Buscar

DIREITO A GREVE E SINDICALIZAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro Universitário do Distrito Federal – UDF Coordenação do Curso de Direito
Mylena Mitsuyo Venancio Ywata
DIREITO DE GREVE E SINDICALIZAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Brasília
2018
DIREITO DE GREVE E SINDICALIZAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
RESUMO: O presente artigo faz uma breve análise do direito de greve e associação sindical mitigados do servidor público. Apresenta breve histórico do Brasil sobre o tema e comparativo entre os ramos de Direito do Trabalho e Direito Administrativo no que tange a essencialidade dos serviços públicos trazendo as especificidades de cada um. Conclui com a análise da legislação atual e decisões dos tribunais no vazio de lei específica.
ABSTRACT: This article gives a brief analysis of the right of strike and union association mitigated by the public servant. It presents a brief history of Brazil on the subject and comparative between the branches of Labor Law and Administrative Law in relation to the essentiality of public services bringing the specificities of each one. It concludes with the analysis of current legislation and court decisions in the void of specific law.
PALAVRAS CHAVE: Associação Sindical – Direito de Greve – Servidor Público – Direito Administrativo – Direito do Trabalho
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por análise a apreciação da relação de emprego entre o Estado e o trabalhador, denominado de servidor público, em relação ao direito a greve e a associação sindical, por meio da análise histórica e jurisdicional dos institutos que envolvem a temática, permeado as leis, jurisprudências e princípios com o intuito de se buscar o equilíbrio na tríade, servidor público, Estado e cidadão cliente. 
1.1 Do surgimento dos movimentos de greve e associação sindical no Brasil e no mundo
Por séculos, desde o surgimento da relação de trabalho constituída de direitos bilaterais, surgiram novas perspectivas sobre o labor como um todo. Na história contemporânea as reivindicações organizadas pelos trabalhadores por melhores condições e busca dos direitos trabalhistas surgiram como verdadeiras Revoltas (assim citadas em termos históricos) que após analisados seriam em sua essência movimentos de greve. Com o passar do tempo a estrutura foi se modernizando ao passo que surgiram os sindicatos para a tentativa de negociação de interesse patronal e laboral em momento pretérito a greve.
O sindicato surge de uma situação de necessidade imperiosa de caracterizar a mão de obra para uma melhor análise por face do Estado, que determinava a criação de associações de trabalhadores conforme a profissão.
As primeiras associações que se têm registro são as denominadas corporações de Roma, criadas por Numa Pompilio (736-671 a.C.), as quais não atuavam como instrumentos de defesa de direitos coletivos, mas sim, eram formas de distribuir o povo conforme sua profissão (artesãos, sapateiros, oleiros, joalheiros, forjadores de cobre, carpinteiros...) [1: AROUCA, José Carlos. Curso básico de direito sindical, cit. p. 14.]
Essas corporações ou colégios, como também eram denominadas, eram de caráter público ou privado conforme o ofício. As de caráter público referiam-se a ofícios necessários para a segurança do Estado e a sobrevivência do povo (açougueiros, padeiros, ...) e usufruíam de alguns benefícios, como a isenção de pagar impostos municipais, a isenção de presta serviço militar, entre outros.[2: SANTOS, Ronaldo Lima. Sindicatos e ações coletivas, cit. p. 31.]
Estas corporações de arte e ofício eram designadas ao mestre, detentor do conhecimento técnico da produção e trabalho, os companheiros que executavam as tarefas e o aprendiz para que lhe fosse ensinado o ofício. 
Somente com muito esforço se passava de uma classe (mestre- companheiros- aprendiz) pra outra, havendo quem diga que esse poderia ser o “embrião do sindicato patronal” (José Carlos Arouca), já que os mestres eram verdadeiros patrões.[3: CERDEIRA, Eduardo de Oliveira. Ações coletivas e a substituição processual pelos sindicatos- 3. Ed.- São Paulo: LTr, 2017]
Na Espanha, surgiram corporações que assumiram, também, as formas de grêmios e em Portugal, a forma de ofícios. No Brasil, foram criados grêmios, entretanto com objetivos menores (participação de festas religiosas) e seguindo o modelo da metrópole.[4: AROUCA, José Carlos. Curso básico de direito sindical, cit. p. 15.]
A Revolução Industrial é o marco histórico mundial do surgimento de uma grande movimentação de greve e das associações que ao final se moldariam aos sindicatos. Tais elementos insurgiram da necessidade do trabalhador pela humanização do trabalho requerendo entre tantos termos a redução da jornada e melhores condições de trabalho.
1.2- Do surgimento e evolução da relação de trabalho com o Estado
Pelos ensinamentos de Ilnah Toledo Augusto temos que o surgimento da relação de trabalho com o Estado se deu com a declaração da independência do Brasil de maneira precária pela necessidade urgente de se criar um corpo para tratar das questões burocráticas do Império. 
 Nesse sentido, a preocupação da realeza em formar um corpo burocrático preparado, com servidores bem instruídos, conduziu o Império a fundar faculdades de Direito no Rio de Janeiro, em Recife e em São Paulo, sem a preocupação com a educação básica para a população dessas localidades, formando, desse modo, membros da aristocracia para compor a estrutura burocrática do Estado. [5: AUGUSTO, Ilnah Toledo. Sindicalismo no setor público: trajetória e perspectivas- São Paulo: LTr, 2008.]
Na época Imperial, a noção de servidor ainda não havia sido incorporada ao sistema jurídico- administrativo, mal se imaginando a importância que iria assumir para o futuro.[6: CRETELLA JÚNIOR, José. Tratado de direito administrativo. São Paulo: Forense, 1967 p.35.]
Diferente do que vemos hodiernamente, a qualificação para permear o serviço público se dá por meio de concurso, com um corpo mais técnico e qualificado ao trabalho sob a hierarquia sobretudo legal, respeitado o Princípio da Legalidade, regente da Administração Pública nos dias de hoje. 
2. O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO
2.1. À Luz da doutrina e da Jurisprudência
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 37 prevê o direito à greve e associação sindical dos servidores públicos. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VI -  é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
VII -  o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
Alguns doutrinadores e juristas entendem que o inciso VII é norma de eficácia limitada pois depende de lei específica para dirimir sobre a greve no setor público. A CF/88 promulgada requereu lei complementar para dirimir sobre o direito de greve do servidor público, com redação dada pela Emenda 19/1998 passou a exigir lei específica. Aos trabalhadores do setor privado foi editada Lei 7783 em 1989, ou seja, um ano após a vigência de nossa Carta Maior. 
2.2. Novo entendimento do STF
Este também era o entendimento do STF até que em sede de Mandado de Injunção nº 20 o ministro relator Celso de Mello decidiu pela mora do legislativo quanto ao dispositivo constitucional. Decisão apenas declaratória que não surtiu efeito no mundo jurídico tampouco como pressão para o legislativo. Em outro julgado de Mandado de Injunção Mandados de Injunção nºs 670/ES, 708/DF e 712/PA concluiu-se pela mora do legislativo e a decisão inédita pela aplicabilidade da Lei 7783/93, conhecida como a lei geral de greve, ao servidor público sob o argumento de que o direito garantido constitucionalmente não pode depender do poder legislativo para surtir efeito, é o que afirmou Celso Antôniode Mello durante o julgamento  “A Constituição Federal não é um estatuto subordinado à vontade do legislador comum”, observando que a mora é de trinta anos frente ao direito do servidor público. O direito não surgirá com a lei específica, ele já existe e tem previsão expressa na CF, a lei trará as especificidades deste direito, portanto o impasse não é quanto ao direito mas os termos em que será exercido este direito perante a mora do legislativo. 
2.3- Da aplicabilidade da lei de greve ao servidor público 
Do julgamento do MI XX surgiram outras interpretações sobre o alcance da lei de greve ao servidor público atendendo os princípios do Direito Administrativo que o permeiam, afinal, a própria Constituição traz o direito à greve e associação sindical respeitados os princípios da princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
Sob a égide do princípio da legalidade temos que todos os atos da administração pública deve ter previsão legal, não sendo possível portanto que algumas relações de emprego sejam dirimidas em sede de negociação coletiva ou ainda de greve. 
À luz dos ensinamentos de Regiane Pressot nos elucida que a greve é um direito humano- social assegurado no texto constitucional tanto para os empregados da rede privada quanto para o empregado e servidor público. Nos elucida ainda que o direito a greve deve ser confrontado com o princípio da essencialidade, uma vez que, aos moldes da lei de greve, não é possível a greve nos setores essenciais. Partindo da premissa de que todos os serviços que a administração pública presta são essenciais, não podemos nos esquecer do direito a greve que envolve condições do patamar mínimo civilizatório, preceito trago ao mundo jurídico pelo Min. Mauricio Godinho Delgado. 
3- CONCLUSÃO 
Segundo Regiane Pressot todo serviço público a priori é essencial à sua importância social, então diante deste cenário é muito sensível entender quais os seguimentos podem sofrer paralisação ou não. Agora, quanto a essencialidade, também com o Código de Direito do Consumidor aplica-se a prestação dos serviços públicos, devem ser adequados, eficientes e quanto aos essenciais contínuos. E quando há a greve que é um exercício com base na autotutela do empregador ou do servidor há prejuízos sim para toda a sociedade. Agora se entendermos que esses prejuízos não podem ocorrer em nenhuma dimensão isso seria ilusório porque esvaziaria o próprio direito a greve. O que deve haver é a ponderação de quais setores podem ser alcançados. Al ei quando fala da essencialidade traz o rol que a doutrina já entende que é exemplificativo pois a própria lei diz que as atividades essenciais são aqueles passiveis de trazer prejuízos irreparáveis, então diante desse conteúdo o movimento grevista e o sindicato devem se manter alertas à definição de quais serviços essenciais, qual a quantidade, os servidores que permanecerão nessas atividades porque a sociedade não pode sofrer essa descontinuidade. [7: JORNAL DA JUSTIÇA. Prejuízo greve – 2015. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=7C7xMCNUmuc>. Acesso em: 09 jun 2018. Seu e-mail]
Temos, portanto, o direito de greve e associação sindical aqui mitigados para o setor público uma vez que, respeitados o princípio da legalidade e do orçamento público, apesar da livre associação sindical, este tem competência limitada de atuação pois o pleito é submetido aos princípios norteadores da Administração pública e depende portanto da previsão em lei e dotação orçamentária, ficando no campo de atuação da negociação coletiva afim de obter melhores condições de trabalho no âmbito de saúde e segurança e meio ambiente do trabalho. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AROUCA, José Carlos da Silva. Curso básico de direito sindical. 2 ed. São Paulo: LTr, 2009
AUGUSTO, Ilnah Toledo. Sindicalismo no setor público: trajetória e perspectivas- São Paulo: LTr, 2008.
CERDEIRA, Eduardo de Oliveira. Ações coletivas e a substituição processual pelos sindicatos- 3. Ed.- São Paulo: LTr, 2017
CRETELLA JÚNIOR, José. Tratado de direito administrativo. São Paulo: Forense, 1967
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 17 ed São Paulo: LTr, 2018
JORNAL DA JUSTIÇA. Prejuízo greve – 2015. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=7C7xMCNUmuc>. Acesso em: 09 jun 2018.
SANTOS, Ronaldo Lima. Sindicatos e ações coletivas, cit.São Paulo. LTr. 2014.

Continue navegando