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Diversidade Cultural e Bullying na Escola

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CAIAPÔNIA
2018
Pedagogia
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIALCONECTADO
PEDAGOGIA
renata ALVES MAGALHÃES DE OLIVEIRA
DIVERSIDADE CULTURAL: UM RECORTE SOBRE O BULLYING 
RENATA ALVES MAGALHÃES DE OLIVEIRA
DIVERSIDADE CULTURAL: UM RECORTE SOBRE O BULLYING
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia
Orientadora: Prof. Natália Gomes 
Tutora eletrônica: Helen Cristina P.D. Muniz
Tutora de sala: Sueli Aparecida da S. Castro
CAIAPÔNIA
2018
OLIVEIRA, Renata Alves Magalhães de . Diversidade Cultural: um recorte sobre o bullying. 2018. 26f. Projeto de Ensino do Curso de Pedagogia. Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Caiapônia, 2018. 
RESUMO
Este projeto de ensino tem como temática a diversidade cultural: um recorte sobre o bullying, e se insere na linha de pesquisa da Gestão Escolar. Esse tema emerge da necessidade de uma abordagem voltada para professores que, por sua vez, não conseguem trabalhar com a diversidade ou mesmo intervir quando a violência escolar ocorre em sala de aula. O bullying é considerado como uma resultante de uma cultura baseada na intolerância e no desrespeito, e como tal, precisa ser inserido nas ações pedagógicas dos professores em um processo preventivo. Desse modo, o objetivo deste projeto é oportunizar a formação inicial dos professores para a utilização de metodologias e dinâmicas de prevenção ao bullying. O tema do projeto é muito relevante e se justifica na necessidade fazer com que os professores assumam uma postura de combate à qualquer tipo de violência ou comportamento agressivo. Sendo a escola um espaço democrático, é urgente que o professor seja capaz de trazer a diversidade para o cotidiano. Os conceitos que embasaram o projeto, bem como os autores que fundamentaram sua proposição. foram aqueles que trouxeram uma perspectiva acerca da diversidade cultural, violência escolar e bullying. Desses, são citados Almeida (2008), Cavalcante (2008), Fante (2008), Lins (2010), Lopes (2005) e Silva (2006). 
Palavras-chave: Diversidade. Alunos. Violência. Bullying . Professores. 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Educar para a diversidade, trabalhando com valores tais como respeito e tolerância se tornou um dos maiores desafios ao ensino contemporâneo. 
A cada dia são novos casos de violência escolar e bullying, um fenômeno que ainda é confundido com brincadeiras de mau gosto, mas que provam que a comunidade escolar, principalmente os professores não se encontram preparados para transformar essa realidade.
Tendo essa premissa como base, o presente projeto de ensino agrega temática da diversidade cultural: um recorte sobre o bullying e se encontra inserido na linha de pesquisa da Gestão Escolar. 
É visível que a sociedade tem sofrido grandes e profundas mudanças, sobretudo com o advento da tecnologia, do encurtamento das distâncias e dos discursos da individualidade. A cada dia, as pessoas constroem suas relações sociais baseadas nos gostos pessoais e nas vivências que são compartilhadas em rede. 
Hoje se fala muito mais na diversidade cultural e a necessidade de uma proposta educativa que contemple os ideais de respeito e não de intolerância. Sabe-se também que um dos reflexos dessa sociedade automatizada, distante da realidade é o aumento dos números de vítimas da violência, principalmente a escolar, materializada nos casos de bullying. E nesse aspecto, observou-se que os professores ainda não se encontram preparados para prevenir e lidar com as mais diversas situações que se configuram em violência. 
Assim, a temática deste projeto emergiu da necessidade de uma abordagem de trabalho voltada para a formação de professores, no sentido de que estes tenham subsídios para construir um trabalho pedagógico voltado para a inclusão de ações de prevenção ao bullying, partindo do pressuposto de que a diversidade é uma realidade das escolas contemporâneas. Desse modo, este projeto se justificou a partir da compreensão de que os professores precisam de apoio do grupo gestor, não apenas para combater as situações de violência escolar, ou bullying, mas também na adoção de uma postura voltada à diversidade cultural. 
Destaca-se que a temática tem como fundamento os diversos estudos realizados no curso de Pedagogia da Unopar, bem como das reflexões sobre a importância de ações nas quais a diversidade seja o ponto de partida do trabalho pedagógico.
Mediante a necessidade de uma abordagem formativa voltada para os professores, o problema de pesquisa se construiu a partir das seguintes questões: Qual o conceito de diversidade cultural e como esta influencia as relações sociais construídas na escola? Como o bullying pode ser resultante da falta de uma abordagem pedagógica sobre a diversidade cultural? Quais os principais motivos para que o bullying ocorra no espaço escolar? De que forma os professores podem ser preparados para as ações de prevenção e combate ao bullying? 
Partindo da problematização, os objetivos do presente projeto de ensino foram: Compreender o conceito de diversidade cultural; analisar os motivos para a ocorrência de bullying no espaço escolar; proporcionar formação para professores, com o intuito de valorizar a diversidade em sala de aula, e do mesmo modo, prevenir e combater o bullying. 
O conteúdo do projeto será abordado em forma de Workshops, voltados para professores, sendo coordenados pelo grupo gestor da escola campo. As atividades compreenderão o estudo sobre a diversidade na escola, a dinâmica do trabalho de prevenção à violência escolar, o reconhecimento das diferenças e ações pedagógicas mediadas pela diversidade, ética e valores. Ao todo serão realizados 4 workshops, durante o mês de novembro de 2018, com um encontro semanal. 
Os autores que fundamentaram a proposição do projeto foram aqueles que trouxeram uma perspectiva acerca da diversidade cultural, violência escolar e bullying. Desses, são citados Almeida (2008), Cavalcante (2008), Fante (2008), Lins (2010), Lopes (2005) e Silva (2006). 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Uma educação pautada na diversidade: o grande desafio contemporâneo 
A sociedade moderna trouxe consigo uma série de exigências sociais, dentre essas a perspectiva do trabalho voltado para a diversidade. Hoje muito se fala sobre as diferenças, não somente nos aspectos culturais, mas nas formas de lidar com a diversidade de ideias, de comportamentos, considerando a dinâmica social e sua pluralidade. 
É possível observar que um dos grandes desafios contemporâneos não é apenas ofertar conhecimento, mas construir uma concepção de valores que aos poucos estão se perdendo em meio aos avanços tecnológicos e, do mesmo, modo na banalização das relações sociais. É importante compreender que o ser humano é a base de toda sociedade, e os últimos anos demonstram que valores como respeito e ética tem sido deixados de lado em nome de uma relação constituída pela intolerância. 
Na escola, também se observa que o ensino para a diversidade se tornou desafiador, uma vez que nesse espaço os índices de violência aumentaram consideravelmente, principalmente porque o professor nem sempre se encontra apto para construir uma relação pautada nos valores morais e na construção consciente da cidadania. 
De acordo com Benevides (2008), quando se fala em educar para a cidadania, torna-se essencial que a escola esteja de fato comprometida com as necessidades da sociedade. Assim, as ações, não apenas pedagógicas devem buscar cumprir objetivos únicos, capazes de transformar positivamente a vida dos educandos. Além disso, a escola precisa construir na mentalidade de seus alunos a ideia de que é possível ter soluções pacíficas para os eventuais conflitos que surgirem dentro ou fora desse espaço que é múltiplo e diverso.
Embora a sociedadeesteja caminhando para um modelo individualista, que está sendo construído na afirmativa do capitalismo, das relações baseadas em valores transformados pelo “ter” em detrimento do “ser”, as instituições educacionais tem colocado em prática os planos de ensino pautados na educação para valores, sobretudo os que se voltam para a compreensão e aceitação da diversidade, das diferenças. Isso ocorre devido, principalmente, aos problemas causados pela violência, sobretudo pelos casos de bullying, que se tornou um fenômeno a ser combatido, tanto no contexto escolar quanto fora deste. 
Araújo (2007) discorre que um modelo educativo pautado na busca por uma cultura de paz, se baseia no discurso contemporâneo, lapidado no século XXI, voltado para uma convivência harmônica. Ainda segundo o autor, isso somente será possível a partir de uma análise crítica da realidade, compreendendo que os educadores precisam ser os primeiros a se comprometer com uma educação pela ética e valores, e não apenas pela aprendizagem de conhecimentos acadêmicos. 
Entender o funcionamento psicológico do ser humano e como cada pessoa se relaciona consigo mesma e com o mundo à sua volta pode ajudar na construção de procedimentos e estratégias educativas mais "eficientes" no sentido de permitir a construção efetiva de valores éticos desejáveis por uma sociedade que almeja promover o desenvolvimento humano calcado na justiça social, a igualdade, a equidade e a felicidade para cada um e todos os seres humanos. Este é o ponto de partida para a proposição de procedimentos e estratégias que promovam uma educação em valores de ética, de democracia e de cidadania. (ARAÚJO, 2007, p.18)
	Assim como o autor citado, Neris (2008) ressalta que não é possível que no século XXI a opção pela diversidade não tenha o espaço merecido, não somente nos espaços sociais, mas principalmente nos escolares. A escola que ainda segrega, desconhece ou separa aqueles que são diferentes do “normal”, de forma alguma pode ser considerada como legítima na construção da cidadania. Evitar a percepção de que o espaço escolar pode se tornar perigoso, justamente pela não aceitação da diversidade cultural é abraçar a intolerância, e privar os sujeitos de oportunidades e condições para que sua vida não seja pautada nas formas de eliminação dos contextos sociais. 
O ser diferente não poderia jamais constituir-se num obstáculo a uma convivência fraterna e harmoniosa entre as pessoas, até mesmo porque a diferença sempre esteve presente na obra da criação do universo como algo natural e permanente. (NERIS, 2008, p. 5).
Na sociedade contemporânea acredita-se que a violência no contexto escolar seja fruto da falta da compreensão de como se deve educar para a diversidade. Esse processo é uma ação e não um empenho, ou seja, educar em um contexto constituído na diversidade é ter fazer com que o aluno compreenda a importância de se aprender junto, não importando as diferenças, sejam elas físicas, sociais ou culturais. Quando isso ocorre, torna-se possível a formação de um ambiente no qual a aprendizagem é favorecida, assim como o respeito ao próximo, a partir de um convívio plural, de modo que o bullying, um dos maiores problemas da escola contemporânea, não cresça e não faça suas vítimas. 
2.2 Bullying: quando a diversidade cultural se torna fator de violência 
Conforme referenciado, a sociedade contemporânea exige novos modelos educativos pautados na compreensão da ética e do respeito nas relações. É notório que o espaço escolar tem se tornado também um lugar de exclusão, muito mais do que inclusão. É nesse espaço constitutivo que surge o bullying, como a materialização da não aceitação das diferenças, da ideia de que o “normal” deve ser o princípio das relações sociais. 
No discurso de Silva (2010), evidencia-se que o uso da terminologia bullying é recente, e seus estudos foram aprofundados nos últimos quinze anos. De modo geral, o bullying é utilizado para conceituar a violência escolar ou mesmo qualificar os comportamentos agressivos. Salienta-se que esse fenômeno tanto pode se originar de meninos quanto meninas. As vítimas, em geral são aqueles considerados “diferentes”, seja pelo gênero, pelas formas físicas, raça, religião ou opção sexual. 
Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. (SILVA, 2010, s.p)
De acordo com a autora mencionada, o bullying se materializa em agressões verbais, físicas e materiais, psicológicas e morais, sexuais e virtuais ( numa nova modalidade denominada cyberbullying). Segundo Silva (2010), os meninos podem ser qualificados como agressores na maioria dos casos, embora os estudos já tragam diversos casos em que as meninas também se tornam as agressoras. Entretanto a violência entre meninas é mais sutil, quase não há registros de violência física, sendo mais observadas as manifestações de violência material ou psicológica. 
Entre os meninos, ou melhor, sendo esses os agressores, é mais comum a violência física, em atitudes que são consideradas mais visíveis. Os meninos também são mais intimidadores quando se trata dos casos de bullying e as disputas por espaço, a necessidade de uma imposição de poder, e principalmente as questões relacionadas à diversidade cultural são os maiores motivos para as ocorrências de bullying no contexto escolar. A imagem abaixo demonstra os números do bullying de acordo com o gênero, motivação, faixa etária e percentual por região. 
Figura 1. Fonte:https://meilycass.files.wordpress.com/2011/10/fotoavulsa_19052010215147.jpg
Os dados acima, segundo Bandeira e Hutz (2012) confirmam o que outros autores vem defendendo em suas pesquisas. De acordo com as pesquisas realizadas, os meninos são os que mais praticam bullying, embora não seja possível estabelecer uma comparação entre o índice de agressividade de meninos e meninas, pois isso é muito subjetivo e depende de outros aspectos. 
Fante (2002) reforça que existem graves consequências para as vítimas de bullying. A autora denota que as crianças agredidas costumam apresentar problemas no rendimento escolar, falta de atenção e concentração, não se relacionam de forma positiva com os grupos sociais, mesmo estes sendo acolhedores ou amigáveis. Com o passar do tempo, as vítimas tendem a se evadir do espaço escolar, aumentando o número da evasão e desistências. Ainda segundo a autora, as vítimas de bullying quase sempre insistem em mudar de escola ou também, na maioria dos casos, optam por abandonar os estudos de vez. 
Destaca-se que um dos grandes entraves ao combate da violência escolar, principalmente o bullying, está na dificuldade que os indivíduos possuem em aceitar a diversidade. O ambiente escolar é, antes de tudo, plural, e de tal forma precisa ser um espaço de mediações culturais e não de isolamentos. 
A escola é um espaço da diferença, da diversidade, e é, exatamente por isso, um espaço de conflitos. A comunidade escolar, assim como nossa sociedade, tem a presença de pessoas com suas singularidades: diferentes tamanhos, etnias, visões de mundo, histórias de vida, modos de ser, sentir, agir e sonhar. A riqueza cultural do nosso país, na maioria das vezes, não é levada em consideração no cotidiano da escola (BEAUDOIN e TAYLOR, 2006, p.44).
A contemporaneidade trouxe o discurso de uma escola democrática e inclusiva. Para tanto, a própria legislação universal cuidou de ampliar os espaços de aceitação das diferenças. Junto dessas novas perspectivas vieram também as premissas da inclusão de pessoas com necessidades especiais, com deficiências, as minorias raciais e a diversidade cultural. Nessa esteira, se materializaramos discurso nos quais as crianças, na escola, passaram a ser vistas como sujeitos da aprendizagem e não como objetos desta. Assim, os modelos educativos, antes centrados no ideal de igualdade e homogeneidade, e do mesmo modo, no professor como detentor do saber, passaram a privilegiar as necessidades dos sujeitos, tornando possível o combate às atitudes discriminatórias, contribuindo na constituição de uma sociedade verdadeiramente inclusiva, pautada em uma educação de todos, e para todos. 
Por mais que esses ideais pareçam utópicos, é neles que se forma a resistência necessária para a prevenção e combate ao bullying. Sendo esse um fenômeno diretamente ligado à diversidade e pluralidade, recomenda-se que a escola se aprofunde, verdadeiramente, no contexto da inclusão, sem recair na ideia limitante de que isso deve abarcar somente as crianças com deficiência. 
O bullying é um fenômeno oriundo da violência e ocorre em todo o espaço escolar. O gráfico abaixo ilustra onde os atos de intimidação ou violência física ocorrem com maior frequência. 
 
Uma escola que consegue abordar a diversidade e a pluralidade cultural pode ser considerada verdadeiramente inclusiva. Entretanto, quando o bullying se faz presente, pode ser um sintoma de que os olhares educativos não estão se voltando para o que é essencial, não somente na aprendizagem, mas relativamente aos valores que fazem parte de todos os grupos sociais. 
Segundo Freire (1996), as atitudes de intolerância refletem a fragilidade da escola em lidar com as diferença. Os professores, normalmente não realizam estudos mais aprofundados acerca do que seja o bullying e suas consequências no contexto educativo. 
Muitos ainda recorrem ao discurso de que o bullying nada mais é do que brincadeiras que ocorrem na escola, embora de uma forma bem evidente, os professores se recusem a perceber que as ditas “brincadeiras” ocorrem com muita frequência, são direcionadas a uma pessoa com características bem específicas e podem trazer resultados muito infelizes às vítimas. Nesse aspecto, concorda-se com Freire (1996, p.46) quando este afirma que “constatando, nos tornamos capazes de intervir na realidade, tarefa incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes do que simplesmente a de nos adaptar a ela”.
2.3 Bullying: os agressores, as vítimas e os espectadores 
Conforme mencionado, o conceito de bullying originou-se nos estudo voltados para a violência no espaço escolar. Sendo de origem inglesa, no Brasil o termo é utilizado como referência aos comportamentos agressivos, delineados pela violência e seus atos que, por sua vez, ocorrem de forma intencional e repetitiva, contra um grupo social, um ou mais indivíduos, que, por sua vez, mediante algum motivo não reagem às agressões sofridas. “Esses comportamentos não apresentam motivações justificáveis, os mais fortes utilizam os mais frágeis como objetos de diversão, prazer e poder, com a intenção de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas (SILVA, 2010, p.54).
Os agressores são caracterizados e denominados de bullies. Normalmente escolhem as vítimas entre aqueles que não apresentam possibilidade de reação, seja por questões físicas ou culturais. É importante destacar que o bullying é um fenômeno cultural e de tal modo, nasce a partir da crença individual da superioridade, seja por questões físicas ou econômicas. “As vítimas, de forma geral, possuem alguma característica que se diferencia do restante do grupo; podendo ser acanhadas, introspectivas, muito magras; obesas, ser de religião, raça ou orientação sexual diferente (SILVA, 2010, p.55).
De acordo com o autor mencionado, não existem justificativas plausíveis para os comportamentos violentos contra os sujeitos. Os alvos, na maioria das vezes, são os que não irão reagir as agressões, alimentando a necessidade do agressor de se mostrar o melhor. Quanto menor for o desenvolvimento da inteligência emocional, maior será a chance do indivíduo se tornar um bullies. Por outro lado, os agressores não se encontram entre aqueles que normalmente são qualificados como marginalizados. Pelo contrário, é grande o número de bullies pertencentes às classes mais abastadas e o que alimenta seu comportamento é, em muitos casos, a falta de limites por parte dos pais ou responsáveis. 
Assim a ideia de poder é alimentada pela agressividade ou pela necessidade de se mostrar o melhor em alguma coisa, ainda que seja em agredir. Os agressores sentem prazer em incutir violência na vida das vítimas tornando-as amedrontadas. Quanto maior o medo, maior o prazer que o agressor sente em intimidar, bater, xingar ou destruir o que pertence à vítima. O gráfico abaixo demonstra os sentimentos que os agressores sentem quando agridem suas vítimas. 
Gráfico 2. Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/tp/v23n4/a17fig02.jpg
Analisando o gráfico acima é possível compreender a relação de poder do agressor com sua vítima. O sentimento de ser o melhor da escola, aliado aos sentimentos de alegria, felicidade e vontade de machucar o colega, demonstra como o agressor precisa ter controle sobre sua vítima, reforçando o fato de que o bullying além de ser uma demonstração da intolerância no que diz respeito à diversidade, reforça a relação de poder que o agressor acredita ter com a vítima. 
Por outro lado, as vítimas do bullying possuem algumas características que chama a atenção dos agressores, sendo comum que os mais tímidos ou mais dedicados aos estudos se tornem vítimas. Do mesmo modo, aqueles que não se encaixam nos padrões considerados “certos” se tornam as vítimas mais comuns do bullying. Os gordos e os magros, os pobres, os negros, indígenas, dotados de altas habilidades, assim como os homossexuais são transformados em vítimas pelos agressores, por não representarem o ideal de unidade que a sociedade ainda insiste em propagar como a ideal. 
De acordo com Lins (2010) as vítimas de bullying podem ser caracterizadas de uma forma bem particular, como é possível se observar: 
Vítima típica: São aquelas que servem de “bode expiatório” para um grupo. Geralmente são os alunos que apresentam pouca ou nenhuma habilidade de socialização, são tímidas ou reservadas não conseguindo reagir às provocações e agressões dirigidas a elas. Vítima provocadora: São aquelas capazes de despertar em seus colegas reações agressivas contra si mesmas e com as quais não consegue lidar com eficiência. Brigam ou discutem quando são insultadas ou atacadas, mas, de maneira ineficaz exacerbando ainda mais as agressões dos outros. As vítimas provocadoras são as que chamamos de “gênio ruim”. Vítima agressora: A vítima agressora é aquela que diante dos maus tratos sofridos reage igualmente com agressividade ou reproduzindo-os como forma de compensação, procurando outro alvo ainda mais frágil para canalizar toda a sua insatisfação contida e reprimida pelas agressões anteriores. Essa tendência tem sido observada entre as vítimas que assim expandem os resultados, acionando o efeito cascata, aumentando o número de vítimas já tão volumoso. O círculo vicioso instalado contribui para que o bullying se transforme em um problema de difícil controle. (LINS, 2010, p.07) (grifos nossos)
Quando se trata da análise do perfil das vítimas de bullying, observa-se inicialmente que as vítimas das agressões não conseguem superar esse aspecto. São as que passam a compor o quadro da evasão escolar e indo mais além podem se tornar futuros agressores, optar pelo suicídio ou se transformarem em assassinos, com a justificativa da vingança pelos males oriundos do bullying. As vítimas, na maioria das vezes, não se sentem apoiados pela escola, não conseguem agregar forças para denunciar as agressões sofridas, pois temem retaliações. Como o agressor precisa de plateia, as vítimas tornam-se pessoas perseguidas e amedrontadas, não somente pelo agressor, mas pelos outros que o cercam. 
O gráfico a seguir demonstra os efeitos do bullying nas vítimas. As agressões são processos contínuos e isso alimenta nas vítimas umasensação de impotência que se torna persistente, difícil de superar. 
Gráfico 3. Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/tp/v23n4/a17fig01.jpg
Os autores pesquisados, dentre esses, Silva (2010) reforçam que o agressor nem sempre é aquele que possui a autoestima mais alta do que os demais. Em muitos casos, os sujeitos replicam as situações de violência que porventura tenham vivenciado em casa, ou nos grupos sociais dos quais faça parte. Portanto, para quem pratica bullying, quanto maior for o número de espectadores, mais forte poderão se sentir. Quanto mais testemunhas puderem atestar a “força” de sua intimidação, mais vezes se sentirá tentado a repetir as agressões. 
Os espectadores, segundo Silva (2010) são os alunos que concordam com as agressões para não se tornarem as vítimas. Estes, são manobrados por uma espécie de lei do silêncio e diante das agressões preferem não tomar partido ou sair em defesa das vítimas. Nem sempre os espectadores estão do lado do agressor, mas, regidos pelo medo de se tornarem vítimas, preferem se omitir. 
Existem dois tipos de espectadores; os Espectadores ou testemunhas e os espectadores-agressores. Os Espectadores ou testemunhas são aqueles que observam a violência e aprendem a conviver com ela e não se sentem incomodados diante das agressões assistidas. Já os espectadores-agressores são aqueles que sofrem, mas ao mesmo tempo agridem com atos de violência em algum outro ambiente aonde se sinta numa pequena vantagem, muitas vezes ocorre dentro da família irmão ou primo mais novo (ROSA, 2011, p.19).
O bullying tem algumas causas que precisam ser levadas em consideração, uma vez que podem delinear as intervenções escolares, bem como a observação dos fatores que exercem influência no contexto social dos alunos. 
De acordo com a literatura especializada, até mesmo a carência afetiva pode ser causadora das atitudes que caracterizam o bullying. Do mesmo modo, o excesso de afetividade, a permissividade da família ou confusão de papéis no seio familiar podem causar a agressividade. Na escola, quando os professores não conseguem impor uma atitude de respeito aos alunos, quando esses passam a acreditar que são maiores do que a autoridade que deve emanar do professor, o fenômeno do bullying se faz ainda mais presente. 
Ensina Lins (2010) que: 
Os bullies sentem a necessidade de reproduzir em outros indivíduos as violências e agressões sofridas, como forma de se fazer notado e de exercer autoridade, muitas vezes para se auto afirmar para que possam obter reconhecimento e satisfação pessoal. (LINS, 2010, p.38) 
Importante destacar que o fenômeno bullying origina-se da não compreensão de que o mundo é plural e a sociedade diversa. Quando a escola consegue trabalhar ações voltadas para a conscientização acerca das diferenças, e a inclusão abarca também os valores tais como a ética e o respeito, o bullying não se propaga. 
Segundo Lins (2010) é evidente a falta de alguns modelos educativos que possam ser considerados de fato humanistas. Mesmo com as pressões por mudanças no espaço escolar, as instituições insistem em modelos que privilegiam poucos e excluem muitos. Enquanto existirem professores que insistem em defender que o bullying seja brincadeira, a prevenção e combate desse fenômeno estarão prejudicadas. 
A falta de modelos educativos instrutivos e mais humanos contribui também para que o bullying se manifeste, diante disso o direcionamento do educando leva-o ao caminho da intolerância, onde é expressa pela não aceitação das diferenças pessoais, intolerância e preconceito. Dessa forma o bullying geralmente se inicia com a recusa de aceitação de uma diferença que envolva raça, religião, condição econômica, deficiência física, diferença de ordem psicológica ou sexual ou ligada a aspectos como força, coragem e mesmo habilidades esportivas ou intelectuais. (LINS, 2010, p.44).
O mesmo autor reforça a necessidade de um trabalho educativo que prepare o professor, que o torne sensível aos problemas oriundos do preconceito, desrespeito e mesmo o bullying. Quando o professor se encontra preparado para lidar com as diferenças e ensinar sobre a ética e o respeito, os casos de violência escolar tendem a cair. Desse modo, torna-se importante que os professores sejam provocados a assumirem o papel de mediador de conflitos, cuidando para que uma provável ausência de limites possa ser superada. Nessa abordagem, uma ação que consiga unir famílias e escola pode trazer os resultados esperados, fazendo com que respeito, autoestima, princípios de humanidade e dignidade sejam de fato o ponto principal do ensino. 
3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO
3.1Tema e linha de pesquisa
Educar para a diversidade, trabalhando com valores tais como respeito e tolerância se tornou um dos maiores desafios ao ensino contemporâneo. 
A cada dia são novos casos de violência escolar e bullying, um fenômeno que ainda é confundido com brincadeiras de mau gosto, mas que provam que a comunidade escolar, principalmente os professores não se encontram preparados para transformar essa realidade.
Tendo essa premissa como base, o presente projeto de ensino agrega temática da diversidade cultural: um recorte sobre o bullying e se encontra inserido na linha de pesquisa da Gestão Escolar. 
3.2 Justificativa
É visível que a sociedade tem sofrido grandes e profundas mudanças, sobretudo com o advento da tecnologia, do encurtamento das distâncias e dos discursos da individualidade. A cada dia, as pessoas constroem suas relações sociais baseadas nos gostos pessoais e nas vivências que são compartilhadas em rede. 
Hoje se fala muito mais na diversidade cultural e a necessidade de uma proposta educativa que contemple os ideais de respeito e não de intolerância. Sabe-se também que um dos reflexos dessa sociedade automatizada, distante da realidade é o aumento dos números de vítimas da violência, principalmente a escolar, materializada nos casos de bullying. E nesse aspecto, observou-se que os professores ainda não se encontram preparados para prevenir e lidar com as mais diversas situações que se configuram em violência. 
Assim, a temática deste projeto emergiu da necessidade de uma abordagem de trabalho voltada para a formação de professores, no sentido de que estes tenham subsídios para construir um trabalho pedagógico voltado para a inclusão de ações de prevenção ao bullying, partindo do pressuposto de que a diversidade é uma realidade das escolas contemporâneas. Desse modo, este projeto se justificou a partir da compreensão de que os professores precisam de apoio do grupo gestor, não apenas para combater as situações de violência escolar, ou bullying, mas também na adoção de uma postura voltada à diversidade cultural. 
Destaca-se que a temática tem como fundamento os diversos estudos realizados no curso de Pedagogia da Unopar, bem como das reflexões sobre a importância de ações nas quais a diversidade seja o ponto de partida do trabalho pedagógico. 
3.3Problematização
Mediante a necessidade de uma abordagem formativa voltada para os professores, o problema de pesquisa se construiu a partir das seguintes questões: Qual o conceito de diversidade cultural e como esta influencia as relações sociais construídas na escola? Como o bullying pode ser resultante da falta de uma abordagem pedagógica sobre a diversidade cultural? Quais os principais motivos para que o bullying ocorra no espaço escolar? De que forma os professores podem ser preparados para as ações de prevenção e combate ao bullying? 
3.4 Objetivos
Partindo da problematização, os objetivos do presente projeto de ensino foram: Compreender o conceito de diversidade cultural; analisar os motivos para a ocorrência de bullying no espaço escolar; proporcionar formação para professores, com o intuito de valorizar a diversidade em sala de aula, e do mesmo modo, prevenir e combater o bullying. 
3.5Conteúdos
O conteúdo do projeto será abordado em forma de Workshops, voltados para professores, sendo coordenadospelo grupo gestor da escola campo. As atividades compreenderão o estudo sobre a diversidade na escola, a dinâmica do trabalho de prevenção à violência escolar, o reconhecimento das diferenças e ações pedagógicas mediadas pela diversidade, ética e valores. Ao todo serão realizados 4 workshops, durante o mês de novembro de 2018, com um encontro semanal. 
3.6 Processo de desenvolvimento
1º workshop - A diversidade na escola: quando o diferente está presente. Tempo para realização da atividade – 90’
Ao final deste workshop os participantes compreenderão os principais aspectos da diversidade cultural na escola, bem como poderá analisar os discursos da exclusão, desenvolvendo uma postura de combate à violência escolar. 
Esse trabalho será executado pela equipe gestora que irá apresentar o projeto aos professores participantes, reforçando a importância de uma cultura de paz e respeito, pois a violência escolar é mais fácil de ser prevenida do que combatida. O coordenador da atividade irá direcionar algumas perguntas aos participantes, voltadas para os conceitos próprios de diversidade que cada um internaliza e coloca em prática. 
Em seguida, o coordenador irá apresentar o vídeo “For the birds” dos estúdios Disney/ Pixar. 
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HbsQb3SmG9g
Após o vídeo, o coordenador irá abrir espaço para as pontuações dos participantes acerca do que é mostrado nas imagens, sobretudo a questão de como os diferentes são tratados por aqueles que se acham normais. Em seguida o coordenador irá propor aos participantes a leitura do texto “ Diversidade na escola: quando o diferente está presente”. Ressaltar a importância de se compreender que a questão das diferenças, quando não bem trabalhadas em sala de aula, pode trazer situações de violência escolar, dentre essas o bullying. 
Como atividade, os professores participantes irão elaborar um plano de aula contemplando uma ação que aborde a diversidade cultural em sala de aula. Reforçar que essa ação será apresentada no próximo workshop. 
2º workshop – Dinâmicas de prevenção à violência escolar. Tempo para realização da atividade 60’
Nessa atividade os participantes irão conhecer algumas dinâmicas de prevenção à violência escolar, uma vez que se acredita que a prevenção é a melhor forma de combater as situações de bullying. 
O objetivo maior desse workshop é provocar o professor, de modo que ele saia de sua zona de conforto e passe a olhar o contexto de sua sala de aula de uma outra forma. No primeiro momento, os participantes farão a leitura do texto “O meu corpo na escola”. Esse texto é um estudo de caso de uma aluna que sofria bullying por ser gorda e fugir do padrão definido pela sociedade. Os professores, em duplas, irão propor resoluções para o problema da aluna, que devido à violência sofrida na escola entrou em depressão e resolveu que iria se suicidar. Destaca-se que a resolução do problema deverá ser apresentada por escrito e colada em um painel. 
Ao final, os professores irão ler, primeiramente seus planos de ação, definidos na atividade anterior, e as possíveis resoluções para os problemas da aluna que sofreu bullying. Depois de apresentarem, os professores serão convidados a refletirem sobre as ações planejadas e as resoluções, de modo que possam perceber que antecipar as situações de violência escolar se torna mais fácil do que propor soluções para quando o problema já se instalou. Essa reflexão servirá para que o professor se conscientize que a diversidade é uma realidade presente em sala de aula e que a ações preventivas ao bullying devem ser parte do contexto de ensino cotidianamente e não de forma isolada somente quando houver um problema a ser solucionado. 
3º workshop – Diferenças e diferentes: compreendendo esses aspectos. Tempo para realização da atividade 60’
Nessa atividade, o objetivo é trabalhar o conceito da diversidade sob a ótica psicológica, abordando também como o bullying é definido e porque os professores insistem em dizer que o fenômeno é apenas brincadeira entre colegas.
Para a realização desse workshop, a escola irá convidar um profissional de Psicologia que, por sua vez, irá discorrer sobre os conceitos psicológicos do bullying, reforçando que esse fenômeno não é brincadeira, que precisa ser olhado com mais cuidado pelos professores. Como atividade, os professores irão elaborar um memorial escolar, contando nesse texto se já sofreu de algum ato de violência na escola, seja por intimidação ou violência física. Ao final, os participantes serão convidados a compartilhar suas experiencias. 
4º workshop – Ações pedagógicas mediadas pela ética, respeito e tolerância: uma arma contra o bullying. Tempo para realização 60’
Nessa atividade o objetivo é demonstrar para os professores como o planejamento diário pode contemplar ações voltadas para a cultura de paz, considerando a ética, o respeito e a tolerância. O mediador da atividade deverá propor atividades voltadas para a temática do workshop, para que os professores possam adaptá-las à realidade da sala de aula. 
Uma sugestão a ser apresentada é o Jogo dos Triângulos: 
Consiste em chegar a uma síntese a partir de uma situação de conflito. Objetivos: Aprender a valorizar as situações de conflito e estabelecer possibilidades novas de resolução. Participantes: Se o grupo é grande, trabalhar em pequenos grupos. Material: Série de figuras, fotografias, desenhos, caricaturas e recortes de jornal ou revista. Desenvolvimento: O grupo descreve a série de figuras. Logo, tenta resumir em uma ou duas palavras a situação descrita (p.e.: "dependência", "atropelamento", "injustiça", violência verbal", etc ...) Os participantes buscam situações similares que tenham vivido, descrevendo-as e escrevendo num quadro em colunas: os sentimentos vividos. As consequências da atitude tomada (tanto no plano da eficiência prática, como na evolução pessoal interior). Debater as possíveis soluções para os conflitos pessoais e analisar se estas soluções foram adequadas para as possibilidades de cada um. Logo, tentam buscar e explicar, uma outra classe de soluções (p.e.: "autonomia", "ser eu mesmo", "compaixão" ...), a partir das vivências de todos. Anotam os resultados. Avaliação: Discutir como o processo para a paz constitui na busca de soluções sem violência, pois o conflito é positivo e necessário para o crescimento do ser humano. O conflito é o processo lógico que ocorre quando tentamos uma tarefa comum, e na solução do conflito está o caminho para conseguir a paz "positiva". 
O mediador da atividade deverá levar outras sugestões para que os professores possam utilizar em seus planejamentos. 
Tempo para a realização do projeto
Os workshops serão desenvolvidos durante o mês de novembro de 2018, e as atividades se voltarão para os professores da escola campo, e serão mediadas pelo grupo gestor, de acordo com o cronograma abaixo. 
	Data 
	Tema da aula
	Responsável pelas atividades
	05/11\2018
	1º workshop - A diversidade na escola: quando o diferente está presente
	Equipe Gestora 
	12\11\2018 
	2º workshop - Dinâmicas de prevenção à violência escolar
	Equipe Gestora 
	19\11\2018 
	3º workshop - Diferenças e diferentes: compreendendo esses aspectos
	Psicólogo (a)
	26\11\2018
	4º workshop - Ações pedagógicas mediadas pela ética, respeito e tolerância: uma arma contra o bullying
	Equipe Gestora 
3.8 Recursos humanos e materiais
Professores e grupo gestor; 
Textos impressos; 
Papel para confecção de cartazes;
Cadernos e material de escrita;
Papel sulfite;
Cola. 
Aparelho de DVD;
Vídeos 
Avaliação
As atividades do projeto serão avaliadas em dois momentos: a curto prazo pela participação dos professores nos workshops e em longo prazo por meio do registro da adoção de novas posturas em relação à diversidade e à violência escolar. Assim, ao final do processo o grupo gestor assumirá o compromisso de acompanhar sistematicamente o planejamento do professor, auxiliando-o na efetivação de açõesvoltadas para a prevenção e combate ao bullying. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensar em um ambiente escolar que seja plural e livre da violência, principalmente a causada pelo fenômeno do bullying tem se tornado desafiante para a escola contemporânea, pois implica uma abordagem humanizada dos conhecimentos acadêmicos, bem como da humanização do ambiente escolar. Isso requer do professor uma postura inovadora, diferenciada, de não aceitação à exclusão ou intolerância. 
Hoje, mais que nunca, as relações pessoais se tornaram ainda mais conflituosas e a escola precisa assumir seu papel, não apenas no combate ao bullying, mas na prevenção de suas consequências. O bullying é considerado um dos maiores males da sociedade contemporânea, uma vez que destrói não apenas as relações sociais que precisam ser estabelecidas no espaço escolar, mas a vida pessoal de cada vítima pode ser afetada, a ponto destas se tornarem novos agressores ou mesmo dar fim à própria vida como forma de encontrar sossego. 
Por outro lado, em relação à violência escolar, foi possível observar que os professores não se encontram preparados para lidar com a problemática emergente, pois ainda retomam o discurso que não há bullying no espaço escolar, que isso não passa de brincadeiras. Assim, a proposição deste projeto teve o intuito de dar um choque de realidade no professor, para que ele compreendesse que existe sim violência escolar, que o bullying está presente e que é urgente a adoção de metodologias de prevenção a esse fenômeno. 
De modo geral, os objetivos propostos foram alcançados, uma vez que se espera que as atividades propostas no projeto possam ser efetivadas e que, verdadeiramente, o professor tome consciência de que a docência vai além da transmissão de conhecimentos e precisa preparar os alunos também para a vida. 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, K. L.; SILVA, A. C.; CAMPOS, J. S. Importância da identificação precoce da ocorrência do bullying: uma revisão de literatura. Rev. Pediatri, 9(1): 8-16, jan./jun. 2008.
CAVALCANTE, M. B. Bullying no ambiente escolar: O que é? Disponível em: http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/bullying-no-ambiente-escolar-que- e.htm. Acesso em setembro de 2018. 
FANTE, C.; PEDRA, J. A. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
LINS, R. C. B. S. Bullying: Que fenômeno é esse? Rev. Pedag., vol. Inaugural, 2010.
LOPES, N. A. A. L. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. J. Pediatr., vol.81, n.5, 2005.
ROSA, A. P. BULLYING - 2ª parte. Disponível em: http://www.acontecedigital.com.br/bullying2.php .Acesso em setembro de 2018. 
SILVA, A. B. B. Bullying: Cartilha 2010- Projeto Justiça nas Escolas. Brasília, 2010.
SILVA, G. J. Bullying: quando a escola não é um paraíso. J.Mund Jov., n.364, 2006.

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