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Fiscalização do Trabalho: Identificação e Livro de Inspeção

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Acesso da Fiscalização
Todos os Agentes de Inspeção do Trabalho deverão, ao iniciar uma fiscalização, apresentar sua identificação funcional, devidamente autenticada e fornecida pela autoridade competente – DRT. Neste sentido, não estará o empregado da organização faltando com o respeito à autoridade fiscalizadora, quando solicitar para que este se identifique, podendo até mesmo ter em suas mãos o documento de identidade funcional do Auditor Fiscal. A prerrogativa do Auditor Fiscal do Trabalho de ter livre acessa a todas as dependências dos estabelecimentos sujeitos ao regime da legislação trabalhista compreende não só o direito de ingressar, mas também o de permanecer no local, para exercício de sua ação fiscal. As empresas, através de seus representantes legais e prepostos deverão prestar todas as informações, que dizem respeito ao fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho, caso solicitado pelo Agente de Inspeção do Trabalho, que hoje também é identificado como Auditor Fiscal.
Livro de Inspeção do Trabalho
Todas as empresas ou empregadores sujeitos à inspeção do trabalho estão obrigados a manter em seus estabelecimentos o Livro de Inspeção do Trabalho, onde será registrada a visita do Agente da Inspeção do Trabalho quando de sua visita ao estabelecimento. Este livro, anteriormente, era necessário ser autenticado pelo Órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, a DRT. Hoje é desnecessária a autenticação pela unidade regional do Ministério do Trabalho e Emprego. O Agente de Inspeção do Trabalho fará esta autenticação quando da fiscalização.
Quando da visita do Agente encarregado da inspeção do estabelecimento, será exigida a apresentação do LIVRO DE INSPEÇÃO, o qual registrará:
Sua visita,
• Data, a hora do início e do término; 
• os documentos a serem exibidos;  
• resultado da inspeção;
• irregularidades encontradas;
• as exigências feitas e os respectivos prazos para seu cumprimento.
A falta do Livro de Inspeção configura infrações dos artigos 628 e 630 da Consolidações das Leis do Trabalho (CLT) sujeitando o empregador à multa.
Livro de Inspeção
Comprovada a má-fé do agente da inspeção, quanto à omissão ou lançamento de qualquer elemento no livro, responderá ele por falta grave no cumprimento do dever, ficando passível, desde logo, da pena de suspensão até 30 (trinta) dias, instaurando-se, obrigatoriamente, em caso de reincidência, inquérito administrativo.
Empregadores com mais de um estabelecimento
As empresas ou empregadores com mais de um estabelecimento, filial ou sucursal devem possuir  tantos Livros de Inspeção do Trabalho quantos forem seus estabelecimentos.
Apresentação dos documentos
A fiscalização do trabalho nas empresas com até dez empregados, no caso de inspeção de rotina, exigirá a apresentação somente dos seguintes documentos:
• Livro de inspeção do Trabalho; 
• registro de empregados, com as anotações atualizadas, inclusive do horário de trabalho;
• recibos de entrega e devolução de CTPS; 
• acordos ou Convenções Coletivas de Trabalhos;
• exames Médicos Admissionais atualizados;
• comprovante de quitação mensal do FGTS;
• comprovante de compra e entrega de V.Transporte.
Para os demais empregadores, os Auditores Fiscais assinalarão no Livro de Inspeção do Trabalho quais os documentos que desejarão fiscalizar e registrarão qual o dia de seu retorno. 
Livro ou ficha de registro de empregados;
comprovante de Contribuição Sindical Patronal e dos Empregados;
a respectiva relação dos empregados que recolheram a contribuição sindical;
acordo para prorrogação ou compensação do horário de trabalho;
escala de revezamento de folgas semanais, quando houver trabalho nos dias de repouso obrigatório;
comunicação de admissão e dispensa (CAGED);
 CTPS – recibo de entrega e devolução;
aviso e recibo de férias;
aviso prévio;
pedido de demissão se for o caso;
recibo de quitação da rescisão do contrato de trabalho;
cartão de inscrição no CNPJ;
atestado de Saúde Ocupacional (ASO);
comprovante de entrega do Vale-Transporte;
comprovante do Seguro – Desemprego;
recibo de pagamentos;
recibos de férias anuais;
convênio de aprendizagem com o SENAI ou SENAC;
folhas de pagamentos;
guias de Recolhimentos do FGTS e informações à Previdência Social –  (Sefip);
guias de Recolhimentos Rescisórios do FGTS e informações à Previdência Social –  (GRFP).
Permanência dos documentos nos locais de trabalho
Os documentos sujeitos à fiscalização do trabalho devem permanecer nos locais de trabalho e somente por exceção, a critério da autoridade competente, será admitido que sejam os mesmos apresentados em dia e hora previamente fixados pelo agente.
Concessão de prazo para exibição dos documentos
Ao Agente de Inspeção do Trabalho caberá a orientação técnica e os esclarecimentos às empresas, ficando a seu critério a concessão de prazo que geralmente oscila entre dois a oito dias, para exibição dos documentos.
A concessão do referido prazo não se aplica à exibição do livro ou ficha de registro de empregado, pois estes documentos comprovam de imediato os registros dos empregados e as respectivas anotações nas CTPS. Assim, estes documentos serão exibidos de imediato.
Concessão de prazo para exibição dos documentos
Em se tratando de empresas de prestação de serviços, o livro ou fichas de registro de empregado pode ficar na sede da empresa, para isto é necessário que os empregados portem cartão de identificação, contendo retrato, nome completo, data da admissão, número do PIS/PASEP, horário de trabalho e o respectivo cargo, observando que as empresas devem estar localizadas no mesmo município.
Centralização dos documentos
As empresas poderão utilizar controle único e centralizado dos documentos sujeitos à inspeção do trabalho, à exceção do registro de empregado, do registro de horário de trabalho e do livro de Inspeção do Trabalho, que deverão permanecer em cada estabelecimento. Os documentos sujeitos à inspeção deverão permanecer, sob as penas da lei, nos locais de trabalho, somente se admitindo, por exceção, a critério da autoridade competente, sejam os mesmos apresentados em dia e hora previamente fixados pelo agente da inspeção. Havendo necessidade, quando solicitadas, as autoridades policiais deverão prestar aos agentes da inspeção a assistência de que necessitarem para o fiel cumprimento de suas atribuições legais.
Dupla visita
A fim de promover a instrução dos responsáveis no cumprimento das leis de proteção do trabalho, a fiscalização deverá observar o critério de dupla visita nos seguintes casos:
quando ocorrer promulgação ou expedição de novas leis, regulamentos ou instruções ministeriais, sendo que, com relação exclusivamente a esses atos, será feita apenas a instrução dos responsáveis;
 em se realizando a primeira inspeção dos estabelecimentos ou dos locais de trabalho, recentemente inaugurados ou empreendidos.
Assim, conforme previsto nos critérios vistos, a empresa será autuada na segunda visita do fiscal. A primeira terá o caráter de advertência de orientação.
Para as empresas de pequeno porte e as microempresas, identificadas na legislação, deverá sempre ser adotado o critério de dupla visita, salvo quando for constatada infração por falta do registro de empregado, ou anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, ou ainda na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço à fiscalização.
Poderá ser instaurado procedimento especial para a ação fiscal, objetivando a orientação sobre o cumprimento das leis de proteção ao trabalho, bem como a prevenção e o saneamento de infrações à legislação mediante Termo de Compromisso, na forma a ser disciplinada no Regulamento da Inspeção do Trabalho. 
Auto de infração
A toda verificação em que o Auditor-Fiscal do Trabalho concluir pela existência de violação de preceito legal deve corresponder, sob pena de responsabilidade administrativa, a lavratura de auto de infração. Assim, ao ser constatada alguma violação de normas trabalhistas, o Auditor Fiscal lavrará o Auto de infração.Que será lavrado em duas vias, sendo uma via entregue ao infrator, contra-recibo ou diante de qualquer dificuldade enviada, no prazo de 10 dias, contados da data de sua lavratura, mediante registro postal, com franquia e recibo de volta com sustado o curso do respectivo processo, devendo o fiscal do trabalho apresentá-lo à autoridade competente ainda que incida em erro.
A comprovação da existência do auto de infração não está condicionada à assinatura do infrator ou de testemunhas. Ele será lavrado no local da inspeção. Mas havendo motivo justificado, que será declarado no próprio auto, poderá ser lavrado fora do local de inspeção, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. Uma vez lavrado o Auto de Infração, não poderá ele ser inutilizado, nem sustado o curso do respectivo processo, devendo o agente da inspeção apresentá-lo à autoridade competente, o Delegado da Regional do Trabalho, ainda que o mesmo venha incidir em erro.
Defesa
Prazo para Recurso às decisões denegatórias à defesa do auto de infração
De toda decisão que impuser multa por infração das leis e disposições reguladoras do trabalho, e não havendo forma especial de processo, caberá recurso para Diretor-Geral do Departamento ou Serviço do Ministério do Trabalho que for competente na matéria. Feita a defesa, conforme analisada, e sendo a mesma indeferida, o recurso deve ser interposto no prazo de 10 dias contados do recebimento da notificação de indeferimento da defesa, perante a autoridade que tiver imposto a multa. Contudo, o recurso somente terá seguimento se o interessado o instruir com prova de depósito da multa. A notificação fixará o prazo de 10 dias para que o infrator recolha o valor da multa, sob pena de cobrança executiva. Quando o infrator estiver em lugar incerto e não sabido, a notificação será realizada por meio de edital no órgão oficial. Por outro lado, não sendo do interesse da empresa em recorrer da multa imposta, poderá efetuar o pagamento com uma redução de 50% do valor da multa, desde que o faça até o 10º dia do recebimento da notificação para o pagamento.
Prazo para Recurso às decisões denegatórias à defesa do auto de infração
Toda decisão que impuser multa por infração das leis e disposições reguladoras do trabalho, e não havendo forma especial de processo, caberá recurso para Diretor-Geral do Departamento ou Serviço do Ministério do Trabalho que for competente na matéria.
Os recursos devem ser interpostos no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento da notificação, perante a autoridade que houver imposto a multa, a qual, depois de os informar, encaminhá-los-á à autoridade de instância superior. De todas as decisões que proferirem em processos de infração das leis de proteção ao trabalho e que impliquem arquivamento destes, observado o disposto no parágrafo único do art. 635, deverão as autoridades prolatoras recorrer de ofício para a autoridade competente de instância superior.
Não sendo provido o recurso, o depósito se converterá em pagamento.
A cobrança judicial das multas impostas pelas autoridades administrativas do trabalho obedecerá ao disposto na legislação aplicável à cobrança da dívida ativa da União.

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