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ENTAMOEBAS (Intestino Grosso) Amebíase: Infecção do homem pela Entamoeba histolytica, com ou sem manifestação clínica. Morfologicamente idênticas - histolytica/dispar histolytica - úlceras e lesões na mucosa Entamoeba histolytica: 90% assintomáticas, mas algumas com sintomatologia severa. Conclusão: complexo formado por espécies morfologicamente idênticas. Etiologia E. histolytica: patogênica e invasica, diversos graus de virulência e produção de diferentes formas clínicas da doenças. E. díspar: não invasiva, não patogênica, não virulenta. Em alguns casos pode produzir erosões na mucosa intestinal, mas não existe relato de invasão da mucosa. E.histolytica Comum nas regiões tropicais e subtropicais, não só devido às condições climáticas mas relacionado com condições precárias sanitárias e ao baixo nível socioeconômico das populações dessas regiões. 2 formas evolutivas: - Trofozoíto: forma vegetativa, vivem no intestino grosso, podendo também ser encontrados nas ulcerações intestinais, abcessos hepáticos, pulmonares, cutâneos e mais raramente em cérebro. É muito incomum a forma extra-intestinal. Os trofozoítos podem ser vistos nas fezes quando há aumento do trânsito intestinal. O trofozoíto adquire parede para adquirir resistência. Além disso, os trofozoítos são polimórfixcos e unicelulares, apresentam pseudópodes, o ectoplasma é mais claro que o endoplasma. Apresenta núcleo, cariossoma geralmente central, cromatina nuclear distribuída de forma regular sob a membrana celular “roda de carroça”. - Cistos: forma de resistência, eliminação com as fezes e capaz de permanecer no ambiente. É a forma infectante (forma de diagnóstico). Possui de 1 a 4 núcleos, formato esférico, parede cística e corpos cromatóides em forma de bastões (carregado de poliribossomos).. Núcleo, cariossoma geralmente central, cromatina nuclear distribuída de forma regular sob a membrana celular. Início: Ingestão de cistos maduros tetranucleados através de água/alimento contaminado. Final do Intestino delgado e início do grosso: desencistamento. 1 cisto -> 4 trofozoítos que vão fazer divisão binária e colonizam o intestino grosso. E. histolytica: fagocita células intestinais -> úlcera -> pode ir para submucosa e vasos sanguíneos -> forma extra-intestinal. Transmissão Cistos: F.I. do parasito Pode estar presente em água e alimentos contaminados mal lavados (frutas, legumes e verduras), debaixo das unhas, insetos coprófagos, má higiene familiar. Patogenia Invasão dos tecidos por trofozoítos Provavelmente a penetração se dê pelas regiões intraglandulares e não pela mucosa intacta. Lesões -> freqüentes no ceco e região retossigmoideana. Penetração em vaso sanguíneo e através da circulação porta e alcançam o fígado. Amebíase Extra-Intestinal. Quadros Clínicos Predomínio das formas assintomáticas Sintomáticas - Intestinal: Colite não disentérica ou disentérica, apendicite amebiana Colite não desentérica: evacuações diarréicas ou não, 2 a 4 evacuações por dia, fezes moles ou pastosas (às vezes com sangue), cólica na região superior do abdômen. Alternância em manifestações clínica e períodos silenciosos/normais. Colite desintérica: cólica intestinal com diarréia, evacuação mucossanguinolenta e febre. Mais de 8 episódios diarréicos por dia. Necessidade de hidratar o paciente nesse quadro. Prostação, disenteria, pode ter perfuração intestinal com pentonite e hemorragia -> quadros que evoluem. Diagnóstico Clínico Amebíase Intestinal: difícil de ser feito, pode ser confundida com salmonelose, disenteria bacilar, síndrome do cólon irritado e esquistossomose. Diagnóstico Laboratorial Material: fezes, soro e exsudatos. Nas fezes se faz pesquisa de cistos e trofozoítos. Diagnóstico Parasitológico Métodos imunológicos: ELISA, imunofluorescência indireta, radioimunoensaio Os métodos imunológicos são utilizados para diagnóstico de Amebíase extra-intestinal. Diagnóstico diferencial entre histolytica e díspar Ainda não é feito nos laboratórios de análises É feito pelo perfil eletroforético de enzimas da via glicolítica (amebas devem ser cultivadas) Ultimam: PCR e pesquisa de coproantígenos específicos por ELISA. OBS: histolytica tem muita adesina. Imunocromatografia: Anticorpo se liga às adesinas ELISA: Anticorpo sérico -> diferentes espécie e dispensa microscopia. Epidemiologia Transmissão oral através de cistos nos alimentos e água; Frequência alta em adultos Cistos permanecem viáveis durante 20 dias na água ou solo Algumas profissões são mais atingidas (trabalho no esgoto) Tratamento Amebicidas que atuam na luz intestinal Antibióticos Etofamida Amebicidas que atuam no fígado Cloroquina Derivados imidazólicos Amebicidas que atuam na luz intestinal e nos tecidos Entamoeba coli Cistos grandes, esférico ou oval com até 8 núcleos. Corpos cromatóides em forma de agulha ou feixe com ponta afilada. Vacúolos podem estar presentes mas são pouco observados em cistos maduros. Pode aparecer no tamanho da histolytica/díspar -> diferencia pelo corpo cromatóide. Membrana nuclear tem cromatina periférica e cariossoma central (atípico) Infecção da água por fezes. Endolimax nana Cisto: 4 núcleos pequenos, vesicular, com membrana nuclear delicada e sem revestimento de grânulos internos de cromatina Iodamoeba butschlii Vacúolo enorme, não é patogênico, aparece eventualmente. Citoplasma vacuolizado com bactérias e partículas fagocitadas. Blastocystis spp (costuma ter associação com outro patógeno) Responsável por doença gastrointestinal principalmente em imunossuprimidos, como portadores de doença hematológica maligna, AIDS e crianças pré-escolares mal nutridas. Prevalência em torno de 50% nos países em desenvolvimento Morfologia É polimórfico - Vacuolar - Granular - Amebóide - Cística Vacuolar: mais freqüente. Esférica, grande vacúolo localizado no centro da célula. O vacúolo empurra as organelas. O citoplasma é uma fina banda localizada perifericamente. Citoplasma com 1 ou mais núcleos, Golgi. Envolto por uma cápsula ou camada fibrilar de espessura variável, consegue agir como barreira contra ação do Sistema Imune. Granular Semelhante à vacuolar. Exceto qe seus numerosos grânulos são encontrados dentro do vacúolo. Amebóide Menores e possuem pseudópodes extensos. Cística Forma infectante. 1 a 4 núcleos, protegidos por parede cística com multicamadas. Diversidade genética: De animais e humanos, aparentemente tem morfologia similiar. Subtipos: 1: mamíferos 2: primatas e suínos 3: humanos ST1-9: encontrados em seres humanos (1 a 3 são mais freqüentes) Patogenia Dificuldade em determinar a patogenicidade pois o indivíduo pode albergar outros microorganismos. Assisntomáticos ou apresentar sintomas gastrointestinais: diarréia, dor abdominal, cólicas ou flatulência. Diagnóstico Laboratorial: métodos de concentração (Lutz, Ritchie e Faust) Ritchie -> Método bastante recomendado, rápido, fácil e sensível. Desvantagem: Necessita de centrífuga.