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FPP C - Relatório - Motivação

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Prévia do material em texto

CAMILA SAKAMAE PIETRO
LETÍCIA BATISTA CALDEIRA
NATÁLIA SILVEIRA LISBÔA
PEDRO MISAILIDIS ANTONINI
MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
Relatório apresentado à disciplina de Fenômenos e Processos Psicológicos C, da Faculdade de Psicologia, do Centro de Ciências da Vida, como parte das atividades do laboratório exigidas para aprovação.
Orientador: Prof(a). Dr(a). Karina de Carvalho Magalhães
PUC-CAMPINAS
2018
1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
Um dos temas que atualmente mais vem sendo estudado pela Psicologia é o da motivação. De acordo com Reeve (2015), a motivação se refere a um conjunto de processos que dão ao comportamento direção e força. Já para Gazzaniga e Heatherton (2005), a motivação é uma área da psicologia que estuda como os comportamentos são iniciados, dirigidos e sustentados, além de pesquisar os fatores que o energizam. Os cientistas psicológicos que estudam este tema possuem duas linhas distintas de pensamento: uma linha fisiológica, que dá ênfase aos motivos reguladores, em seus estados internos e na visão neurobiológica da motivação (hormônios, neurotransmissores e centros cerebrais). A segunda linha é a social, com grande foco nos motivos intencionais, em como as pessoas tentam satisfazer objetivos de vida e controlar comportamentos próprios e dos outros.
Dentre as diversas teorias sobre motivação, as mais gerais afirmam que existem quatro qualidades essenciais dos estados motivacionais: a primeira delas é a sua característica energizante, de ativação e estimulação dos comportamentos. A segunda qualidade seria sua capacidade diretiva, ao orientar o comportamento de modo a satisfazer necessidades e objetivos específicos. A terceira qualidade é a persistência do comportamento, até que as metas sejam concluídas e suas necessidades, saciadas. A quarta afirma que os motivos diferem em força e são dependentes dos fatores internos e externos, prevalecendo o motivo mais forte. (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005).
Estudos recentes mostraram o papel do cérebro para a motivação. Reeve (2015) destaca que o princípio básico da atividade cerebral são os papeis de aproximação e de evitação, ou seja, o cérebro funcionaria com base em “eu quero isso” e “não quero isso”. As estruturas cerebrais para a aproximação são: hipotálamo, responsável pelas sensações prazerosas relacionadas ao ato de comer, beber e sexo; Feixe prosencefálico medial, que tem relação com o prazer e sensações positivas; Área septal, centro de prazer relacionado à sociabilidade e sexualidade; Córtex cerebral (lobos frontais) que têm como função elaborar planos e metas, além de formular as intenções das ações; Córtex cerebral pré-frontal esquerdo, que possui tendências motivacionais de aproximação. Já as estruturas cerebrais relacionadas à evitação são: córtex cerebral pré-frontal direito, que possui tendências motivacionais de afastamento; Amígdala. que processa a informação emocional e influencia a criação de comportamentos defensivos; Hipocampo, com papel de inibição comportamental em eventos inesperados (REEVE, 2015). 
Os estudos da motivação a separaram em dois tipos: extrínseca e intrínseca. Para algumas teorias, essas duas motivações trabalhariam de forma oposta, embora mais recentemente essa visão tenha sido substituída pela ideia de um continuum, ou seja, a ideia de que trabalham em continuidade uma com a outra (REEVE, 2015; VIANA; ANDRADE; MATIAS, 2010). 
De acordo com Gazzaniga e Heatherton (2005), a motivação extrínseca apresenta-se através de eventos externos que possuem a capacidade de incentivar o comportamento, aproximando determinada pessoa de experiências agradáveis ou afastando-a de experiências desagradáveis. Essa motivação não trata-se apenas de situações específicas, mas aplica-se também a eventos recorrentes no cotidiano, seja em casa, na escola ou no trabalho. 
Ainda de acordo com Gazzaniga e Heatherton (2005), a motivação intrínseca apresenta-se como uma motivação interna da pessoa, ou seja, quando parte da própria pessoa a motivação a partir de suas necessidades, cognições e emoções. Essa motivação, diferentemente da motivação extrínseca, não depende de um fator externo para ocorrer. 
Reeve (2015) define necessidades como condições fundamentais para a vida e bem-estar do indivíduo, podendo indicar carência fisiológica, psicológica ou social. As necessidades fisiológicas são geradas por conta de deficiências biológicas, resultando num comportamento motivado em direção a saciar o corpo. As necessidades psicológicas são exigências para que o indivíduo se adapte adequadamente ao ambiente, estabelecendo boas relações interpessoais, desenvolvimento saudável e emoções positivas. Já as necessidades sociais são necessidades psicológicas adquiridas, relacionadas à experiência, desenvolvimento e socialização (REEVE, 2015). 
Além das necessidades como motivos internos que despertariam a motivação intrínseca, Reeve (2015) define as cognições como eventos mentais que relacionam-se com o modo de pensar do indivíduo, envolvendo o estabelecimento de objetivos, expectativas e self. Por fim, as emoções são fenômenos subjetivos que possuem relação com a forma de reação da pessoa frente a eventos importantes. 
Recentemente, a visão dicotômica entre motivação intrínseca e extrínseca vem sendo substituída pela Teoria da Audoterminação (TAD) elaborada pelos autores Decy e Ryan. A TAD se diferencia das teorias anteriores por abranger o grau em que a motivação é menos ou mais determinada pelo indivíduo, considerando que a motivação extrínseca pode se manifestar de diferentes maneiras (VIANA; ANDRADE; MATIAS, 2010). 
Na teoria da Autodeterminação existem três tipos de motivação passíveis de serem observados: a desmotivação ou falta de motivação, a motivação extrínseca e a motivação intrínseca. Estes tipos de motivação seriam organizados por meio de um continuum de autodeterminação, ou seja, há uma relação de continuidade entre eles, de forma que o indivíduo pode estar mais extrinseca ou intrinsicamente motivado (REEVE, 2015).
A desmotivação é descrita como sendo um estado em que o indivíduo não está motivado nem intrínseca nem extrinsecamente (REEVE, 2015). 
A motivação extrínseca abrange um conjunto de quatro tipos de motivação com graus de autodeterminação distintos; a primeira delas é a regulação externa, que possui como característica a sua determinação por uma exigência ou recompensa externa. Indivíduos que são motivados por meio da regulação externa apresentam um nível de desempenho baixo e resultados inferiores, quando comparados aos outros tipos de motivação extrínseca. A regulação introjetada consiste em acatar às demandas dos outros ou da sociedade, porém sem realmente acreditar no que foi determinado por estes. Este tipo de motivação extrínseca tem como fator motivacional a culpa ou o sentimento de dever, quando o indivíduo se recompensa ou se pune emocionalmente de acordo com o que o ambiente externo pensa a respeito do comportamento que ele executou. A regulação identificada é a representação da motivação extrínseca autodeterminada e internalizada, pois ocorre quando o indivíduo aceita e concorda voluntariamente com determinado comportamento ou pensamento porque percebe a utilidade e a significância pessoal deste para ele próprio. A motivação é extrínseca porque o comportamento funciona como meio para se atingir outros objetivos, mas por ser congruente com os ideais pessoais é internalizado, tornando-o autodeterminado. Finalmente, a regulação integrada é descrita como o tipo de motivação extrínseca de maior autodeterminação; isso porque a integração é a transferência completa de valores e comportamentos identificados para o self. A integração ocorre à medida que identificações passam a ser congruentes com o que o indivíduo valoriza em seu self, desta maneira pode-se afirmar que quanto mais maneiras de pensar e se comportar internalizadas forem integradas ao self, mais ações que antes eram motivadas extrinsecamente serão agora autodeterminadas (REEVE, 2015).
 A motivação intrínsecaé marcada pela regulação interna, em que o indivíduo sente satisfação e alegria frente ao comportamento, sem necessitar de contingências externas para manter sua motivação (LAUREANO, 2014).
 Dentre os questionários criados para avaliar os constructos da TDA, destaca-se a Escala BREQ-2 (Behavioral Regulation in Exercise Questionnaire-2), instrumento que mede o nível de regulação motivacional (extrínseca e intrínseca) para a prática de exercícios físicos (LAUREANO, 2014).
Considerando a importância do estudo sobre a motivação e a compreensão do que pode afetá-la, o trabalho a seguir verificou os resultados obtidos por um grupo de participantes que respondeu à Escala BREQ-2 
2. OBJETIVOS
- Investigar a motivação de praticantes de exercício físico segundo a visão da teoria da autodeterminação.
3. MÉTODO
3.1 SITUAÇÃO
Os participantes 1, 2, 3 e 4 tiveram a Escala BREQ-2 Versão Portuguesa aplicada no dia 10 de março de 2018, em uma sala retangular, onde havia dois sofás perpendiculares, 2 cadeiras e uma grande estante com uma televisão (que permaneceu desligada). O aplicador sentou-se em um dos sofás, e o participante em outro, de forma que ficaram frente a frente. Aos participantes foi fornecida uma prancheta para que pudessem anotar suas respostas da escala de forma mais confortável. As janelas e cortinas ao fundo da sala permaneceram abertas, as luzes apagadas, o ventilador desligado, e a porta, fechada. 
Os participantes 5, 6, 7, 8, 9 e 10 tiveram a Escala aplicada no dia 17 de março de 2018. Os participantes 11, 12, 13, 14 e 15 tiveram o mesmo instrumento aplicado dia 18 de março de 2018. As escalas foram aplicadas em uma sala retangular, onde havia uma mesa central com quatro cadeiras, um ventilador (que permaneceu desligado) e um armário paralelo à mesa – mas sua utilização não foi necessária. A porta foi fechada para que nenhum ruído exterior atrapalhasse a concentração do participante. A luz também foi acessa para facilitar a visualização do questionário. O aplicador sentou-se ao lado do participante.
Os participantes 16, 17 e 18 tiveram a Escala aplicada no dia 18 de março de 2018. Os participantes 19 e 20 tiveram o mesmo instrumento aplicado dia 21 de março de 2018. As escalas foram aplicadas em uma sala retangular composta por dois sofás, uma estante com uma televisão (que permaneceu desligada) e uma mesinha ao centro da sala, onde foram colocadas canetas, caso o participante precisasse. O aplicador sentou-se em um dos sofás e o entrevistado no outro, de forma que ficaram um de frente para o outro. Além disso, a porta e a janela permaneceram fechadas, a fim de que nenhum ruído externo atrapalhasse a concentração do participante. As luzes permaneceram acessas e as cortinas fechadas.
3.2 PARTICIPANTES
Para o experimento foram selecionados 20 participantes ao acaso, todos praticantes de alguma modalidade de atividade física e com idade superior a 18 anos. 
- Participante 1: R. B., 25 anos, sexo feminino.
- Participante 2: G. S. L., 20 anos, sexo feminino.
- Participante 3: S. L. M. L., 51 anos, sexo masculino.
- Participante 4: S. M. L., 33 anos, sexo masculino.
- Participante 5: G. S., 27 anos, sexo masculino.
- Participante 6: B. G. S., 31 anos, sexo masculino.
- Participante 7: F. C., 21 anos, sexo masculino.
- Participante 8: M. C. B., 54 anos, sexo feminino.
- Participante 9: G. G. R., 19 anos, sexo feminino.
- Participante 10: U. P. S., 55 anos, sexo feminino. 
- Participante 11: L. S. G. B., 22 anos, sexo masculino.
- Participante 12: H. B., 19 anos, sexo masculino.
- Participante 13: A. N. F., 21 anos, sexo feminino. 
- Participante 14: F. S., 43 anos, sexo masculino.
- Participante 15: R. B. C., 22 anos, sexo masculino.
- Participante 16: L. S. D., 70 anos, sexo feminino.
- Participante 17: I. C. O., 21 anos, sexo feminino.
- Participante 18: L. C. C. O., 23 anos, sexo feminino.
- Participante 19: R. D. S. B., 48 anos, sexo feminino.
- Participante 20: Y. F. S. P., 18 anos, sexo feminino.
3.3 INSTRUMENTO
Para a coleta de dados sobre a motivação de praticantes de atividade física, foi utilizada a Escala BREQ-2 – Versão Portuguesa (Anexo A).
A Escala BREQ-2 é um instrumento utilizado para avaliar a motivação para a prática de atividade física. Consiste num questionário composto por 19 afirmativas em que o participante atribui um nível de concordância de 0 a 4, sendo 0 “Não é verdade para mim” e 4 “Muitas vezes é verdade para mim”.
A contagem de pontos da escala é feita através da soma do valor das respostas dadas pelos participantes considerando-se 5 subescalas: 	
- Questões 5, 9, 12 e 19, somadas, resultam no componente Desmotivação;	 
- Questões 1, 6, 11 e 16, somadas, resultam no componente Regulação Externa;
- Questões 2, 7 e 13, somadas, resultam no componente Regulação Introjetada;
- Questões 3, 8, 14 e 17, somadas, resultam no componente Regulação Identificada; 
- Questões 4, 10, 15 e 18, somadas, resultam no componente Regulação Intrínseca.
O índice de Autodeterminação, que é o escore geral da Escala, é obtido através da fórmula: (-3 x Desmotivação) + (-2 x Regulação Externa) + (-1 x Regulação Introjetada) + (2 x Regulação Identificada) + (3 x Regulação Intrínseca), dividido por 4. O valor do índice de Autodeterminação pode variar de -24 (menor autodeterminação) até +20 (maior autodeterminação). Quanto maior o escore, maior autonomia e autodeterminação para a prática de atividade física, e possivelmente uma regulação mais identificada e intrínseca. Por outro lado, escores baixos indicam uma regulação para prática de atividade física mais controlada por fatores extrínsecos, regulação mais externa ou introjetada ou mesmo desmotivada.
3.4 PROCEDIMENTO
Após todos os participantes do experimento terem sido definidos, o aplicador do teste os chamou individualmente ao cômodo em que o teste seria realizado (de acordo com a disponibilidade dos aplicadores e participantes).
O aplicador sentou-se de frente para o participante e explicou que o procedimento para a entrevista consistiria em o entrevistado responder a Escala BREQ-2, que consiste em algumas perguntas para avaliação dos motivos da realização de atividade física. Também foi explicado aos participantes que não havia respostas certas ou erradas; o objetivo seria simplesmente investigar os motivos que levam um grupo de pessoas a praticar atividade física, e por isso as respostas precisariam ser sinceras, baseadas na realidade.
A seguir, foi entregue para cada participante uma cópia impressa da Escala BREQ-2 - Versão portuguesa. Inicialmente, o aplicador pediu ao participante que escrevesse na folha da escala as iniciais de seu nome, a idade, sexo, data, há quanto tempo praticava atividade física, quantos dias por semana praticava atividade física e quanto tempo por dia praticava atividade física. 
Escritas as informações, cada participante pode ler e responder seu próprio questionário, enquanto o aplicador aguardava sentado caso houvesse necessidade de tirar alguma dúvida. O aplicador ficou presente durante todo o tempo junto ao participante. 
Após o término do preenchimento do questionário por parte do participante, o aplicador agradeceu-lhe pela participação e finalizou a entrevista.
4. RESULTADOS 
	Quadro 1. Comparação das respostas verbais obtidas pelos participantes quanto à frequência de prática de atividade física
	Participantes
	Há quanto tempo pratica atividade física
	Número de vezes na semana em que pratica atividade física
	Tempo médio diário de prática de atividade física (em horas)
	Tempo médio semanal de prática de atividade física (em horas)*
	1
	4 meses
	5
	1
	5
	2
	2 anos
	2
	1
	2
	3
	3 anos
	1
	1
	1
	4
	1 ano
	2
	1
	2
	5
	13 anos
	7
	2
	14
	6
	6 anos
	3
	1
	3
	7
	1 ano
	1
	1
	1
	8
	2 anos
	2
	1
	2
	9
	8 anos
	4
	1,5
	6
	10
	7 meses
	3
	1
	3
	11
	1 ano
	1
	1
	1
	12
	12 anos
	2
	2
	4
	13
	2 anos
	3
	2
	6
	14
	5 anos
	2
	2
	4
	15
	7 anos2
	1
	2
	16
	4 anos
	7
	0,7
	4,7
	17
	5 anos
	2
	1
	2
	18
	3 anos
	3
	1
	3
	19
	3 meses
	2
	0,8
	1,5
	20
	6 anos
	2
	1
	2
*Valor obtido multiplicando-se a quantidade de vezes na semana em que pratica atividade física pelo tempo médio diário de prática de atividade física.	
O Quadro 1 apresenta as respostas verbais obtidas quanto à frequência da prática de atividade física. Observa-se que os Participantes 5 e 12 são os que fazem atividade física há mais tempo (13 e 12 anos, respectivamente). Por outro lado, os Participantes 1 e 19 são os que fazem atividade física há menos tempo (4 e 3 meses, respectivamente).
Considerando o tempo médio semanal de prática de atividade física, observa-se que o Participante 5 é, sem sombra de dúvida, o que mais dedica tempo da semana para a prática de atividade física: são 14 horas semanais de atividade física, em 2 horas diárias de atividade física. Já os Participantes 3, 7 e 11 são os que menos praticam exercício ao longo da semana: eles relataram praticar exercício por 1 hora durante 1 dia da semana, totalizando 1 hora semanal de prática de atividade física.
	Tabela 1. Comparação da pontuação obtida pelos participantes na Escala BREQ-2 - Versão Portuguesa.
	Participantes
	Componentes
	
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	1
	0
	-20
	-5
	22
	36
	8,3
	2
	-3
	0
	-2
	24
	30
	13,3
	3
	0
	-20
	-9
	26
	24
	5,3
	4
	0
	-4
	-11
	28
	36
	12,3
	5
	0
	0
	-9
	30
	39
	15
	6
	0
	0
	0
	16
	36
	13
	7
	0
	0
	0
	14
	30
	11
	8
	0
	0
	-4
	22
	36
	13,5
	9
	0
	-4
	-11
	32
	48
	16,3
	10
	-15
	0
	-7
	26
	39
	10,8
	11
	0
	0
	-3
	18
	45
	15
	12
	0
	0
	0
	26
	48
	18,5
	13
	-15
	-22
	-9
	24
	33
	2,8
	14
	0
	-6
	-7
	26
	27
	10
	15
	-6
	-4
	-5
	24
	33
	10,5
	16
	-21
	0
	-12
	32
	48
	11,8
	17
	-18
	0
	-2
	18
	48
	11,5
	18
	0
	-2
	-6
	30
	48
	17,5
	19
	-12
	0
	-3
	32
	30
	11,8
	20
	0
	0
	-8
	32
	45
	17,3
	Total
	-86
	-82
	-113
	502
	759
	245
	Média
	-4,3
	-4,1
	-5,7
	25,1
	38,0
	12,3
	Legenda:
	
	
	
	
	
	
	1 - Subescala Desmotivação.
	
	
	
	
	
	2 - Subescala Regulação Externa.
	
	
	
	
	3 - Subescala Regulação Introjetada.
	
	
	
	
	4 - Subescala Regulação Identificada.
	
	
	
	
	5 - Subescala Regulação Intrínseca.
	
	
	
	
	6 - Índice de Autodeterminação.
	
	
	
	
	
A Tabela 1 apresenta as pontuações obtidas pelos participantes para cada componente da Escala BREQ-2 – Versão Portuguesa.
Para a Subescala Desmotivação, observa-se que 13 participantes (1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 11, 12, 14, 18 e 20) obtiveram pontuação zero, a maior possível dessa subescala. A menor pontuação da subescala foi do Participante 16, que obteve -21 pontos. A média geral dos participantes foi -4,3 pontos.
Para a Subescala Regulação Externa, observa-se que 12 participantes (2, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 16, 17, 19 e 20) obtiveram pontuação zero, a maior possível dessa subescala. A menor pontuação da subescala foi do Participante 13, que obteve -22 pontos. A média geral dos participantes foi -4,1 pontos.
Para a Subescala Regulação Introjetada, observa-se que 3 participantes (6, 7 e 12) obtiveram pontuação zero, a maior possível dessa subescala. A menor pontuação da subescala foi do Participante 16, que obteve -12 pontos. A média geral dos participantes foi -5,7 pontos.
Para a Subescala Regulação Identificada, observa-se que 3 participantes (9, 19 e 20) obtiveram pontuação 32, a maior possível dessa subescala. A menor pontuação da subescala foi do Participante 7, que obteve 14 pontos. A média geral dos participantes foi 25,1 pontos.
Para a Subescala Regulação Intrínseca, observa-se que 5 participantes (9, 12, 16, 17 e 18) obtiveram pontuação 48, a maior possível dessa subescala. A menor pontuação da subescala foi do Participante 3, que obteve 24 pontos. A média geral dos participantes foi 38 pontos.
Finalmente, para o Índice de Autodeterminação, a maior pontuação foi obtida pelo Participante 12, que obteve um total de 18,5 pontos. A menor pontuação foi obtida pelo Participante 13, que obteve um total de 2,8 pontos. A média geral dos participantes foi de 12,3 pontos de um máximo de 20 pontos.
	Gráfico 1. Comparação da pontuação obtida pelos participantes quanto ao Índice dee de
Autodeterminação
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
O Gráfico 1 reforça os resultados da Tabela 1: considerando-se o Índice de Autodeterminação, observa-se que os Participantes 12, 18 e 20 obtiveram os maiores resultados desse índice (18,5; 17,5 e 17,3 pontos, respectivamente). Já os Participantes 13 e 3 obtiveram os menores resultados do índice, com 2,8 e 5,3 pontos, respectivamente.
	Gráfico 2. Comparação por participante entre o Índice de Autodeterminação e o tempo semanal de prática de atividade física.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
O Gráfico 2 foi elaborado a partir dos resultados da Tabela 1 e do Gráfico 1. Ele mostra, para cada participante, o Índice de Autodeterminação e o tempo semanal de prática de atividade física. Observa-se que participantes com os maiores Índices de Autodeterminação (12, 18 e 20) não necessariamente são os participantes que mais praticam exercício físico ao longo da semana. Ao mesmo tempo, o Participante 13, que obteve o menor Índice de Autodeterminação, pratica mais exercício físico ao longo da semana do que participantes com índices de Autodeterminação maiores. 
Tudo isso demonstra que não houve, para o grupo de participantes, relação entre o Índice de Autodeterminação e o tempo semanal de prática de atividade física. 
5. DISCUSSÃO
Os resultados obtidos evidenciaram a complexidade da Teoria da Autodeterminação e como a prática de atividades físicas é influenciada por um conjunto de fatores motivacionais externos e internos. 
Em primeiro lugar, os resultados obtidos através da Tabela 1 demonstraram que os participantes tiveram, dentre as 5 subescalas da Teoria da Autodeterminação (TAD), maiores pontuações médias nos componentes Regulação Intrínseca (38,0) e Regulação Identificada (25,1), o que indica que o grupo possui uma regulação mais interna do que externa para a prática de exercícios físicos. Esse resultado corrobora o obtido pelo estudo de Viana, Andrade e Matias (2010), em que observou-se que jovens estudantes apresentaram altos índices para componentes de motivação mais internos, como Regulações Intrínseca e Identificada e baixos índices de regulação externa, como Desmotivação e Regulações Externa e Introjetada.
Esse resultado é importante porque maiores resultados nos componentes Regulação Intrínseca e Regulação Identificada indicam maior autodeterminação. Pessoas mais autodeterminadas estão mais propensas a se envolverem em determinados comportamentos do que as com determinação mais externa (SILVA et. al., 2012). Laureano (2014), ao comparar as motivações autodeterminada e externa, atenta para as diferenças entre as duas. Na regulaçãoautodeterminada, mais intrínseca, o comportamento é iniciado pelo prazer e interesse pela ação. Os benefícios desse tipo de regulação são o bem-estar psicológico, a satisfação de necessidades e o sentimento de persistência e energia frente a um desafio. Ao mesmo tempo, a regulação externa é motivada por causa de suas consequências, e é mais frágil: por ser mantida “para agradar os outros” e receber recompensas, ela gera maior descontentamento psicológico e a motivação fica mais instável ao longo do tempo.
Dessa forma, os altos índices de Autodeterminação e Regulação Intrínseca e Identificada significam que a amostra parece gostar de fazer atividades físicas, percebendo seus benefícios e se preocupando menos com fatores externos relacionados à essa prática. Reeve (2015) também aponta que quanto mais autodeterminada for a pessoa, melhor será seu desempenho na atividade relacionada à autodeterminação e melhor o bem-estar psicológico gerado pela atividade (no caso, a prática esportiva).
Uma segunda consideração importante para os resultados foi obtida através do Gráfico 2: através dele, pode-se concluir que não houve uma relação significativa entre o valor do Índice de Autodeterminação dos participantes e seus tempos semanais de prática de atividade física. Esse resultado distingue-se do encontrado por Viana, Andrade e Matias (2010), que obtiveram uma tendência de que, para participantes com maior autodeterminação para a prática de atividades físicas, maior o tempo de prática dessas atividades. Silva et. al. (2012) também concluíram em seu estudo que adolescentes mais autodeterminados praticavam mais exercícios físicos regularmente.
Apesar da diferença nos resultados dos estudos, deve-se considerar que a amostra do presente relatório é bem menor do que as dos outros dois. Uma amostra maior e cálculos estatísticos mais complexos poderiam esclarecer melhor a relação entre a quantidade de prática de exercício físico e o Índice de Autodeterminação.
A última consideração importante a respeito do relatório é sobre a importância da prática de atividade física e a necessidade de investigação da motivação para este tipo de atividade. 
Sabe-se que a prática de atividade física promove vários benefícios físicos, psicológicos e sociais, melhora a saúde e bem-estar (VIANA; ANDRADE; MATIAS, 2010), além de prevenir algumas doenças (SILVA et. al., 2012). Indivíduos fisicamente ativos também vivem mais e melhor do que sedentários (LAUREANO, 2014). Apesar dos benefícios da prática de exercícios físicos, o número de pessoas com um estilo de vida sedentário vem crescendo ao longo do tempo e transformando o sedentarismo num problema de saúde pública (SEABRA et. al., 2008 apud VIANA; ANDRADE; MATIAS, 2010). 
Considerando-se que a adoção de um estilo de vida ativo e saudável tende a permanecer ao longo da vida, Viana, Andrade e Matias (2010) apontam a preocupação da comunidade científica, e especialmente da Psicologia do Esporte, de estudar a motivação para prática de atividades físicas a fim de compreender os fatores individuais e sociais que prejudicam ou facilitam a aderência à prática de exercícios físicos para que possam intervir na comunidade a fim de gerar indivíduos com uma vida mais saudável e com maior qualidade (VIANA; ANDRADE; MATIAS, 2010; SILVA et. al., 2012). Nesse sentido, Laureano (2014) aponta a Teoria da Autodeterminação como um alicerce teórico que vem sendo muito utilizado por profissionais da área de saúde para tentar explicar questões sobre a adoção, adesão, permanência e desistência em programas de promoção de exercícios.
Sendo assim, observa-se que, embora o presente relatório seja pouco conclusivo devido ao tamanho da amostra, é importante que haja investigações sobre fatores que interferem na prática de exercícios físicos (e, inclusive, na sua motivação), como esta varia ao longo do tempo, entre sexos e quais fatores mais lhe influenciam, para que seja possível ter, além da compreensão sobre o tema, possibilidades de promover mais saúde para a população brasileira.
6. REFERÊNCIAS
GAZZANIGA, M. S.; HEATHERTON, T. F. Ciência Psicológica: mente, cérebro e
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
LAUREANO, M. L. M. A teoria da Autodeterminação em contextos de exercício e/ou atividade física. Lecturas: Educación Física y Deportes. Buenos Aires, ano 19, n. 191, abr. 2014. Disponível em <http://www.efdeportes.com/efd191/a-teoria-da-autod
eterminacao-em-atividade-fisica.htm>. Acesso em 25 de março de 2018.
REEVE, J. Motivação e emoção. 4a. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
SILVA, R. B.; MATIAS, T. S.; VIANA; M. S.; ANDRADE, A. Relação da prática de exercícios físicos e fatores associados às regulações motivacionais de adolescentes brasileiros. Revista Motricidade. Ribeira de Pena, v. 8, n. 2, p. 8-21, 2012. Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/pdf/mot/v8n2/v8n2a02.pdf>. Acesso em 04 de abril de 2018.
VIANA, M. S.; ANDRADE, A.; MATIAS, T. S. Teoria da Autodeterminação: aplicações no contexto da prática de exercícios físicos de adolescentes. Pensar a Prática. Goiânia, v. 13, n. 2, p. 1-18, maio/ago. 2010. Disponível em <https://www.
revistas.ufg.br/fef/article/view/8891>. Acesso em 25 de março de 2018.
7. ANEXOS
ANEXO A – Escala BREQ-2 – Versão portuguesa

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