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Resumo: ENDODONTIA por: Érico Furtado Matsushita Índice: Capítulo 1 -------------------------------------------------------- Anatomia Dental Interna Capítulo 2 -------------------------------------------------------- Dente por Dente: Informações importantes para a Endo Capítulo 3 -------------------------------------------------------- Conclusões de Hess Capítulo 4 -------------------------------------------------------- Acesso à Polpa / Cirurgia de Acesso Capítulo 5 -------------------------------------------------------- Dicas: Tirando Radiografias + Isolamento Absoluto em Endo Capítulo 6 -------------------------------------------------------- Cirurgia de Acesso em Dentes Fabricados para Treinamento Capítulo 7 -------------------------------------------------------- Introdução à Odontometria (ou “Condutometria”) Capítulo 8 -------------------------------------------------------- Entendendo a Tabela de Odontometria Capítulo 9 -------------------------------------------------------- Técnica Cérvico-Apical Capítulo 10 ------------------------------------------------------ O Instrumento Endodôntico (limas) Capítulo 11 ------------------------------------------------------ Notas Finais acerca da Odontometria Capítulo 12 ------------------------------------------------------ PQC: lidando com os Químicos da endodontia Capítulo 13 ------------------------------------------------------ SQA: substâncias químicas auxiliares Capítulo 14 ------------------------------------------------------ Medicação Intracanal Capítulo 15 ------------------------------------------------------ Obturação: conceitos, objetivos e técnicas Capítulo 16 ------------------------------------------------------ Aspectos Radiográficos de Interesse em Endodontia Capítulo 17 ------------------------------------------------------ Anatomia Interna e Cirurgia de Acesso em Molares Capítulo 18 ------------------------------------------------------ Preparo da Entrada dos Canais em Molares Capítulo 19 ------------------------------------------------------ Classificação das Patologias do Tecido Pulpar Capítulo 20 ------------------------------------------------------ Etiopatogenia e diagnóstico das Doenças Periapicais Capítulo 21 ------------------------------------------------------ Semiotécnica e Técnicas de Diagnóstico Capítulo 1: Anatomia Dental Interna - Os elementos mais importantes a serem observados na Endodontia são: a cavidade pulpar, que se divide entre câmara pulpar e canal radicular; o periápice; a delimitação entre coroa e raiz Definições: A) Cavidade Pulpar: - A polpa dentária, o único tecido mole do dente, está protegida no interior das estruturas calcificadas numa cavidade denominada Cavidade Pulpar. Esta é limitada pela dentina coronária e pela dentina radicular, reproduzindo a morfologia externa do dente. - A cavidade pulpar está dividida em duas partes: câmara pulpar e canal radicular. B) Câmara Pulpar: - A Câmara Pulpar é a porção da cavidade pulpar que se localiza na coroa do dente. - O número de faces que compõe a câmara pulpar depende do número de canais que o dente contém e do grupo dental a que pertence. Assim, a câmara pulpar dos incisivos e caninos (portadores de apenas um canal) tem 5 paredes: parede mesial, distal, vestibular, lingual (ou palatina) e incisal (que seria o “teto” da câmara pulpar). Contudo, se o incisivo ou canino inferior tiver dois canais, a câmara pulpar terá, além das faces acima citadas, uma face a mais chamada de assoalho (rostrum canali). - Tratando-se de pré-molares e molares inferiores ou superiores, também apresentando um único canal, a câmara pulpar é composta de 5 faces: mesial, distal, vestibular, lingual ou palatina e oclusal. - Finalmente para os casos de pré-molares e molares, superiores ou inferiores, que contém mais de um canal a câmara pulpar possui as 5 faces já citadas e mais o assoalho. - O teto da câmara pulpar dos pré-molares e molares é a sua face oclusal, enquanto que o teto da câmara pulpar dos dentes anteriores corresponde à sua face incisal. A visualização dessas faces/paredes da Câmara Pulpar fica mais fácil se imaginarmos que a Câmara Pulpar tem o formato de um perfeito cubo, e cada uma das faces do cubo corresponde a um dos nomes já citados das pareces. Algo assim: - De modo geral, a câmara pulpar dos incisivos, caninos e pré-molares superiores localiza-se no centro do dente; já a dos pré- molares e molares inferiores, situa-se do centro para mesial. - Outra coisa importante: no “teto” da câmara, podem existir (principalmente em dentes posteriores) um par de reentrâncias em direção oclusal. Estas recebem o nome de cornos pulpares. C) Canal Radicular: - Com relação ao canal radicular, seu início confunde-se com o término da câmara pulpar nos dentes portadores de um canal (a nível do colo anatômico do dente) e nos dentes com mais de um canal começa no assoalho da câmara pulpar. - Alguns autores, como Kutller (1955), defendem que o canal radicular não é único. Baseado em sua estrutura divide-se em canal dentinário e canal cementário. Ambos os canais se unem pelos vértices dando, geralmente, o formato de cones truncados, com o canal dentinário representando quase todo o ducto radicular e o canal cementário constituindo cerca de, no mínimo, meio milímetro de distância do forame apical. [No desenho ao lado, em azul estaria o canal dentinário e, em amarelo, o canal cementário.] - A área em que o canal dentinário e o canal cementário se encontram é chamada de Junção Cemento-Dentina- Canal (CDC). Geralmente há uma constrição nessa área. - Geralmente o canal radicular apresenta o mesmo trajeto da raiz a que pertence. Pode ser, portanto, reto, curvo e sinuoso. Salienta-se novamente que, no terço apical, o canal costuma mudar de direção, mesmo em raízes retilíneas, apresentando o forame localizado para-apicalmente. Observe na imagem ao lado. Sistema de Canais - O sistema de canais radiculares não é formado exclusivamente por canais únicos, e sim por um emaranhado de canais. Algumas técnicas foram usadas no passado para se ter uma visualização melhor de toda essa complexidade de canais, tais como a técnica da diafanização (isso em 1927). Atualmente, usa-se a microtomografia para tal. - Há basicamente 8 subtipos de canais para entendermos: (1) Colateral: corre paralelamente a um canal Principal; (2) Interconduto: liga um Colateral a um Principal; (3) Secundário: ramificação que termina no periodonto apical; (4) Cavo-Pulpar: liga o assoalho da câmara à furca radicular; (5) Principal; (6) Lateral: ramificação que se une ao periodonto lateral; (7) Recorrente: não desemboca no ápice, ou seja, surge e desemboca dentro de um mesmo canal; (8) Acessório: deriva de um canal secund. e atinge cemento radicular; OBS: delta apical são múltiplas terminações, gerando também múltiplas foraminas no lugar do forame apical único. Capítulo 2: Dente por Dente! Informações importantes pra Endo! Incisivo Central Superior RAÍZES: sempre possui somente uma raiz CANAIS: sempre possui somente um canal PONTO DE ELEIÇÃO (PE): arredores do cíngulo DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: perpendicular ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA (FC): triangular com base incisal (PE) (FC) Incisivo Central Inferior RAÍZES: sempre possui somente uma raiz CANAIS: em 85% dos casos, possui apenas um canal. Em 15% dos casos, 2 canais (essa probabilidade de vir com 2 canais é devido ao achatamento mésio-distal da raiz) PONTO DE ELEIÇÃO: arredores do cíngulo DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: perpendicular ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA:triangular com base incisal Incisivo Lateral Superior RAÍZES: sempre possui somente uma raiz CANAIS: sempre possui somente um canal PONTO DE ELEIÇÃO: arredores do cíngulo DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: perpendicular ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA: triangular com base incisal (FC) Incisivo Lateral Inferior RAÍZES: sempre possui apenas uma raiz CANAIS: em 85% dos casos, apenas um canal. Em 15% dos casos, 2 canais (a probabi- lidade de vir com 2 canais é devido ao achatamento mésio-distal da raiz) PONTO DE ELEIÇÃO: arredores do cíngulo DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: perpendicular ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA: triangular com base incisal Canino Superior RAÍZES: sempre possui somente uma raiz CANAIS: sempre possui apenas um canal PONTO DE ELEIÇÃO: arredores do cíngulo DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: perpendicular ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA: chama de vela Canino Inferior RAÍZES: sempre possui apenas uma raiz CANAIS: em 90% dos casos, possui apenas um canal. Em 10% das vezes, possui dois canais PONTO DE ELEIÇÃO: arredores do cíngulo DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: perpendicular ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA: chama de vela 1º Pré-Molar Superior RAÍZES: possui 2 raízes em 80% dos casos. Em 20% dos casos, apenas uma raiz CANAIS: possui 2 canais em 80% dos casos. Em 20% dos casos, apenas um canal PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta central DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: em direção à raiz palatina FORMA DE CONVENIÊNCIA: elipse de longo eixo vestíbulo-palatino OBS: a área onde a raiz do 1ºPMS se bifurca, pode ser a nível cervical, a nível médio, a nível apical ou a nível do ápice. Há uma baixa (mas existente) probabilidade da raiz ser trifurcada. 1º Pré-Molar Inferior RAÍZES: majoritariamente possui só uma raiz CANAIS: somente um canal, em 85% dos casos. Pode ter 2 canais, em 14% dos casos. PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta mesial DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: paralelo ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA: circular OBS: existem raros casos de trifuração, com um canal para cada uma das raízes. 2º Pré-Molar Superior RAÍZES: possui somente uma raiz em 90% dos casos. Duas raízes em 10% dos casos CANAIS: apenas um canal em 65% dos casos. Dois canais em 35% dos casos PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta central DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: em direção à raiz palatina FORMA DE CONVENIÊNCIA: elipse de longo eixo vestíbulo-palatino OBS: no caso de ter dois canais em uma única raiz, é possível 2 configurações: ou os canais voltam a se encontrar no ápice, gerando um mesmo forame para os dois canais; ou os canais desembocam em forames distintos. OBS-2: no caso de ter duas raízes, a bifurcação delas pode se dar a nível médio, a nível apical, ou a nível do ápice. 2º Pré-Molar Inferior RAÍZES: sempre possui apenas uma raiz CANAIS: apenas um canal em 85% dos casos. Dois canais em 15% dos casos PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta mesial DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: paralelo ao longo eixo do dente FORMA DE CONVENIÊNCIA: circular OBS: podem haver 1 forame pra único canal, ou 2 forames (um para cada uma das 2 raízes). 1º Molar Superior RAÍZES: possui três raízes, em 85% dos casos (uma mésio-vestibular, uma disto-vestibular, e uma palatina). Em 15% dos casos, 2 raízes CANAIS: possui 4 canais em 70% dos casos. Em 30% dos casos, 3 canais PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta central DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: em direção à raiz palatina FORMA DE CONVENIÊNCIA: triangular com base vestibular OBS: A raiz mésio-vestibular do primeiro molar superior pode se apresentar com 2 canais, devido ao achatamento proximal. Podendo começar (cervicalmente) com 1 canal e terminar (apicalmente) com 2 canais independentes; ou pode começar (cervicalmente) com 2 canais e terminar (apicalmente) com 1 canal; ou, ainda, começar (cervicalmente) com 2 canais, unir-se no terço médio e terminar (apicalmente) com 2 canais novamente. 1º Molar Inferior RAÍZES: quase sempre terá apenas 2 raízes (uma mesial e uma distal). Há 2% de probabilidade de possuir 3 raízes CANAIS: em 60% dos casos, 3 canais. Em 30% dos casos, 4 canais PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta central DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: em direção à raiz distal FORMA DE CONVENIÊNCIA: trapezoidal, com base maior voltada p/ mesial OBS: um das raízes pode apresentar 2 condutos (40% dos casos), devido ao achatamento proximal. OBS-2: cerca de 60% dos 1ºs Molares Inferiores possuem 2 raízes, porém, a raiz mesial pode apresentar com 2 (60%) canais, devido o achatamento proximal, podendo começar (cervical) com 2 canais e terminar (apical) com 2 canais independentes, começar (cervical) com 2 canais e terminar (apical) com 1 canal, começar (cervical) com 1 canal e terminar (apical) com 1 canal ou começar com 1 canal e bifurcar no terço apical em 2 condutos 2º Molar Superior RAÍZES: em 80% dos casos possui 3 raízes. Em 20% dos casos, duas raízes. CANAIS: há 50-50% de probabilidade de ter 3 ou 4 canais PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta central DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: em direção à raiz palatina FORMA DE CONVENIÊNCIA: triangular com base vestibular OBS: Normalmente, estes dentes possuem 3 raízes, porém, a raiz mésio-vestibular pode se apresentar com 1 ou 2 canais, devido ao achatamento proximal. 2º Molar Inferior RAÍZES: majoritariamente (84%) possui 2 raízes (uma mesial e uma distal). Há uma chance de 16% de ser tri-radiculado CANAIS: três canais (70%), dois canais (20%), ou quatro canais (10%) PONTO DE ELEIÇÃO: fosseta central DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO: em direção à raiz distal FORMA DE CONVENIÊNCIA: trapezoidal, com base maior mesial OBS: quando birradiculado, uma das raízes pode ter 2 condutos, devido ao achatamento. Há também uma rara possibilidade das raízes serem fusionadas, e existir apenas 1 conduto e forame. (Imagens do Lemos E. M. = www.endo-e.com ) (Imagens sem fonte = Castellucci et al., “Access Cavity and Endodontic Anatomy”) Os conceitos de Ponto de Eleição, Direção de Trepanação e Forma de Conveniência serão explicados mais adiante! Coloquei esses 3 conceitos junto com os detalhes dos dentes para facilitar caso venham a fazer consultas depois. Keep calm and carry on! Capítulo 3: Conclusões de Hess - Através de trabalhos com vulcanização e diafanização em dentes humanos, Hess chegou a algumas conclusões importantes acerca da cavidade pulpar. Estão reproduzidas abaixo as conclusões, em uma linguagem menos técnica, para melhor entendimento. 1. O formato do canal radicular é similar ao formato externo da raiz. Únicas exceções: cenários de modificações nas paredes dentinárias (fisiológicas ou reacionais); e presença de ramificações secundárias do canal, que fazem a comunicação entre a polpa e o periodonto. 2. Há sim variações anatômicas da cavidade pulpar, mas surgem em dentes cuja aparência externa é normal. 3. A forma e o número de canais não são fixos para cada tipo dental, mas dependem das paredes dentinária. Dentes recém- irrompidos contém canais únicos e largos, que, com o passar da idade, tentem a ficar mais complexos e cheios de vias secundárias. As raízes de natureza mais achatada (como as raízes dos caninos e incisivos inferiores, por exemplo) tentem a gerar dois condutos. 4. As ramificações apicais podem surgir em qualquer dente, mas principalmente nos 3ºos molares, pré-molares e na raiz mesial de molares. 5. Igualmente, canais laterais também podem surgir em qualquer dente, originando-se de canais principais ou de canaissecundários. 6. É a idade que mais influi sobre a forma e número de canais. Antes da Rizogênese não há tantas mudanças significativas. Capítulo 4: Acesso à Cavidade / Cirurgia de Acesso Daqui pra baixo, é informações tiradas do texto “Access Cavity and Endodontic Anatomy” (Castellucci et al.) - Um bom resultado em um tratamento endodôntico depende essencialmente de quatro fatores: 1) Precisa e apropriada execução da cavidade de acesso; 2) Limpeza e modelagem; 3) Desinfecção; 4) Obturação tridimensional do sistema de canais radiculares; - “O que você remove do canal é mais importante para o êxito do procedimento do que aquilo que você coloca.” - O acesso à cavidade (ou cavidade de acesso) é a abertura na coroa dental que permitirá a localização, limpeza, modelagem, desinfecção e obturação do sistema de canais radiculares. Requisitos da Cavidade de Acesso: 1) Permitir a remoção de todo e qualquer conteúdo da câmara Como já explicado, é imprescindível que haja uma boa limpeza da cavidade pulpar. Para que esta façanha seja alcançada, é necessário que, por exemplo, o conteúdo dos cornos pulpares sejam removidos. Para alcançar os cornos, faz-se necessário uma remoção de TODO o teto da câmara pulpar. Se o teto da câmara pulpar não for removido por completo, haverá duas consequências: a contaminação ou infecção do espaço endodôntico que o dentista está tentando limpar, e a descoloração do dente endodonticamente tratado (especialmente anteriores). Uma sonda-exploradora pequena e curva é uma boa escolha para a remoção por completo do teto da câmara. 2) Permitir uma visão direta e completa do assoalho da câmara pulpar e aberturas dos canais O assoalho serve como “guia” para se encontrar os canais radiculares (principalmente em dentes posteriores), devido à sua forma convexa. Por isso é muito importante uma visão do assoalho. Quando estamos lidando com dentes muito posteriores (ou lidando com paciente com abertura bucal limitada), às vezes temos que nos fazer de uma Forma de Conveniência, que seria inclinar a parede mesial da cavidade de acesso levemente no sentido anterior. Sendo assim, fica mais fácil pro dentista instrumentar o assoalho e outras estruturas. Sondas-exploradoras endodônticas são essenciais para esta instrumentação da câmara. 3) Facilitar a introdução de instrumentos na abertura dos canais radiculares Como já foi explicado, o assoalho da câmara é muito importante para ajudar na missão “tátil” de encontrar a abertura dos canais radiculares. Portanto, é imprescindível que o assoalho não seja destruído (nem sequer tocado) com a broca ou outros instrumentos nocivos. Desta forma, instrumentos para obturação poderão penetrar sem nenhum problema ou obstáculo nos canais. 4) Prover acesso tão direto quanto possível ao terço apical do canal, tanto para instrumentos preparatórios, quanto para materiais obturadores Uma cavidade de acesso muito estreita impediria o correto manuseio de instrumentos endodônticos na integridade das paredes dos canais. Por exemplo, se o teto não for completamente removido, o manuseio e fricção de instrumentos de canal poderá resultar na fratura dos tais instrumentos. Observe nestas duas imagens. Na primeira (à esquerda), o instrumento é capaz de se movimentar livremente no canal, porque o teto da câmara foi bem tirado. Já na segunda imagem (à direita), o instrumento está incapacitado de tocar a parede mesial do respectivo canal, pois há porções mal-removidas do teto da câmara. Mesmo se o dentista já estiver em passos avançados do procedimento, mas sentir que a cavidade de acesso não está larga o suficiente para prover correta instrumentação, não há problema nenhum em largar os instrumentos obturadores e pegar de novo os instrumentos rotatórios para alargar a cavidade o quanto for necessário. Mas para evitar que pó de material dental ou material restaurador caia nos canais (devido ao alta rotação), pode-se usar bolinhas de algodão para tapar a entrada dos canais temporariamente. 5) Prover suporte para obturações temporárias Quando uma cavidade de acesso está temporariamente obturada para selar algum tipo de medicamento interno, o cemento temporário deve formar um selamento hermético para evitar contaminação da cavidade, e também não pode desabar para dentro dos canais. Para evitar isso, recomenda-se deixar a cavidade de acesso com um aspecto de funil (ou trapezoidal, de base maior para a oclusal, claro). Mas nem tanto a ponto de fragilizar os remanescentes dentais da coroa. Se as paredes da câmara forem paralelas, ou pior, se divergirem apicalmente, a cimentação temporária irá se descolar pela força da mastigação! 6) Sempre possuir quatro paredes As quatro paredes da cavidade de acesso possuem vários propósitos: - Correto posicionamento do dique de borracha, permitindo e estabilização do grampo e isolamento do campo; - Manter a câmara pulpar constantemente inundada com o máximo de solução irrigadora possível; - Definir pontos de referência estáveis e identificáveis para os “stops” de borracha da instrumentação endodôntica; - Introdução e medicação temporária sem afetar as papilas interproximais (o que ocorreria se alguém tentasse usar cementação temporária para preencher uma cavidade de classe II); Se houver ausência de uma ou mais paredes devido à ataques de cárie ou afins, elas devem ser reconstruídas usando-se de algum método (como bandas ortodônticas, etc) antes de serem realizados procedimentos obturadores. Regras para o preparo de uma adequada Cavidade de Acesso: I) Ter em mente a posição dos orifícios do canal, posição e orientação dos forames apicais. No caso de raízes com curvaturas acentuadas em suas porções médias ou apicais, é imprescindível que a cavidade de acesso seja propositalmente mais alargada. II) Eliminação completa do “teto” da câmara pulpar, de tal maneira que seja possível um acesso tão retilíneo quanto possível às foraminas. III) É a anatomia do assoalho da câmara que irá ditar qual o formato da cavidade de acesso. Se necessário, o formato pode ser modificado durante os procedimentos. IV) Preconiza-se um estudo radiográfico do dente a ser tratado, com pelo menos 2 angulações diferentes do dente. E deve-se ter em mente as possíveis variações anatômicas dos canais e câmaras. V) É possível que a comparação do dente-alvo com os dentes adjacentes ajude na localização de canais excepcionalmente difíceis de serem encontrados (dentes já tratados e mexidos endodonticamente ou com restaurações, dentes mal posicionados, etc). Por isso, é permitido, nesses casos excepcionais, ir até o passo de “encontrar a entrada dos canais” sem usar dique de borracha e grampo. Alternativamente, se o dentista tem receio de trabalhar sem isolamento neste pequeno período, pode-se fazer o isolamento de um quadrante inteiro (ao invés de apenas isolar o dente-alvo). VI) A cavidade de acesso nunca pode ser feita através das faces vestibulares ou faces proximais de um dente. Só pode ser feita pelas faces oclusais (posteriores) ou linguais/palatinas (anteriores). Senão aumenta-se a probabilidade de torção e ruptura de instrumentos durante o manuseio. Princípios gerais para o preparo da Cavidade de Acesso: Fase da penetração Para este passo, faremos uso de uma ponta diamantada esférica, em alta rotação. O diâmetro da broca dependerá do dente a ser tratado. O objetivo desta fase é atravessarmos e eliminarmos o teto da câmara pulpar. Se a câmara pulpar em questão for grande o suficiente, o dentista terá uma sensação de “caindo dentro de um espaço aberto” com a broca. Mas se a câmara for estreita (como em dentes incisivos inferiores), ou se a polpa possuir muitas calcificações, essa tal sensação não existirá.Uma boa estratégia é mirar no local onde estaria um corno pulpar, pois assim diminui-se a probabilidade de causar uma perfuração acidental. Fase do alargamento Para este passo, usa-se uma broca esférica, em baixa rotação, de diâmetro menos do que a ponta usada no passo anterior. Preferencialmente uma broca de cabo (“pescoço”) longo, para melhor penetração e visibilidade. A abertura criada no passo anterior é penetrada, e a ação da broca é sempre no sentido “para fora”, ou seja, o pedal é acionado enquanto realiza-se um movimento de “varredura” das paredes dentinárias de dentro para fora da câmara. Fase de acabamentos Esse passo requer uma ponta diamantada cujo ápice não tenha ação cortante, em alta rotação. O objetivo é alisar as paredes da cavidade de acesso de tal forma que a fronteira entre a cavidade de acesso e as paredes da câmara seja impossível de se sentir com uma sonda-exploradora. Também, com a mesma ponta diamantada, deixa-se as paredes levemente divergentes oclusalmente. Adendos sobre o assunto (caderno / aula): - Para lavagem e limpeza durante a abertura e preparo da entrada, usa-se hipoclorito. - Se houver restaurações perto da área de acesso à polpa, devem ser removidas! Pois podem conter bactérias. Resolução de Exercícios Morfologia Interna Dental e Cirurgia de Acesso Desenhe a cavidade pulpar (onde há setas): 1) O que é Junção CDC e qual sua importância clínica? R: a junção CDC é a junção Cemento-Dentina-Canal. O CDC é o ponto de encontro entre o canal dentinário e o canal cementário, na região apical do canal pulpar. Geralmente está localizado de 1 a 2mm de distância do ápice, e é caracterizado por uma notável constrição do diâmetro do canal. A importância desta região reside em marcar o ponto final até onde o tratamento endodôntico deve chegar. Em outras palavras, é o limite de segurança, para obtenção de sucesso clínico, radiográfico, histológico e jurídico após o tratamento. 2) Cite e explique os fatores que podem alterar o volume e dimensões da câmara pulpar e do canal radicular com o decorrer da idade. R: Existem basicamente duas situações que podem causar a diminuição da câmara e canal pulpares. Primeiramente, temos um cenário fisiológico de aumento de deposição de dentina secundária nas paredes internas da cavidade pulpar, com o avançar da idade. E, por outro lado, temos a deposição de dentina reacional que pode ocorrer em situações adversas (não-fisiológicas), como cáries e ou outros tipos de agressão mecânica. 3) Defina os conceitos: a) Ponto de Eleição R: é o ponto eleito para se iniciar a cirurgia de acesso à cavidade pulpar. Este ponto é determinado pela região de maior proximidade com a câmara pulpar, e também pela região com considerável volume na câmara (como, por exemplo, os cornos pulpares). b) Direção de Trepanação R: trepanação é a perfuração que tem como trajeto final uma cavidade pré-existente (no caso, a câmara pulpar). É a melhor direção eleita para se alcançar a câmara pulpar. Está intimamente ligado ao ponto de eleição. Pode ser paralelo ou transversal ao longo eixo do dente; geralmente nos dentes anteriores, a direção de trepanação é transversal ao longo eixo, enquanto que nos posteriores é paralelo ao longo eixo. c) Forma de Conveniência R: tem a finalidade de proporcionar facilidade, comodidade e êxito do acesso dos instrumentais endodônticos aos canais radiculares. Relaciona-se geralmente à forma de abertura do teto da câmara pulpar. 4) Determine o Ponto de Eleição, a Direção de Trepanação e a Forma de Conveniência dos seguintes agrupamentos dentários: a) Incisivos R: Para todos os incisivos (I.C.S., I.L.S., I.C.I. e I.L.I.), o Ponto de Eleição é a vizinhança imediata ao cíngulo; a Direção de Trepanação é perpendicular ao longo eixo do dente; e a Forma de Conveniência é triangular com base incisal. b) Caninos R: Para ambos os caninos (C.I. e C.S.), o Ponto de Eleição é a vizinhança imediata ao cíngulo; a Direção de Trepanação é perpendicular ao longo eixo do dente; e a Forma de Conveniência é em chama de vela. c) Pré-Molares Superiores R: Para o 1º e 2º P.M.S., o Ponto de Eleição é a fosseta central; a Direção de Trepanação é em direção à raiz palatina; e a Forma de Conveniência é em elipse de longo eixo vestíbulo-palatino. d) Pré-Molares Inferiores R: Para o 1º e 2º P.M.I., o Ponto de Eleição é a fosseta mesial; a Direção de Trepanação é paralelo ao longo eixo do dente; e a Forma de Conveniência é circular. Capítulo 5: Dicas – Tirando Radiografias & Isolamento Absoluto em Endo Truque para correta revelação dos filmes radiográficos! Muitos alunos, inclusive eu, passaram por dificuldades em revelar as radiografias na “caixa escura”, pois não chegava-se a um consenso acerca do tempo de aplicação em cada um dos líquidos (revelador, água e fixador, respectivamente). O tempo é realmente variável, e depende: - Da validade dos líquidos; - Da pureza dos líquidos (ou seja, se a água estiver muito “poluída” com líquido revelador, sua radiografia pode sair estragada); - Da temperatura dos líquidos; - Do tempo de exposição dos líquidos ao oxigênio; - Então imagine o seguinte: supondo que os 3 líquidos estejam novinhos em folha no caixote (recém-colocados pelo técnico), que é geralmente o estado em que se encontram no começo dos Labs, então o tempo perfeito para a radiografia ficar bem nítida é: 15 segundos no revelador, rápida “xuxada” na água (uns 10 segundos ou menos) e 15 segundos no fixador. - Enquanto mais tempo passar no Lab, e quanto mais alunos antes de você tiverem usado os líquidos, então gradativamente mais tempo será preciso o filme ser mergulhado em cada um dos líquidos. Ou seja, lá pro meio do tempo de aula, supondo que uns 10 alunos já usaram o caixote escuro antes de você, então, estimo que uns 20 segundos no revelador, 10 segundos de xuxada na água e 20 segundos de revelador sejam suficientes (por exemplo, pois é apenas uma estimativa). - Uma vez que você tenha obtido o filme revelado, vale a pena pegar um copinho descartável de café, enchê-lo com fixador (veio na lista de endo) e deixar seu filme uns 7 minutos afogado nesse copinho. Pois assim garantir-se-á que a imagem não se altere tão cedo. Depois desses 7 minutos, lave o filme com água corrente (nada de exageros) e deixe secar ao “ar livre” (não é pra soprar nem jogar ar da seringa tríplice, deixe secar com o tempo mesmo). Isolamento Absoluto em Endodontia - As únicas diferenças do isolamento em Dentística para o de Endo, é que: 1) Alguns grampos são distintos, como os de incisivos (são grampos que parecem uma borboleta); 2) Salvo raras exceções*, apenas o dente-alvo da cirurgia será deixado para fora do lençol; *Exceções: se o dente em questão for totalmente desalinhado ou girovertido em relação ao normal, pode-se optar por isolar também um dente vizinho, pois assim pode-se ter noção anatômica do dente, permitindo localizar os canais do dente! 3) O arco usado aqui não é o já conhecido Arco de Young (formato de “U”), mas sim o Arco de Ostby (formato de “O”); 4) O arco deve ser colocado de tal maneira que o nariz da pessoa fique tapado pelo lençol, para evitar contaminação; 5) No paciente, usa-se um químico chamado “Top Dam” para reforçar o isolamento. Capítulo 6: Cirurgia de Acesso em Dentes fabricados para Treinamento Incisivo Central Superior (dente transparente) - Inicia-se com umaponta diamantada esférica em alta rotação (de menor diâmetro possível e, de preferência, de pescoço longo) para a demarcação da área de eleição e trepanação. - Um explorador de ponta reta pode ser usado durante esses processos, tanto para auxiliar na tarefa tátil de sentir a abertura, quanto para remover excessos grosseiros da parede da cavidade de acesso. - Em seguida, usa-se a broca Endo-Z em alta rotação (uma de corpo dourado e cabeça levemente cônica), para ajeitar a forma final de conveniência (no caso, triângulo de base incisal para ICS’s), para alisar as paredes da cavidade de acesso e, também, para deixar as paredes “paralelas” às paredes do canal radicular. Você verá que o próprio formato da Endo-Z já promove uma leve expulsividade das paredes da cavidade de acesso. OBS: se o dentista julgar que há perigo de perfuração acidental em algum dente, pode-se usar as duas pontas citadas anteriormente em baixa rotação (bastando possuir um pino adaptador de alta-baixa rotação). - Agora, usa-se a broca do tipo Largo necessariamente em baixa rotação para fazer o alargamento e limpeza do conteúdo do canal radicular, até pelo menos o terço médio. Essa broca é caracterizada por ter um fino e longo pescoço, o que é perfeito para se trabalhar dentro de um canal. - Pode-se usar a broca do tipo Gates para se alcançar pontos mais complicados do canal. Esta broca Gates é parecida com a broca do tipo Largo, só que a porção de ponta ativa é menos extensa. É também de uso para baixa rotação. - O conteúdo contaminado que está no terço apical do canal radicular não é tirado com as brocas, mas sim com limas. Capítulo 7: Introdução à Odontometria (ou “Condutometria”) - Lesão Apical = defesa; - No canal pode haver restos necróticos, portanto, ao usar instrumentos, é preciso tomar cuidado para não causar a extrusão deste conteúdo. - Seguindo o mesmo raciocínio, caso o hipoclorito extravase (em altos volumes) para o ápice, pode causar necrose! A radiografia permitirá estimarmos o Comprimento Aparente do Dente (CAD). O uso da instrumentação intra-canal (limas) segue este padrão: A Lima deve ir até 2mm aquém do CAD! Usa-se Gates só até onde o canal é retilíneo (usualmente até 3/7 do canal), assim que se sente (por via tátil) uma curvatura, deve-se parar, e daí começa o trabalho com as limas. Durante o uso da Gates, padroniza-se o feitio de três “cabeçadas” com a Gates, seguidas de irrigação e limas; e assim por diante com numeração crescente da Gates (#1, #2 e #3). Capítulo 8: Entendendo a tabela de Odontometria - A odontometria é essencial para o correto tratamento endodôntico. Fazemos isso com a ajuda de uma tabela, como a que se encontra acima ilustrada. - A odontometria é feita por canais. Portanto, dentes com 4 canais, precisarão de 4 “odontometrias” (uma em cada canal). - Ref. Limit. = ponto de referência eleito para o preparo e obturação. Para dentes unirradiculares, esta referência costuma ser a borda incisal do dente. Para dentes multirradiculados, geralmente se escolhe uma cúspide por canal, ou uma só cúspide de referência para todos os canais). - CAD = seria o comprimento aparente do dente, é dado pela análise radiográfica inicial. Necessita-se de uma radiografia aqui! - Valor da Tabela (vT) = é o valor do comprimento médio que se encontra na tabela na parte de trás da ficha. - Média (M) = é dada pela média aritmética entre o valor do CAD e o valor do vT. A existência deste valor é puramente por uma questão de segurança, para a instrumentação não chegar no periápice. - CRI = seria o comprimento real do instrumento. É dado pelo valor obtido anteriormente, menos 4. Necessita-se de uma radiografia neste momento! - X = o quanto falta, em milímetros, para se alcançar o vértice do ápice radiográfico. - CRD = comprimento real do dente. - CRT = comprimento real de trabalho. Necessita-se de uma radiografia neste momento! - DA = diâmetro apical. - PQC = preparo químico cirúrgico - PA = preparo apical Nota: na maioria das clínicas de faculdades, existirá um localizador foraminal disponível para uso dos alunos, o que dispensa alguns dos passos da odontometria. Capítulo 9: Técnica Cérvico-Apical *conteúdo transcrito da vídeo-aula no canal Machado Treinamentos (no YouTube) - Inicialmente, na clínica, precisamos fazer a radiografia de diagnóstico. A partir daí, é possível calcular o CAD (comprimento aparente do dente). Teoricamente, descontando 5mm deste CAD, obtemos o CMTG (comprimento máximo de trabalho das Gates). Mas, na prática, deve-se ir com as Gates apenas até surgir alguma curvatura (onde haverá resistência à penetração da broca). - Pega-se o CAD e desconta-se 2 mm, aplica-se a substância química auxiliar (SQA); pega-se uma Lima-15 ou 10 para fazer um acesso até esta medida calculada. - Feito isso, pega-se a Gates #1, e adentra-se com ela rodando. Realizar 3 “cabeçadas”. - Fazer irrigação e re-entrar com a Lima-15 (fazer ¼ de volta, tração, e “chacoalhada”), re-irrigação. - Agora usa-se a Gates #2, adentar com ela rodando, e realizar 3 “cabeçadas”. Repete-se os passos de irrigação, Lima-15, re- irrigação. Vantagem da broca Gates é que ela não cria degraus (por isso seu uso é preferível à Largo). - Agora retornamos à Gates #1, faz-se as usuais 3 “cabeçadas” (você vai notar que a broca vai conseguir descer mais desta vez). Irrigação, Lima-15, irrigação. - Voltar à Gates #2, 3 cabeçadas. Irrigação, Lima-15, re-irrigação. - O uso da Gates #3 é limitado ao terço mais cervical dos condutos (ainda mais em molares). - Se tudo isso que foi explicado anteriormente for feito direitinho, teremos um conduto com uma conicidade favorável. A partir daqui deve-se realizar a odontometria com as Limas. - Eleger a Lima que fica mais “firme” no conduto, e realizar uma série de movimentos de ¼ de volta + tração. Não se realiza movimentos de vai-e-vem aqui na apical. O que se pode (e se deve) fazer, é retrair a lima uns 4mm, e aí sim fazer movimentos de “chacoalhar”, para promover certa uniformidade entre a área trabalhada com a Gates e a área mais apical. - Fazer devidas irrigações. - Aqui deve-se usar um instrumento de Níquel-Titânio (tem ótima flexibilidade), realizar uma série de movimentos de ¼ de volta + tração. Assegurar-se de raspar todos os arredores do conduto com este instrumental. Se tudo for feito direitinho, praticamente não terá rastro da interface onde a Gates trabalhou e não trabalhou. Irrigação. - Com instrumento 30 de Níquel-Titânio, fazer uma série de movimentos de ¼ de volta e tração. Retrair o instrumento cerca de 5mm, e fazer cachoalhada cuidando para que todas as paredes sejam “raspadas”. Irrigação. - Agora virá a parte de inserir os cones de guta-percha. A inserção será relativamente fácil se todos os passos forem cumpridos direitinho. Capítulo 10: O Instrumento Endodôntico - O principal fundamento da endodontia é o controle da infecção; - Requer-se um alto conhecimento da anatomia dental interna; - Preparo químico cirúrgico: permite limpeza, controle da infecção e confere forma; LIMAS - Atualmente são feitas de aço inoxidável, ou seja, não sofrem oxidação se entrarem em contato com o hipoclorito de sódio; - O cabo tem um número e uma coloração específicos. O centésimo da tal numeração do cabo representa o diâmetro da ponta do instrumento. Por exemplo: a lima 40, de coloração preta, é porque possui 0.40mm de diâmetro na ponta. - A haste é a que muda de tamanho de lima para lima. - A porção ativa possui obrigatoriamente 16mm de comprimento. - As limas são sempre cônicas, ou seja, possui um índice de conicidade!! No caso, a regra universal e padronizada é que o diâmetro da lima cresce em 0.02mm a cada 1mm de seu comprimento no sentido ponta-> cabo. - Trabalharemos com vários tipos de limas, mas elas podem ser classificadas em séries: A) Série Especial - Contém as limas de numeração 06, 08 e 10 (portanto, o incremento é de 2 em 2); B) 1ª Série - Contém as limas de numeração 15, 20, 25, 30, 35, 40 (portanto, o incremento é de 5 em 5); C) 2ª Série - Contém as limas de numeração 45, 50, 55, 60, 70, 80; - Importante notar que, do “60”, pula pra “70” e “80” direto! Composições possíveis para as Limas Limas de Aço-Carbono - Apresentam boa eficiência; - São bem duráveis, devido ao carbono na composição; - A rigidez é alta, ou seja, tem alta tendência de ficar “reto”, o que é uma desvantagem no caso de limas, pois o bom seria se fosse flexível (visto que os condutos radiculares podem ser sinuosos); - Sofrem corrosão! Limas de Aço Inoxidável - São um pouco menos rígidas do que as limas de aço-carbono; - Em contraparte, são um pouco menos duráveis do que as limas de aço-carbono (ou seja, o instrumento se desgasta mais); Limas de Níquel-Titânio - Alta flexibilidade! - São caras; - Alta durabilidade! Classificação das Limas por padrão do corte Limas Tipo “K” - São usadas em canais amplos e retos; - Contêm menos espiras; - São menos flexíveis (mais rígidas); - Mais resistentes à torção; Limas Tipo “Flex” - A marca que usamos aqui na Faculdade é a ‘Flexofile’. Mas há outras marcas de limas do tipo Flex. - Contêm mais espiras; - São mais flexíveis; - boas para serem usadas em canais mais curvos; - A secção transversal é triangular; - Ângulo de corte é de 60°; - A fabricação dela é por torção (a máquina torce um arame que é inicialmente retilíneo, deixando-o com as espiras); Limas Tipo “H” - O “H” é de Hedströen; - São usadas para pulpectomia; - São eficientes no corte, mas são bem frágeis; - Bem flexíveis; - A fabricação dela é por usinagem (a máquina “esculpe” as espiras num arame inicialmente retilíneo); Classificação das Limas por Secção Transversal Quadrada: - Menor poder de corte; - Dura mais; - Menos flexível; - Mais resistente à fratura; Losangular: - Maior poder de corte; - Dura menos; - Mais flexível; - Menos resistente à fratura; Triangular: - Poder de corte mediano; - Durabilidade mediana; - Flexibilidade mediana; - Resistência mediana à fratura; Ponta da Lima - O chamado Ângulo de Transição influi diretamente no poder de corte; Cinemática da Lima Movimento de Penetração Pressão apical; ¼ de volta à direita; ¼ de volta à esquerda; Retirada; Repetir; Limagem Introdução passiva; Pressão lateral; Retirada em viés em todas as paredes; Repetir até o instrumento estar folgado; Ação de Força Balanceada Introdução no sentido anti-horário; Resistência; Girar no sentido horário; Retirada; Como diminuir a fadiga cíclica? - Solução é fazer movimento de reciprocidade (geralmente é girar a lima em 150°, depois retroceder 30°; girar 150°, retroceder 30°, etc infinito); - Esse movimento é mais fácil de ser realizado se usarmos as limas com um tipo de “micromotor” específico, que dá pra encaixar as limas na ponta (nós, alunos, não possuímos tal motor, óbvio, pois o preço é na casa dos milhares). O próprio motor já faz esse movimento dos 150°-30°; • LIMAS TIPO “R” - São limas específicas que se encaixam neste “micromotor” que foi citado acima; - Existem de várias numerações (25, 40 etc), e vários graus de conicidade (0.8, 0.6, etc); - Mas nota-se que, uma vez que estas limas forem usadas clinicamente, o CD será forçado a fazer uso dos cones de guta percha da mesma marca das limas-R que usou! - O movimento reciprocante deixa o canal mais sujo, infelizmente; portanto, é necessário que seja acompanhado por um sistema de irrigação mais avançado, preferencialmente a chamada irrigação ultrassônica. • LIMAS TIPO WAVE-ONE GOLD - São limas douradas que também precisam do micromotor específico; - Trabalham com um movimento de 170° pra frente e retrocesso de 50° (e assim por diante); Wave-One Gold SMALL Numeração 20 Conicidade de .07 Cor: amarelo Wave-One Gold PRIMARY Numeração 25 Conicidade de .07 Cor: vermelho Wave-One Gold MEDIUM Numeração 35 Conicidade de .06 Cor: verde Wave-One Gold LARGE Numeração 45 Conicidade de .05 Cor: branco - Estas limas sofrem sérias deformações plásticas; - Não pode ser autoclavado (mas há modos marotos de autoclavar, não foi explicitado); Capítulo 11: Notas finais acerca da Odontometria - Anatomia apical é de extrema importância para a Endo; - EX: Dentes permanentes mais jovens contém a polpa altamente celularizada (vantagem), porém há falta de estrutura radicular, principalmente no ápice (desvantagem); - Praticamente apenas no I.C.S. (incisivo central superior) que o canal “deságua” na região mais apical possível da raiz, o que seria o mais previsível e óbvio. Nos demais dentes, ou há um desvio abrupto do ponto de desemboque na porção mais apical da raiz, ou há deltas apicais (resultando em foraminas, ao invés de apenas 1 forame); - É por tais motivos que se preconiza trabalhar 1mm aquém do C.A.D. ------------------------ Capítulo 12: Lidando com os Químicos da Endodontia (PQC) Gates - Neste lab, trabalhamos com os bloquinhos translúcidos. - O primeiro passo é trabalhar com as brocas de Gates. Usaremos elas em ordem crescente (primeiro a #1, depois a #2, e, por fim, a #3). - O uso das Gates deve ser revezado com sessões de irrigação-aspiração-irrigação. - Esta irrigação é feita colocando-se Hipoclorito (Líquido de DakinTM) em uma seringa de, no máximo, 10ml, e rosqueando-se nesta seringa uma ponta amarela. - A aspiração é feita personalizando-se um sugador com uma ponta branca ou amarela. - O trabalho com as Gates deve ser sempre realizado com o canal “alagado” em Hipoclorito. Lima - Desce-se com uma Lima-15 (já que o bloco é translúcido, dá pra ver a olho nu qual o ponto “1mm aquém”, mas na vida real só dá pra chegar-se neste ponto com auxílio de raio X). Se a Lima-15 estiver muito folgada, passa-se para a Lima-20, e assim por diante. Wave-One - Uma vez que você encontrou a Lima ideal para o seu bloquinho, passaremos a trabalhar com as Wave-One. - A escolha de qual cor da lima Wave-One a ser usada depende de qual Lima ficou melhor adaptada no passo anteriormente explicado. Geralmente a Lima-15 representa a Wave- One vermelha, a Lima-20 representa a Wave-One verde. Essa relação é dada pelo fabricante. - Atenção, esta Wave-One tem que ser usada junto com um gel (ou pasta), que é o Endo PTC (Endo-CTM). Ou seja, “meleca-se” a sua Wave-One neste gel (ou pasta) antes de levar ao canal. As Wave-One foram feitas para serem usadas num tipo de motor especial que faz movimentos de reciprocidade (ele gira 150°, retrocede 30°, e assim vai). - É preciso que você adapte corretamente o ‘stop’ em sua Wave-One para se assegurar de não ultrapassar o comprimento pré- estabelecido. - O uso da Wave-One com o gel também é revezado com a irrigação-aspiração-irrigação. - Usar a Wave-One em cabeçadas suaves até que o ‘stop’ seja alcançado. Irrisonic - Agora, para o preparo apical, precisaremos fazer uso de uma ponta especial chamada “irrisonic” (tem várias marcas, como Easy Clean). É uma ponta plástica, bem flexível, que se encaixa um baixa-rotação padrão da Kavo ou afins. - Para usar esta ponta, é preciso que o canal esteja “alagado” em (primeiramente) Hipoclorito, depois alagado em EDTA, e depois novamente em Hipoclorito. - Essa ponta apenas “agita” estas substâncias dentro do Canal, deve ser usada por 20s. Capítulo 13: Substâncias Químicas Auxiliares (SQA) - Corte e alargamentodo canal resultam em “serragem dental” (smear layer), que podem comprometer o tratamento. - Objetivos das SQA: desinfecção (eliminação de microrganismos), limpeza (remoção de qualquer matéria ou substância do canal) e modelagem. A modelagem consiste em garantir um formato cônico pro conduto, mantendo o forame apical em posição e permitindo o recebimento do material obturador. - Instrumentação + SQA = combate aos microrganismos e aumento da permeabilidade = sanificação. Preparo do Canal Radicular - Meios cirúrgicos: instrumentação manual e rotatória; - Meios químicos: SQA; - Meios físicos: irrigação e aspiração; Meios Químicos + Físicos - Visam remover detritos do canal, diminuir a microbiota existente, facilita a ação dos instrumentos endodônticos; - Possuem ação umectante e de lubrificação, potencializando a medicação intracanal; - Promove melhor contato do material obturador com as paredes do canal; Meios Físicos: irrigação e aspiração simultâneos - Consiste em lavar a cavidade pulpar com substância adequada e irrigação simultânea; - Aumenta a permeabilidade dentinária; - Remoção de restos orgânicos, inorgânicos, corpos estranhos, microrganismos e substâncias químicas. Com o que irrigar? Usar cânulas e hipoclorito! Atenção! Na hora de irrigar, a ponta da “seringa irrigadora” não pode ficar posicionada muito apicalmente (de modo que obstrua o caminho, senão o líquido injetado irá extravasar pro periápice! Meios Químicos - Atuam junto com os instrumentos; - Precisam ser biocompatíveis, terem atividade solvente de tecidos, aumentar a permeabilidade dentinária e precisam ter baixa tensão superficial. - Dentre as SQA, há compostos halogenados, associações, quelantes e detergentes. Hipoclorito - O hipoclorito de sódio pode vir (industrialmente) em diversas concentrações! O chamado “Líquido de Dakin” é uma solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, por exemplo. A denominada “Solução de Milton” é hipoclorito de sódio a 1%. Propriedades do Hipoclorito de Sódio: - Dissolve matéria orgânica; - Causa desnaturação proteica; - Ação umectante; - Ação detergente; - Emulsificante; - Bactericida; - pH alcalino; - Defeitos: é irritante aos tecidos periapicais, é alvejante, irritante para pele e mucosas, possui gosto muito desagradável. Hidróxido de Sódio - É agente hidrolítico e promove dissolução tecidual; Ácido Hipocloroso - Ação antimicrobiana; Endo PTC - É usado junto com sistema reciprocante ou limas manuais; - Apresentação em gel ou pasta, geralmente; - É nada mais do que uma solução que contém 3 ingredientes chave (cujas letras iniciais formam a palavra PTC, #FikaADika): Peróxido de Uréia - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10% Tween 80 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 15% Carbowax (pasta) / Carbopol (gel) - - - - - - 75% Peróxido de Uréia - É antimicrobiano (por isso existe o costume de uma pessoa urinar em feridas ou queimaduras em emergências); - Causa efervescência se entrar em contato com o Hipoclorito; Tween 80 - Tem ação detergente; - Auxilia na limpeza; Carbowax / Carbopol - Serve como veículo; - É lubrificante; - Retarda a reação entre a ureia e o hipoclorito; EDTA - Trata-se do ácido etilenodiamino tetracético (em inglês: EthyleneDiamine Tetraacetic Acid); - Características: quelante, ação descalcificante, capacidade de remoção de matéria inorgânica, aumento da permeabilidade dentinária, abertura dos túbulos dentinários, sua ação é auto-limitante. - Não pode ser guardado em frascos de vidro. Ato final de irrigação: - 5ml de hipoclorito e agitar com EasyClean por 20s. Repetir isto 3 vezes. - Irrigação + aspiração concomitantes. - 5ml de EDTA-T e agitar com EasyClean por 20s. Repetir isto 3 vezes. - Irrigação + aspiração concomitantes. - 5ml de hipoclorito e agitar com EasyClean por 20s. Repetir isto 3 vezes. Exercícios complementares (resolvidos) 1. Descreva os objetivos do preparo químico cirúrgico (PQC) e porque o canal cirúrgico (azul) deve conter o canal anatômico em quase toda sua extensão após a modelagem? R: Os objetivos do PQC são: limpeza (esvaziamento da câmara pulpar e do conduto radicular de seu conteúdo orgânico, que seria a polpa, com auxílio de instrumentação de pulpotomia e curetas); sanificação (redução da contagem de microrganismos no interior da câmara e condutos, feito com o auxílio de instrumentos e substância químicas); e modelagem (conferência de amplitude e regularidade para as paredes internas do conduto). O Canal cirúrgico deve conter o anatômico com o intuito de reduzir a quantidade de microrganismos aderidos no interior dos túbulos dentinários, e facilitar o processo de obturação (com cones regulares de guta percha). 2. Descreva a maneira correta de apreensão do instrumento endodôntico? R: A apreensão do instrumento deve ser realizada utilizando-se os dedos polegar e indicador, de modo que os demais dedos atuem como apoio ao movimento de penetração. 3. Descreva os critérios utilizados para a escolha do primeiro e o último instrumento par a os casos de polpa viva e mortificada, sua relação com as considerações anatômopatológicas, como também a cinemática da instrumentação. R: Após realizada a odontometria e determinado o CRT, insere-se uma lima nesse comprimento de modo que esta fique estável. Com isto, determina-se essa como sendo o primeiro instrumento e o PQC será realizado com este e mais 3 ou 4 numerações acima. A primeira lima que ficou firme possui diâmetro D1 compatível com o diâmetro do forame “menor” (Canal-Dentina-Cemento) e em conjunto com os outros instrumentos (ou com as outras limas) farão a modelagem do conduto. Quanto à cinemática da instrumentação, o primeiro movimento é denominado “penetração”, e visa chegar com a primeira lima até o CRT, para tanto, deve-se realizar uma pressão apical, ¼ de volta para a direita, ¼ de volta à esquerda, e tração no sentido cervical. Esse movimento deverá ser repetido até que a lima chegue ao CRT. Feito isso, tem início a ação propriamente dita (ou “limagem”), que consiste em introdução passiva da lima, pressão lateral e retirada em viés, repetindo-se essa lógica até que o instrumento entre e saia folgado. Em alguns casos, torna-se necessário o alargamento do terço apical para que se introduza a primeira lima. Nesses casos, procede-se a ação com força balanceada; introduz-se a lima no sentido anti-horário e retira-se a mesma em sentido horário. 4. Quando o instrumento é introduzido reto, sua ponta pode ficar presa em irregularidades da parede do canal. Como devemos proceder para evitar que isto aconteça? R: a- Utilizar limas cujo ângulo de transição da ponta seja mais obtuso, portanto menos frágil. b- Utilizar limas mais flexíveis (tipo ‘flex’), de preferência Ni-Ti. c- fazer adequado preparo do terço cervical do conduto com brocas Gates-Glidden. 5. Quais os critérios para a substituição do instrumento por um mais calibroso durante a instrumentação? R: O critério para substituir o instrumento por um de maior calibre é quando esse se encontra muito folgado. 6. Caracterize o Hipoclorito de Sódio? Cite suas propriedades. R: O hipoclorito de sódio é a solução irrigante mais utilizada atualmente em Endodontia no mundo devido sua alta capacidade bactericida e de dissolver tecido orgânico. A solução de hipoclorito de sódio, ao entrar em contato com a água, inicia o processo de degradação, resultando na formação do ácido hipocloroso e hidróxido de sódio, conforme descrito a seguir: NaClO + H2 → O HClO + NaOH O ácido hipocloroso é responsável, a partir de então, pela liberação de cloro na forma de íons clorito, além dos íons hidrogênio. HCLO ↔ H++ OCl- Esse ácido é o principal responsável pela atividade bactericida do hipoclorito de sódio. Isto porque o ácido hipocloroso, quando em pH neutro permanece na sua forma não dissociada (HClO) e nessa forma fica com seu máximo potencial bactericida. 7. Qual a composição do Endo – PTC ? Explique a função de cada um de seus componentes. R: A fórmula final é composta por Peróxido de uréia (10%), Tween 80 (15%) e Carbowax (75%). A presença do carbowax na fórmula condiciona lentidão e durabilidade para sua aplicação, além de ser um protetor tecidual. O peróxido de uréia reage com o hipoclorito proporcionando uma ação bactericida. O Tween 80 possui ação detergente. 8. Qual a finalidade da irrigação com EDTA-T a 17% alternada com a solução de hipoclorito de sódio a 1%? R: O EDTA-T é um quelante de cálcio, capaz de neutralizar as impurezas inorgânicas presentes no conduto durante o PQC. Já o hipoclorito, interage com as impurezas de natureza orgânica, de modo que alternar a irrigação com as 2 substâncias garantirá uma melhor limpeza do conduto. 9. Qual das situações abaixo mostra a correta seleção e posicionamento das cânulas, para o melhor desempenho na irrigação e aspiração? Justifique. R: “C”, pois a irrigação deve ser feita no interior do conduto, mas sem que a ponta fique presa próximo ao ápice; e a cânula de aspiração deverá estar o mais próximo possível da entrada do conduto afim de não permitir o extravasamento das substâncias químicas do interior do elemento dental. 10. Descreva as partes que compõem um instrumento: 1, 2, 3, D0, D1 e D16? O que representa o número no cabo do instrumento? R: 1 = cabo; 2 = intermediário (ou haste); 3 = parte ativa ; D0 = ponta (ângulo de transição); D1 = diâmetro da ponta correspondente ao n° da lima; D16 = maior diâmetro da parte ativa (corresponde a D1 + 0.32); O número do cabo do instrumento representa o diâmetro da ponta em centésimos de milímetro. 11. Qual é secção transversal para cada tipo de instrumento? R: Tipo K: quadrangular até a numeração 40, e, a partir daí, triangular. Tipo flex: sempre triangular; Tipo “H”: sempre circular; Wave-One: em formato de vírgula. Capítulo 14: Medicação Intracanal Desinfecção endodôntica - Debridamento; - Smear Layer; - Biofilme; Preparo Químico Cirúrgico (P.Q.C.) • Limpeza + Desinfecção + Modelagem = Sanificação Medicamentos Intra-Canal (M.I.C.) - A medicação intracanal visa controlar a resposta inflamatória - levando a um pós-operatório favorável – e promover a sanificação do sistema de canais, auxiliando no processo de reparação. - Os medicamentos podem vir em diferentes apresentações. Por exemplo, há os de apresentação líquida, que vêm em tubetes, cujos maiores representantes são o NDP e o PRP. A ação dos medicamentos intracanal (MIC) estará condicionada ao veículo utilizado (aquoso, viscoso ou oleoso), concentração, tensão superficial no canal radicular e a duração entre as sessões durante a terapia endodôntica. Entretanto, os MIC’s que utilizam veículo aquoso têm ação medicamentosa de até 10 dias, o viscoso de até 30 dias e o oleoso de até 60 dias (aproximadamente), interferindo diretamente na dissociação rápida, lenta e por longo período, dependo da necessidade em particular. As medicações intracanais podem também ser disponibilizadas em tubetes ou seringa com cânulas estéreis para facilitar o uso. http://www.endo-e.com/images/MIC/medica_intracanal.htm ► NDP - Medicação intracanal utilizada para casos envolvendo dentes portadores de polpa viva; - É basicamente a associação de um anti-inflamatório + um antimicrobiano; - O anti-inflamatório é o fosfato de Dexametasona (um corticosteróide potente e seguro do ponto de vista biológico), e o antimicrobiano é o Paramonoclorofenol. Além destes ingredientes, há o polietilenoglicol-400 (que age como veículo viscoso) e rinossoro; - Apresentação: tubetes (como ilustrado abaixo). *Na abreviação “NDP”, a letra ‘N’ é de new (do inglês, “novo”), o ‘D’ é de dexametasona e o ‘P’ é de paramonoclorofenol. ► PRP - Medicação intracanal utilizada em casos envolvendo dentes portadores de polpa mortificada; - Nos casos onde o preparo do canal (por motivos diversos como tempo, habilidade do profissional etc) não foi concluído, utiliza- se como medicação intracanal o PRP, cuja composição é basicamente: o Paramonoclorofenol, associado ao Rinossoro e ao Polietilenoglicol-400 (que age como veículo viscoso); - Não contém anti-inflamatório, apenas antimicrobiano (que é o paramonoclorofenol); - Apresentação: tubetes (como ilustrado abaixo). ► Hidróxido de Cálcio - Para os casos de polpa morta onde o preparo do canal radicular (PQC) foi concluído, utiliza-se o hidróxido de cálcio associado a um veículo aquoso (soro fisiológico) como primeira opção, proporcionando a liberação rápida de íons cálcio e hidroxila, alcalinizando o meio (pH 12,5) e assim, combatendo os microrganismos presentes. - Tal medicação também encontra-se disponibilizada comercialmente em seringas (UltraCal® é a que vem na lista da FOUSP). - É importante salientar que o hidróxido de cálcio possui duas atividades principais quando utilizado como medicação intracanal: ação antimicrobiana obtida pela elevação do pH (alcalinização) do meio e indução da mineralização tecidual através da ativação enzimática, principalmente da fosfatase alcalina. Materiais e técnicas para a aplicação dos MIC - Pinça clínica, espátula de inserção, carpule, agulhas descartáveis curtas, bolinha de algodão estéril, tubete da medicação (PRP ou NDP), cimento temporário (citodur, cavit, cotosol...), ionômero de vidro; (isto supondo que o dentista só vai medicar para continuar com o tratamento em outra sessão, ou seja, supondo que ficou faltando a obturação com guta percha e afins...) - A medicação deve ser colocada em canal seco, ou seja, aspirar com ponta aspiradora roxa [ou verde] e usar cones de papel estéreis (não é um ou outro, é pra usar-se dos dois métodos, necessariamente!). - O cimento provisório pode ser acomodado com uma bolinha de algodão umedecida em água para acelerar a presa. - Utilizar um cimento mais resistente sobre o cimento provisório, como, por exemplo CIV [cimento de ionômero de vidro]. Capítulo 15: Obturação do Sistema de Canais Radiculares: conceitos, objetivos e técnicas (aula + www.endo-e.com ) - O propósito da obturação é selar toda a extensão da cavidade endodôntica, desde a sua abertura coronária até o seu término apical, ou seja, o material obturador deve preencher todo o espaço ocupado anteriormente pela polpa, proporcionando um selamento tridimensional. - Um canal radicular vazio, mesmo estéril, atua como verdadeiro tubo de ensaio coletando, em seu interior, líquidos teciduais e exsudatos inflamatórios oriundos da região circunvizinha ao ápice. Estes ao encontrarem ambiente propício à estagnação, facilmente se decompõem (ricos que são em proteínas, enzimas e sais minerais), gerando produtos tóxicos e irritantes aos tecidos da região, bem como propiciam ótimo meio de cultura para os microrganismos. Com a obturação tridimensional e hermética do canal, os tecidos circum- apicais permanecem definitivamente isolados dos canalículos dentinários e do ar atmosférico. - Todavia, uma obturação defeituosa, com espaços vazios em seu interior não teremos selamento suficiente para impedir a penetração pelo forame de serosidades que propiciam um meio nutritivo favorável à multiplicação de germes e o conduto passará a comportar-se como foco de infecção, criando reações inflamatórias periapicais peculiares aos dentes infeccionados. Em suma:a obturação é a conclusão da fase técnica da terapia endodôntica, que consiste no preenchimento tridimensional de todo o espaço do canal cirúrgico com material obturador e manutenção da sanificação conseguida. Momento oportuno da obturação: - Ausência de sinais e sintomas, como dor à palpação apical; - Ausência de edema; - Ausência de mobilidade; - Ausência de exsudato intracanal, ou sangue intracanal; Requisitos do material obturador: - Estabilidade dimensional, por óbvios motivos: se o material contrair ou dilatar muito frente a variações de temperatura, poderá causar fratura ou dor intensa no dente; - Radiopacidade, para que seja identificável à radiografia; - Precisa oferecer um bom tempo de trabalho; - Não pode causar alteração da cor da coroa (por exemplo, cimentos a base de prata causam escurecimento, portanto devem ser evitados); - Precisam de certa adesividade; - Deve ser insolúvel aos fluidos orais e teciduais; - Precisa apresentar bom grau de escoamento para que se adapte bem no conduto, recobrindo todo e qualquer pequeno espaço que possa existir; - Precisa ser biocompatível e antimicrobiano; - Necessita ser solúvel a um solvente comum; Materiais A) Sólidos - Cones de prata (caíram em desuso); - Cones de guta-percha (o atual padrão ouro, pois são radiopacos e têm boa estabilidade dimensional); - Cones de resina; B) Cimentos - Óxido de Zinco (“N-rickert”); sua apresentação é pó + líquido, é biocompatível e tem bom escoamento. - CIV; - Hidróxido de Cálcio; ★ Técnica de Obturação ★ Passo 1: Irrigação Final - Conhecido como “toalete do canal”; - Já foi explicado aqui antes, é o DAKIN -> EDTA -> DAKIN feito com auxílio da EasyClean; Passo 2: Prova do Cone - O cone precisa entrar até o comprimento de trabalho calculado; - Fase visual: mediar na régua e experimentar; - Fase tátil: na hora de fazer a tração do cone, ele tem que ficar preso; - Fase radiográfica: se houver êxito nas duas fases anteriores, tirar radiografia para averiguar; *OBS: se for necessário um ajuste do cone, jamais usar tesouras normais para cortar o ápice do cone, pois causará distorção! O certo é usar lâmina de bisturi ou então uma tesoura especial feita para isso (vem na lista da FOUSP também). Passo 3: Secagem - Se a radiografia tiver mostrado que está tudo OK, com o cone chegando até o comprimento de trabalho e etc e tal, retira-se o cone (não esquecer de marcar ou quebrar o cone na referência oclusal para saber até onde terá que enfiar depois!); - Para secagem, usar cones de papel absorvente e seringas aspiradoras. Passo 4: Cimento - Há várias apresentações de cimento: pó + líquido, pasta + pasta (como fizemos no Lab), etc... O que importa é colocar isso numa placa de vidro, manipular direitinho e usar o próprio cone de guta pra ir recolhendo (DE POUQUINHO EM POUQUINHO) o cimento e ir acomodando no canal. - Vai levando cimento até chegar o ponto do cimento “extravasar” pela abertura do acesso. Passo 5: Inserção de Cones Secundários Passo 6: Condensação Vertical Passo 7: Radiografia com os múltiplos cones Passo 8: Corte de Obturação - Uma vez que o cone adentrou até a altura estimada, usaremos Calcadores de Paiva e um maçarico para “cortar” o(s) cone(s), 2mm além da entrada do canal. Passo 9: Nova Condensação Vertical Passo 10: Selamento - Feito com Ionômero de Vidro (CIV); Passo 11: Radiografia Final Capítulo 16: Aspectos Radiográficos de Interesse em Endodontia Aplicação da Radiologia em Endo A) Etapa Pré-operatória - Análise minuciosa pode fornecer detalhes importantes; - Detecção do dente endodonticamente envolvido; - Detecção de cárie e restaurações que estejam próximas da polpa; - Permite visão da lâmina dura, osso esponjoso e periápice; - Analisar o periápice é importante devido à periodontite apical (alteração no ápice e polpa); - Planejamento: analisar morfologia dos condutos e câmara, quantidade de condutos, ver se a câmara não é atrésica (pois, se for o caso, não vai rolar a clássica sensação de “cair no vácuo” na hora do acesso). - Em casos de perda óssea periapical, tratamento tem que se dar em 2 etapas: medicação tem que permanecer de 1 dia pro outro. - Radiografia final e inicial sempre feitas com posicionador radiográfico. - Análise de curvatura da raiz, casos muito complexos devem ser encaminhados para a especialização. - Caso haja nódulo pulpar, não é tão difícil de tirá-lo. - Se, na radiografia, houver “descontinuidade” da luz do canal (ainda mais se for em um dente cuja raiz é achatada), então é indicativo de bifurcação do canal. - Não confundir cenários fisiológicos com patológicos. Ex: forame mentoniano apresentará certa radiolucência, o que pode confundir com lesão de periápice. B) Etapa Transoperatória - Odontometria; - Prova do cone; - Radiografia de qualidade; - Radiografia final; C) Etapa Pós-Operatória - Acompanhamentos em escala semestral do tratamento realizado; - Reparo da periodontite apical; Requisitos para Radiografia de qualidade: - Densidade; - Contraste; - Bom enquadramento; Radiografia deve sempre ser analisada ao negatoscópio, nunca na “luzinha” da cadeira odontológica! - A técnica da bissetriz é a melhor para tirar radiografia com o isolamento absoluto. - Técnica da Bissetriz Excêntrica: igual a bissetriz normal, mas com o feixe voltado para o ápice do dente. Técnica de Le Master - Usada em molares superiores; - Ao invés de usar-se a técnica da bissetriz, força-se um “paralelismo”. Técnica de Clark - Usado para dissociar raízes; - Objeto que está “por trás” (ou seja, na lingual/palatina), sempre seguirá o movimento do cabeçote; - Usaremos na odontometria, prova do cone e qualidade de obturação. 2º Bloco Capítulo 17: Anatomia Interna e Cirurgia de Acesso de Molares - Princípios de Hess ainda estão valendo; - Raiz mésio-vestibular de molares superiores podem conter 2 canais devido ao achatamento; 1º Molar Superior - 3 raízes (100%) - 3 ou 4 canais (30 e 70%, respectivamente) - Comprimento médio: 21,5 mm - Abertura: triangular; - Canais: DV, MV (e potencial MV2) e P. 2º Molar Superior - 3 raízes (100%) - 3 ou 4 canais (50% e 40%, respectivamente); 1º Molar Inferior - 2 ou 3 raízes (97% e 2% respectivamente) - 2, 3 ou 4 canais (8%, 56% e 36%, respectivamente); - Comprimento médio de 21,0mm; 2º Molar Inferior - 2 ou 3 raízes (98% e ~1%, respectivamente); - 2, 3 ou 4 (16%, 72% e 11%); - Comprimento médio de 21,7mm; Ponto de Eleição - Molares Superiores: fosseta central; - Molares Inferiores: fosseta central; Direção de Trepanação - Molares Superiores: em direção ao canal palatino; - Molares Inferiores: canal distal; Forma de Conveniência - Molares Superiores: triangular (ignorando arredores da “4ª cúspide”) - Molares Inferiores: trapezoidal com base maior pra mesial Recomenda-se uma broca esférica de tamanho pequeno para o acesso de molares, pois geralmente a câmara é menor do que se imagina; e se usar uma broca muito gorda, não haverá a clássica sensação de “cair no vácuo”, o que pode levar à trepanação acidental. Capítulo 18: Preparo da Entrada dos Canais em Molares - Brocas Gates & Largo; - A Largo é a primeira que se usa, pois permite uma pressão lateral; - A Gates é só para a conformação da entrada do canal; - Endo-Z é somente para acabamento finalzão da abertura de acesso (não é pra usar ela dentro do conduto!), e preconiza-se que seja usada em baixa rotação (precisará de adaptador). - Estes “cotovelos” de dentina (como no caso do canal do lado direito, no desenho) precisam ser desgastados com a Endo-Z em baixa rotação, e depoisbroca largo em baixa. Capítulo 19: Classificação das Condições Clínicas do Tecido Pulpar • Polpa Normal • Pulpite Reversível • Pulpite Irreversível (ou “Pulpite Irreversível Sintomática”) • Pulpite Crônica (ou “Pulpite Irreversível Assintomática”) • Polpa Mortificada A) Polpa Normal - Compartilha propriedades de outros tecidos conjuntivos; - A sua localização peculiar impõe diversas características especiais; - Tecido revestido por paredes inextensíveis (meio de baixa complacência); - A nutrição para o tecido é quase totalmente suprida pelo forame apical; A dor é a única sensação evocada pelas fibras nervosas da polpa - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - OBS: fibras nervosas da polpa FIBRAS A (mielinizadas) - Terminam na camada odontoblástica, pré-dentina e dentina; - Fibras A-delta se concentram na região dos cornos pulpares; - São menos frequentes na região cervical e menos ainda na dentina radicular; - Detectam diferenças hidrodinâmicas; - Sensibilidade dentinária; - Limiar de ativação baixo; FIBRAS C (não-mielinizadas) - Terminam no interior da polpa ao redor dos vasos sanguíneos; - Responde apenas a estímulos que alcançam o tecido pulpar; - Não detectam diferenças hidrodinâmicas; - Limiar de ativação alto; - Ativadas no processo inflamatório; - Fibras responsáveis pela sensação de dor irradiada; - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Importante: deve-se sempre fazer anestesias, mesmo que se imagine que a polpa esteja morta. - Características clínicas da polpa normal: ausência de dor espontânea, dor provocada pelo frio (moderada e declínio rápido), dor ao calor ausente. - Características macroscópicas: sangramento moderado e sangue de coloração vermelho-vivo. - Fatores capazes de agredir a polpa dental: cárie, materiais restauradores, preparo cavitário, infecções bacterianas, trauma. Inflamação Pulpar - Há liberação de mediadores inflamatórios, tais como histamina, bradicinina e prostaglandinas. - Ocorre vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo (↑infiltrado inflamatório) e eventual edema. - Lembre-se também: a polpa, ao entrar em contato com toxinas de bactérias que estão no esmalte, reage obliterando os túbulos dentinários (tornando-se dentina esclerosada). B) Pulpite Reversível - A dor é provocada (não é espontânea); - Dor provocada por frio: dor súbita e de intensidade leve a moderada, de curta duração; - O declínio da dor é levemente mais lento (demora segundos); - A dor provocada por calor também faz-se presente; - Sensibilidade à percussão ausente; - Exame radiográfico: ver-se-á apenas uma imagem sugestiva de cárie, ou alguma restauração desadaptada ou profunda; o ápice e a polpa parecerão normais; OBS: quanto mais tempo “demorar para passar a dor” após o estímulo, mais grave é a inflamação e, portanto, o tratamento terá que ser mais radical. - Solução: remover agente causal; - Remoção da causa -> Reparo Pulpar -> Remissão dos sintomas - Se durante um procedimento qualquer houver exposição pulpar, é digno fazer um capeamento pulpar direto?? R: A chance de dar certo é grande, desde que seja realmente um quadro de pulpite reversível na polpa. Pois se já estiver em estágios de pulpite irreversível, não vai adiantar nada o capeamento. C) Pulpite Irreversível - Há dor espontânea (ou seja, não precisa de estímulos externos para surtir dor); - A dor, se provocada, é de alta intensidade; - Declínio é lento; - A dor pode se apresentar como aguda ou pulsátil; localizada, difusa ou reflexa; - Em casos mais avançados, o calor exacerba a dor e o frio atenua; - Antiinflamatórios não-esteroidais (AINE’s) não apresentarão efeito; - No caso de dentes que o paciente não sabe identificar “de qual deles vem a dor”, caso os dentes que ele desconfie sejam um superior e um inferior, realizar anestesia no superior primeiro. á para diferenciar dois dentes do mesmo arco, usar a técnica da mordida: fazer paciente morder algo por algum tempo (algo = objeto borrachoide ou afins que ocupe apenas 1 dente e seu respectivo antagonista à oclusão), daí o que doer ao morder é o dente doente; - Radiograficamente: presença do agente causal (cárie ou material restaurador, majoritariamente). Há ausência de rarefação óssea periapical. - Aspecto macroscópico: sangramento abundante ou escasso demais; sangue de coloração vermelho-escuro (marrom); - Tratamento: endodôntico (pulpectomia e afins); se não tratado, evolui para necrose! D) Pulpites Crônicas - Pulpites agudas poderão evoluir para pulpites crônicas em pacientes jovens; - Irritação de baixa intensidade e longa duração; - Dois subtipos: ulcerada e hiperplásica*; *Na pulpite hiperplásica, há proliferação de tecido de granulação (pólipo pulpar); - Quadros podem ser assintomáticos, visto que haverá degeneração das fibras nervosas; - Estímulos irão gerar dores agudas e moderadas; - Desconforto principalmente durante a mastigação; - Exame radiográfico indicará franca exposição pulpar; - Tratamento: se o dente tiver a rizogênese completa, fazer tratamento endodôntico; caso a rizogênese esteja incompleta, fazer pulpotomia (câmara pulpar only). E) Doenças Degenerativas Pulpares: - Nódulo pulpar; - Calcificação difusa; - Reabsorção Interna Radicular, e Reab. Int. Coronária (a coroa fica avermelhada); Evolução do processo inflamatório Infiltrado inflamatório intensifica-se Surgimento de áres de microabscesso Eventual pulpite irreversível Capítulo 20: Etiopatogenia e Diagnóstico das doenças periapicais - Doenças periapicais decorrem de polpa morta ou tratamento mal-feito; - Os processos inflamatórios causam reabsorção óssea; - O que é um periápice saudável? É aquele que não tem manifestações imaginológicas, tampouco dor. Classificação das doenças periapicais Periodontite Apical Aguda (P.A.A.) microbiana ou traumática (polpa viva e mortificada): - Sinais e sintomas: dor violenta, sensação de dente “crescido”, sensibilidade maior à percussão vertical do que horizontal; sem edema; - Radiograficamente, há aumento do espaço periapical; - Há rompimento da lâmina dura; - A PAA traumática (de polpa morta) pode se dar por extravasamento de medicamento; o tratamento seria retirar o agente causal; AGUDAS Periodontite Apical Aguda Microbiana Traumática Periodontite Apical Aguda Supurativa (abscesso periapical no qual não há fístula) CRÔNICAS Periodontite Apical Crônica Periodontite Apical Crônica Supurativa (abscesso periapical no qual há fístula) Cisto Periapical - Na PAA traumática (de polpa viva), o tratamento consiste em retirar o trauma (possivelmente erro oclusal); - Na PAA microbiana (de polpa morta), a solução é abertura + penetração desinfetante; Periodontite Apical Aguda (P.A.A.) supurativa - Trata-se de um abscesso periapical sem fístula; - Características da dor: espontânea, contínua, violenta, localizada ou difusa, paroxística. - Características clínicas da PAA supurativa: edema, mobilidade, percussão horizontal e vertical positiva; - Evolução: osteoflegmão, abscesso subperióstico e linfocelulite (fatal); - Ação terapêutica: drenagem (intracanal, intraoral ou extraoral); Periodontite
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