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Trabalho de Neurobiologia Genética e Neuro endocrinologia

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UNIVERSIDADE DE SÃO CAETANO DO SUL
ESCOLA DE PSICOLOGIA
Curso de Psicologia
HELEN PAOLA DA SILVA OLIVEIRA
IASMIN MORAIS DE QUEIRÓZ
LUCIANA HELENA BRANCAGLIONE
MARCILEIDE GOMES DA SILVA
VINICIUS MORENO GOMES
DEPRESSÃO PÓS-PARTO
São Caetano do Sul
2018
HELEN PAOLA DA SILVA OLIVEIRA
IASMIN MORAIS DE QUEIRÓZ
LUCIANA HELENA BRANCAGLIONE
MARCILEIDE GOMES DA SILVA
VINICIUS MORENO GOMES
Turma 4AN 
DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Trabalho de aproveitamento parcial da temática de Neurobiologia, Genética e Neuro-endocrinologia, do Curso de Psicologia da Universidade de São Caetano do Sul - USCS. Docente responsável: Prof. Marc Strasser.
São Caetano do Sul
2018
SUMÁRIO
1. ENTENDENDO A DEPRESSÃO PÓS-PARTO...............................................................3
2. SINTOMAS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO...................................................................4
3. FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À DEPRESSÃO PÓS-PARTO.........................4
4. AVALIAÇÃO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO................................................................5
5. EFEITOS DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO E SUAS REPERCUSSÕES........................6
6. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO..........................7
7. CONCLUSÃO.......................................................................................................................7
8. REFERÊNCIAS....................................................................................................................8
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1. Entendendo a depressão pós-parto
 	A depressão, no Brasil, é considerada problema sério de saúde pública, atingindo 2 a 5% da população em geral, com predomínio no sexo feminino, muitas vezes precedida por eventos vitais marcantes, como a gestação, o parto e o período pós-parto.
	A depressão pós-parto é uma condição que afeta 10% a 15% das mulheres no pós-parto. Este quadro tem seu início em algum momento durante o primeiro ano do pós-parto, havendo maior incidência entre a quarta e oitava semana após o parto.
 	Trata-se de uma combinação de fatores biológicos, obstétricos, sociais e psicológicos. Variáveis sócio-demográficas, como idade, nível educacional e estado civil não tem demonstrado associação consistente com a ocorrência. Contudo, o estado civil tem aparecido em alguns casos, especialmente de mães solteiras, sem apoio social.
 	A avaliação é difícil, devido à fronteira imprecisa e às vezes arbitrária entre as formas clínicas, sub-clínicas e não patológicas. Envolve um aumento exagerado das sensações diárias que acompanham a tristeza, consistindo numa perturbação de humor, de gravidade e duração variáveis, que é frequentemente recorrente e acompanhada por uma variedade de sintomas físicos e mentais, que envolvem o pensamento, os impulsos e a capacidade crítica.
 	Contudo, há uma graduação a ser observada no que pode ser considerado estresse no pós-parto, conforme a intensidade dos sintomas, variando desde a melancolia até as psicoses puerperais, passando pela depressão pós-parto propriamente dita.
 	A melancolia pós-parto atinge cerca de 50% das mulheres na fase do puerpério, entre o terceiro e o quinto dia após o parto e é uma fase de transição de humor, que tem sido atribuída pela rápida mudança nos níveis hormonais dessa fase, ao estresse do parto e à consciência da responsabilidade aumentada.
 	De 1 a 2 a cada 1.000 nascimentos a estatística indica a ocorrência de psicose pós-parto, com ansiedade severa, alucinações e delírios, que em geral requerem tratamento intensivo e hospitalização, ocorrendo entre as duas primeiras semanas após o parto.
 	A depressão pós-parto em si está nesse limiar de gravidade entre a melancolia e a psicose pós-parto. A mãe tende a perceber a experiência inicial da maternidade de forma negativa em relação às mães não deprimidas.
2. Sintomas da depressão pós-parto
 	Os principais sintomas característicos da DPP são:
* irritabilidade;
* choro frequente;
* desamparo e desesperança;
* falta de energia e motivação;
* transtorno alimentar e de sono
3. Fatores de risco associados à depressão pós-parto
 	Os fatores de risco para a doença são principalmente:
* alguma perda significativa;
* o estresse;
* algum episódio depressivo prévio;
* gravidez indesejada;
* dificuldades para lidar com o bebê (inclusive amamentar) devido ao temperamento dele e de doenças;
* baixo apoio social;
* dificuldades econômicas;
* menor escolaridade;
* maior numero de gestações;
* maior paridade;
* maior numero de filhos vivos;
* menor tempo de relacionamento;
* desemprego
* dependência de substâncias;
* violência doméstica
* morte do bebê
 	Em um estudo a respeito de fatores associados com transtorno mental materno pós-parto na população de um bairro de periferia urbana de Porto Alegre (RS), incluindo-se, quando casadas ou coabitando com companheiro, a avaliação da saúde mental deste e a qualidade da relação conjugal, foram relatadas várias informações. Tais fatores apurados foram: história prévia de doença psiquiátrica, eventos de vida estressantes especialmente no ano anterior à gestação, mau relacionamento com o companheiro, baixo nível econômico, apoio social inadequado, mau relacionamento com familiares, desemprego, pouca educação, gestação na adolescência, violência familiar e imigração recente.
 	Fatores protetores também foram encontrados, tais como: boa renda familiar, bom apoio social, boa auto-estima, boa qualidade do relacionamento conjugal, apoio emocional e envolvimento em cuidados domésticos e com a criança oferecidos pelo pai. 
4. Avaliação da depressão pós-parto
 	Para a compreensão do todo da paciente e controle dos sintomas, foram criadas escalas que os identificam e permitem com que o médico e/ou o psicólogo tenha uma noção mais aproximada do que está ocorrendo com a mãe e a sua interação com o bebê.
 	Foi elaborada a Escala de DPP de Edimburgo, de auto preenchimento, que tem por finalidade a identificação e mensuração da intensidade dos sintomas de depressão pós parto. Há 10 itens que recebe pontuação de 0 a 3. A pontuação total é de 0 a 30. O resultado é que a mulher está deprimida quando o número for igual ou superior a 12 na escala.
 	Há, ainda, a Escala de disponibilidade Emocional Interação mãe-bebê, com 4 dimensões de comportamento da mãe e 2 da criança:
De 1 a 9 pontos – sensibilidade
De 1 a 5 – estruturação
De 1 a 5 – não intrusividade
De 1 a 5 – não hostilidade
De 1 a 5 – responsabilidade da criança a mãe.
 	Outra escala é a de Apoio social, que corresponde à frequência com que o respondente pode contar com as pessoas em diversas situações. Contém 19 itens, com 5 alternativas de Nunca (1) a Sempre (5).
 	Por fim a Escala de Apego Adulto Revisada de Collins verifica os efeitos de relacionamento das mães: 18 afirmações que verificam o quanto elas correspondem o que sentem, medidas em 5 alternativas que variam em: “não tem nada a ver comigo” e “tem tudo a ver comigo”.
5. Efeitos da depressão pós-parto e suas repercussões
 	O impacto negativo da depressão pós-parto é significativo não apenas para a paciente e a família, mas também para o recém-nascido. A depressão pós-parto pode prejudicar a interação mãe-bebê. Pode aumentar as dificuldades de desenvolvimento neurobiológico e psicológico da criança nas primeiras fases da vida. 
 	Os principais efeitos que a depressão pós-parto traz são:
*comprometimento do afeto positivo
*da sintonia afetiva
*da regularização de comportamento hostil
*da intrusividade e falta de contingência
 	Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues realizou um estudo no qual os dados indicaram que a manifestação de stress tanto na gestação como no puerpério está relacionada à manifestação de DPP, sendo que quanto mais avançada a fase de stress em que a gestante ou a puérpera se encontrar, maior a probabilidade de esta apresentarDPP.
 	Um efeito importantíssimo da manifestação da DPP é a dificuldade da mãe deprimida em tamponar a ação de estímulos estressores e em promover estímulos que favoreçam o aprendizado de estratégias adequadas e adaptativas para lidar com situações estressantes do bebê. Isso porque o bebê recebe uma carga de estímulos muito intensa devido a sua incapacidade física desconhecimento do mundo que o cerca – e a mãe com DPP não realiza essa proteção.
 	Há estudos “onde houve uma associação entre o Convívio com a depressão materna no início da vida e a alteração no nível do cortisol”, que sugerem a ocorrência de uma maior sensibilidade do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA). Este desempenha um papel fundamental na resposta aos estímulos externos e internos desses bebês a eventos estressantes na infância.
 	Crianças de pais deprimidos têm de duas a cinco vezes mais chances de desenvolver problemas emocionais e alguns estudos revelaram uma relação entre a ocorrência de DPP e relatos sobre problemas de comportamento da criança aos 28 e 36 meses entre mães que mantiveram os sintomas nesse período.
 	Filhos de mães deprimidas foram taxados como menos populares por seus professores, mas não apresentaram escores menores de autoconceito, competência no autocontrole ou nas habilidades em relacionamentos com pares quando comparadas a crianças de mães sem indicadores de DPP.
 	No final do primeiro ano de vida filhos de mães deprimidas tendem a mostrar menos engajamento na exploração de objetos e também menos expressão de afeto positivo. Algumas dessas mães tendem a ser mais intrusivas, enquanto outras se apresentam menos envolvidas ao brincar com seus filhos.
 	
6. Diagnóstico e tratamento da depressão pós-parto
 	O diagnóstico deve ser realizado o quanto antes, para que os efeitos nocivos para a mãe, o bebê e a família sejam minimizados o quanto antes. Assim, é importante que o rastreamento de sintomas depressivos no período pós-parto seja feito pela observância e por questionário aplicado por profissionais treinados, considerando, inclusive, que muitas mulheres são analfabetas ou com dificuldades na leitura e compreensão de textos, o que pode dificultar a sua disponibilidade para realizá-lo.
 	O tratamento é feito com psicoterapia e é também farmacológico, cuja análise deve ser bem feita para otimizar a eficácia, tolerabilidade, segurança e aceitação do tratamento por mulheres agudamente deprimidas no pós-parto, principalmente pelas que, apesar da DPP, desejam tentar amamentar. Há que se ponderar, também, os possíveis efeitos colaterais nos bebês.
 	Clinicamente, uma possibilidade é utilizar apenas antidepressivos que tenham menor probabilidade de acumulação nos lactentes, como a sertralina e a paroxetina (Weissman et al., 2004; Magalhães e Pinheiro, 2006), como endossado recentemente por um consenso entre especialistas (Altshuler et al., 2001). Entre os antidepressivos tricíclicos, a nortriptilina seria uma alternativa.
 	Inexistem, contudo, ensaios clínicos randomizados que avaliem o uso de qualquer tricíclico no pós-parto e, como explicitado anteriormente, há indicações que os ISRS sejam mais úteis no tratamento de mulheres jovens.
 	
7. Conclusão
 	A depressão pós-parto é a condição que combina fatores biológicos, obstétricos, sociais e psicológicos e que se manifesta na puérpera, pelo aumento exagerado das sensações diárias que acompanham a tristeza, consistindo numa perturbação de humor, de gravidade e duração variáveis, que é frequentemente recorrente e acompanhada por uma variedade de sintomas físicos e mentais, que envolvem o pensamento, os impulsos e a capacidade crítica.
 	Os principais sintomas são: irritabilidade, choro frequente, desamparo, desesperança, falta de energia e motivação, transtorno alimentar e de sono.
 	 Os fatores de risco são: alguma perda significativa, o estresse, algum episódio depressivo prévio, gravidez indesejada, dificuldades para lidar com o bebê (inclusive amamentar) devido ao temperamento dele e de doenças, baixo apoio social, dificuldades econômicas, menor escolaridade, maior numero de gestações, maior paridade, maior numero de filhos vivos, menor tempo de relacionamento, desemprego, dependência de substâncias, violência doméstica, morte do bebê.
 	Os principais efeitos são: comprometimento do afeto positivo, da sintonia afetiva, da regularização de comportamento hostil, da intrusividade e falta de contingência.
	O diagnóstico deve ser realizado por meio da observância e da realização de testes, por profissionais treinados, que devem se certificar se que a mãe está apta ou não a respondê-los, ajudando-as em caso de necessidade.
 	O tratamento é feito com psicoterapia e com o uso de fármacos, tendo este que ser bem avaliado, conforme o grau da enfermidade, na família dos antidepressivos que tenham menor probabilidade de acumulação nos lactentes, como a sertralina e a paroxetina e, entre os antidepressivos tricíclicos, a nortriptilina seria uma alternativa.
8. Referências
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