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Profa. Elaine Nunes UNIDADE I Relações Étnico-Raciais e Afrodescendência A disciplina Relações Étnico-Raciais e Afrodescendência pretende contribuir para: Formar uma consciência crítica em relação às questões étnico-raciais no Brasil; Estudar as principais correntes teóricas brasileiras acerca do tema de africanidades e relações étnico-raciais; Sensibilizar para uma prática pedagógica que promova a igualdade racial na sociedade. Objetivos gerais da disciplina Negros e brancos são tratados igualmente em nossa sociedade? Negros e brancos possuem as mesmas oportunidades de acesso à educação, ao emprego, à saúde e a outros direitos sociais? Afinal, somos um povo racista ou não? Por que precisamos de uma lei que afirme que “o racismo é crime inafiançável”? Como podemos realizar uma educação das relações étnico-raciais? Para refletir... Percebe-se como questões complexas estão envolvidas com as relações étnico-raciais? 2011: Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes proclamado pela ONU (Organização das Nações Unidas). Lei 10639/2003: Inclui no currículo oficial de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira”. Essa nossa disciplina já é resultado desses movimentos! E então? O termo raça, devemos enfatizar, não se trata de diferenciar biologicamente os seres humanos, uma vez que as vertentes teóricas construídas a partir do século XVI foram superadas pela perspectiva de que somos uma só raça, a humana. A palavra raça será tomada aqui a partir de uma perspectiva sócio-histórica, segundo preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana/2004. Conceitos iniciais: a questão de raça e etnia Produzida no interior das relações sociais e de poder ao longo do processo histórico. Não significa, de forma alguma, um dado da natureza: contexto da cultura. Aprendemos a ser negros e brancos como diferentes na forma como somos educados e socializados a ponto dessas ditas diferenças serem introjetadas em nossa forma de ser e ver o outro, na nossa subjetividade e nas relações sociais mais amplas. (Nilma Bentes apud Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes, 2006) O conceito de raça: construção social, política e cultural Trata-se de uma concepção que compreende as relações sociais estabelecidas entre sujeitos que, entre outras coisas, se reconhecem possuidores de uma origem comum, em contraste com outros integrantes de grupos diferentes na sociedade abrangente. “Um grupo possuidor de algum grau de coerência e solidariedade, composto por pessoas conscientes, pelo menos em forma latente, de terem origens e interesses comuns. (...) uma agregação consciente de pessoas unidas ou proximamente relacionadas por experiências compartilhadas.” (Dicionário de Relações Étnicas e Raciais apud Cashmore, 2000, p. 196, grifo nosso) Conceito de etnia Implica posicionamento, pertencimento, opção, escolha, autodenominação do sujeito, tendo por referência determinado grupo étnico. Portanto, a atribuição de pertencimento a determinado grupo étnico pode ser: Endógena: Parte do próprio sujeito, devendo ser necessariamente a decisão de pertencimento dela. Exógena: Quando os significados atribuídos partem de outros grupos. Conceito de etnia História do Brasil: sociedade hierarquizada e autoritária. Heranças do Brasil colonial: brancos como colonizadores; índios como população original; negros como escravos. Processo de estigmatização das raças na construção da identidade nacional. A mistura de raças no Brasil era vista como um elemento negativo que explicaria, inclusive, porquê de nossas mazelas sociais, de nosso fracasso político e de nossa dependência econômica. O racismo à brasileira 1933: Gilberto Freyre, em “Casa-Grande & Senzala”, falava sobre as elites nordestinas e fazia de seu modelo antropológico um exemplo de identidade. Retomava a convivência das três raças (índios, africanos e portugueses). Em sua obra permaneciam intocados os conceitos de superioridade e inferioridade, assim como não descrevia a violência do período escravocrata. A miscigenação como sinônimo de tolerância. Suposta “convivência harmoniosa” entre as três raças: força e estatuto de uma ideologia dominante. O racismo à brasileira e o mito da democracia racial Biologicamente, não existem raças, somos uma só: a raça humana! Raça é um conceito político. O racismo pressupõe: hierarquização; inferiorização; preconceito; discriminação; desigualdade. Afinal, o que é o racismo? 1. Hierarquização: O racialismo prevê a existência de raças humanas, com diferentes qualidades e habilidades. 2. Inferiorização: Uma vez que os seres humanos são colocados de forma hierárquica, uns serão considerados superiores aos outros, criando a inferiorização de certos grupos. 3. Preconceito: De qualquer tipo, é sempre uma atitude negativa em relação a alguém. Diríamos mais: é uma atitude antecipada e desfavorável contra um grupo. 4. Discriminação: Quando ocorre uma ação, uma manifestação ou um comportamento de forma a prejudicar alguém. 5. Desigualdade: É um sistema de desigualdades de oportunidades, que podem ser verificadas a partir de dados estatísticos. Os cinco principais pressupostos do racismo O ano de 2011 foi considerado o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes. Qual foi considerada uma das principais intenções para esse lançamento? a) Desconstruir o mito da democracia racial. b) Promover um debate entre os países desenvolvidos sobre as diversas formas de racismo. c) Despertar na comunidade internacional o interesse em ampliar os direitos fundamentais aos afrodescendentes. d) Combater toda forma de apartheid nos países africanos. e) Fazer um levantamento estatístico em âmbito mundial sobre a condição social e econômica dos afrodescendentes. Interatividade Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): censos a cada 10 anos, um levantamento completo sobre cada família brasileira. Dados preliminares do Censo 2010: mais de 190 milhões de brasileiros / 2018 mais de 200 milhões de brasileiros. Entretanto, quando o assunto é igualdade social entre brancos e negros, os números são bastante desoladores e o país ainda precisa melhorar muito em distribuição equitativa de direitos e oportunidades. Os censos trazem uma visão bastante representativa de nosso país e são importantes recursos para que sejam elaboradas políticas públicas que encontrem as melhores soluções para nossos principais problemas sociais. A condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira Distribuição racial por região brasileira, em 2009 (porcentagem): As diferenças regionais Fonte: Adaptado de PNAD Brasil Sul Sudeste Centro-oeste Norte Nordeste 48,2 78,5 56,7 41,7 23,6 28,8 6,9 3,6 7,7 6,7 4,7 8,1 44,2 17,3 34,6 50,6 71,2 62,7 0,7 0,7 0,9 0,9 0,4 0,3 Brancos Pretos Pardos Amarelos e indígenas Após tantos dados comprovando a condição desfavorável em que se encontram os negros na sociedade brasileira, você deve estar se perguntando: mas, afinal, será possível reverter esse processo perverso? Pois a nossa tese é: sim, isso é possível! Vamos apresentar algumas dessas possibilidades, partindo do Movimento Negro que, atualmente, luta contra o racismo e por melhores condições aos afrodescendentes, passando à definição de ações afirmativas e suas principais implicações. Movimentos sociais e ações afirmativas: é possível acelerar o processo de mudança? Reconhecer que a situaçãoatual é resultado de um longo processo histórico: período pré-abolicionista (séculos XVI ao XIX). Promover melhores condições ao afrodescendente. Implantar as ações afirmativas. Ampliar e conscientizar a sociedade para tais questões. Afirmar veementemente que os africanos nunca foram passivos ou acomodados. Eles eram escravizados. O papel do movimento negro contemporâneo na luta contra as desigualdades raciais no Brasil Legislação penal que pune todo ato discriminatório, considerando o racismo e as injúrias raciais como crime inafiançável. Ações afirmativas que visam promover a igualdade de oportunidades a grupos desfavorecidos socialmente (política de cotas, por exemplo). Principais consequências do movimento negro Aprender uma outra história do Brasil. A lei torna obrigatório o ensino da história na perspectiva africana e afro-brasileira. Para romper a discriminação contra o negro, torna-se fundamental ensinar o outro lado da história! Incentivo à produção de material didático e pedagógico sobre a história da África e dos negros no Brasil. A realidade pós-Lei 10639/2003 São entendidas como políticas públicas que pretendem corrigir desigualdades socioeconômicas procedentes de discriminação, atual ou histórica, sofrida por algum grupo de pessoas. Para tanto, concedem-se vantagens competitivas para membros de certos grupos que vivenciam uma situação de inferioridade a fim de que, em um futuro estipulado, essa situação seja revertida. Assim, as políticas de ação afirmativa buscam, por meio de um tratamento temporariamente diferenciado, promover a equidade entre os grupos que compõem a sociedade. O que são as ações afirmativas? Uma “reparação” às perdas de oportunidades vividas pelos negros em consequência de políticas segregacionistas. Acelerar a inclusão social a curto prazo dessa população, bem como a ascensão de minorias étnicas, raciais e sexuais. Seria, portanto, “remediar” uma situação socialmente indesejável? Medida paliativa, transitória e, portanto, temporária. Mas o que buscam as ações afirmativas? Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. Desmontar o “mito da democracia racial”. Promover uma “discriminação positiva”: facilidade temporária para um acesso mais rápido aos direitos sociais básicos que lhes foram, por tanto tempo, sistematicamente negados. A polêmica das cotas para negros em empresas e universidades: sugerimos que aprofundem suas pesquisas sobre esse assunto tão importante. Por que as ações afirmativas são realmente necessárias? O movimento negro foi e continua sendo um elemento essencial na conquista e na garantia de direitos fundamentais a essa população. Sobre esse assunto, assinale a alternativa incorreta: a) A principal consequência do movimento negro tem sido a implantação de ações afirmativas. b) Os quilombos podem ser considerados a maior expressão da resistência negra na história do Brasil. c) A história da resistência negra foi propositalmente esquecida pelos historiadores e excluída dos livros escolares. d) No Brasil, o racismo é considerado crime inafiançável pela legislação vigente. e) Não houve movimentos negros no Brasil até a abolição da escravidão, em 1888. Interatividade Temos as leis mais modernas e avançadas do mundo: Constituição de 1988. ECA (8.069/1990). LDB (9.394/1996). Estatuto da Igualdade Racial (12.288/2010). Lei 10.639/2003 e Lei 11.645/2008. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana de 2004 – Parecer CNE 003/2004. O antirracismo na legislação brasileira CF – “Art 5º, XLII – A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.” Importante instrumento para a ampliação do alcance das ações até então desenvolvidas pelo movimento negro. ECA – “Art. 5º: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”. A Constituição Brasileira de 1988 e estatutos específicos: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Igualdade Racial. Pena de até três anos para quem praticar racismo pela internet. Incentivo à contratação de negros pelas empresas. Reconhecimento da capoeira como esporte. Reserva nos partidos políticos de 10% das vagas para candidatos negros (atualmente, só há reserva para mulheres). Incentivar a obrigatoriedade de cotas nas universidades públicas para alunos negros. Principais pontos do Estatuto da Igualdade Racial Art. 26, do cap. 2, § 4º “O Ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia”. Daí à aprovação da Lei 10.639, promulgada em 2003, foi um passo, garantindo a afirmação, o reconhecimento e a valorização dos negros no quadro da diversidade da cultura brasileira. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394, de 1996 Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. Essa legislação consegue chamar a atenção das autoridades, educadores e da sociedade para a importância da inclusão da perspectiva étnico-racial no currículo escolar. Institui o dia 20 de novembro como o “Dia da Consciência Negra”. Lei 10.639 de 2003 As questões históricas são fundamentais para compreendermos: Africanidades brasileiras, processo de colonização brasileira, as raízes de nossa construção nacional e os fundamentos de nosso racismo velado. A expressão africanidades brasileiras refere-se às raízes da cultura brasileira que têm origem africana. Africanidades: alguns aspectos da história africana dos negros no Brasil Nossos problemas atuais estão diretamente ligados ao tipo de população que foi enviada para o Brasil naquele momento. Para povoar um país-continente como o nosso, foram enviados para cá os “piores cidadãos” portugueses, indesejados na Europa como os ladrões e desocupados de todo tipo – é isso o que queriam nos fazer acreditar. É por isso que nosso país “não deu certo”...??? Alguns mitos sobre a formação do Brasil Éramos a empresa mais rentável para Portugal na época. Alguém mandaria para o comando de sua empresa pessoas desqualificadas, desonestas e incapazes? Algum empresário, em sã consciência, entregaria seu negócio a desocupados que levariam tudo a perder? Claro que não! Como assim? Pense conosco... Homens e mulheres passam a ser enviados ao Brasil. Esse país-continente deveria fornecer riquezas o bastante para sustentar os luxos e as extravagâncias da Família Real e sua aristocracia. Além disso, era preciso pagar os investimentos feitos pela então burguesia na empresa colonial. Os portugueses começaram a explorar de todas as formas o território brasileiro, retirando de nossos solos e florestas todas as matérias-primas que tivessem algum valor no mercado capitalista europeu. A incumbência de fazer esse país-continente crescer e dar lucro No início, era a extração do pau-brasil. Portugueses em pequeno número em relação à população indígena, que era de 5 milhões em 1500. Convivência possível entre portugueses e índios até 1530. Depois do extrativismo, a agricultura. Escassez de mão de obra e de terras: conflito com tribos indígenas. Na guerra dos portugueses com os índios, milhões de índios foram dizimados. A dinâmica de uma colônia de exploração Problema: a falta de mão de obra numerosa para a exploração de terras tão extensas. Solução: escravização de africanos, vindos de Angola e do Congo. Como os portugueses já dominavam a arte das navegações, não foi difícil forçar populações africanas a se transferirem para o Brasil, submetendo-os a uma das condições de vida e trabalho desumanas. A solução: escravos africanos! Quando tratamos sobre a formação do Brasil, todas as afirmações são verdadeiras, exceto: a) O Brasil foi a maior empresa colonial de Portugal. b) A colonização do Brasil já estava inscrita no contexto do capitalismo moderno. c) A exploração de matérias-primas no Brasil seria o início dessa empreitada colonial. d) A agricultura exigiu grandes números de mão de obra e extensões de terra. e) Para a colonização do Brasil, foram enviados para nosso território os cidadãos indesejados da Europa, como ladrões ou desocupados. Interatividade Em 1550 começam a chegar ao Brasil os primeiros africanos escravizados. Em mais de 3 séculos cerca de 3,6 milhões de pessoas foram trazidas ao Brasil para o trabalho escravo. Isso representava um terço da população africana da época. Verdadeira diáspora: esse deslocamento separou e alterou culturas, línguas, costumes, religiões, etc. Diáspora e travessia dos escravizados Resistência passiva: Ações que não utilizam violência direta, eram recusas ao trabalho, trabalhos malfeitos, fugas e faltas. Resistência ativa: Movimentos mais coletivos e violentos, seja pela organização dos quilombos, seja por meio das insurreições, guerrilhas, entres outros movimentos realizados durante todo o regime escravista no Brasil. Importância de ambas as manifestações de resistência contra a escravidão no Brasil: caráter extremamente conflituoso na relação senhor/escravo. Resistência negra As revoltas urbanas: Revolta dos Alfaiates (Bahia, 1798). Revolta dos Males (Bahia - 1835). Cabanagem (Pará, 1835-1840). Sabinada (Bahia, 1837-1838). Balaiada (Maranhão, 1838-1841). Os quilombos: Seu principal objetivo era a implantação de uma nova forma de vida e organização social, diferente da estrutura política colonial e escravista. Foram centenas de quilombos espalhados por todos os estados do país, que duraram breves períodos ou continuam ativos até os dias de hoje. Alguns exemplos de resistência negra durante a escravidão Importante demonstração de que os negros pretendiam construir no Brasil um outro modelo de associação entre os homens: Aberta a todos que pudesse desmontar a estrutura escravocrata. Implantação de “uma outra forma de vida, uma outra estrutura política na qual se encontraram todos os tipos de oprimidos”. (MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. “O Negro no Brasil de Hoje”. São Paulo: Global, 2006, p. 71) A importância dos quilombos – Zumbi e Dandara Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco, Caetano de Melo de Castro, escreveu ao Rei: “Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares.” Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares Zumbi Fonte: https://revistarelevo.wordpress.com /2017/11/19/premio-zumbi-dos- palmares-e-entregue-em-cubatao Dandara foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil. Dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares. Foi esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos. Em 6 de fevereiro de 1694, após ser presa, suicidou-se se jogando de uma pedreira ao abismo para não retornar à condição de escrava. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dandara Dandara – Líder Feminina de Palmares Fonte: http://farejadorfilosofi coo.blogspot.com/20 16/11/dia-da- consciencia-negra- salve-zumbi-e.html Foram quase 4 séculos de processo de escravização negra no Brasil. Porém já havia a escravização branca, indiana e oriental na Europa. Equívoco: crença na existência dos escravos como categoria natural, ou seja, na existência de seres humanos que nasceram escravos na África. Naturalização da ideia de servidão e senhorio. Lembre-se: nascemos todos livres até que algum sistema nos escravize no decorrer de nossas vidas. As raízes de nossa sociedade hierarquizada e autoritária As condições deploráveis dos navios negreiros, das senzalas, os castigos e os suplícios. Fatores capazes de acabar com qualquer resquício de humanidade e dignidade que possa restar em uma pessoa. Outra forma de transformar seres humanos em coisas: apagar definitivamente toda sua herança cultural e histórica, sua origem e sua personalidade. O constrangimento de seres humanos à condição de objetos Os livros de História do Brasil também colaboraram para “apagar” esse passado africano: ausência da perspectiva africana e afro-brasileira. Importância de uma lei que obrigue esse resgate histórico e cultural: promoção da igualdade racial nas escolas e na sociedade. E nossa disciplina vem colaborar nesse sentido, preparando os profissionais para uma prática educativa consciente e igualitária. A importância da Lei 10.639/2003 Vasta contribuição africana na formação do Brasil. Vamos destacar apenas 3 aspectos: 1. No campo econômico: Os negros como força de trabalho não remunerada ajudando a construir as riquezas do país. 2. No campo demográfico: O elevado número de africanos fizeram parte da população brasileira. 3. No campo cultural: Influência linguística, religiosa e no campo das artes, seja por instrumentos musicais, ritmos, danças, etc. A transferência de pensamentos e tecnologias africanas para territórios não africanos Por que podemos afirmar que a Lei 10.639/2003 é um importante instrumento na promoção da igualdade racial no Brasil? a) Porque a herança cultural e histórica dos africanos no Brasil foi completamente apagada ao longo dos séculos. b) Porque devemos resgatar as africanidades, afirmando o valor e as contribuições dos negros para a formação do Brasil. c) Porque é necessário desfazermos os estereótipos raciais que colocam o negro apenas como escravo na história do Brasil. d) Porque a valorização da cultura afrodescendente contribui para a representação positiva dos negros. e) Todas as alternativas anteriores estão corretas. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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