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Aula 4 FARO NTRODUÇÃO

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FACULDADE DE RONDONIA - FARO 
 
Aula 4 28 02 de 2014 
Disciplina Construção Civil II 
Professor Ivan Paes de O. Souza 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Os métodos de dimensionamento e verificação da segurança estrutural da alvenaria 
ainda se baseiam em dados empíricos, em muitos aspectos. Por exemplo, embora 
as normas brasileiras estejam em fase adiantada de revisão, o Método das Tensões 
Admissíveis ainda é o preconizado pela norma em vigor NBR 10837 (1989) para o 
dimensionamento de pilares de alvenaria e paredes solicitadas à compressão axial. 
Lourenço e Pina-Henriques (2006) ressaltam que os avanços na Mecânica 
Computacional, 
conquistados ao longo das últimas décadas, permitiram o crescimento da utilização 
de ferramentas numéricas com a padronização de modelos não-lineares em diversos 
programas baseados em elementos finitos. Apesar disso, as micro-modelagens dos 
elementos de alvenaria são limitadas pela falta de dados experimentais relativos às 
propriedades não-lineares dos materiais: “(...) os ensaios com unidades à 
compressão fornecem uma resistência que não é real devida à restrição ocasionada 
pelas placas de ensaios e as diferentes formas das unidades não permitem o 
estabelecimento de correlações consistentes entre a resistência à tração e 
resistência à compressão; além disso, são escassos os ensaios que apresentam o 
comportamento pós-pico dos elementos e, em relação às argamassas, os corpos-
de-prova são obtidos a partir de ensaios padronizados em fôrmas metálicas tendo o 
efeito da absorção da água pelas unidades ignorado.” (LOURENÇO, 1996). 
Assim, Stewart e Lawrence (2007) comparam as diretrizes para projeto de estruturas 
de 
alvenaria com os dados existentes de ensaios com paredes para estimar um modelo 
de erro em termos probabilísticos para estas estruturas submetidas à compressão, 
abordando modelos para as propriedades dos materiais e carregamentos. O objetivo 
do trabalho é o desenvolvimento de um modelo probabilístico para determinação da 
confiabilidade estrutural, mostrando tanto a importância do aprofundamento do 
conhecimento das propriedades dos materiais como do entendimento do 
carregamento atuante. Na mesma linha, Graubner e Glowienka (2008) apresentam 
um modelo de incertezas com parâmetros e modelos estatísticos para consideração 
probabilística de estruturas de alvenaria submetidas à compressão axial. 
Para a aplicação do conceito de estados limites, é necessário isolar e conhecer 
melhor cada uma das variáveis que intervêm no comportamento estrutural em 
serviço e estado limite último. É preciso estabelecer coeficientes de ponderação a 
essas variáveis, como os coeficientes de minoração da resistência dos materiais, 
coeficientes de ponderação relativos à correlação de resistências dos corpos-de-
prova e blocos e argamassas de assentamento, à transposição de situações 
peculiares, à produção/controle dos blocos, aos efeitos de ações de longa duração, 
aos efeitos de escala e de forma, etc. É necessário também definir coeficientes de 
segurança para situações específicas. 
 
Pretende-se investigar detalhadamente os efeitos de algumas das variáveis que 
influenciam o comportamento da alvenaria, particularizando neste trabalho o estudo 
de prismas com o emprego de métodos de análise teórica e experimental. 
Especificamente, objetiva-se analisar o efeito da resistência e da deformabilidade 
das argamassas de assentamento no comportamento estrutural de prismas e 
desenvolver métodos especiais para caracterização da argamassa de 
assentamento, considerando o efeito da absorção dos blocos e o confinamento da 
argamassa na camada de pequena espessura. Finalmente, pretende-se aplicar os 
resultados obtidos a partir da caracterização experimental do concreto e argamassa 
em um modelo numérico em elementos finitos e validá-lo por meio da comparação 
com os valores da resistência e deformabilidade de prismas obtidos em testes em 
laboratório. 
 
2.0 METODOLOGIA EXPERIMENTALA idéia central e diferenciada adotada neste 
trabalho é a utilização de um mesmo concreto, de consistência plástica, com o qual 
são moldados tanto os blocos quanto os corpos-de-prova cilíndricos. 
Comportamento de prismas de blocos vazados de concreto sob compressão axial e 
análise das. Embora se saiba que para a produção de blocos em fábricas o concreto 
empregado é de consistência seca e não plástica, a premissa de se utilizar, nos 
ensaios ora descritos, um mesmo concreto tanto nos blocos como nos corpos-de-
prova, possibilita confrontar resultados com a garantia de que se trata de um único 
material. Os ensaios foram realizados com controle de deslocamento na máquina de 
ensaios universal Instron 8506. 
 
 Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 11, n. 50, p. 75-90, 2009 
 
2.1 Blocos vazados de concretoOs blocos vazados de concreto, com os quais 
serão construídos os primas, possuem dimensões de 140 x 190 x 390 mm, com área 
líquida de 30.663 mm², o que corresponde aproximadamente 56% de sua área 
bruta. A espessura das paredes longitudinais e dos septos transversais é de 28 mm, 
com exceção do septo transversal central que possui 30 mm de espessura, 
conforme ilustra a Figura 1a. Os vazios dos blocos são definidos pela inserção de 
dois prismas de EPS (poliestireno expandido) escolhidos por prevenirem eventuais 
fissuras decorrentes do efeito de retração do concreto às primeiras horas, já que 
estes ficam em contato com as fôrmas por 24 h.Ensaios de absorção realizados 
previamente indicam que a quantidade de água absorvida por estes elementos não 
alteram a relação a/c original do traço de concreto. 
Na Figura 1b ilustra-se a fôrma dos blocos (constituídas por chapas metálicas e 
parafusadas entre si), os prismas de EPS e a barra de travamento superior para a 
fixação deste material de enchimento. 
Fig.1- Dimensões do bloco de concreto em centímetros (a) e fôrma para sua produção (b). 
 
 
 
 (a) (b) 
 
2.2 Prismas 
Os prismas são elementos formados por três blocos interligados por juntas de 
argamassa 
assentadas sobre os septos transversais e paredes longitudinais. As juntas têm 
espessura de 10±3 mm conforme recomendação da NBR 8215 (1983), portanto, a 
altura total dos prismas é de 590 mm. Não há a necessidade do acabamento do topo 
e base do bloco, das extremidades dos prismas e que estarão em contato com as 
placas de ensaio, já que estes possuem superfícies planas que ficam em contato 
com o fundo da fôrma metálica. Desta forma, os blocos extremos do prisma têm 
estas superfícies em contato com as placas de ensaio e as superfícies irregulares 
em contato com a junta de argamassa. 
Após a produção dos blocos e a realização de sua cura − em câmara úmida durante 
sete dias − executa-se a marcação dos pontos de instrumentação nos blocos para a 
fixação de extensômetros mecânicos, transdutores de deslocamento e relógios 
comparadores. Tal estratégia de instrumentação objetiva obter os deslocamentos 
longitudinais e transversais ao longo das paredes tanto do bloco central como da 
altura total do prisma (Figura 2). Assim, procura-se analisar o comportamento global 
do prisma utilizando-se instrumentos com maior base de medição e o 
comportamento do bloco central com instrumentação específica para este. Para 
aferir o deslocamento da placa de ensaio, utiliza-se um relógio comparador de cada 
lado, próximo à região central do elemento. Também são dispostos 
instrumentos para aferir a deformação da junta de argamassa, unicamente na 
interface com os blocos de concreto. 
 
Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 11, n. 50, p. 75-90, 2009Figura 2 – Instrumentação utilizada nos ensaio dos prismas: extensômetros 
mecânicos (vertical), transdutores de deslocamento (vertical e horizontal) e relógios 
comparadores (vertical). Os prismas são submetidos à compressão axial, com 
velocidade de carregamento constante de 0,001 mm/s. Obtém-se a resistência à 
compressão axial e deformações do prisma, de seu bloco central e da junta de 
argamassa. A fissuração nos prismas é observada a 60% da força máxima do 
ensaio, localizada comumente em ambos os lados bloco intermediário, próximas à 
região do septo transversal central. 
 
Estas fissuras tendem, primeiramente, a se prolongar em direção a um dos blocos 
da extremidade; em alguns casos observam-se fissuras na região central do septo 
transversal do bloco central. Com o aumento da força e iminência da ruína, as 
fissuras do bloco central aumentam sua abertura, e as localizadas no septo 
transversal expandem-se para os blocos das extremidades. Após o patamar da força 
máxima, a fissuração é generalizada, intensificando-se na fase de descarregamento 
do ensaio. Ocorre destacamento das paredes longitudinais dos blocos e, ao fim do 
ensaio, é nítida a tendência de separação nos septos transversais, instante em que 
também é identificado o esmagamento da argamassa da junta. Quando a 
argamassa apresenta baixa resistência à compressão, comparando-se com a 
resistência dos blocos, o modo de ruína dos prismas é alterado, com o 
esmagamento da argamassa sendo identificado anteriormente à fissuração dos 
prismas, que surgirá no prenúncio da ruína. A estas formas de ruína associam-se as 
propriedades mecânicas do concreto e argamassa que estão descritas no item 3. 
 
 
 
 
3.0 ALVENARIA 
Alvenaria, pelo dicionário da língua portuguesa, é a arte ou ofício de pedreiro ou 
alvanel, ou ainda, obra composta de pedras naturais, cerâmica, blocos de concreto, 
ligadas ou não por argamassa; cola, armadura e graute (que preenchem os furos da 
alvenaria estrutural). 
A alvenaria pode ser empregada na confecção de diversos 
elementos construtivos (paredes, muros, abóbadas, 
sapatas, etc.) e pode ter função estrutural ou simplesmente 
de vedação. Quando a alvenaria é empregada na 
construção para resistir cargas, ela é chamada Alvenaria 
Estrutural, pois além do seu peso próprio, ela suporta 
cargas (peso das lajes, telhados, pavimento. superior, etc.). 
 
 
Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu 
peso próprio é denominada Alvenaria de Vedação, cujas principais características 
são: 
Resistência mecânica 
Isolamento térmico e acústico 
Resistência ao fogo 
Estanquidade 
Durabilidade 
 
 
 
 
As alvenarias de pedras naturais são raramente executadas, em função da falta de 
mão-de-obra especializada, como também, pelas distâncias entre os locais de sua 
extração e de sua utilização. As alvenarias de tijolos e blocos cerâmicos ou de 
concreto são as mais utilizadas. 
 
TIPOS 
O elemento de alvenaria é um produto industrializado, de formato paralelepipedal, 
para compor uma alvenaria, podendo ser: cerâmico, solo cimento e concreto. 
 
 
 
 
TIJOLO COMUM 
Também chamados de tijolo comum, ou caipiria, são blocos de barro comum, 
moldados com arestas vivas e retilíneas, obtidos após a queima das peças em 
fornos contínuos ou periódicos com temperaturas das ordem de 950 a 1100°C. 
Dimensões mais comuns: 21x10x5cm 
Peso: 2,50kg 
Resistência do tijolo: 1,5 a 4,0 Mpa 
Quantidades por m²: 
Parede de 1/2 tijolo: 77un 
Parede de 1 tijolo: 148un 
 
 
 
 
 
A produtividade da execução de alvenaria com tijolo maciço é baixa, no entanto as 
suas pequenas dimensões permitem uma maior precisão de nivelamento e prumo. 
BLOCO CERÂMICO 
Tijolo cerâmico vazado, moldados com arestas vivas retilíneas. São produzidos a 
partir da cerâmica vermelha, tendo a sua conformação obtida através de extrusão. 
Podem ser classificados em blocos de vedação ou blocos estruturais, como 
mostrado na introdução do capítulo. 
As dimensões nominais dos blocos cerâmicos são muito variáveis, portanto pode-se 
escolher a dimensão que melhor se adapte ao seu projeto. 
Os blocos de vedação não têm função de suportar outras cargas além do seu 
peso próprio e do revestimento. Isto ocorre porque no assentamento, dos blocos 
de vedação, os furos dos mesmos estão dispostos paralelamente à superfície de 
assentamento (diferente dos blocos estruturais em que os furos são verticais, 
perpendiculares à superfície de assentamento) o que ocasiona uma diminuição da 
resistência dos painéis de alvenaria. 
 
Os blocos de vedação têm as superfícies 
constituídas por ranhuras e saliências para 
aumentar a aderência, porque na queima as 
faces do tijolo sofrem um processo de vitrificação, 
que compromete a aderência com as 
argamassas de assentamento e revestimento. 
A tabela abaixo determina as dimensões 
normalizadas para os elementos cerâmicos 
existentes comercialmente. 
 
DIMENSÕES NOMINAIS DE BLOCOS DE VEDAÇÃO E ESTRUTURAIS 
Tipo(A) Dimensões nominais (mm) 
L x H x C (cm) Largura (L) Altura(H) Comprimento(C) 
10 x 20 x 20 90 190 190 
10 x 20 x 25 90 190 240 
10 x 20 x 30 90 190 290 
10 x 20 x 40 90 190 390 
12,5 x 20 x 20 115 190 190 
12,5 x 20 x 25 115 190 240 
12,5 x 20 x 30 115 190 290 
12,5 x 20 x 40 115 190 390 
15 x 20 x 20 140 190 190 
15 x 20 x 25 140 190 240 
15 x 20 x 30 140 190 290 
15 x 20 x 40 140 190 390 
20 x 20 x 20 190 190 190 
20 x 20 x 25 190 190 240 
20 x 20 x 30 190 190 290 
20 x 20 x 40 190 190 390 
Medidas especiais Dimensões nominais (mm) 
L x H x C (cm) Largura (L) Altura(H) Comprimento(C) 
 
10 x 10 x 20 90 90 190 
10 x 15 x 20 90 140 190 
10 x 15 x 25 90 140 240 
12,5 x 15 x 25 115 140 240 
 
Os mais utilizados são os blocos com furos cilíndricos 9x19x19, denominados tijolo 
baiano e com furos prismáticos, também 9x19x19, denominados tijolo furado com 
as seguintes características; 
Peso: 3,00Kg 
Resistência do tijolo: de 1,5 a 2,0 Mpa. 
Quantidades por m²: 
Parede de 1/2 tijolo: 22un 
Parede de 1 tijolo: 42um 
Tolerancia nas medidas: ± 3mm 
 
O bloco cerâmico 11,5x14x24 também é bem utilizado, porque devido as suas 
dimensões tem um rendimento maior. Há ainda o bloco de 9x14x19, também muito 
comum nas construções. 
Comparando o tijolo baiano e o furado com o tijolo maciço, a alvenaria de tijolo 
baiano e furado é sensivelmente mais leve do que a alvenaria de tijolo maciço. 
Exige menos mão-de-obra, menos argamassa de assentamento, por outro lado, o 
corte para passagem de tubulação é difícil e, muitas vezes maior, devido à quebra 
do tijolo. 
 
TIJOLO LAMINADO 
Tijolo cerâmico de 21 furos utilizado para executar paredes de tijolos à vista. O 
processo de fabricação é semelhante ao do tijolo 
furado. 
Dimensões: 23x11x5,5cm, quantidade por m²; 
Parede de 1/2 tijolo: 70un 
Parede de 1 tijolo: 140un 
Peso aproximado ≅ 2,70kg 
Resistência do tijolo ≅ 3,5 A 5,0 Mpa 
 
TIJOLO DE SOLO CIMENTO 
Material obtido pela mistura de solo arenoso - 50 a 
80% do próprio terreno onde se processa a 
19 
19 
9 
19 
19 
9 
 
construção, cimento Portland de 4 a 10%, e água, prensados mecanicamente ou 
manualmente. Podem ser maciços ou furados. São assentados por argamassa mista 
de cimento, cal e areia no traço 1:2:8 (maciço) ou por meio de cola (furado). 
dimensões: 20x10x4,5cm, 23x11x5cm ou 25x12,5x6,25 
quantidade: mesma do tijolo maciço de barro cozido 
resistência a compressão individual: 1,7MPa 
 
 4.0 BLOCOS DE CONCRETO 
Peças regulares e retangulares, fabricadas com cimento, areia, pedrisco, pó de 
pedra e água. O equipamento para a execução dos blocos é a presa hidráulica. O 
bloco é obtido através da dosagem racional dos componentes, e dependendo do 
equipamento é possível obter peçasde grande regularidade e com faces e arestas 
de bom acabamento. 
 
quantidade de blocos por m² : 12,5un 
resistência do bloco: média de 2,5Mpa 
espessura mínima de qualquer parede do 
bloco: 15mm 
 
 
Bloco Canaleta : 14 x 19 x 39 = 13,50 kg 
 19 x 19 x 39 = 18,10 kg 
 
5.0 ELEVAÇÃO DA ALVENARIA 
Depois de, no mínimo, um dia da execução da impermeabilização, serão erguidas as 
paredes conforme o projeto de arquitetura. O serviço é iniciado pelos cantos após o 
destacamento das paredes (assentamento da primeira e segunda fiada), 
obedecendo ao prumo de pedreiro para o alinhamento vertical e o escantilhão no 
sentido horizontal. 
 
1
20 
4,5 
 
Os cantos são levantados primeiro porque, desta forma, o restante da parede será 
erguida sem preocupações de prumo e horizontalidade, pois se estica uma linha 
entre os dois cantos já levantados, fiada por fiada. 
 
6.0 PAREDES DE TIJOLOS MACIÇOS com o auxílio do escantilhão, do prumo de 
pedreiro e da linha, os cantos são levantados 
utilizando uma argamassa de assentamento de 
 
cimento, cal e areia no traço 1:2:8. 
 
 
 
As etapas de elevação 
seguem a seguinte 
ordem: 
1o – Colocada a linha, 
a argamassa e 
disposta sobre a fiada 
anterior: 
 
 
2o - Sobre a 
argamassa o tijolo e 
assentado com a face rente à linha, batendo e acertando com a colher: 
 
3o - A sobra de argamassa é retirada com a colher: 
 
Mesmo sendo os tijolos da mesma olaria, nota-
se certa diferença de medidas. Por este motivo, 
somente uma das faces da parede pode ser 
aparelhada, sendo a mesma à externa por 
motivos estéticos e mesmo porque os andaimes 
 
são montados por este lado fazendo com que o pedreiro trabalhe aparelhando esta 
face. 
Quando as paredes atingirem a altura de 1,5m aproximadamente, deve-se 
providenciar o primeiro plano de andaimes, o segundo plano será na altura da laje, 
se for sobrado, e o terceiro 1,5m acima da laje e assim sucessivamente. 
Os andaimes são executados com tábuas de 1"x12" (2,5x30cm) utilizando os 
mesmos pontaletes de marcação da obra ou com andaimes metálicos. 
No caso de andaimes utilizando pontaletes de madeira as tábuas devem ser 
pregadas para maior segurança do usuários. 
 
7.0 AMARRAÇÃO DOS TIJOLOS MACIÇOS 
Os elementos de alvenaria devem ser assentados com as juntas desencontradas, 
para garantir uma maior resistência e estabilidade dos painéis. Podendo ser: 
Ajuste comum ou corrente, é o sistema mais utilizado: 
 
Ajuste Francês também comumente utilizado: 
 
 
 
Ajuste Inglês, de difícil execução pode ser utilizado em alvenaria de tijolo: 
 
 
 
8.0 FORMAÇÃO DOS CANTOS DE PAREDES 
É de grande importância que os cantos sejam executados corretamente, pois como 
já visto, as paredes iniciam-se pêlos cantos: 
 
 
 
 
 
Ângulo reto de 1/2 
tijolo 
Ângulo reto de um 
tijolo (assentamento 
Francês) 
Ângulo reto de um 
tijolo (assentamento 
corrente) 
Parede externa com 
interna 
 
 
9.0 PILARES DE TIJOLOS MACIÇOS 
São utilizados em locais onde a carga é pequena (varandas, muros etc...). Podem 
ser executados somente de alvenaria ou e alvenaria e o centro preenchido por: 
 
 
10.0 PAREDES COM BLOCO DE CONCRETO 
São paredes executadas com blocos de concreto vibrado. Com o desenvolvimento 
dos artigos pré-moldados, se estendem rapidamente em nossas obras. 
O processo de assentamento é semelhante ao já descrito para a alvenaria de tijolos 
maciços. As paredes iniciam-se pêlos cantos utilizando o escantilhão para o nível da 
fiada e o prumo. 
A argamassa de assentamento dos blocos de concreto é mista composta por 
cimento cal e areia no traço 1:1/2:6. 
 
Vantagens: 
Peso menor; 
Menor tempo de assentamento e revestimento, economizando mão-de-obra. 
Menor consumo de argamassa para assentamento. 
Melhor acabamento e uniformidade. 
 
Desvantagens: 
Não permite cortes para dividi-los. 
Parede em espelho 
 
Difícil para se trabalhar nas aberturas de rasgos para embutimento de canos e 
conduítes. 
Nos dias de chuva aparecem, nos painéis de alvenaria externa, os desenhos dos 
blocos. Isto ocorre devido à absorção da argamassa de assentamento ser diferente 
da dos blocos. 
A amarração dos cantos e de parede interna com externa se faz utilizando barras de 
aço ou malha de aço a cada três fiadas ou utilizando um pilarete de concreto no 
encontro das alvenarias: 
 
 
 
 
 
11.0 PAREDE DE TIJOLOS FURADOS 
As paredes de tijolo furado são utilizadas com a finalidade de diminuir o peso das 
estruturas e economia, não oferecem grande resistência e portanto, só devem ser 
aplicados com a única função de vedarem um painel na estrutura de concreto. 
Sobre elas não devem ser aplicados nenhuma carga direta. No entanto, os tijolos 
baianos também são utilizados para a elevação das paredes, e o seu assentamento 
e feito em amarração, tanto para paredes de 1/2 tijolo como para 1 tijolo: 
 
A amarração dos cantos e da parede interna com as externas, se faz através de 
pilares de concreto, pois não se consegue uma amarração perfeita devido às 
diferenças de dimensões: 
 
 
 
 
12.0 VÃOS EM PAREDES DE ALVENARIA 
Na execução das paredes são deixados os vãos de portas e janelas. No caso das 
portas os vãos já são destacados na primeira fiada da alvenaria e das janelas na 
altura do peitoril determinado no projeto. Para que isso ocorra devemos considerar o 
tipo de batente a ser utilizado pois a medida do mesmo deverá ser acrescido ao vão 
livre da esquadria. 
 
ESQUADRIAS DE MADEIRA: 
porta = acrescentar 10 cm na largura e 5cm na altura, devido aos batentes. 
janela = acrescentar 10cm na largura e 10cm na altura. 
 
ESQUADRIAS DE FERRO: 
como o batente é a própria esquadria, os acréscimos serão de 3cm tanto na largura 
como na altura. 
Sobre o vão das portas e das janelas devem ser construídas vergas, e sob os vãos 
das janelas, as contravergas. 
A função das vergas é evitar as cargas nas esquadrias, e das contravergas é 
distribuir as cargas concentradas uniformemente pela alvenaria inferior: 
 
 
As vergas podem ser pré-moldadas ou moldadas no local, e devem exceder ao vão 
no mínimo 30cm ou 1/5 do vão. 
No caso de janelas sucessivas, executa-se uma só verga. 
As figuras a seguir exemplificam as vergas nas paredes de alvenaria executadas 
com tijolos maciços para: 
Vãos entre 1,0 e 2,0m 
 
OBS: Caso o vão exceda a 2,00m, deve-se calcular uma viga armada. 
Abaixo são exemplificados de vergas nas paredes de alvenaria executadas com 
blocos de concreto para: 
 Vãos de 1,0m Vãos de 1,0 a 1,50m 
Vãos acima de 1,50 
até 2,00m 
As figuras a seguir exemplificam as vergas nas paredes de alvenaria executadas 
com tijolos furados para: 
 
 Vãos de 1,0m Vãos de 1,0 a 2,0m 
 
Um lembrete importante é chumbar os tacos de madeira nas laterais dos vãos, para 
fixar as portas e janelas (se for usar as janelas e portas tradicionais de madeira). Os 
batentes das portas e janelas serão pregados nesses tacos, também chamados de 
tarugos. Para as janelas, coloque 2 tacos de cada lado, e para as portas, 3 de cada 
lado. Use arga com traço forte de 1:3 (cimento e areia) para fixar os tacos. 
 
 
Se for instalar portas e janelas metálicas, não há necessidade do chumbamento dos 
tarugos, pois as esquadrias já vêm com seus chumbadores (grapa tipo rabo-de-
andorinha). 
 
 
 
13.0 OUTROS TIPOS DE REFORÇOS EM PAREDES DE ALVENARIA 
Ao chegar com as paredes à altura da laje (respaldo das paredes), 
quando não temos uma verdadeira estrutura de concreto e os vão 
são pequenos, utilizamos uma nova cinta de amarração sob a laje e 
sobre todas as paredes que dela recebem carga. 
Verga
s 
Tacos 
de 
madeir
 
As cintas deamarração no respaldo das paredes servem para 
apoio das lajes, nestes casos para lajes de pequenos vãos, no 
máximo entre 2,50 a 3,00m. 
Tanto na alvenaria de blocos de concreto quanto na de bloco 
cerâmico, podemos utilizar blocos canaleta para a execução 
das cintas de amarração. 
 
OBS:. As cintas de amarração servem para distribuir as cargas e "amarrar" as 
paredes (internas com as externas). Se necessitarmos que as cintas suportem 
cargas, devemos então calcular vigas. 
 
14.0 FIXAÇÃO DAS ALVENARIAS DE VEDAÇÃO EM ESTRUTURAS DE 
CONCRETO 
Quando a alvenaria é executada depois da estrutura, são observadas fissuras na 
interfase alvenaria/estrutura devido à diferença de módulo de elasticidade dos 
materiais constituintes. Em outras palavras: materiais diferentes reagem de forma 
diferente no calor ou no frio, por exemplo. 
Logo, devem-se observar quais os vínculos previstos entre a parede de alvenaria e a 
estrutura a fim de se definir os materiais e técnicas. Podemos ter: 
A alvenaria funciona como travamento da estrutura; 
A alvenaria não funciona como travamento e a estrutura que a envolve é deformável 
(pré-fabricados, grandes pórticos, lajes tipo cogumelo); 
A alvenaria não funciona como travamento e está envolta por estrutura pouco 
deformável. 
No caso (a) é necessário que exista uma ligação efetiva e rígida entre elas. 
As paredes estarão submetidas a um estado de tensão que lhes serão transmitidas 
pela estrutura. Devem, portanto apresentar resistência mecânica compatível com as 
solicitações e a forma de fixação deve garantir o grau de ligação. O chapisco 
(argamassa de cimento e areia mais um adesivo de argamassa) é imprescindível, 
pois falta aderência neste ponto. Na parte superior da alvenaria deve ser executado, 
além do chapisco, o encunhamento, utilizando cunhas pré-fabricadas de conceto, 
tijolos cerâmicos inclinados ou argamassa expansiva. Para fixação lateral devem ser 
previstas barras chamadas de “ferro cabelo” ou telas de aço previamente fixadas 
nos pilares, e a solidarização é feita durante a elevação da alvenaria. 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA: Quanto ao tipo de ligação, para as alvenarias de vedação, torna-se 
necessário que seu funcionamento seja compatibilizado com o da estrutura devido 
principalmente às diferenças de comportamento dos materiais. O encunhamento 
rígido pode submetê-la a um estado excessivo de tensão e provocar fissuras. Assim 
a fixação da alvenaria à estrutura deverá ser inicialmente fraca. 
No encontro vertical (com os pilares) normalmente ocorrem juntas “auto 
deformáveis” que, provavelmente, se manifestarão também no revestimento. Nestes 
casos, pode-se especificar o acabamento frisado para as juntas ou a aplicação de 
telas na região da junta, evitando que esta se manifeste no revestimento. 
 
 
15.0 MUROS 
Os fechamentos para divisas podem ser executados em alvenaria de bloco de 
concreto (14 x 19 x 39), tijolo maciço ou tijolo furado. Tudo vai depender de um 
estudo econômico e também técnico para a escolha do melhor elemento 
Para o bloco de concreto podemos executar de duas maneiras: à vista ou revestido. 
Se a escolha for à vista, devemos utilizar os próprios furos dos blocos para 
 
preencher com "grout", formando assim os pilaretes, tomando sempre o cuidado de 
deixar as juntas com o mesmo espaçamento, para podermos frisá-las. 
Se a escolha for para o revestimento, poderemos também utilizar os furos do bloco 
como pilarete ou colocar formas e executar um pilarete, neste caso armado. 
Para o tijolo furado e o maciço, devemos quase sempre revesti-los, portanto a cada 
2,5 a 3,0m executa-se um pilarete de 10 x 25, com o auxílio de formas de madeira. 
 
OBS.: Qualquer que seja o elemento escolhido para a execução do muro, a cada de 
10,00 a 15,00m, devemos deixar uma junta de dilatação de 1,0cm. Esta junta deve 
ser executada para evitar que no muro apareça trincas devido ser o mesmo esbelto, 
estar parcialmente engastado no alicerce, e sofrer movimentação devido a variação 
térmica, ventos etc. 
 
 
16.0 FECHAMENTO DE DIVISAS EM BLOCO DE CONCRETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FECHAMENTO DE DIVISAS EM TIJOLO MACIÇO OU BAIANO 
 
 
 
 
17.0 TIPOS DE FUNDAÇÕES PARA OS MUROS 
Podemos efetuar, dependendo do terreno, um alicerce em sapata corrida de 
concreto ou com brocas. 
As sapatas corridas devem estar em nível e apoiadas em solo firme a uma 
profundidade mínima de 40cm. 
As brocas, geralmente de φ20cm, são efetuadas a trado. Como as cargas dos muros 
de divisa não são elevadas podemos faze-la com 2,0m de profundidade e a cada 2,5 
ou 3,0m de distância uma das outras. 
Devemos sempre deixar as valas do alicerce do muro em nível para evitarmos 
esforços na alvenaria, o que poderia ocasionar o aparecimento de fissuras. 
No respaldo do alicerce do muro, devemos executar também, uma proteção 
impermeável, através de argamassa e impermeabilizantes, para evitar a presença de 
umidade na alvenaria de elevação do muro. 
Deverá ser executado uma cinta de amarração no mínimo no meio e no respaldo da 
alvenaria, que tem a função de interligar os pilaretes com a alvenaria. 
 
impermeabilização
 
18.0 ARGAMASSA 
As argamassas, junto com os elementos de alvenaria, são os componentes que 
formam a parede de alvenaria não armada. Elas unem os elementos de alvenaria, 
distribuem uniformemente as cargas, além de vedar as juntas, impedindo a 
infiltração de água e a passagem de insetos. 
As argamassas devem ter boa trabalhabilidade. Podemos considerar que ela é 
trabalhável quando distribui-se com facilidade ao ser assentada, não "agarra" a 
colher do pedreiro e não endurece rapidamente, permanecendo plástica por tempo 
suficiente para os ajustes (nível e prumo) do elemento de alvenaria. 
 
PREPARO 
As ferramentas necessárias para o preparo de uma boa argamassa são: 
Pá 
Enxada 
 
 
 
Betoneira 
Carrinho de mão 
Lata de 18 litros 
A argamassa de assentamento deve ser preparada com materiais selecionados, 
granulometria adequada e com um traço de acordo com o tipo de elemento de 
alvenaria adotado. Podem ser preparadas manualmente ou com betoneira, como 
mostrado abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espalhe a areia, 
formando uma 
camada de cerca 
de 15cm de 
altura; 
 
Coloque o 
cimento (e outros 
materiais, se for o 
caso); 
 
Misture os 
insumos e faça 
um monte com 
um buraco no 
meio (coroa); 
 
Adicione e 
misture a água 
aos poucos, 
evitando que 
escorra para fora 
da coroa. 
 
Já utilizando a betoneira, as etapas são: 
Com a areia na granulometria adequada, e livre de materiais 
orgânicos, a mesma é separada e colocada na lata, 
obedecendo o traço; 
 
 
Coloque a areia 
na betoneira; 
Adicione metade 
da água; 
Coloque o 
cimento e outro 
material, se for o 
caso; 
Por fim, adicione 
o restante da 
água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação 
 
Traço 
Rendimento 
por saco de 
cimento 
Alvenaria de tijolos 
de barro cozido 
(maciço) 
1 lata de cimento 
2 latas de cal 
8 latas de areia 
 
10m² 
Alvenaria de tijolos 
baianos ou furados 
1 lata de cimento 
2 latas de cal 
8 latas de areia 
 
16m² 
Alvenaria de blocos 
de concreto 
1 lata de cimento 
1/2 lata de cal 
6 latas de areia 
 
30m² 
 
É importante lembrar que a cal pode ser substituída por aditivos que são facilmente 
encontrados no mercado, como o VEDALIT, da marca VEDACIT, que pode ser utilizado 
tanto para argamassa de assentamento quanto para argamassa de reboco. 
Segundo o próprio fabricante, deve-se diluir o produto na água de amassamento, conforme 
a dosagem indicada. Faz-se a mistura da argamassa, de preferência,em betoneira, 
utilizando para isso sempre areia média e limpa. O traço recomendado para o 
assentamento é 1:8, enquanto para revestimento interno e externo, 1:6. O consumo 
aproximado do produto é de 100 mL por saco de cimento (50 kg). Um aviso é que não 
deve-se usar areia grossa, tampouco excessivamente fina, pois pode acarretar 
fissuramento e perda de resistência da argamassa. 
 
19.0 APLICAÇÃO 
Pode ser feito de duas formas: 
Tradicional: onde o pedreiro espalha a argamassa com a colher e depois pressiona o tijolo 
ou bloco, conferindo o alinhamento e o prumo: 
Cordão: onde o pedreiro forma dois cordões de argamassa, melhorando o desempenho da 
parede em relação a penetração de água de chuva. Ideal para paredes em alvenaria 
aparente.

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