentido de não se tornar passivo em relação aos fatos e objetos, mas de ter poder de ação ou controle deles. O ser humano, fazendo uso de seu intelecto, deve desenvolver a forma sistemática, metódica, analítica e crítica da missão de inventar e comprovar as novas explicações e descobertas científicas. Saiba mais sobre conhecimento e seus tipos assistindo ao vídeo a seguir: MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 11 Invenção Por definição, Luft (1999) afirma que invenção é a ação ou o efeito de inventar, sendo assim, a faculdade de inventar, a iniciativa, a qual significa: criar, ser o primeiro a ter a ideia de, criar pela imaginação, idear. Dessa forma, para compreendermos melhor esse termo, precisamos entender o significado da palavra invento, que nada mais é do que algo que foi criado ou descoberto. O ato de criar uma nova tecnologia, processo ou objeto, ou aperfeiçoar tecnologias, processos e objetos preexistentes chama-se invenção. Esta se confunde com o termo descoberta, que é a aquisição de um conhecimento novo, “porém ao acaso”, ou sem um esforço determinado nesse sentido, mas aplicado; a invenção, pelo contrário, é fruto de um trabalho dirigido a se multar respostas a um problema, porém, algumas vezes, a invenção pode ser caracterizada como descoberta quando existem possibilidades ou fortes evidencias de que o funcionamento de tal artefato que ninguém sabia como funcionava já existiu antes. Nesse caso, o “reinventor” adquire a patente, bem como os méritos da descoberta. As invenções podem ser práticas e contribuir para o desenvolvimento de várias tecnologias; podem aplicar-se somente a um campo muito específico, mas a esmagadora maioria acaba por não ter qualquer aplicação prática por vários motivos. O responsável pelas invenções é o inventor, e quando este deseja guardar exclusividade o mecanismo ou processo do novo invento (para fins comerciais) deve patentear, ou seja, registrar uma patente MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 12 do produto, que é um registro legal de que ele pensou naquilo antes de qualquer outro. Não existe um consenso definido sobre o que leva a uma invenção, pois enquanto em alguns casos a falta de recursos é que conduz à invenção, em outros, é o excesso que leva à concretização do invento, como foram os recursos financeiros aplicados no programa espacial dos Estados Unidos da América quando da corrida espacial com a União Soviética. Segundo Sertek (2007), invenção e inovação não são sinônimas, pois esta envolve a primeira utilização comercial de um produto, processo, aparelho ou sistema, enquanto que aquela representa uma criação, ideia ou mesmo uma concepção. Figura 1: exemplo de invenção Figura 2: exemplo de inovação MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 13 A inovação passou a ser um diferencial competitivo essencial, e a rapidez de adaptação às mudanças acaba tornando-se um fator diferencial competitivo! O Professor Pardal Fluminense – Lacre Plástico de Segurança (1967) Nem a família deu bola para o engenheiro Eduardo Lima quando ele inventou o lacre plástico de segurança, em 1967. Dono de uma metalúrgica, ele se incomodou com o acúmulo de lacres dechumbo nos ferros-velhos que visitava. “O fato de o material ser tóxico nem era levantado. Mas o chumbo tem limitações, os lacres eram frágeis”, diz André de Lima Castro, filho do inventor. Eduardo, então, criou um lacre plástico em forma de âncora, inspirado em um hobby, a pesca submarina. Em vez de aceitar o emprego em uma multinacional, abriu sua própria fábrica, a ELC, em Paraíba do Sul (RJ). Foi chamado “professor Pardal” até pela mulher. “Depois de muita insistência conseguimos convencer órgãos de referência, como os Correios, de que nosso lacre era mais prático e MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 14 econômico”, conta André, hoje diretor da empresa. O invento está presente em medidores elétricos, placas de carros, envelopes e até ogivas nucleares. A ELC é uma das maiores do mundo no ramo, mas André ainda vê dificuldades para inventores no Brasil. “Não existe clima de financiamento para empreendedores”, lamenta. Fonte: Revista Superinteressante Agora, além de assistir ao vídeo que aborda sobre essa grande invenção: o lacre plástico de segurança, veja também outras histórias de inventores, e de inventores mortos por seus próprios inventos. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=-pUyHVLSopo Acesse: http://super.abril.com.br/tecnologia/grandes-invencoes -adoramos-seus-criadores-geniais-conteudo-extra-632484.shtml Acesse: http://hypescience.com/10-inventores-mortos-por-suas -invencoes/ Inovação MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 15 Conforme Sertek (2007, p. 84), inovação e invenção não são sinônimas, pois esta só se torna uma inovação quando há aceitação do mercado. Portanto, a partir desse momento, tem-se a inovação. Para Fayet et al. (2010) a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento tornaram-se regras na nova economia, tanto para a sociedade quanto para o governo e as empresas. A busca pelo desenvolvimento tecnológico não é mais uma questão de opção, pois inovar é tornar o invisível visível, gerar ideias para remover obstáculos. Com isso, a inovação é uma das grandes formas de se conseguir vantagem competitiva. De acordo com Fayet et al. (2010 p. 42), existem principalmente dois níveis de aplicação de inovação nas empresas: inovar pontualmente – projeto de inovação ou inovação de um produto, ou seja, projeto para melhorar os produtos existentes, criação ou adoção de uma nova tecnologia de ponta; inovar permanentemente – inovação total ou gestão de inovação. Neste nível, a inovação transforma-se no pilar de estratégia da empresa. Segundo Bessant e Tidd (2009), a inovação assume muitas formas diferentes, contudo é possível resumi-las em quatro dimensões, que são os 4P da inovação: inovação de produto – mudanças nas coisas (produtos/serviços) que uma empresa oferece; MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 16 inovação de processo – mudanças nas formas em que as coisas (produtos/serviços) são criadas e ofertadas ou apresentadas ao consumidor; inovação de posição – mudanças no contexto em que produtos/serviços são introduzidos; inovação de paradigma – mudanças nos modelos mentais básicos que norteiam o que a empresa faz. Conseguiu fixar bem o conceito de inovação e invenção? Então assista ao próximo vídeo que explica tais conceitos, fazendo um comparativo entre eles: Difusão 1 Conforme Cribb (2002), nos modelos tradicionais, a difusão é quando se está em um nível de análise diferente da inovação, sendo por isso que os estudos de difusão inscritos dentro desses modelos não consideram o processo de inovação, mas começam a partir de um ponto em tempo quando ela já está em uso. Nesse sentido, as primeiras pessoas ou unidades produtivas que adotam uma nova técnica são vistas como inovadoras; e a difusão subsequente à fase de adoção ou inovação dessa técnica, é 1 Ação ou efeito de difundir, o qual é sinônimo de espalhar, alastrar, propagar-se. Este termo é muito utilizado para abordar a difusão tecnológica. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 17 entendida como a divulgação desta pelo resto da população. Isso quer dizer que a mudança tecnológica é entendida por esses modelos como um processo que envolve, primeiramente, a geração e a comercialização de grandes inovações, depois a aplicação mais ampla dessas inovações em um processo gradual definido como o de difusão. Tais modelos, na sua dimensão internacional, supõem que a geração e a comercialização de inovações são negócios de países desenvolvidos e que nenhum país pode inovar antes de alcançar os limites tecnológicos internacionais. Nesse sentido, os países em desenvolvimento são vistos como sendo caracterizados pela ausência de inovação tecnológica e, portanto, envolvidos essencialmente na difusão internacional de tecnologia. O próprio modelo de difusão desses países seria escolher e adotar tecnologias existentes; a inovação criativa estaria longe de seu alcance. Nos modelos recentes, o processo de difusão de novas tecnologias é caracterizado não só pelo crescimento gradual de adoção destas pela população, mas, também, por seu caráter cumulativo. Nesse sentido, a difusão é considerada interligada à inovação. Tais modelos baseiam-se fundamentalmente na premissa de que uma inovação, depois de ser gerada, conhece, na fase de sua difusão, melhorias que facilitam sua adoção e seu uso em campos já existentes, assim como sua extensão a novas aplicações. MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 18 Bell e Pavitt (apud Cribb, 2002) reconhecem que a difusão não pode ser reduzida à “aquisição de máquinas ou projetos” e à “assimilação de informação”. Para eles, a difusão envolve, além disso, melhorias significativas que modelam as inovações iniciais não só para adaptá-las a condições particulares de uso, mas, também, para lhes atribuir níveis mais altos de performance. As melhorias, ocorridas em uma dada tecnologia em curso de difusão, concretizam-se por meio de um processo que envolve duas etapas em cada aplicação delas. Na etapa inicial de adoção da tecnologia, as características básicas desta podem ser melhoradas ou adaptadas a condições específicas. Na segunda etapa, com a tecnologia em difusão, outras melhorias podem ocorrer em cada unidade produtiva que a usa. Assim, a tecnologia inicial pode conhecer vários tipos de modificações em função dos objetivos e das condições de seu uso. Síntese Chegamos ao final desta aula! Agora assista ao vídeo a seguir para retomar os pontos mais importantes, dando destaque aos temas mais complexos da aula: MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 19 1. Temos alguns tipos de conhecimentos, porém, dentre eles, encontramos um que precisa de exatidão e clareza, seja comunicável, tenha a característica de ser verificável, sua verificação seja metódica e sistemática, e que busque o conhecimento das leis, aplicando-as, e que leve a explicações claras e coerentes, podendo também fazer predições. Estamos falando do: a. Conhecimento vulgar. b. Conhecimento filosófico. c. Conhecimento teológico. d. Conhecimento científico. 2. Alguns conceitos são fundamentais no mundo da gestão da inovação. Analise os itens abaixo, depois marque a alternativa correta. I. Inovaçãoe invenção são sinônimas; II. Inovação envolve a primeira utilização comercial de um produto, processo, aparelho ou sistema; III. O conhecimento científico resulta de investigação metódica e sistemática da realidade. a. Somente as alternativas II e III estão corretas. b. As alternativas I, II e III estão corretas. Usuario Highlight Usuario Highlight MBA em Administração e Gestão do Conhecimento | Gestão da Inovação | Ciência 20 c. Somente a alternativa I está correta. d. Somente as alternativas I e II estão corretas. Referências APPOLINÁRIO, Fabio. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. BESSANT, John; TIDD, Joe. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009. CHIBENI, Silvio Seno. O que é ciência. Departamento de filosofia da Unicamp. Textos Didáticos. Disponível em: <http://www. unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/ciencia.pdf>. Acesso em: 18 jan. 2012. CRIBB, A. Y. Inovação e difusão: considerações teóricas sobre a mudança tecnológica. Essência Científica, v. 1, n. 1, p. 1-12, mar. 2002. FACHIN, Odália. Fundamentos da metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. FAYET, Eduardo Alves et al. Gerenciar a inovação: um desafio para as empresas. Curitiba: IEL/PR, 2010. FIGUEIREDO, Paulo Negreiros. 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