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UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO CURSO DE DIREITO Direito Natural:O direito natural é um direito espontâneo, que se origina da natureza social do homem e que é revelado pela conjugação da experiência e razão. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável. O direito natural revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção ao homem, que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação, a fim de que se obtenha um ordenamento jurídico substancialmente justo. O direito natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem é formulado pelo Estado. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Direito Positivo: É o direito institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica obrigatória em determinado lugar e tempo, positivado de forma efetiva. A maior divisão do direito positivo, e também a mais antiga, é representada pelas classes do Direito Público e Privado. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Direito Objetivo: É o complexo de normas que o Estado mantém em vigor e impostas indivíduos nas suas relações externas, com caráter de universalidade, emanadas dos órgãos competentes segundo a Constituição e tornadas obrigatórias mediante coação. O direito positivo é constituído essencialmente pelo direito escrito, mas admitem ainda como fontes do direito objetivo a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (art. 4° da LICC). (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). (direito escrito e não escrito) Direito Subjetivo :É uma vontade juridicamente protegida pelo ordenamento jurídico, ou seja, é o poder de querer que, entre outras, assume a forma de poder de querer segundo regras de direito, para a realização de fins próprios numa convivência ordenada, em que as pessoas têm de fazer valer seus direitos individuais. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Dever subjetivo: dever subjetivo é imanente ao conjunto de normas jurídicas objetivas. Em outros termos, o dever subjetivo tem sua gênese na norma a qual expõe os limites ao exercício do direito subjetivo. Destarte o dever subjetivo é um dever imposto pela norma e tem o intuito de não tornar o uso do direito subjetivo de forma abusiva, limitando-o desta maneira. Pessoa Física: São os homens considerados individualmente. Deste modo pessoa física é o homem, enquanto sujeito de direitos e obrigações, ou seja, é o homem como sujeito ativo ou passivo de qualquer direito. (André Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito) Pessoa Jurídica: As pessoas jurídicas são todas as entidades ou instituições a que ordem jurídica atribui capacidade para ser titular de direitos e obrigações. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Destarte Jefferson Daibert define pessoa jurídica como “conjunto de pessoas ou bens destinados à realização de um fim a quem o direito reconhece aptidão para ser titular de direitos e obrigações na ordem civil’”. Fundamentando-se no código Civil, nas disposições do artigo 13, podemos dividir as pessoas jurídicas em duas grandes categorias: pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado. Entes despersonalizados: Os entes "despersonalizados": Embora capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais para serem consideradas Pessoas Jurídicas. Estão entre eles encontram-se: A Pessoa Jurídica "de fato": Qualquer pessoa que exerça alguma atividade econômica e que não tenha constituído adequada e legalmente o seu negócio. A Massa Falida: Que surge a partir da declaração judicial de falência de alguma sociedade. É constituída do patrimônio arrecadado pelo juízo falimentar. Espólio: Composto do patrimônio oriundo da arrecadação dos bens, direitos e obrigações de pessoa falecida. Personalidade civil: A personalidade civil da pessoa física é uma criação do Direito para que o indivíduo seja considerado pessoa, e, portanto, tenha direitos e obrigações Tal atributo tem inicio diante do nascimento com a vida, fato que pode ser comprovado por meio da respiração. A personalidade civil perdura por toda a vida e somente se extingue com a morte. Personalidade jurídica: Personalidade jurídica, atributo essencial ao ser humano, é a aptidão para possuir direitos e deveres, que a ordem jurídica reconhece a todas as pessoas. Em nosso Direito, esse reconhecimento é feito pelo artigo 1° do Código Civil: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. Relação Jurídica: Vínculo entre pessoas, em virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra esta obrigada, afirmando que toda relação jurídica apresenta um elemento material, constituído pela relação social, e outro formal, a determinação jurídica o fato, mediante normas. São as relações jurídicas que dão movimentam o Direito. É a relação social regularizada pelo Direito. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Para Reale “quando uma relação de homem para homem se subsume ao modelo normativo instaurado pelo legislador, essa realidade concreta é concreta é reconhecida como sendo relação jurídica”. Sujeito ativo: É a pessoa que na relação, ocupa a situação jurídica ativa; é o portador do direito subjetivo que tem o poder de exigir do sujeito passivo o cumprimento do dever jurídico. O sujeito ativo é o credor da prestação principal. Sujeito ativo ou titular do direito é a pessoa natural ou jurídica. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Sujeito passivo: É o elemento que integra a relação jurídica com a obrigação de uma conduta ou prestação em favor do sujeito ativo. O sujeito passivo é o responsável pela obrigação principal. Sujeitos ativos e passivos apresentam-se sempre em conjunto nas relações jurídicas. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Objeto imediato: O vínculo existente na relação jurídica esta sempre em função de um objeto. O objeto imediato é a coisa em que recai o poder do sujeito ativo, enquanto conteúdo. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Objeto mediato: É o fim que o direito garante. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Bens jurídicos, coisas ou pessoas. Vínculo de atributividade: É o vínculo que confere a cada um dos participantes da relação o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável. O vínculo de atributividade pode ter por origem o contrato ou a lei. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Bens jurídicos: Paulo Dourado Gusmão afirma que “bem jurídico é tudo aquilo que pode ser objeto de tutela jurídica, suscetível ou não de valorização econômica”. O conceito de bens jurídicos abrange, conforme os ensinamentos de Gaio três realidades: coisas, pessoas e ações. O Código Civil atual classifica os bens em três grandes grupos: a) Bens considerados em si mesmos; b) bens reciprocamente considerados; c) Bens públicos e particulares. I. Bens considerados em si mesmos - a) Bens imóveis e móveis; b) Bens fungíveis e infungíveis; c) bens consumíveis e inconsumíveis; d) bens singulares e coletivos; e) divisíveis e indivisíveis. São bens moveis os Bens suscetíveis de movimento próprio (semoventes) ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (art. 82). São bens imóveis os bens que não podem ser transportados sem alteração de sua substância, com destruição total ou parcial. São bens fungíveis os bens que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. (art. 85) São bens não fungíveis Insubstituíveis, ainda que haja similares. São bens materiais os bensque existem fisicamente no mundo. São bens imateriais as coisas perceptíveis apenas pela inteligência. São bens públicos os bens de domínio nacional, pertencentes à União, aos Estados ou aos municípios. São bens particularestodos os outros, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Ato jurídico: O ato jurídico lato sensu manifesta-se como uma das divisões do fato jurídico (Fato jurídico stricto sensu e ato jurídico lato sensu)e refere-se a todos os acontecimentos decorrentes da vontade humana, com repercussão no mundo dos direitos. Divide-se em ato jurídico lícito e ilícito, conforme admitido ou não pelas regras jurídicas. Fato natural/ordinário: Os fatos jurídicos observados m sentido amplo manifestam-se como “todo e qualquer que, na vida social, venha a corresponder ao modelo de comportamento ou de organização configurado por uma ou mais normas de direito”, divergindo do fato jurídico stricto sensu que pondera que é apenas o acontecimento provocado por agentes da natureza, independentemente da vontade humana e que, repercutindo na vida jurídica, cria, modifica ou extingue relação jurídica. Os fatos jurídicos stricto sensu dividem-se em duas espécies: acontecimentos naturais ordinários e acontecimentos naturais extraordinários. Os fatos naturais ordinários são fenômenos previsíveis, normais, regulares, como o nascimento, a morte e o decurso do tempo. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Fato natural/extraordinário:Os fatos jurídicos, como a própria denominação indica, são fatos que não se apresentam com regularidade, são contingentes, escampam à previsão e ao controle. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Fato jurídico: Fato jurídico é acontecimento do mundo fático a que o Direito determina efeitos jurídicos: nascimento, roubo, testamento, emancipação, etc. Necessariamente reúne dois elementos: suporte fático e regra de Direito. Suporte fático é o fenômeno definido na hipótese ou suposto da norma jurídica. É o fato que, ocorrido, provoca a aplicação da disposição ou consequência da regra jurídica. Destarte os fatos jurídicos são as fontes que geram, modificam ou extinguem relações jurídicas. Mas não todos os acontecimentos do mundo fático que se projetam para o mundo dos direitos, apenas os que se revelam importantes para o equilíbrio social. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Ato jurídico perfeito: Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Ex: nomeação e posse em cargo de juiz de direito antes da EC n. 45/04. Ato jurídico lícito: É todo ato decorrente da vontade humana, cujos efeitos são apontados e permitidos em lei, ou seja, são corretos e válidos. Os atos lícitosse subdividem em ato jurídico stricto sensu e negócio jurídico. (Paulo Nader - Introdução ao Estudo do Direito. Ato jurídico ilícito: É a conduta humana violadora da ordem jurídica. Só pratica ato ilícito quem possui dever jurídico. A ilicitude sempre implica a lesão a um direito pela quebra do dever jurídico. Excetuado o ilícito contratual, a prática gera uma relação jurídica, em que o autor assume um dever jurídico de reparar a infração. Para a configuração dos atos ilícitos concorrem os elementos: conduta, antijuridicidade, imputabilidade e culpa. O ilícito é sempre uma conduta humana, ainda que instrumentalmente a lesão ao direito se faça pela força de um ser irracional ou por qualquer outro meio. A antijuridicidade significa que a ação praticada é proibida pelas normas jurídicas. A imputabilidade é a responsabilidade do agente pela autoria do ilícito. A culpa é o elemento subjetivo referente ao animus do agente ao praticar o ato. É o elemento de ordem moral, que indica o nível de participação da consciência na relação do evento. O ato ilícito doloso é o praticado com determinação de vontade, intencionalmente. No ato culposo não se verifica o propósito deliberado de realização do ilícito. A responsabilidade deriva de uma conduta imprópria do agente que, podendo evitar a ocorrência do fato, que é previsível não o faz. A culpa pode decorrer por negligência, imperícia ou imprudência. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Direito adquirido: É o direito que já se incorporou ao patrimônio jurídico da pessoa. É o direito aperfeiçoado, ou seja, que preencheu todos os requisitos necessários à sua aquisição. O direito foi adquirido, todavia, ainda não foi exercido.Ex: o direito à aposentadoria; direito à licença prêmio. Para que se considere um direito como adquirido é preciso que sejam observados dois requisitos: a) que o fato jurídico, de que se originou o direito, nos termos da lei antiga, tenha sido totalmente integrado no patrimônio jurídico durante a vigência da lei anterior; b) seja resultante de ato idôneo. O direito adquirido não se confunde com a expectativa de direito, que significa o direito em formação, ainda não consumado, que eventualmente poderá fazer parte do patrimônio jurídico futuro da pessoa. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). O fato jurídico perfeito e a coisa julgada são exemplos de direito adquirido. Coisa Julgada:Os princípios do Direito Aplicado referem-se às decisões judiciais, que deixaram de ser apenas norma geral e abstrata, para transformar-se em norma jurídica individualizada. Dentre as principais encontramos decisão de casos pendentes e sua execução, prévia calculabilidade da sentença, uniformidade e continuidade de jurisprudência e coisa julgada. Dá-se a coisa julgada quando a decisão judicial é irrecorrível, não admitindo qualquer modificação. A presunção de verdade que a coisa julgada estabelece constitui princípio de segurança jurídica. A respeito à coisa julgada é princípio indeclinável de segurança. É a imutabilidade dos efeitos da sentença, que não mais se sujeita a recursos. É a sentença transitada em julgado. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Definitividade: A Definitividade, juntamente com o caráter substitutivo, escopo de atuação do direito, presença da lide, inércia, imparcialidade, consumam-se como as características da jurisdição. Destarte a Definitividade, apresenta-se são suscetíveis de se tornar imutáveis (coisa julgada) não podendo ser revisto ou modificados, uma lide se considerada solucionada para sempre, sem que possa voltar a discutir- la, depois que tiver sido apreciada e julgada pelos órgãos jurisdicionais, cabendo sempre à última decisão ao judiciário. Abuso do direito: O abuso de direito consiste na atuação do sujeito fora dos interesses protegidos pelo ordenamento jurídico, ainda que aparentemente exercite um direito. Destarte o abuso de direito manifesta-se como todo ato ou omissão que pela intenção de seu autor, pelo seu objeto ou pelas circunstâncias em que se realize, ultrapasse manifestamente os limites normais do exercício de um direito, com dano para terceiros, dará lugar à correspondente indenização e à adoção de medidas judiciais ou administrativas que impeçam a persistência no abuso. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Direito público:É o complexo de normas que regulam a organização e a atividade do Estado e dos outros agregados políticos menores, ou que disciplinam as relações entre os cidadãos e essas organizações políticas, divergindo do direito privado pelo predomínio do interesse público, participação direta do Estado, predomínio da relação de subordinação e predomínio de normas cogentes (obrigatórias). (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Direito privado: É apontado como o complexo de normas que regulam as relações dos particulares entre si ou as relaçõesentre eles, o Estado e os agregados referidos, desde que estes não figurem nessa relação como exercendo funções do poder público ou soberano, distinguindo-se do direito público pelo predomínio do interesse privado, participação indireta do Estado, predomínio das relações de subordinação e predomínio de normas permissivas. Direito difuso:constituem direitos transindividuais, ou seja, que ultrapassam a esfera de um único indivíduo, caracterizados principalmente por sua indivisibilidade, onde a satisfação do direito deve atingir a uma coletividade indeterminada, porém, ligada por uma circunstância de fato. Por exemplo, o direito a respirar um ar puro, a um meio ambiente equilibrado, qualidade de vida, entre outros que pertençam à massa de indivíduos e cujos prejuízos de uma eventual reparação de dano não podem ser individualmente calculados. (art. 81, são unidos pela circunstancia, não são indenticaveis e não são divisiveis) Direito coletivo: constituem direitos transindividuais de pessoas ligadas por uma relação jurídica base entre si ou com a parte contrária, sendo seus sujeitos indeterminados, porém determináveis. Há também a indivisibilidade do direito, pois não é possível conceber tratamento diferenciado aos diversos interessados coletivamente, desde que ligados pela mesma relação jurídica. Como exemplo, citem-se os direitos de determinadas categorias sindicais que podem, inclusive, agir por meio de seus sindicatos. (não são divisiveis, identifica-se a categoria) Direito individual homogêneo: são aqueles que dizem respeito a pessoas que, ainda que indeterminadas num primeiro momento, poderão ser determinadas no futuro, e cujos direitos são ligados por um evento de origem comum. Tais direitos podem ser tutelados coletivamente muito mais por uma opção de política do que pela natureza de seus direitos, que são individuais, unidos os seus sujeitos pela homogeneidade de tais direitos num dado caso. A defesa dos direitos individuais homogêneos teve início nos Estados Unidos em 1966, através das chamadas "Class actions". (são divisiveis e indetificaveis) Espécies normativas:As espécies normativas são estabelecidas pela nossa Constituição Federal em seu artigo 59°e são: Artigo 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I. Emendas à Constituição; II. Leis complementares; III. Leis ordinárias; IV. Leis delegadas; V. Medidas provisórias; VI. Decretos legislativos; VII. Resoluções. Fontes do direito: Reale nos afirma que "fonte do direito" são os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa, ou seja, os modos de formação e revelação das normas jurídicas, mas o quase consenso existente quanto ao conceito de fonte de fonte não se estende a classificação das fontes do direito, permanecendo grandes divergências na doutrina, a primeira classificação tradicional das fontes do direito dividem as fontes em materiais e formais. I. Fontes materiais –são aquelas que determinam as causas que determinaram a formulação da norma jurídica, os seus motivos sociais, éticos ou econômicos (poder social); II. Fontes formais – são aquelas que determinam o modo de formação e revelação das normas jurídicas, almejando encontrar destarte as fontes técnico-jurídicas por meio das quais se manifesta o direito positivo. Já Rizzatto Nunes afirma que as fontes do direito são o local de origem do direito e continua falando que o direito positivo – as normas jurídicas escritas – fruto de at do estado, é para nós maro divisório importante e precede a classificação das fontes do direito em estatais e não estatais. Fontes estatais e não estatais Fontes estatais – as leis e a jurisprudência Fontes não estatais – o costume jurídico e a doutrina. As fontes estatais A legislação – conjunto de normas jurídicas emanadas do Estado, através de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema o poder legislativo. O conjunto da legislação se dá pela junção de todas as normas jurídicas escritas, publicadas oficialmente pelo Estado através de seus órgãos. Os tratados internacionais – os tratados internacionais passam por diversas faces de celebração para ter vigência internacional, bem como no território brasileiro, tais como: negociação, assinatura, ratificação, promulgação e publicação. A jurisprudência – Define-se a jurisprudência como o conjunto de decisões dos tribunais a respeito do mesmo assunto, ou seja, conjunto de decisões. As fontes não estatais: O costume Jurídico- é norma jurídica obrigatória, imposta ao setor da realidade que regula possível de imposição pela autoridade pública e em especial pelo Poder Jurídico. É uma norma não escrita, que surge da prática longa, diuturna e reiterada da sociedade. O costume jurídico possui outra característica importante a “convicção de obrigatoriedade”, ou seja, a prática reiterada, para ter característica de costume jurídico, deve ser aceita pela comunidade como de cunho obrigatório. O costume jurídico emana o próprio seio da sociedade e apesar da obrigatoriedade do seu cumprimento, não se sabe qual sanção pelo seu não cumprimento. Costume jurídico vai se modificando e se adaptando as necessidade sociais, dentro da dinâmica de transformações de mudanças rápidas e contínuas, seus hábitos e comportamentos. Doutrina- é resultado do estudo que pensadores afazem a respeito do Direito, destarte os ensinamentos de jurisconsultos remotos assim como Caio e Papiniano são usados na aplicação do direito abstrato em um caso concreto. Legislação - conjunto de normas jurídicas emanadas do Estado, através de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema o poder legislativo.O conjunto da legislação se dá pela junção de todas as normas jurídicas escritas, publicadas oficialmente pelo Estado através de seus órgãos. Jurisprudência: A jurisprudência manifesta-se como a revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais. É a razão pela qual o Direito jurisprudencial não se forma através de uma ou três sentenças, mas exige uma série de julgados que guardem, entre si, uma linha essencial de continuidade e coerência. Para que se possa falar em jurisprudência de um Tribunal, é necessário certo número de decisões que coincidam quanto à substância das questões objeto de seu pronunciamento. A jurisprudência inova em matéria jurídica, estabelecendo normas que não se contêm estritamente na lei, mas resultam de uma construção obtida graças à conexão de dispositivos, até então considerados separadamente, ou, ao contrário, mediante a separação de preceitos por largo tempo unidos entre si. Destarte o juiz compõe, para o caso concreto, uma norma que vem aperfeiçoar o sistema objetivo do Direito. (são emanadas do tribunal de primeira instancia e segunda, colegiados). Doutrina jurídica: A doutrina ou Direito Cientifico, compõe-se de estudos e teorias, desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de interpretar e sistematizar as normas vigentes e de conceber novos institutos jurídicos, reclamados pelo momento histórico. Em alguns setores da cultura, a doutrina, é considerada fator de conservação da organização social, por fornecer suporte cientifico ao Direito que estrutura e informa às instituições e aos órgãos da sociedade. A doutrina possui três funções: na formação de leis, no processo de interpretação doDireito Positivo e na crítica aos institutos vigentes. Costume social:É a reiteração de conduta de maneirauniforme e constante com a convicção de sua obrigatoriedade. Ocostume social é uma prática gerada espontaneamente pelas forças sociais e ainda de forma inconsciente. É uma norma efetiva que aspira a validade e ocorre de forma lenta e decorre da necessidade social de fórmulas práticas para resolverem em jogo. Costume Jurídico:“é o conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado”. Princípios gerais do direito: É o terceiro instrumento de integração da norma. São compostos de regras que se encontram na consciência dos povos. Podemos apontar: a boa-fé se presume, ninguém pode transmitir mais direitos do que tem; ninguém pode valer-se da própria torpeza, etc.Destarte os princípios gerais do direito são regras de conduta que norteiam o juiz na interpretação da norma, do ato jurídico ou negócio jurídico. Preceitos romanos manifestam-se como os primórdios dos princípios gerais, enumerando viver honestamente, não causar dano a outrem e dar a cada o que é seu. (direito natural). Princípios Constitucionais:São os pontos mais importantes do sistema normativo, pois, dão estrutura e coesão ao edifício jurídico. Assim, devem ser estritamente obedecidos, sob pena de todo o ordenamento jurídico se corromper, porque violar um princípio é muito mais grava que transgredir uma norma qualquer. Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. É o alicerce para qualquer indivíduo. É indispensável tomar nota dos assuntos que rodeiam os seus direitos e deveres. Enumerando entre estes o principio da legalidade (só a lei pode majorar e instituir tributo), princípio da isonomia (tratamento jurídico igual), princípio da irretroatividade (a lei não atingir fato gerador de tributos antes de sua vigência), princípio da anterioridade, princípio do não confisco, princípio da liberdade de tráfego, princípio da uniformidade geográfica, Princípio da Isonomia dos Títulos da Renda Pública da Pessoa Política e da Tributação dos Rendimentos dos seus Servidores, Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas, Princípio da Não-Discriminação Tributária, Princípio da Capacidade Contributiva, Exigência de Lei Específica para Concessão de Incentivos Fiscais, Substituição Tributária Para Frente/ FG Presumido. Normas éticas: As normas éticas determinam o agir social e a sua vivencia já constitui um fim.(Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Leis éticas são regras que dirigem o comportamento humano. E estabelecem deveres e direitos de ordem moral. São regras éticas: o respeito à dignidade das pessoas, o dever de não mentir, a exigência da solidariedade, a prática da justiça. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Regras de conduta. Normas sociais:São normas impostas pela sociedade à qual eu tenho que me submeter mesmo que no íntimo eu não concorde com determinada regra, mas tenho que obedecer porque posso sofrer a sanção da própria sociedade que convivo. São regras de conduta social como afirma Franco Montoro em seu livro Introdução à Ciência do Direito. Normas religiosas:São as normas que se baseiam na fé revelada por uma religião. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Normas jurídicas: Normas jurídicas são as condutas exigidas ou os modelos de organização social impostos pelo Estado para que seja possível a justa e pacífica convivência dos homens em sociedade. São comandos, imperativos dirigidos às ações (dos indivíduos, das pessoas jurídicas e dos demais entes), mesmo quando não ordenam nem proíbem explicitamente determinadas condutas (como as normas que permitem às partes uma escolha). Ordenamento jurídico: O ordenamento jurídico é um conjunto de normas que disciplina direitos e obrigações individuais, coletivos e recíprocos.As normas jurídicas nunca existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si, que formam o ordenamento jurídico. No ordenamento jurídico encontramos dois tipos de normas: as de conduta (que prescrevem como a conduta deve ser) e as normas de estrutura (que estabelecem as condições e os procedimentos através dos quais emanam as normas de conduta válidas. Sistema jurídico: conjunto de normas jurídicas que se relacionam, formando uma estrutura hierárquica; normas que vigem em interação, constituindo um todo que deve ser harmônico e coerente. Enumeram-se como elementos do sistema jurídico as normas jurídicas escritas e não escritas e estrutura-se segundo os critérios da hierarquia, coesão e unidade de todas as normas jurídicas de um Estado. Princípio da territorialidade: Assim como podem existir conflitos com a lei no tempo, também podem existir conflitos da lei no espaço, diante das infindáveis ordens jurídicas existentes (uma vez que cada Estado tem sua própria ordem jurídica e os seus cidadãos estão, em princípio, sujeitos a ela), que normalmente regulam o mesmo assunto de forma totalmente diferente. Destarte os principais critérios para a solução dos conflitos no espaço regem-se pelos princípios da territorialidade e extraterritorialidade. Assim o princípio de territorialidade significa que a lei a ser aplicada é a do território, vedada, pois, a efetividade do Direito estrangeiro. Desta forma as normas jurídicas têm seu campo de abrangência limitado por espaços territoriais, em nível nacional, pelas fronteiras do Estado, o que incluiu sua extensão de águas territoriais e ilhas alara localizadas, os aviões, os navios e as embarcações nacionais, as áreas de embaixadas e consulados, etc., bem como o subsolo e a atmosfera. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Princípio da territorialidade moderada:O Brasil aplica o princípio da territorialidade moderada, que diz que no território brasileiro são aplicadas as leis brasileiras, admitindo o abrandamento do p r i nc íp i o da te r r i to r i a l i dade para aqui te r a ap l i cação es t range i ra , e m s i tuações especiais autorizadas pela lei brasileira. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Princípio da extraterritorialidade – Já o princípio da extraterritorialidade (personalidade de lei corresponde à admissão da vigência da lei forânea, em um Estado, sobre determinada matéria. Assim sendo o princípio da extraterritorialidade dita que é possível a aplicação da lei em território de outro Estado, de conformidade com o estabelecido em princípios e convenções internacionais. Com este princípio a norma tem autorização de ultrapassar suas fronteiras para atender os interesses de vários países. Contabiliza-se dois critérios para a adoção deste princípio: o Estado pode adotar a lei da nacionalidade do estrangeiro ou a de seu domicílio. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Teoria monista - Acerca do ingresso dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico interno encontramos duas correntes doutrinárias que apresentam vertentes bem distintas, a monista e a dualista. Segundo a corrente monista, defendida principalmente por Hans Kelsen, existe uma única ordem jurídica composta pela ordem interna e internacional qual seja, o conteúdo normativo do tratado tem validade e executividade no território nacional. Destarte os monistas sustentam que os tratados não precisam passar por um processo de internalização para terem vigência na ordem interna. Sua incorporação seria de forma direta, já que não haveria divisão entre as normas oriundas do próprio Estado e aquelas provenientes de tratados e acordos internacionais.(Rizzatto Nunes). Teoria dualista – Já a corrente dualista sustentada por Heinrich Triepel, defende que o Direito Internacional e o Direito Interno de cada Estado possuem objetivos próprios, havendo um sistema distinto para cada um desses ordenamentos, fundamentados em fontes jurídicas próprias. Desta forma, por serem ordenamentos jurídicos diferentes, não haveria, inicialmente, conflito entre as normas de Direito Internacional, que disciplinariam as relações entre os Estados, e de Direito Interno, que regulariam as relações entres sujeitos privados e entre estes e o próprio Estado. Deste modo para que um tratado passasse a produzir efeitos na ordem do Estado signatário, seria necessária a criação de uma lei específica que determinasse sua incorporação. A norma internacional adquiriria status de norma estatal e, havendo divergência entre normas, a mais recente derrogaria a mais antiga. (Rizzato Nunes). Revogação: A revogação propriamente ocorre quando a lei perde sua eficácia em decorrência de outra lei posterior, observando os requisitos exigidos para a revogação de uma lei por outra lei: que a lei revogadora seja de superior ou igual hierarquia que a revogada e que a lei revogadora seja posterior à lei revogada. É a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito).é feita somente pelo poder legislativo, o judiciário só faz cessar seus efeitos Ab-rogação – quanto a sua extensão a revogação pode ser total (ab- rogação) ou parcial (derrogação). Destarte a revogação total ou ab- rogação é aquela que retira a eficácia total da lei anterior, sendo esta totalmente abolida. Sendo por meio da interpretação que se decidirá a extensão da incompatibilidade entre a lei antiga e a lei nova. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Derrogação – Já a derrogação ou revogação parcial ocorre quando a lei nova revoga dispositivos da lei antiga, mas deixa subsistir a existência de algumas normas da lei anterior por não serem com ela incompatíveis. Assim se a lei nova permite sua compatibilidade om as normas contidas na lei anterior, devem elas ser compatibilizadas. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Revogação expressa: A revogação expressa ainda se divide em revogação expressa concretamente determinada e indeterminada. A revogação é expressa e concretamente determinada nos casos em que a lei posterior indica as normas da lei anterior que estão revogadas. Já na revogação expressa indeterminada, a lei nova se limita a informar que se revogam as disposições em contrário. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Revogação tácita:Na revogação tácita, a norma revogadora não indica nem diretamente, nem indiretamente, quais as normas revogadas. Portanto, essa revogação decorre da incompatibilidade da convivência da norma anterior com a norma posterior. A revogação tácita pode dar se de duas maneiras: a) quando as normas da lei posterior contradizem as normas anteriorese, portanto, as tornam incompatíveis, devendo prevalecer as da lei posterior; ou b) quando a nova lei regula totalmente a matéria tratada na lei anterior. (J.M Leoni Lopes de Oliveira – Introdução ao Direito). Sanção:O direito subjetivo ou relação jurídica são tutelados pelo Estado, através de uma proteção especial, representada, de forma geral, pelo ordenamento jurídico e, particularmente, pela, sanção, que manifesta-se como a “consequência jurídica que atinge o sujeito passivo pelo não cumprimento de sua prestação. A sanção é uma consequência que pressupõe um dever não cumprido. É a consequência jurídica imputada à não prestação. Quanto ao ramo do direito a que correspondem, as sanções podem ser: civis, penais, administrativa, processuais.Quanto a natureza as sanções podem ser coativas e não coativas. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Coerção:O Estado possui a posse legal da capacidade de coerção, ou seja, a autorização para usar a violência, a força pública, seja ela moral ou física para obrigar os indivíduos a fazer ou não fazer alguma coisa, e seu objetivo deve ser o bem público. Coerção é a possibilidade lógica da interferência da força no cumprimento de uma regra de direito. Destarte a coerção manifesta-se como um fenômeno psicossocial decorrente da antecipação, pelo indivíduo, dos efeitos aflitivos da sanção, a influência psicológica da sanção, que leva as partes a cumprir a obrigação para evitar os aspectos aflitivos da execução forçada. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Coação:Coação, portanto, significa duas coisas: de maneira genérica, tal como aquela configurada no art. 98 do Código Civil, corresponde à violência, à força que, interferindo, vicia o ato jurídico; em sua segunda acepção, não é o contraposto do Direito, mas é, ao contrário, o próprio Direito enquanto se arma da força para garantir o seu cumprimento. Nader postula que a coação é ato de ameaça, de intimidação, pela qual se obriga a alguém a praticar determinado ato jurídico. Esse efeito pode manifestar-se pela violência ou pelo simples constrangimento psicológico. Legitimidade–Manifestar-se como uma característica da norma jurídica, a legitimidade consisteno fundamento do poder numadeterminada sociedade, a regra em virtude da qual se julga que umpoder deve ou não ser obedecido. Deste modo a legitimidade pode ser entendida como aquilo que normalmente se coloca para alguns como justiça, isto é, a compatibilidade de uma ação ou prática com a configuração de valores prevalecentes numa dada comunidade. Na legitimidade notamos a legalidade acrescida de sua valoração, presidindo manifestações deconsentimento e obediência. Legitimidade é aquela constituída pelos representantes escolhidos pelo povo ou então por este próprio, no exercício da chamada democracia direta. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Validade - significa sua identificação como compatível ao sistema jurídico que integra. O descumprimento das regras de validade importará ao reconhecimento da inconstitucionalidade ou ilegalidade da norma estabelecida, considerando-a não pertinente ao sistema. A validade pode ser:formal, quando ocorre observação das normas referentes a seu processo de criação; material, se houver observância da matéria possível de normatização por parte das entidades federativas. A validade refere-se ao ato administrativo que provier de autoridade competente para pratica-lo e contiver os requisitos indispensáveis a sua eficácia. Para ter validade os atos administrativos devem atender a cinco requisitos: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode ser utilizado, sentido técnico formal. Invalidade: A invalidade consiste na produção de um ato jurídico em desconformidade com a ordem legal, devendo, pois ser anulado. A invalidade é um pressuposto catalizador da reação sancionadora do ordenamento contra os potenciais erros dos atos administrativos não ajustados a norma. Destarte os atos inválidos podem ser nulos (os atos que a lei os assim declare e de impossível convalidação) e atos anuláveis (os atos que a lei assim os declare, podendo ser praticados sem vicio, podendo ser convalidáveis). Eficácia: O atributo eficácia significa que a norma jurídica produz, realmente, os efeitos sociais planejados. Para que a eficácia se manifeste, indispensável é que seja observada socialmente. Eficácia pressupõe, destarte, efetividade. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). A eficácia pode ser: a) Social: produção concreta de efeitos, porque presentes as condições fáticas exigíveis paraseu cumprimento. b)Técnica: produção de efeitos, porque presentes as condições técnico- normativas exigíveis para sua aplicação. Vigência: É a validade formal que se mostra como indispensável para a norma jurídica. Esta significa que a norma social preenche os requisitos técnico-formais e imperativamente se impõe aos destinatários. A sua condução não se resume a vocatio legis, ou seja, ao decurso de tempo após a publicação, em se tratando de Jus Scriptum, pois não basta a existência da norma emanada de um poder, pois énecessário que satisfaça a determinados pressupostos extrínsecos de validez. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). É igual a obrigatoriedade, pode ser exigida de todas. Repristinação–É o instituto jurídico da técnica legislativa pela qual se reestabelece expressamente a vigência de uma norma revogada, pela revogação da norma que a tinha revogado, é uma restauração, ou seja, uma forma de se voltar a dar vigência para uma situação do passado, que não estava mais sendo utilizada por ter sido anteriormente revogada. Retroatividade–A lei nova é retroativa quando se aplica a fatos ou atos jurídicos realizados sob o império da lei anterior. Também se diz retroativa a lei que atine situações jurídicas criadas quando da vigência da lei velha. Uma norma retroage quando ela vigora não somente a partir de sua publicação, mas ainda regula certas situações jurídicas do passado. Produz efeito ex tunc. Retroatividade benéfica: Em situações de direito público que envolvem o Estado e o cidadão, caso haja conflito entre as normas jurídicas de mesma hierarquia e grau de generalidade aplica-se a aquela que conferir melhor tratamento ao cidadão. Um exemplo se encontra no direito penal, quando duas normas conflitem e sejam perfeitamente válidas, aplica-se a de menor pena ao cidadão. Não precisa ser expressa. Processo de recepção: os tratados internacionais, entendidos no seu sentido amplo, entram no ordenamento jurídico brasileiro por um processo de transformação denominado por internação, internalização, incorporação ou recepção dos tratados internacionais.são duas as fases que compõem o iter procedimental na elaboração dos tratados internacionais [4]: o processo simples, pela negociação, assinatura e publicação, e o processo solene, pela negociação, assinatura, ratificação, promulgação, publicação e registro. Negociação - Os termos do conteúdo do tratado internacional são discutidos entre os signatários. No Brasil, é função típica do Ministério das Relações Exteriores desenvolver a agenda das relações internacionais brasileiras, compreendida no grande bojo da política externa brasileira. As missões diplomáticas, destinadas à tarefa de preparar o texto do tratado internacional, são compostas de diplomatas de carreira e de especialistas sobre a matéria a ser tratada; também não é rara a presença de políticos nestas missões. Nesta fase da negociação os tratados internacionais sofrem o primeiro controle prévio de sua constitucionalidade. São apreciados os pressupostos de constitucionalidade atinentes à matéria objeto do tratado para que, então, o texto final possa ser assinado. É um tipo de controle prévio saneador, preparatório do instrumento para sua ulterior assinatura. Assinatura -Após a redação ser meticulosamente avaliada pela equipe negociadora, o texto final deve ser assinado. Pela leitura do art. 84, VIII da CRFB, compete privativamente ao Presidente da República celebrar todos os tratados, convenções e atos internacionais; neste dispositivo, a CRFB designa quem detém a competência reservada para assinar tratados internacionais em nome da República Federativa do Brasil. Referendum - Nesta fase, inicia-se o fenômeno propriamente dito da internalização ou recepção dos tratados internacionais. De acordo com o art. 49, I da CRFB, cabe ao Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. A deliberação do Parlamento resulta na aprovação do tratado, instrumentalizada no texto de um Decreto de Legislativo. Este Decreto dispensa a sanção ou promulgação por parte do Presidente da República e contém um duplo teor: a aprovação e, simultaneamente, a autorização para o Presidente da República ratificá-lo. Este Decreto é promulgado pelo Presidente do Senado Federal e publicado posteriormente em Diário Oficial Ratificação e promulgação - O Decreto do Legislativo chega ao Presidente da República para a ratificação e promulgação, que ocorrem em um único ato, pela edição do Decreto do Executivo. Após a promulgação e posterior publicação do Decreto do Executivo pelo Presidente da República, este adquire vigência no ordenamento jurídico interno brasileiro com hierarquia de lei federal ordinária .As normas previstas nos tratados internacionais, devidamente aprovadas pelo Poder Legislativo e promulgadas pelo Presidente da República, ingressam no ordenamento jurídico brasileiro como atos normativos infraconstitucionais [11]. De acordo com o texto constitucional, depois que o tratado internacional internaliza-se por meio do Decreto, este alcança o status de lei lato sensu, pois não há disposição que mencione o lugar de sua hierarquia no ordenamento jurídico; ou seja, se estes tratados estariam abaixo das leis ou a elas se sobreporiam em caso de conflito, se as revogariam ou se seriam por elas revogados . Processo legislativo:O processo legislativo é estabelecido pela Constituição Federal e se desdobra nas seguintes etapas: apresentação de projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, promulgação e publicação. Inciativa da lei – a das leis complementares e ordinárias compete a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador- Geral da República e aos cidadãos. A inciativa pelo Presidente da República sob duas modalidades distintas. O Chefe do Executivo pode encaminhar projeto em regime normal ou poderá o Presidente da República solicita urgência na apreciação de projetos de sua inciativa, hipótese em que a matéria deverá ser examinada pela Câmara dos Deputados em quarenta e cinco dias e, sucessivamente, pelo Senado Federal em igual prazo. Exame pelas comissões técnicas, discussões e aprovação –Depois de encaminhado o projeto tramita por diversas comissões parlamentares, às quais se vincula pelo seu objeto. Passado pelo crivo das comissões competentes deverá ir ao plenário para discussão e votação. No regime bicameral e necessário a aprovação pelas duas casas. Revisão do projeto – O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado Federal. Iniciado na Câmara, o Senado funcionará como Casa revisora e vice-versa, com a circunstância de que os projetos encaminhados pelo Presidente da República, Supremo Tribunal Federal e Tribunais Federais serão apreciados primeiramente pela Câmara do Deputados. Se a casa revisora aprova-lo, deverá ser encaminhado à Presidência da República para sanção, promulgação e publicação; se o rejeitar, será arquivado; se apresentar ementa volverá a casa de origem para nova apreciação. Sanção – Consiste na aquiescência, na concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo legislativo. É ao da alçada exclusiva do poder legislativo: do Presidente da República, Governadores estaduais e prefeitos municipais. Na esfera federal, dispõe o presidente de quinze dias para sancionar ou vetar o projeto. A sanção é tácitaquando o Presidente deixa escoar o prazo sem manifestar-se, e sanção expressa quando declara a concordância em tempo oportuno. Promulgação - a lei passa a existir com a promulgação, que ordinariamente é ato do Chefe do Executivo. Consiste na declaração formal da existência da lei. Rejeitado o veto presidencial, será o projeto encaminhado à presidência, para efeito de promulgação no prazo de quarenta dias e oito horas. Esta não ocorrendo, o ato competirá ao presidente do Senado Federal, que disporá de igual prazo. Se este não promulgar a lei, o ato deverá ser praticado pelo vice-presidente daquela casa. Publicação - A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão oficial. O início da vigência pode dar-se com publicação ou decorrida a vocatio legis, que é o tempo me medeia entre a publicação e o início da vigência. Técnica legislativa: A denominação técnica legislativa envolve duas ordens de estudos: a)processo legislativo, que é uma parte administrativa da elaboração do ato legislativo, disciplinada pela Constituição Federal e que dispõe sobre as diversas faces que envolvem a formação do ato, desde a sua proposição, até a aprovação final; b)apresentação formal e material do ato legislativo, que é uma analítica da distribuição dos assuntos e da redação dos atos legislativos. Hermenêutica:é a Teoria Científica da Interpretação, que busca construir um sistema que propicie a fixação do sentido e alcance das normas jurídicas. O objeto da Hermenêutica é, então, o próprio ato interpretativo, a interpretação em si.A hermenêutica é teórica e visa estabelecer os princípios, critérios, métodos, orientação geral para a interpretação das normas jurídicas. Interpretação:A interpretação é um trabalho prático elaborado pelo operador do Direito, através do qual ele busca fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas ou das expressões do Direito. Fixar o sentido de uma norma jurídica é descobrir a sua finalidade, é pôr a descoberto os valores consagrados pelo legislador. Fixar o alcance é demarcar o campo de incidência da norma jurídica. A interpretação divide-se em várias espécies seguindo critérios de origem, ao método e aos efeitos. Quanto à origem: judiciária, legal, administrativa e doutrinária. Judiciária – advinda do próprio poder judiciário e realiza pelos juízes. Autêntica – interpreta a lei como esta escrita, embasada em outra lei. Administrativa – é realizada pelos órgãos da administração, a partir do Presidente da República. Doutrinária - é a que os juristas realizam em suas obras e pareceres. Quanto ao método: gramatical, lógico-sistemática, histórica e sociológica. Gramatical – é a que toma por base o significado das palavras da lei e sua função gramatical. Lógico-sistemático – interpretação sistêmica, estabelecendo a concatenação com os demais elementos da própria lei. Histórica – baseia-se na investigação dos antecedentes da norma. Sociológica – baseia-se na adaptação do sentido da lei às realidades e necessidades sociais. Quanto ao resultado: declarativa, extensiva e restritiva. Declarativa – se limita a declarar o pensamento expresso na lei, sem ter a necessidade de estendê-la a casos não previstos. Extensiva – quando o intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os seus termos. Restritiva – quando o legislador escreveu mais do que realmente devia e o intérprete restringir o sentido da lei, a fim de dar-lhe aplicação razoável e justa. Dogmática jurídica:A dogmática jurídica também chamada de Ciência do Direito aborda o direito vigente em determinada sociedade e as questões relativas à sua interpretação e aplicação. O seu papel é revelar o ser do Direito, aquele que é obrigatório, que se acha posto a coletividade e se localiza, basicamente, nas leis e nos códigos. Não é de natureza crítica, isto é, não penetra no plano da discussão quanto à convivência social das normas jurídicas. Cumpre a dogmática jurídica, definir e sistematizar o conjunto de normas que o Estado impõe à sociedade. Destarte se restringe ao estudo sistemático das normas, ordenando-se segundo princípios e tendo em vista sua aplicação. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Parte conceitual e normativa do direito. Desconstitucionalização:Desconstitucionalização ocorre quando matérias tratadas pela Constituição anterior não hajam sido tratadas na nova e nesta nova Constituição não se encontra nada que seja obstáculo àqueles artigos existentes na anterior. Nessas condições, os artigos da Constituição substituída permaneceriam em vigência sob a forma de lei ordinária. No Brasil, prevalece a ideia de que para haver a desconstitucionalização necessitaria de previsão expressa na nova Constituição. Vacância da lei: Ainda chamada de vocatio legis manifesta-se comoo intervalo de tempo entre a data de publicação da lei e sua entrada em vigor, no território nacional o prazo instituído é de 45 dias após ser oficialmente publicada e nos estados estrangeiros, quando admitidos, é de três meses após oficialmente publicada. Ressalva-se que avacatio legis não se aplica aos atos administrativos, que têm obrigatoriedade a partir da publicação, conforme o art. 5º do Decreto n. 572/1890, que não está revogado pela LICC. Considera-se lei nova, tornando-se obrigatória apenas após o decurso da vocatio legis.A Lei Vaga designa o período que decorre entre o dia da publicação de uma lei e o dia em que ela entra em vigor, ou seja, tem seu cumprimento obrigatório. Publicidade ou publicação:Apresenta-se como uma das fases do processo legislativo, manifestando-se como a condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz. O art. 1° da LICC dispõe que, “salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o País quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. É a publicação que oferece a todos a possibilidade de seu conhecimento e introduz lhe eficácia. A publicação das leis se faz através do Diário Oficial da União(DOU), e em locais onde não haja jornal oficial, considera-se publicado o ato governamental pelos meios que rotineiramente os veiculam no local(quadro próprio da Prefeitura ou Câmara Municipal). Analogia: Consiste na aplicação ao caso concreto de uma norma jurídica que se refere à outra hipótese, mas que guarda com a primeira semelhança, permitindo que o intérprete considere suficiente para que a aplicação esteja justificada, por incorrer em uma e outra hipótese a mesma razão. A analogia pode ser de duas classes: a analogia da lei que consiste na aplicação de uma norma existente no sistema jurídico a uma hipótese para qual o sistema não previu a norma, mas que por suas semelhanças, bem como pela mesma razão de decidir a fim de praticar justiça, aplica-se a norma prevista a hipótese não prevista e a segunda é a analogia de direito que procede a uma abstração geral à base de várias normas particulares e depois se trata de aplicar a norma geral obtida ao caso particular. Ainda se apresenta os requisitos da analogia que são a lacuna na lei, semelhança nas hipóteses e a mesma razão de decidir. Meios de integração do direito:A integração é um processo de preenchimento das lacunas, existentes na lei, por elementos que aprópria legislação oferece ou por princípios jurídicos, mediante operação lógica e juízos de valor. A integração se processa pela analogia, princípios gerais do direito, equidade e costumes. A analogia é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para uma outra hipótese fundamentalmentesemelhante à não prevista. Os princípios gerais são premissas éticas que inspiram a elaboração das normas jurídicas. Os costumes são a reiteração de uma conduta que busca validade. A equidade é a justiça prudentemente aplicada ao caso concreto. Artigo 4 e a equidade se vier expressa, somente neste caso, medida do justo. Teoria das lacunas:As são definidas como a ausência de lei para um caso concreto, pois por mais bem planejadas, não logram disciplinartoda a grande variedade de acontecimentos sociais. A lacuna se caracteriza não só quando a lei é completamente omissa em relação ao caso, mas igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador. Registra-se cinco teorias: realismo ingênuo (a evolução social cria espaços vazio na lei), empirismo científico (defendem a inexistência de lacunas), ecletismo ( a lei apresenta lacunas e a ordem jurídica não as possui), pragmatismo (reconhecer a existência de lacunas, assim como dispõe fórmulas para regular todos os casos emergentes da vida social) e apriorismo filosófico ( a ordem jurídica não apresenta lacunas). Direito material: É o ramo dodireito que regula diretamente os fatos sociais e as normas fixam critérios capazes de definir a substância do ato, ou seja, qual dos litigantes tem o direito ao bem da vida. (é o direito civil, direito penal, direito do trabalho e direitotributário). Conteúdo de direitos e obrigações. Materialização. Direito instrumental (ou direito processual ou formal): O direito processual é um ramo do direito público, que reúne os princípios e normas reguladoras dos atos jurídicos tendentes à aplicação do Direito aos casos concretos. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Destarte as normas do direito processual são técnicas de solução imperativa de conflitos, definindo e impondo a forma como o juiz exerce a jurisdição, como o autor exercerá a ação, e como o réu poderá se defender do sujeito que o trouxe ao processo. É o complexo de normas e princípios reguladoras do exercício da jurisdição. O objeto de estudo do direito processual são a jurisdição, a ação e o processo. Como agir dentro de um processo. Regras do direito material. Generalidade das normas jurídicas:A generalidade manifesta-se como uma característica da norma jurídica, este princípio revela que a norma jurídica é preceito de ordem geral, obrigatório a todos que se acha em igual situação jurídica. Da generalidade da norma jurídica deduzimos o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. Bilateralidade das normas jurídicas: O direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade significa, pois, que a norma jurídica possui dois lados – um representado pelo direito subjetivo e outro pelo dever jurídico, um não podendo existe sem o outro. Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador do direito subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico. Imperatividade das normas jurídicas: O direito deve representar o mínimo de exigências, determinações necessárias para garantir a ordem social, destarte o Direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo, ou seja, pela imposição de vontade e não mero aconselhamento, caso não fosse assim o direito não lograria estabelecer segurança e muito menos justiça. Universalidade das normas jurídicas:A universalidade é uma característicaessencial das normas jurídicas, pois é por meio destas que se impõe a todos com igualdade, destarte o princípio da universalidade corresponde o da igualde de todos perante a lei. A norma é geral, porque todos são iguais perante a lei e é esta a significação fundamental da justiça. Coercitividade das normas jurídicas: A coercitividade manifesta-se como a possibilidade de uso da coação, possuindo dois elementos, o psicológico e o material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades previstas para a hipótese de violação das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre espontaneamente. Abstratividade das normas jurídicas:São hipóteses consideradas abstratamente e estabelecidas pelas normas jurídicas, almejando atingir o maior número de situações, regulando os casos dentro do seu denominador comum, ou seja, como ocorrem via de regra. Competência:É consoante a doutrina clássica, medida de jurisdição. Competência é a distribuição da função jurisdicional nos vários órgãos judiciários. A competência dá-se por critérios diferentes que podem caracteriza-la como relativa ou absoluta. Destarte a competência que obedece o critério territorial é relativa; as demais formas de competência são absolutas. Federação:Estado soberano, formada por uma pluralidade de Estados, no qual o poder do Estado emana dos Estados-membros, ligados numa unidadeestatal, destarte uma federação é quando os estados estão unidos por uma nação, inclusive não podendo ter nenhuma lei superior à Constituição Federal Nacional, ou seja, dependentes entre si, distinguindo-se assim da Confederação que se manifesta como vários estados unidos em uma nação e que cada um deles é livre para elaborar e aplicar suas próprias leis, independentes entre si. Federação é uma forma de estado caracterizada pela existência de duas ou mais ordens jurídicas que incidem simultaneamente sobre o mesmo território sem que se possa falar em hierarquia entre elas, mas em campos diferentes de atuação. Entes federativos: A Constituição Federal de 1988 adotou a federação como forma de estado, destarte a organização político- administrativacompreende a presença de um estado superior, dotado de poder soberano e formado por entes federativos, que são pessoas jurídicas de direito público, autônomos e dotados de auto-organização, se organizando e sendo regidos pelas leis que adotarem, mas observando sempre as regras estabelecidas na Constituição Federal, capazes de autogoverno, e autoadministração . Deste modo o Brasil é uma federação formada pelos seguintes entes federativos: a união, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Há um pacto federativo entre os seus estados membros que prever a indissolubilidade destes, mas lhe delegam a capacidade de autonomia. Segurança jurídica: Sistema de legalidade, que fornece aos indivíduos a certeza do Direito vigente, por meio da defesa da vida, patrimônio e visa dar a cada um que é seu. A segurança jurídica é de caráter objetivo e se manifesta concretamente através de um Direito definido que reúne algumas qualidades. Direito estabilizado e reconhecido gera a sensação de segurança. Ilicitude: A ilicitude implica sempre a lesão a um direito por quebra do dever jurídico, consistindo num juízo de desvalor formulado pela ordem jurídica, juízo de desvalor esse dirigido ao agente pela prática de um facto contrário à ordem jurídica na sua globalidade. Na ilicitude verifica- se a violação de um dever, que se manifesta como uma conduta exigida. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Ato contrário a lei. Unidade do ordenamento: Por meio da norma suprema ou fundamental chega-se a unidade do ordenamento jurídico, pois apesar da diversidade de normas, esta atua como elemento unificador compilando o que intitulamos ordenamento jurídico. Por mais numerosas que sejam as fontes do direito num ordenamento complexo, tal ordenamento constitui uma unidade pelo fato de que, direta ou indiretamente todas as fontes do direito podem ser remontadas a uma única norma, a norma fundamental. Poder é uno, é um só. Nosso ordenamento éum só. Escalonamento de normas: A teoria do escalonamento de normas elaborada por Kelsen permite-nos entende a unidade do ordenamento jurídico, pois as normas de um ordenamento não se encontram em um mesmo plano, há normas inferiores e normas superiores. Subindo das normas inferiores àquelas que se encontram mais acima, chega-se a norma suprema, que não depende de nem uma outra norma superior e é sobre esta que repousa a unidade do ordenamento jurídico. Cada ordenamento tem uma norma fundamental. E é essa norma que unidade a todas as outras normas, unificando estas em um só ordenamento jurídico.Faz das normas espalhadas e de várias proveniências um conjunto unitário que chamamos de ordenamento jurídico Norma fundamental:é o termo unificador das normas que compõem um ordenamento jurídico, dando unidade a todas as outras normas, isto é, faz das normas espalhadas e de várias proveniências um conjunto unitário que chamamos de ordenamento jurídico. A norma fundamental é o critério supremo que permite estabelecer se uma norma pertence ou não a um ordenamento, sendo o fundamento de validade de todas as normas do sistema. (CF). Consistência do ordenamento: a consistência do ordenamento jurídico manifesta-se como conjunto hierárquico e coerente de normas jurídicas, que não admite antinomias. Faz parte de um todo uniforme. Antinomias: É o conflito aparente entre normas do mesmo ordenamento jurídico. É uma oposição existente entre normas e princípios no momento de sua aplicação por serem emanadas de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo. Entre normas, princípios e normas e princípios. Conflito: Os conflitos são próprios e inerentes a toda ordem judicial, Oposição entre interesses divergentes, nasce de uma pretensão não realizada. Anomia: é um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. A partir do surgimento do Capitalismo, e da tomada da Razão, como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valorestradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa. Comportamento desviante, desorganização na sociedade, gera antinomia. Ausência de normas, ou não sabe aplica-la. Completude do ordenamento: É a propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem uma norma para regular cada caso, isto é, não há caso que não possa ser regulado como uma norma tirada do sistema. O dogma da completude éo princípio de o ordenamento jurídico seja completo para fornecer ao juiz, em cada caso, uma solução sem recorrer a equidade. Normas cogentes: As normas jurídicas cogentes ou taxativas resguardam os interesses fundamentais da sociedade, obrigando independentemente da vontade das partes, ressaltando a imperatividade da lei. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). É uma obrigatoriedade, direcionada geralmente ao direito público. Tratados internacionais:É o ato jurídico firmado entre dois ou mais Estados mediante seus respectivos órgãos competentes, com o objetivo de estabelecer normas comuns de direito internacional, competentes, com o objetivo de estabelecer normas comuns de direito internacional.Portanto, pode-se afirmar que tratado é todo acordo internacional escrito, tendo por conteúdo um acordo de vontades formal entre Estados soberanos ou personalidades jurídicas de natureza pública, segundo as regras do direito internacional e destinado a produzir efeitos jurídicos entre as partes signatárias. (Rizzatto Nunes) Acordos internacionais: Os acordos internacionais resultam de um acordo de vontade entre a UE e um país terceiro ou uma organização terceira. Estes acordos criam direitos e obrigações para as instituições europeias e os Estados-Membros. Integram-se na ordem jurídica europeia na data da sua entrada em vigor ou na data por eles prevista. Juridicamente, os acordos internacionais são atos convencionais de direito derivado, devendo portanto estar em conformidade com os tratados fundadores da UE. No entanto, sobrepõem-se aos atos de direito derivado, designados “unilaterais”, ou seja, adaptados unilateralmente pelas instituições europeias (regulamentos, diretivas). O tramite para o acordo internacional ébem mais livre e rápido, interesse satisfeito imediatamente. Tratado é criação de legislação, há todo um processo. Instituição jurídica:Consiste no costume reiterado, de modo que uma geração transmite seus hábitos para os demais, as próximas gerações não precisam criar novos conceitos sobre esses hábitos. Toda vez que essa instituição é absorvida pelo mundo jurídico passa a ter uma sistematização e passa a ser conhecida como uma instituição jurídica. Complexo de normas voltadas para uma instituição social. Modais deônticos: Pertencendo ao mundo da ética – daquilo que Dever Ser – a norma jurídica opera com três modais deônticos básicos: proibição (é proibido fumar neste recinto); obrigatoriedade (é obrigatório conceder férias anuais para os empregados); permissão (não obriga, nem proíbe, apenas dá prerrogativa ou faculdade ao destinatário para fazer ou não, como em é permitido casar). Cláusula pétrea: São aqueles direitos que não podem ser alterados nem mesmo pela vontade do legislador constitucional, representados principalmente pelos direitos de liberdade de opinião política, de religião, de imprensa, reunião de associação. Na Constituição da República, as clausulas pétreas estão previstas no paragrafo 4° do art. 60. Após se estabelecer que a Constituição pode ser emendada mediante proposta dos legitimados elencados nos incisos I a III do caput do art. 60, ressalva-se no inciso 4° do mesmo dispositivo que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado; o voto; direto, secreto, universal e periódico; a separação dos poderes; e os direitos e garantias individuais. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito). Não são objetos de modificação. Normas inválidas: A norma jurídica é valida quando foi editada pela autoridade competente e quando foi editada conforme os procedimentos estabelecidos nas normas constitucionais e infraconstitucionais, destarte uma norma inválida é aquela que não foi editada por autoridade de sua competência e não atendeu a todos os procedimentos de constituição estabelecidos. Sistematização: É a concentração das normas em textos devidamente organizados. Pressupõe uma organização que vai além da ordem. Codificação: é o conjunto orgânico e sistemático de normas jurídicas escritas e relativas a um amplo ramo do direito. A codificação emerge da necessidade de organizar o direito, pois o direito simplesmente legislado, disperso em numerosas leis não atende as exigências da segurança jurídica, escapando ao pleno controle do legislador. Destarte a codificação e os códigos reúnem em um só texto, disposições relativas a uma ordem de interesse. Os códigos não são estáticos, mas antes mudam para atender as necessidades sociais. Dentre os códigos antigo encontramos o código de Hamurabi, Lei das Doze tábuas, Alcorão, código de Manu. Consolidação: A consolidação é resultado da incorporação, que manifesta-se como uma forma de organização do direito positivo por meio de um trabalho de natureza prática, que objetiva apenas agrupar, em um só texto, as normas dispersas em diferentes fontes. Tanto o código quanto a consolidação são a condensação do Direito positivo sobre determinado ramo, mas enquanto o código introduz inovações e é um campo sistematizado, a consolidação limita-se a reunir normas já existentes e não apresenta rigor lógico. A consolidação é umaalternativa útil quando: a) é urgente a necessidade de organização do direito vigente, pois o seu preparo é mais rápido do que o código; b) como etapa preparatória à elaboração de um código. (Paulo Nader – Introdução ao Estudo do Direito) Prestação positiva: Prestação é o ato ou abstenção a que está obrigado o sujeito passivo e que o sujeito ativo (pretensor) tem o direito de exigir. A prestação é o objeto do dever jurídico ou obrigação. Todo dever jurídico tem por objeto uma prestação, que pode consistir numa ato (fazer ou dar) ou uma abstenção (não fazer). Dividindo o dever jurídico em dever positivo, que possui por objeto uma prestação positiva, isto é, um ato (fazer ou dar) e divide-se em dever jurídico de fazer e dever jurídico de dar ou entregar. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Prestação negativa: Já o dever jurídico negativo, tem por objeto uma prestação negativa, isto é, uma abstenção (não fazer). O dever jurídico negativo tem igualmente por objeto uma prestação, mas esta consiste na abstenção de um ato. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Erga omnes:Os direitos subjetivos dividem-se em relativos e absolutos. Relativos são os que têm o sujeito passivo determinado. Absolutos ou erga omnes são os que têm por sujeito passivo não determinadas pessoas, mas qualquer pessoa, isto é, todos os membros da sociedade, é o caso dos direitos de propriedade e á vida. É um termo jurídico em latim que significa que uma norma ou decisão terá efeito vinculante. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Inter partes – só se aplica aqueles que estão envolvidos diretamente no processo. Direitos obrigacionais:São aqueles que estão necessariamente inseridos em uma relação jurídica. Nesses direitos as situações jurídicas subjetivas são sempre determinadas, isto é, temos um sujeito ativo e um sujeito passivo determinado ou pelo menos determináveis: “os direitos das obrigações se dirigem contra um ou vários sujeitos determinados e impõe a obrigação (correlativa ao direito do titular) de dar, fazer ou não fazer algo”. São os direitos sobre uma ação ou prestação de outra pessoa. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Direitos reais:São aqueles que se caracterizam pelo poder imediato do titular sobre uma coisa. Direitos reais, de res, que significa coisa, significam exatamente direitos sobre as coisas. O paradigma dos direitos reais é a propriedade. Os direitos reais possuem um regime jurídico próprio para a sua aquisição, previamente previsto em lei: propriedade material (é o direito real obre uma coisa corpórea) e propriedade imaterial (é o direito sobre uma coisa incorpórea ou imaterial). (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Direitos da personalidade:São os direitos que tem por objeto a pessoa, no seu aspecto mais amplo, incluindo a pessoa física e jurídica, a do próprio titular ou a pessoa de outrem, em si mesma ou em qualquer de seus elementos constitucionais; esses direitos são: 1 - os direitos da personalidade em seu sentido estrito ou direitos sobre a própria pessoa (in persona ipsa), em seus múltiplos aspectos físicos, intelectuais e morais, como o direito à vida, à segurança, à liberdade; 2 – os direitos sobre a pessoa de outrem (in persona aliena) e referem-se ao poder sobre as pessoas, o pátrio poder; 3 – os direitos de instituições ou pessoas jurídicas, como o Estado, a universidade. (Franco Montoro – Introdução à Ciência do Direito). Costume secundum legem: O Costume secundum legem, ou segundo a lei, é o que está em conformidade com o nosso Ordenamento Jurídico, ou seja, a prática social se amolda à própria lei. Costume praeter legem: é o costume, a prática social que é criada nas hipóteses de lacuna na lei, ou seja, possui caráter supletivo. Conforme Diniz (2005, p. 311): “esse costume é invocado, quando não se puder empregar a argumentação analógica, nas hipóteses de silêncio da lei sobre determinado assunto, procurando preencher esse hiato legal pela observância de práticas consuetudinárias”. Costume contra legem:é o costume que contraria a lei, e nessa classificação faz surgir um grande problema sobre a validade e importância dos costumes. (interessa a sociologia jurídica). Subsunção: É a ação ou efeito de subsumir, isto é, incluir (alguma coisa) em algo maior, mais amplo. Como definição jurídica, configura-se a subsunção quando o caso concreto se enquadra à norma legal em abstrato. É a adequação de uma conduta ou fato concreto (norma-fato) à norma jurídica (norma-tipo). É a tipicidade, no direito penal; bem como é o fato gerador, no direito tributário. Compatibilizar. Juízo monocrático ou singular: Juízo exercido por juiz singular ou pelo membro do tribunal, nos casos em que decide isoladamente. É a jurisdição exercida pelos órgãos que primeiro conhecem o feito (processo). Na justiça estadual, é perante os Juízes de Direito das comarcas (órgãos monocráticos, um só Juiz), que, via de regra, são propostas as ações; são eles que primeiro conhecem e julgam os feitos, exercendo a jurisdição de primeiro grau ou de primeira instância. Juiz de primeira instancia. Juízo recursal ou de segundo grau:não se conformando a parte processual (autor ou réu) desfavorecida pela decisão do Juiz de Direito, pode ela recorrer a um órgão colegiado (Tribunal), requerendo que ele reveja o decidido. A jurisdição de segundo grau ou de segunda instância é, então, a exercida pelos Tribunais, mediante a interposição de um recurso pela parte processual que se sentir injustiçada (existe um prazo legal para recorrer e ele deve ser rigorosamente obedecido porque, passado o prazo, a decisão judicial se torna irrecorrível). O recurso interposto é apreciado na Segunda Instância (pelos Desembargadores do Tribunal de Justiça, pelos Ministros do STF, ou do STJ, etc., dependendo do caso). Súmulas:Conjunto de teses reveladoras da jurisprudência predominante no tribunal, traduzida em forma de verbetes sintéticos, ou seja, é o resumo do entendimento jurisprudencial, feito de forma reiterada. Súmulas vinculantes: As súmulas dividem-se em dois tipos, as vinculantes e as não vinculantes. As súmulas são vinculantes quando possuem força normativa e apresenta efeitos erga omnes pressupõe o atendimento dos requisitos do artigo 103° da Constituição Federal, destacando entre estes os requisitos a exigência de ser aprovada por maioria de 2/3 dos votos do Supremo Tribunal Federal (oito votos), havendo de incidir sobre matéria constitucional que tenha sido objeto de decisões reiteradas do Tribunal, ou seja, que ela tenha sido objeto de debate e discussão no STF. A súmula vinculante só pode ser editada pelo STF, de ofício ou por provocação, e terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Poder função judiciária:A função (especializada) do Poder Judiciário (função jurisdicional) é solucionar os conflitos de interesse que lhe são levados por meio do exercício de um direito subjetivo público (porque exercido perante o Estado): o direito de ação. Não há Poder Judiciário municipal, sendo a Justiça exclusivamente federal ou estadual. O Poder Judiciário, através de seus órgãos (Tribunais, Magistrados, etc.), aplica as leis existentes aos casos concretos que lhe são levados; decide os conflitos, impõe as sanções previstas. A sua organização e competências vêm estabelecidas na Constituição Federal, na Constituição dos estados-membros e na Lei de Organização Judiciária de cada estado-membro. O poder é uno, um só, o que existe são funções judiciaria,
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