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BASES NEUROFISIOLÓGICAS DA ESPASTICIDADE Catarina Moura Recife, 2018 TÔNUS MUSCULAR Estado de tensão contínua do músculo. Resistência encontrada em uma articulação movida passivamente num indivíduo em estado de relaxamento. Alterações de tônus Hipotonia Hipertonia Espasticidade Rigidez Diferem qto. à causa e significância clínica Lesão SNC desequilíbrios na regulação do tônus muscular. MECANISMOS Sir Chales (1898) liberação dos sistemas tonígeos Os sinais clínicos da lesão, como a hipertonia e o déficit motor, são causados por lesão do Trato piramidal. TRATO PIRAMIDAL Constituído por neurônios, cujos corpos celulares situam-se no córtex cerebral, os axônios atravessam o encéfalo, alcançam a medula, e estabelecem sinapses com os corpos celulares dos NMP. Transmissão de sinais do córtex para os mms. É regulador, sendo modulador para evitar excessos CONTIGENTES PIRAMIDAIS Córtico espinhal Lateral Ventral Córtico retículo bulbo espinhal Desempenham uma dupla atividade, uma + (transmiti à musculatura as ordens do mov. voluntário), e uma – (inibi estímulos), e cuja função é REGULAR O REFLEXO MIOTÁTICO DE ESTIRAMENTO (fásico). “Modulação” Lateral Ventral Córtex Córtex Cápsula interna C. interna Tronco encefálico T. encefálico Pirâmides bulbares P.bulbares (cruzam) (não cruzam) Medula Medula CÓRTICO ESPINHAL CÓRTICO RETÍCULO BULBOESPINHAL Córtex Cápsula interna Tronco encefálico (conexões na formação Reticular bulbar) Feixe inibitório (exercem ação negativa sobre a ativ. tônica reflexa) REFLEXO MIOTÁTICO (FÁSICO) Reflexo que tem origem no fuso muscular. Estimulado frente a um ESTÍMULO (estiramento de um músculo). Desencandeia uma resposta: Sinapses com os motoneurônios α através das fibras Ia desencadeiam a contração muscular. MÚSCULO CONTRAÇÃO INIBIÇÃO DO ALONGADO AGONISTA ANTAGONISTA Na prática clínica o que se observa é que raramente uma lesão afeta unicamente um dos contigentes dando alterações de DÉFICIT MOTOR ou exclusivamente ESPÁSTICAS. Predomínio de um sobre o outro. ESPASTICIDADE Resistência ao estiramento passivo de um músculo. Aumento do tônus, velocidade dependente, com exacerbação dos reflexos profundos. (Hiperexcitabilidade dos reflexos de estiramento). Perda das influências inibitórias descendentes. O aumento da resistência ao estiramento passivo é maior no início do movimento e reduz com a continuação dele “Sinal de Canivete” (Mayer, 1997). Ocorre postura anormal, padrões de movimento de massa, co-contração inadequada e incapacidade de fragmentar padrões e desempenhar movimentos isolados de uma articulação (Edwards, 1999). Relacionada com a lesão do neurônio motor superior. NEUROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS NO MECANISMO DO TÔNUS MUSCULAR GABA (-) Glicina (-) Glutamato (+) CORRELAÇÃO CLÍNICA PC AVC TCE TRM Neoplasias Seletiva MMSS (mm. Flexores) MMII (mm. Extensores) Alterações no mm. espástico Aumento do reflexo miotático (ausência de inibição recíproca) Diminuição do limiar (Dietz, 1992) Resposta depende da velocidade de estiramento FISIOPATOLOGIA DA ESPATICIDADE Toda lesão do SNC que provoca alteração no mecanismo inibitório supra-espinhal do reflexo miotático gera espasticidade. HIPERATIVIDADE DOS NEURS. GAMA INATIVAÇÃO DOS NEURS. INTERNEURÔNIOS INIBIDORES Diminuição da inibição pré-sináptica dos motoneurs. α neurs. internunciais insuficientes ativados EXALTAÇÃO DOS REFLEXOS MIOTÁTICOS Ausência de inibição do Mn α Descarga exagerada dos Mn α Ausência de inibição recíproca Associada aos fatores mecânicos passivos Atrofia, desuso, encurtamento muscular e redução do número de sarcômeros (Williams et al., 1988). Proporção decrescente de fibras musculares (Dattola, 1993). Clinicamente: co-contração agonista-antagonista enrijecimento e lentidão dos movs. “No extremo inicial, hiperatividade fusimotora gama, e no extremo quase terminal uma falha na inibição pré-sináptica dos motoneurônios alfa” (Barraquer Bordas, 1976). RIGIDEZ Consiste numa resistência imposta aos movimentos passivos lentos, sentida ao longo de todo o arco de movimento. “Rigidez de roda dentada” (movimentação passiva): Aumento da tensão dos OTG Distribuição da rigidez: nos membros e axialmente Síndrome extrapiramidal “Ocorre do reflexo miotático de latência prolongada” (Rothwell,1994). Espasticidade Rigidez Padrão: Flexores MMSS Extensores MMII Padrão flexores e extensores igualmente tônus dependente da V Tônus cte. durante todo mov. Ref. tendíneos Reflexos tendíneos normais Lesão do NMS (piramidal) Sinal extrapiramidal dos reflexos miotáticos da coluna Latência prolongada do reflexo miotático REFERÊNCIAS Stokes, M. Neurologia para Fisioterapeutas. Editorial Premier, São Paulo, 2000. Casalis, M. E. P. Reabilitação/Espasticidade. Livraria Atheneu editora. Rio de Janeiro, 1990. Doretto, D. Fisiopatologia Clínia do Sistema Nervoso. Livraria Atheneu. Rio de Janeiro, 1989. Machado, A. Neuroanatomia Funcional. Livraria Atheneu. Rio de Janeiro, 1988.
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