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Design Tipográfico Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Elisa Jorge Quartim Barbosa Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Características dos Caracteres • Anatomia do Tipo; • Anatomia e Nomenclatura dos Tipos; • Identificação e Classificação de Tipos. · Conhecer as características dos caracteres, sua anatomia e suas funções. OBJETIVO DE APRENDIZADO Características dos Caracteres Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Características dos Caracteres Anatomia do Tipo A terminologia e a morfologia dos caracteres tipográficos usados hoje tiveram a sua origem principalmente dos substratos da escrita, dos instrumentos de escrever e das tecnologias da impressão. O conhecimento completo dessa anatomia tipográfica proporciona o funda- mento para a comunicação concisa e consistente com fornecedores gráficos, clien- tes e outros designers ou diretores de arte. A capacidade de distinguir uma face, fonte ou família tipográfica de outra é es- sencial para o desenvolvimento do senso estético de um designer. À medida que o vocabulário tipográfico é dominado, torna-se mais fácil a esco- lha de um tipo de letra para comunicar significado e destacar a mensagem visual. A Estrutura e os Elementos O alfabeto latino moderno consiste de 52 letras, incluindo as caixa alta e caixa baixa, mais 10 algarismos, marcas de pontuação e uma variedade de outros símbolos, como &, % e @. Muitos idiomas acrescentam uma variedade de acentos às letras básicas e ainda outros, embora menos, usam letras extras e ligaturas. A linguagem verbal pode ser representada visualmente de diversas formas, esse curso foca na representação tipográfica, porém é importante observarmos outros tipos de representação. Caligrafia ou Handwriting Técnica milenar de escrever com letras belas e corretamente formadas, de acordo com diferentes estilos gráficos específicos como o gótico, uncial e semiuncial etc. Lettering ou letreiramento Arte de desenhar letras. Pode ser feita à mão ou no computador Tipografia Organização visual da linguagem escrita independente do modo como é pro- duzida. Relaciona-se também ao design e ao uso de letras no processo mecânico e digital. 8 9 Caractere Em uma palavra escrita, cada letra, sinal e até os espaços são caracteres. É o menor componente da linguagem escrita. Dá o significado ao glifo. Glifo Aparência gráfica de um caractere. Tipo Coleção de caracteres que compartilham as mesmas características de design, como peso, largura, inclinação, modulação de traço e espaçamento, com o mesmo estilo. Quando esse conjunto se encontra na forma digital, também é chamado de fonte. Elementos da Métrica Tipográfi ca As unidades tipográficas são diferentes das unidades de medida comuns, como centímetros e polegadas, porque as medidas tipográficas foram estabelecidas antes que esses outros sistemas existissem. Os pontos são usados para medir todos os modos de elementos tipográficos, incluindo a espessura de espaços, a altura dos tipos, o leading ou entrelinhamento e o tamanho de fios, linhas e margens. As unidades de medidas servem para determinar desde o tamanho do corpo, o tamanho dos caracteres até o tamanho das entrelinhas. • Pontos: é a medida tipográfica es- tabelecida pelo francês Francisco Ambrósio Didot. Um ponto equivale a aproximadamente 0,376 mm (ou 2,6 pontos = 1 mm). • Cícero: também é uma medida do sistema Didot e que corresponde a 12 pontos. • Paica (pica): é uma unidade de me- dida anglo-saxã usada na Inglaterra e nos países de língua inglesa. Corres- ponde a um sexto de polegada. Figura 1 9 UNIDADE Características dos Caracteres Uma paica é equivalente a 0,166044 de polegada (4,218 mm) e é dividida em 12 pontos. Mesmo que não seja matematicamente preciso, o tamanho de 72 pon- tos é especificado como equivalente a uma polegada, e o tamanho de 36 pontos é a metade de uma polegada. A medida do tipo em pontos é determinada pela distância do topo da ascenden- te ou do topo da letra capital (qualquer dos dois que for o maior) à base da descen- dente. Essa área de medida evoluiu da peça de tipo fundido em chumbo, chamada de base, plataforma ou corpo do tipo. Cada forma de letra, independentemente de seu tamanho real, era fundida no mesmo tamanho de corpo, de forma que todas as letras podiam ser ordenadamente alinhadas pelo topo e pela base no componedor. Os tipos podem ter tamanhos aparentes diferentes, porém são compostos no mesmo tamanho em pontos. Diferentes faces de tipos parecem maiores ou me- nores do que outras faces de tipos do mesmo tamanho em pontos devido às dife- renças de forma nas alturas e larguras dos caracteres individuais. Essa dimensão é identificada pela linha de corpo, linha mediana ou, como se refere de forma mais comum, altura-de-x. Figura 2 - O corpo de um tipo é medido em pontos Dependendo do design específico de uma fonte, a linha de ascendentes pode estar acima ou abaixo da linha de capitular. Ainda que o tamanho em pontos (corpo) de uma fonte seja estimado pela medida do topo da ascendente até a extremidade inferior da descendente, isso nem sempre tem precisão devido à ampla variedade no design. Estilos de tipos Existem dois estilos de tipos: romano e itálico. Romano A versão romana de uma fonte é ba- seada no relacionamento perpendicular, ou em um ângulo de 90º, entre a linha de base e os traços que formam a letra. Figura 3a Itálico A versão em itálico de uma fonte é inclinada para a direita, muitas vezes em um ângulo entre 12º e 15º. Muitas ve- zes incorporam acabamentos adicionais como remates em gancho ou terminais. Figura 3b 10 11 Largura do tipo Outras variações de tipos são baseadas na largura e no peso das formas das le- tras. A largura de um caractere ou tipo refere-se a termos, tais como condensado, estendido ou largo e expandido. Figura 4 – Variações de largura (condensada e regular) nafamília de tipos Futura Peso do tipo O termo peso refere-se ao escurecimento relativo de uma determinada fonte. A terminologia nesse caso muda de um desenho de tipo para outro, porém termos como light (claro), book (normal ou regular), heavy, bold (ou negrito) e extra bold. Figura 5 – Variações de peso entre Futura Book, Futura, Futura Demi, Futura Bold e Futura Extra Bold.Quanto mais pesado o traço, maior é a largura da forma da letra 11 UNIDADE Características dos Caracteres Importante! A mudança artificial do design padrão de uma fonte para condensada ou expandida por meio de esmagamento ou alargamento da letra arruína o peso do traço e as proporções da forma, tal como foi projetada. Sempre selecione uma fonte real condensada ou expandida. Figura 6 Importante! Fontes, Faces e Famílias O termo Typeface (ou face do tipo) refere-se a letras de caixa alta e caixa baixa de um determinado design. O termo fonte, no entanto, é um termo formal que inclui todas as formas de letras caixa alta e caixa baixa, algarismos, símbolos, pon- tuação, caracteres acentuados e versaletes (small caps), que compreendem um determinado tamanho ou corpo, estilo e peso. A fonte é uma seleção completa de todos os caracteres em determinado tamanho em pontos e design, pronta para ser utilizada em uma composição digital para a impressão. Uma família de tipos inclui todas as variações de um design de tipos em todos os tamanhos ou corpos. As famílias de fontes mais completas incluem conjuntos de fontes baseadas em combinações de variações em peso, largura, romana e itálica. Univers A Univers é uma família tipográfica desenhada por Adrian Frutiger em 1957. A fonte é conhecida por sua limpeza e legibilidade a longas distâncias. 12 13 A Univers foi uma das primeiras fa- mílias a serem desenhadas pensando-se em todas as suas variações e tamanhos. Frutiger criou um sistema próprio para a categorização dos tipos, usando um có- digo de números ao invés de nomes (são 21 variações ao todo, incluindo as itáli- cas, negritos, estendidas etc.). A versão regular é reconhecida pelo código 55, as itálicas possuem números pares e as de- mais, ímpares. Figura 7 Algarismos Alinhados, Versaletes, Elevados, Descidos e Dingbats Algarismos de caixa alta, também chamados de algarismos alinhados, são os números dentro de uma determinada fonte que são combinados e alinhados com a altura de capitular das letras caixa alta. Além da altura comparativa, esses números são ajustados, ou kerned, para combinar com a largura das letras de caixa alta. Algarismo alinhado em subscrito H20 Algarismo alinhado em sobrescrito 42 = 16 O sobrescrito, ou elevado, é um caractere pequeno escrito junto à linha de ca- pitular de uma determinada fonte. São usados para denotar exponenciais em uma equação científica ou matemática. Um subscrito ou descido é um caractere pequeno composto junto à linha de base. Os subscritos são muitas vezes usados para denotar combinações molecula- res de substâncias químicas ou para representar os denominadores em conjuntos de frações. 13 UNIDADE Características dos Caracteres Small caps, ou versaletes, são letras em caixa alta compostas na dimensão da altura-de-x de qualquer fonte determinada. Versal e versalete da fonte Calibri VERSAL versalete Caixa alta e baixa da fonte Calibri CAIXA-ALTA caixa-baixa Dingbats Dingbats são conjuntos de caudais decorativos, caracteres especiais e símbolos. Embora alguns desses símbolos sejam oferecidos no conjunto de uma fonte, a maioria dos dingbats é vendida como uma fonte em separado baseada em um tema particular ou em uma área de assunto especial. Figura 8 – ITC Zapf Dingbats é um dos tipos mais comuns de dingbat, foi projetado por Hermann Zapf em 1978 Anatomia e Nomenclatura dos Tipos A anatomia primária de uma letra inclui traços e barras de cruzamento, termi- nais e serifas (ou a falta delas), ombros, braços e pernas, ligações e caudais e assim por diante. Muitas dessas partes são denominadas de acordo com similaridades às suas correspondentes nos corpos dos humanos e dos animais. 14 15 Figura 9 Figura 10 Haste ou Traço O peso da fonte depende do tipo e da espessura do traço. O traço ultrafino, ou traço cabelo, refere-se ao peso mais leve, e o traço da haste refere-se ao peso maior ou traço principal da forma da letra. Barra ou Braço O braço ou barra é um traço horizontal que conecta dois outros traços em um caractere, como acontece nas letras A e H. Ligação Ligação é o termo para o traço que conecta o bojo e a volta de um g em caixa-baixa. Braços e caudas Braço e perna referem-se às partes de uma letra que se estendem para fora de um traço principal e que são livres na extremidade terminal. A cauda é o traço em ângulo que se estende abaixo da linha base. Espinha e ombro Espinha é um termo que se refere à curva dupla encontrada no traço principal da caixa alta e da caixa baixa da letra S. Às vezes, é a parte mais espessa da letra e é um termo fácil de lembrar devido à sua referência com a estrutura da anato- mia humana. 15 UNIDADE Características dos Caracteres O ombro é a área de transição nas letras de caixa baixa entre a parte curva de um traço e a parte vertical do mesmo traço. Serifas Uma serifa é a leve extensão no início e fim do traço de uma letra, desenhada em ângulo reto ou obliquamente através do braço, da haste ou cauda de uma letra. As serifas são categorizadas de acordo com sua forma física. Mais uma vez, existe grande variedade nos nomes e nas formas das serifas. Junção A junção é a área de conexão em curva entre o traço da letra e a serifa. Ela pode ter diferentes graus de peso ou espessura. Figura 11 A inclusão ou ausência de uma serifa com junção é uma pista para a identificação de uma face ou fonte.Ex pl or Terminal e Remate Terminal é o final de um traço com alguma espécie de tratamento autônomo em vez de uma serifa ou remate. Remate é uma terminação sem serifa do traço de uma letra, por exemplo, uma bola, caudal, orelha, espora ou gancho. Vértices O vértice de uma letra é formado quando há a junção de dois traços em ângulo. Olhos e bojos O bojo é um traço em curva que encerra um espaço, e o olho é o espaço que fica encerrado. 16 17 O termo olho, ou miolo, refere-se especialmente ao olho na caixa baixa, independente- mente de ele ser fechado ou aberto. É dada especial consideração ao olho do e no design e na seleção dos tipos para aplicações específi cas, uma vez que é a primeira área a fi car obstruída ou entupida com a tinta na impressão. Ex pl or Espaços Horizontais O termo largura do tipo refere-se à largura total de uma letra e ao espaço que a rodeia. O espaço da letra permite ao designer espacejar oticamente as letras em uma palavra ou frase de forma a mudar a textura visual e resultar em um diferente espacejamento entre linhas. Espaço entre Palavras – Tracking Nos software de programas de aplicação contemporâneos, o espacejamento entre palavras é referido como tracking. Espaço entre Letras – Kerning O espaço entre as letras em uma palavra é denominado de kerning.Importante! O termo vem da palavra germânica kern, que signifi ca canto ou esquina. Quando um tipógrafo tinha que aplicar o kerning nos tipos de chumbo, ambas as letras tinham que ser desbastadas manualmente ou “escantilhadas” para remover parte da plataforma de chumbo fundido. As letras eram então colocadas na barra do compositor e ajustadas para o espacejamento entre letras apropriado. Você Sabia? Ligatura Ligatura é quando dois ou mais caracteres são unidos em um único corpo (uma só peça de chumbo) de tipo. O desenvolvimento das ligaturas veio da necessidade de manterlegibilidade nos manuscritos que tinham as letras feitas à mão cujo es- pacejamento era muito apertado; as ligaturas eram denominadas letras atadas na era do manuscrito. Figura 12 – As ligaturas mais comuns incluem combinações com a letra f, que originalmente tinham a intenção de proteger o kerning da letra do contato com um caractere ascendente na linha de baixo 17 UNIDADE Características dos Caracteres Ligaturas comuns Figura 13 Fonte: Wikimedia Commons Originalmente, as ligaturas eram fun- didas em uma única peça de chumbo (chamada de corpo) com o espaço apro- priado da letra. Isso evitava a demorada prática de tentar fazer o kern de letras delicadas no material macio de chumbo. Figura 14 Fonte: Wikimedia Commons Identificação e Classificação de Tipos A expansão comercial dos bens e serviços durante a Revolução Industrial resul- tou na ampla distribuição de produtos manufaturados, o que trouxe a necessidade de uma variedade ainda maior de estilos de tipos diferentes. Os fabricantes busca- vam identidades próprias e únicas dentro do mercado. Os primeiros sistemas de classificação dos tipos que apareceram eram genéricos demais, empregando divisões simples, tais como fontes romanas e fontes itálicas. À medida que os estilos de tipos proliferaram, foram necessários sistemas mais complexos para identificar as categorias gerais. Desde a II Guerra Mundial, as artes gráficas e as profissões relacionadas enfren- taram a necessidade de comunicarem-se umas com as outras numa escala global. Para atender às necessidades de padronização, os sistemas de classificação evo- luíram, porém, infelizmente, houve pouco consenso na adoção de um sistema de classificação específico. Um sistema simplificado de classificação foi criado por Alexander Lawson, que idealizou um método simplificado para o reconhecimento e a categorização de tipos. As categorias dentro do sistema de Lawson incluem letras negras, Estilo 18 19 Antigo (Veneziano, Aldino-Francê s e Holandês-Inglês), transicional, moderno, seri- fas quadradas, sem serifa, script cursivo e display decorativo. Letras Negras ou Blackletters As letras negras evoluíram dos documentos manuscritos da Alemanha do século XV. Eram chamadas também de Gótico pelos europeus, o que causou confusão quando os americanos do século XIX denominaram as primeiras letras sem serifa também de Gótico. A classificação das fontes de letras negras inclui as categorias menores de Old English, Textura (Cloister Black e Goudy Text), Gothic-Antique, Rotunda ou Round Gothic e Bastarda++. As letras negras são usadas ocasionalmente, mais frequentemente na impressão de certificados com aparência oficial, diplomas e materiais litúrgicos. Características Identificadoras do Estilo Blackletter • Serifas com fortes junções e em forma de taça; • Aparência na página é pesada. Figura 15 Estilo Antigo (Romana Antiga) As fontes em Old Style, ou Estilo Antigo, têm fortes junções de serifas que fazem com que essas pareçam ter brotado dos traços das hastes. Suas serifas arredonda- das, em formato de taças, são agradáveis e tranquilizadoras; a grande massa das formas das letras reforça o sentido de estabilidade e de força. As letras de Estilo Antigo são fáceis de reconhecer porque tendem a parecer mais pesadas na página impressa. A Adobe Garamond é um exemplo de fonte serifada de estilo antigo. Características Identificadoras do Estilo Antigo (Old Style) • Variação mínima de traços grossos e finos; • Serifas pequenas, ásperas, às vezes com bases ligeiramente côncavas; • Pequena altura-de-x. Figura 16 Transicional Como o nome implica, transicional refere-se a fontes cujas formas são uma ponte sobre o intervalo de tempo entre as letras orgânicas em Estilo Antigo e a estrutura de aparência mecânica das fontes modernas. 19 UNIDADE Características dos Caracteres Características de Identificação do Estilo Transicional • Maior contraste entre traços grossos e finos; • Serifas mais largas, com junções graciosas e bases achatadas; • Maior altura-de-x; • Eixo vertical nos traços redondos; • A altura das capitais combina com a das as- cendentes; • Algarismos têm a altura das capitais e são consistentes no tamanho. Figura 17 Romana Moderna Enquanto os designs transicionais eram fortemente baseados nos progressos tecnológicos, os designs modernos representavam o primeiro movimento na dire- ção da expressão visual do tipo. Características de Identificação do Estilo Moderno • Extremo contraste entre traços grossos e finos; • Serifas com fio de cabelo sem junções; • Pequena altura-de-x; • Serifa reta; • Eixo vertical nos traços redondos. Figura 18 Egípcia, com Serifa Quadrada e em Bloco Os tipos egípcios de serifas quadradas, que se tornaram populares no início da propaganda, são muitas vezes chamados de serifas em bloco ou tipos egípcios. O estilo de serifa quadrada típico tem muitas vezes uma linha de espessura unifor- me, parecendo ser construído com traços que têm o mesmo peso. As letras são baseadas em designs geométricos simples; muitas vezes, os caracteres arredonda- dos são círculos perfeitos. 20 21 Características de Identificação de Fontes Egípcias com Serifa Quadrada ou Serifa em Barra • Variação mínima entre traços grossos e finos; • Serifas pesadas com extremidades quadradas; • Grandes alturas-de-x; • Eixo vertical nos traços redondos; • Pequena ou nenhuma junção. Figura 19 Sem Serifa ou Lapidária Como uma reação negativa bastante significativa contra os excessos tipográficos do século XIX, a direção do novo design viu uma forma de letra básica que era apropriada para a comunicação contemporânea. Características das Sem Serifa ou Lapidária • Pequena ou nenhuma variação entre traços grossos e finos; • Ausência de serifas; • Grande altura-de-x; • Pequena ou nenhuma ênfase no eixo dos tra- ços redondos; • Com frequência, terminais em acabamen- to quadrado. Figura 20 Script, Cursiva ou Manuscrita As faces de tipos script e cursiva são aquelas que representam literalmente os estilos de escrita caligráfica ou de letras feitas manualmente. As script têm letras em caixa baixa ligadas ou em junção, similares à caligrafia. As cursivas parecem letras feitas à mão sem ligações umas com as outras. Características das Letras Script • Variação entre traços grossos e finos; • Ausência de serifas (às vezes substituídas por caudais); • Variação nas alturas-de-x. Figura 21 21 UNIDADE Características dos Caracteres Display, Decorativo ou Fantasia Os cartazes e os anúncios no fim do século XIX dependiam muito do tipo em tamanho grande, chamado de tipo display, para atrair atenção. Devido ao tama- nho do tipo display, a legibilidade era menos importante do que o impacto visual. Os designs de tipos display incorporavam a ornamentação para atingir esse im- pacto, assim os designers ignoraram completamente séculos de evolução estética em favor de qualquer truque visual que pudesse apanhar o olho do público. Faces Display Decorativas • Grande variação entre peso e qualidade dos traços; • Mistura de serifas e sem serifas; • Várias alturas-de-x; • Às vezes somente em capitais, Figura 22 Forma de Classificação A nova estrutura descritiva para as formas de tipos proposta por Dixon com- preende três componentes primários de descrição: origens, atributos formais e padronizações. Origens As origens descrevem as influências formais genéricas que compartilham simila- ridades no enfoque ou referências visuais. Essas origens identificam influências tais como a decoração ou influências pictóricas – caligrafia, as características de um tipo romano e assim por dian- te –, de acordo com os desenvolvimentos cronológicos dos tipos em umapers- pectiva histórica. 22 23 Atributos Formais Os atributos formais descrevem características específicas e detalhadas do design e da construção do tipo. Esses se dividem em oito categorias. Quadro 1 Construção Descreve o enfoque na montagem ou construção das partes componentes que consti-tuem as características de uma determinada face de tipo. Modelagem Refere-se ao contraste no peso dos traços, abrangendo desde um peso consistente até uma diferença altamente exagerada. Proporção Descreve a forma da letra em relação ao espaço que ocupa. Muitas vezes, referida como relações entre largura e altura e denominada condensada, média ou expandida. Características-Chave Identificam e descrevem aqueles caracteres cujo tratamento é significativo na distinção entre uma face de tipo e outra. Forma Descrevem as formas básicas do alfabeto latino, que são as curvas e as linhas retas. Terminais Descrevem a variedade de terminais e o acabamento dos traços encontrados dentro das formas das letras, como também onde e como eles foram aplicados. Peso Descreve a força visual das formas como um todo, descrita de acordo com a cor: claro, médio e negrito ou bold. Decoração Descrevem alguns dos motivos e tratamentos comuns usados no detalhamento das letras. Os motivos comuns incluem pergaminhos abstratos, medalhões e floreios ou formas mais pictóricas de flores e folhagem. A organização e classificação das famílias tipográficas tornam-se primordiais no dia a dia do designer. Com a infinidade de tipos que temos hoje, é muito fácil lotar o computador com milhares de fontes e, na hora de usá-las, não conseguir encontrar uma que se adeque mais à informação a ser passada – além de deixar o computador mais lento. Para ajudar, existem vários programas que ajudam na classificação e gerencia- mento das fontes. Como Bitstream Font Navigator (Corel), Nexus Font (Xiles), FontAgent Pro (Insider), Font Explorer X (Monotype), SuitCase Fusion (Extensis), Typekit (Adobe). 23 UNIDADE Características dos Caracteres Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites tipografos.net Projeto educacional que busca promover a cultura tipográfica brasileira. https://goo.gl/BJ5rQ6 Projeto Lettering vs. Calligraphy Giuseppe Salerno (calígrafo) e Martina Flor (letterer). https://goo.gl/Hih1c6 Livros Manual de Tipografia: a História, a Técnica e a Arte CLAIR, Kate; BUSIC-SNYDER, Cynthia. Manual de tipografia: a história, a técnica e a arte. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. [recurso on-line]. Vídeos Canbal DiaCrítico O DiaCrítico é um programa mensal no YouTube apresentado por Diego Maldonado e Érico Lebedenco sobre tipografia nas mais diversas vertentes. https://goo.gl/e7ivAQ 24 25 Referências CLAIR, Kate; BUSIC-SNYDEr, Cynthia. Manual de tipografia: a história, a téc- nica e a arte. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. Disponível em: <https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577804559>. ESTEVES, Ricardo. O design brasileiro de tipos digitais: a configuração de um campo profissional. São Paulo: Blucher, 2010. FARIAS, Priscila. Tipografia digital: o impacto das novas tecnologias. Rio de Ja- neiro: 2AB, 1998 FONSECA, Joaquim da. Tipografia & design grá fico: design e produç ã o grá fica de impressos e livros. Porto Alegre: Bookman, 2008. Disponível em: <https:// integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577804177>. LUPTON, Ellen. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e estudantes. São Paulo: Gustavo Gili, 2018. LUPTON, Ellen. Tipos na tela. São Paulo: Gustavo Gilli, 2015 PERUYERA, Matias. Diagramação e layout. Curitiba: Editora Intersaberes, 2018. Disponível em: <http://cruzeirodosul.bv3.digitalpages.com.br/users/publi- cations/9788559726657/>. TIMOTHY, S. Guia de Tipografia. v. 1. Porto Alegre: Bookman, 2011. 25
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