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FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Aula 2- DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Conteúdo Programático desta aula ▪Definir o conceito de Saúde Coletiva ▪http://www.youtube.com/watch?v=7Tb8g- B3HUI DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA SAÚDE COLETIVA Winslou, em 1920 já dizia que: SAÚDE COLETIVA é a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida e promover a saúde física e a eficiência do indivíduo através de esforços organizados da comunidade, visando: DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA SAÚDE COLETIVA , o saneamento do meio ambiente combate das doenças transmissíveis que ameaçam a coletividade DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA SAÚDE COLETIVA ensino dos princípios de higiene individual organizações dos serviços médicos e de enfermagem para diagnóstico precoce, tratamento preventivo, estabelecimento de condições de saúde que assegurem a cada membro da coletividade, um nível de vida favorável à manutenção da vida. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA SAÚDE COLETIVA Saúde Coletiva pode ser entendida como "... uma ciência histórico-social, percebendo que as características dos seres humanos (doentes ou não) são sobretudo, um produto de forças sociais mais profundas, ligadas a uma totalidade econômico-social que é preciso conhecer e compreender para explicarem-se adequadamente os fenômenos de saúde e de doença com os quais ela se defronta" (PEREIRA, 1986 apud MATUMOTO et al, 2001). DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA SAÚDE COLETIVA Na Saúde Coletiva, o objeto não é mais o corpo biológico, mas os corpos sociais. O conceito saúde-doença da saúde coletiva tem base na determinação social do processo saúde-doença, diferente da saúde pública que se baseia na causalidade. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Logo, a saúde coletiva é um "campo de práticas diversas socialmente determinadas, que se apóiam em diferentes disciplinas científicas interdisciplinares com o desafio de compreender e interpretar os determinantes da produção social das doenças e da organização social dos serviços de saúde fundamentando-se na interdisciplinaridade como possibilitadora da construção de um conhecimento ampliado da saúde e na multiprofissionalidade como forma de enfrentar a diversidade interna ao saber/ fazer das práticas sanitárias (NUNES, 1994 apud MATUMOTO et al, 2001). SAÚDE COLETIVA DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA UMA SUCESSÃO DE CONCEITOS E PRÁTICAS Segundo Jairnilson Paim (2003): “Uma revisão sucinta sobre o desenvolvimento das políticas de saúde no Brasil pode contemplar, na história republicana, pelo menos cinco conjunturas: (a) República Velha, (1889-1930); (b) Era Vargas (1930-1964); (c) Autoritarismo (1964-1984); (d) Nova República (1985-1988); (e) Pós-Constituinte (1989-2002)”. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA UMA SUCESSÃO DE CONCEITOS E PRÁTICAS República Velha ▪Neste período só tinha acesso à saúde quem morava em cidades grandes. ▪Não se dava atenção à doenças dos pobres; ▪A saúde era oferecida aos que podiam pagar Era Vargas ▪Nesta época se institucionalizava a saúde pública, pelo predomínio de doenças chamadas de pobres: doenças infecciosas e parasitárias, deficiências nutricionais etc. Autoritarismo ▪O sistema público de saúde nesta época não conseguia se manter sozinho e privilegiava o setor privado na compra de serviços da assistência médica. Assim o setor público se aliava ao setor privado. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA UMA SUCESSÃO DE CONCEITOS E PRÁTICAS Nova República Com a conquistada democracia fez-se necessário profundas mudanças no sistema de Saúde Pública. Com isto se instituiu a RSB (Reforma Sanitária Brasileira) que teve como diretrizes: ▪ conceito ampliado de saúde; ▪ reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do estado; ▪ criação do Sistema Único de Saúde (SUS) ▪ participação popular (controle social) ▪ constituição e ampliação do orçamento social (CNS, 1987). Pós– Constituinte Através da Constituição de 88 houveram profundas mudanças na Saúde Pública. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Modelos de Atenção à Saúde: De acordo com os modelos de saúde vigentes podemos defini-los assim: ❖Antes da Constituição de 88, também conhecido como Biomédico. Neste modelo o foco está na doença do paciente, como seu próprio nome já diz, voltado apenas ao biológico e valorizando o médico como a única fonte de saber. O conceito de doença está estritamente ligado ao físico. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA ❖Após a Constituição de 88 Após a Constituição de 88 e com o surgimento do SUS, houve uma mudança na hegemonia médica com a aceitação de outras especialidades no conceito de saúde. Este modelo também chamado de Bio-Psico-Social, abriu espaço para os saberes psicológicos e sociais, além do já instaurado saber biológico. Assim a equipe se torna multiprofissional. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Enquanto o antigo paradigma da saúde (Flexneriano) definia que saúde é evitar doença e por isto era necessária a atenção médica no novo paradigma há um foco na vigilância sanitária para que a pessoa não adoeça. foco é a doença Medicina curativa melhoria na qualidade de vida da população e promoção da saúde Medicina Preventiva DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Com o novo paradigma ao invés de ficarmos preocupados com o não adoecer e submetidos, quando doentes, à ação médica, nosso foco será uma melhor qualidade de vida, onde estão inseridos trabalho, transporte, habitação, saneamento básico, educação e lazer. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Lei 8080, 19 de Setembro de 1990. Art. 3o. A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressando a organização social e econômica do País. Parágrafo Único – Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem estar físico, mental e social. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 A Constituição de 1988 universalizou o acesso ao serviço de saúde. Através deste documento deu-se a abertura para a criação do SUS em 1990. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Segundo Jairnilson Paim (2003): “A Constituição de 1988 garantiu o direito à saúde para todos os brasileiros e instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS). CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 Como podemos perceber esta Constituição foi a porta de entrada para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS). DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA •A influência da VIIIª Conferência Nacional de Saúde A SAÚDE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SAÚDE = DIREITO do POVO e DEVER DO ESTADO (políticas sociais e econômicas)•A saúde está regulamentada na CF nos Art. 196 a 200 da CF • O que é o SUS ? É um SISTEMA formado por várias INSTITUIÇÕES das 3 esferas de governo (MUNICIPAL + ESTADUAL + FEDERAL) e pelo SETOR PRIVADO, de forma COMPLEMENTAR . Centros e Postos de Saúde Hospitais Laboratórios Hemocentros Institutos de Pesquisa DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 Titulo VIII – Capítulo II – Seção II – Da Saúde: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Princípio da Universalidade). Ao dizer que: “A saúde é direito de todos(...), a Constituição Federal, destaca o PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE, significando que o sistema deve garantir a atenção à saúde a todo e qualquer cidadão independentemente do nível socioeconômico ou outras características pessoais. Todo cidadão tem direito ao acesso a todos os tipos de serviços públicos de saúde, conveniados ou contratados pelo SUS, em todos os níveis d complexidade do sistema. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: A rede de serviço do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo um conhecimento maior dos problemas de saúde da população de uma área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade, ou seja, atenção básica, de média e alta complexidade. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; A descentralização permite a divisão de responsabilidades entre os governos federal, estadual e municipal, representados por níveis de gestão distintos. Na saúde, o processo de descentralização tem viabilizado a transferência da responsabilidade dos serviços e das ações de saúde e dos recursos da esfera federal para os níveis estadual e municipal. Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições dos vários níveis de governo, com um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde - a este processo dá-se o nome de municipalização, cabendo a esta instância a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde diretamente voltadas para os seus cidadãos. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade (Descentralização da saúde com a participação dos usuários na formulação das políticas de saúde). Fique atento !!!! A Participação Popular é a garantia de que a população, através das entidades representativas, movimentos sociais, comunitários e populares, entre outros, participe do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução em todos os níveis de governo. Esta participação da comunidade se dá através dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes (Quem irá manter o SUS é a Seguridade Social (INSS), imposto instituído em cada esfera do governo). Emenda Constitucional n° 29, de 13 de setembro de 2000, assegura os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde até o exercício financeiro de 2004. Após este período, como podemos verificar abaixo, o § 3° da Constituição Federal define a criação de lei complementar, a ser reavaliada pelo menos a cada cinco anos, para definir os percentuais, normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas Federal, Estadual, Municipal e no Distrito Federal. Na ausência desta lei complementar, a partir do exercício financeiro de 2005, permanecerão válidos os percentuais de 2004. É o que acontece atualmente, uma vez que a lei complementar (Projeto Lei n° 121/2007) encontra-se, ainda, em tramitação. Pesquisem e leiam a emenda DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada (O setor privado pode fazer parte do SUS). § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Cada gestor (municipal, estadual e federal) deverá planejar primeiro o setor público e, se necessário, complementar a rede assistencial com o setor privado não lucrativo, que deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. Porém, vale reiterar que essa participação deve ocorrer somente após esgotada a capacidade de toda a rede pública de saúde, federal, estadual e municipal. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: Estas atribuições e outras estão mencionadas nos artigos 5° e 6° da Lei n° 8.080/90. DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA – AULA 2 FUNDAMENTOS DA SAÚDE COLETIVA Nesta aula, você: ❖DEFINIÇÕES DE SAÚDE COLETIVA.
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