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Direito Constitucional Faixa Branca 2018.1

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I.	TEORIA DA CONSTITUIÇÃO	5
1.	Constitucionalismo	5
1.1.	Conceito	5
1.2.	Conceito de constituição	5
2.	Neoconstitucionalismo	6
2.1.	Conceito	6
2.2.	Marcos (vetores)	6
2.3.	Características	6
2.4.	Novas teorias	7
3.	Transconstitucionalismo	8
3.1.	Conceito	8
3.2.	Pontos importantes	8
4.	Concepções de constituição	9
4.1.	Conceito sociológico	9
4.2.	Conceito Político	9
4.3.	Conceito Jurídico	9
4.4.	Conceito Cultural	9
5.	Classificações das Constituições	10
5.1.	Quanto ao conteúdo	10
5.2. Quanto à estabilidade	10
5.3. Quanto à forma	11
5.4. Quanto ao modo de elaboração	11
5.5. Quanto à origem	11
5.6. Quanto à extensão	12
5.7. Quanto á ideologia ou à dogmática	12
5.8. Quanto ao Sistema	12
5.9. Quanto à unidade documental	13
5.10. Quanto à finalidade	13
5.11. Ontológica	13
5.12. Constituição dúctil	14
5.13. Heteroconstituição e autoconstituição	14
5.14. Classificação da CF/88	14
6.	Bloco de constitucionalidade	15
7.	Aplicabilidade das normas constitucionais	16
7.1.	Classificação	16
7.1.1.	Normas constitucionais de eficácia plena	16
7.1.2.	Normas constitucionais de eficácia contida	17
7.1.3.	Normas constitucionais de eficácia limitada	17
7.2.	Reflexões críticas – questões de prova	18
7.3.	Críticas à teoria da aplicabilidade	19
7.4.	Outras classificações	19
7.4.1.	Carlos Ayres Britto e Celso Bastos – Quanto à vocação das normas constitucionais para atuação do legislador	19
7.4.2.	Maria Helena Diniz	20
7.4.3.	Uadi Lamego Bullos	21
8.	Poder constituinte	21
8.1.	Conceito Geral (conceito amplo)	21
8.2.	Poder Constituinte Originário	21
8.2.1.	Origem histórica	21
8.2.2.	Autor	21
8.2.3.	Conceito	22
8.2.4.1.	Quanto a dimensão do PCO	22
8.2.4.2.	Quanto a manifestação histórica	22
8.2.5.	Características	22
8.2.5.1.	Inicial	22
8.2.5.2.	Autônomo	22
8.2.5.3.	Ilimitado	23
8.2.5.4.	Incondicionada	23
8.2.5.5.	Permanente	23
8.3.	Poder Constituinte Derivado-Reformador	23
8.3.1.	Conceito	24
8.3.2.	Revisão	24
8.3.3.	Emendas	24
8.3.3.1.	Limites Formais	25
8.3.3.2.	Limites Circunstanciais	26
8.3.3.3.	Limites Materiais	26
8.3.4.	Observações	26
8.4.	Poder Constituinte Decorrente	28
8.4.1.	Conceito	28
8.4.2.	Limites	28
8.4.2.1.	Princípios Sensíveis	28
8.4.2.2.	Princípios Extensíveis:	29
8.4.2.3.	Princípios estabelecidos	29
II.	ORGANIZAÇÃO DO ESTADO	32
1.	Introdução e conceitos	32
2.	Formas de Estado	32
2.1.	Estado Unitário	32
2.2.	Estado Regional e Estado Autonômico	33
2.3.	Estado Federal	33
2.4.	Confederação	33
2.4.1.	Estado Federal x Confederação	33
2.4.2.	Classificação do federalismo	34
2.4.2.1.	Quanto a origem	34
2.4.2.2.	Quanto à concentração de poder	34
2.4.2.3.	Quanto a repartição de competência	35
2.4.2.4.	Quanto ao equacionamento das desigualdades	35
2.5.	Análise da estrutura do federalismo brasileiro	36
2.5.1.	Autonomia	36
2.5.2.	Competência	37
3.	Intervenção federal	45
3.1.	Princípios	45
3.2.	Conceito	45
3.3.	Procedimento	46
3.4.	Considerações finais	47
III.	PODER LEGISLATIVO	48
1.	Funções	48
2.	Composição	49
3.	Funcionamento	49
4.	Estrutura das Casas	50
5.	CPIs	51
6.	Imunidades Parlamentares e o Estatuto dos congressistas	53
6.1.	Imunidade Material	53
6.2.	Imunidade Formal	53
6.3.	Outras Imunidades Parlamentares	56
7.	Processo Legislativo	58
7.1.	Conceito	58
7.2.	Tipos de Processo Legislativos	59
7.3.	Fases	59
7.4.	Análise prática	60
7.4.1.	Processo Legislativo Ordinário	60
7.4.2.	Lei complementar	63
7.4.3.	Lei delegada	64
7.4.4.	Medidas provisórias	65
7.4.5.	Emendas Constitucionais	67
7.4.7.	Resoluções	68
IV.	PODER EXECUTIVO	68
1.	Funções	68
2.	Estrutura do Poder Executivo	68
2.1.	Presidência da república	69
2.2.	Vice-presidente da República	71
2.3.	Ministros	71
2.4.	Conselho da República e Conselho de Defesa	71
3.	Dos Crimes do Presidente da República	71
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
Constitucionalismo
 Conceito
Constitucionalismo é um movimento do Século XVII na Inglaterra e do Século XVIII na França e EUA que teve como objetivo limitar o poder (nova organização do estado) e estabelecer direitos e garantias fundamentais.
	Inglaterra
	França / EUA
	Séc. XVII
	Séc. XVIII
	Revolução Gloriosa 1688-1689
	Revolução Burguesa (liberais)
	Supremacia do Parlamento (supremece of parlament)
	Teoria da Separação dos Poderes (Montesquieu) 
	Declaração de Direito (1689 – Bill of Rights)
	Declaração de Direitos 
EUA: 1791 – Bill of Rights 
França: 1789 Declaração Universal dos Direitos do Homem de do Cidadão. 
	Constituição apenas material, não escrita e histórica.
	Constituições formais e escritas
	EUA
	França
	Constituição 1787
	Constituição 1791
	Declaração de Direito 1791
	Declaração Universal 1789
 Conceito de constituição 
Para a maioria dos países do mundo, nas palavras de Canotilho, a partir do século XVIII em diante, é a ordenação sistemática e racional da comunidade política explicitada em um documento escrito, que organiza o Estado e estabelece direitos e garantias fundamentais. Tal conceito é o chamado de “conceito moderno de constituição”.
Neoconstitucionalismo
 Conceito
Também chamado de constitucionalismo contemporâneo, é um movimento, da 2ª metade do Século XX (Pós 2ª Guerra Mundial) que tem como objetivo desenvolver um novo modo de compreender, interpretar e aplicar o Direito Constitucional e as constituições.
 Marcos (vetores)
Histórico: estado constitucional de direito, do pós segunda guerra mundial, na Europa. (Constituição Itália (1948), Constituição Alemã 1949, Constituição de Portugal de 1976, Constituição da Espanha de 1978).
Filosófico: a base filosófica do neoconstitucionalismo é o pós-positivismo. O pós-positivismo é o movimento que busca superar a dicotomia positivismo e jusnaturalismo. Logo, o Neoconstitucionalismo busca ir além da legalidade estrita (contrariando o positivismo), mas não desconsidera o direito posto (contrariando os jusnaturalismo).
Defendem uma reaproximação entre o direito e a ética, o direito e a moral e o direito e a justiça. Frisa-se que, apesar da justiça e moral serem subjetivas, existem padrões dentro da comunidade mínimos para conceitua-la. 
Teórico: é um conjunto de teorias que dizem respeito à força normativa da Constituição; expansão da jurisdição constitucional; novos métodos de interpretação constitucional (nova hermenêutica constitucional).
 Características 
Constituição como centro do ordenamento jurídico: a constituição passa a ser o principal documento no ordenamento jurídico. Ocasionando, assim:
Movimento de Constitucionalização do sistema, logo, há a chamada invasão das normas constitucionais. 
Ubiquidade constitucional: a Constituição está em todas as normas do ordenamento ao mesmo tempo; filtragem constitucional; interpretação conforme a constituição.
Força normativa da constituição: a constituição deixa de ser um documento meramente político para ser efetivamente jurídico.
Concretização (efetivação) de direitos fundamentais: o constitucionalismo estabeleceu direitos fundamentais, mas, para o Neoconstitucionalismo, deve-se buscar a concretização desses direitos, baseados na Dignidade da Pessoa Humana.
Judicialização da política e das relações sociais: o judiciário assume um papel na concretização dos direitos fundamentais. Nesse sentido, o judiciário passa a ser protagonista de ações, interferindo, até mesmo, em políticas públicas, visando concretizar direitos fundamentais, em virtude de omissões dos outros poderes (ativismo judicial).
Reaproximação do Direito e ética, direito e moral, direito e justiça e direito e filosofia.
 Novas teorias
Norma: reconhecimento da força normativa dos princípios. Os princípios passam a ser tão norma quanto as regras jurídicas. (Ronald Dworking e Ronald Alexy) dizem que as normas são um gênero, e as regras e os princípios são espécies.
Fontes: tem se um deslocamento do poder ao judiciário que passa a participar de forma mais ativa da criação do direito. Portanto, temos uma expansão do Poder Judiciárioe dos Tribunais Constitucionais.
Interpretação: além dos métodos clássicos, acrescenta outros métodos, configurando uma nova hermenêutica constitucional. Ex.: princípio da proporcionalidade, ponderação, teorias da argumentação, teoria da integridade, entre outas.
Transconstitucionalismo 
 Conceito
Entrelaçamento de ordens jurídicas diversas (estatal, internacional, transnacional e supranacional) em torno do mesmos problemas de natureza constitucional. Ou seja, se dá quando ordens jurídicas diferenciadas enfrentam concomitantemente as mesmas questões de natureza constitucional.
Podemos utilizar como exemplo a ADPF 101, que versava sobre a produção e importação de Pneus usados: o tema estava sendo enfrentado pelo STF, Mercosul, União Europeia, Organização Mundial do Comércio, Organização Mundial da Saúde.
Também a ADPF 153, referente à justiça de transição – foi solicitada a não recepção da Lei de Anistia (1979). Na oportunidade, foi julgado, concomitantemente, pelo STF e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (esta última foi chamada a enfrentar o caso Gomes Lund x Brasil (da Guerrilha do Araguaia)). A Corte Interamericana decidiu que a Lei da Anistia do Brasil não pode ser obstáculo para investigação e punição dos agentes da repressão à época do regime militar no Brasil. Ela toma uma decisão contrária à decisão do STF. Depois da decisão da Corte Interamericana, o Brasil montou a Comissão da Verdade, e passou a tramitar uma nova ADPF 320.
De forma transversal, ordens jurídicas caminham juntas enfrentando esse mesmo tema. 
 Pontos importantes
Marcelo Neves foi o artífice da teoria do Transconstitucionalismo.
Qual ordem deve prevalecer, a partir do momento que duas ordens jurídicas diferenciadas enfrentam a mesma questão de natureza constitucional? Estatal, Internacional, Transnacional ou Supranacional? 
Segundo Marcelo Neves, não deve haver a prevalência prévia e absoluta de uma ordem sobre as outras. Para o autor, o adequado é que existam diálogos constitucionais (conversações constitucionais) entre as várias ordens envolvidas em uma questão de natureza constitucional. Portanto, embora a definição do caso seja realizada na situação concreta, temos que decisões mais legítimas e justas serão tomadas mediante os diálogos constitucionais. Portanto, a defesa não é da lógica do fechamento ou da exclusão, mas sim da abertura e inclusão para que decisões mais justas sejam tomadas.
Concepções de constituição 
 Conceito sociológico
Ferdinand Lassalle, no início do Século XIX (1863), entendeu que a constituição deve ser entendida como os fatores reais de poder que regem a sociedade. Os fatores seriam os econômicos, militares, religiosos. Atualmente, poderia ser incluída nos fatores a mídia. Já as normas escritas são chamadas por Lassale de “Constituição folha de papel”, e esta sucumbi diante da constituição real (fatores de poder que regem a sociedade). Assim, em primeiro momento, a constituição de papel pode até reger a sociedade, mas, com o tempo, ela perde a força para os fatores reais de poder.
 Conceito Político
No século XX (1920), Carl Schmitt entendia a Constituição como as decisões políticas fundamentais do povo (do poder constituinte que está no povo). Não se confunde com a legislações constitucionais (organizatórias) não são a constituição. A constituição é as decisões políticas no dia a dia do país. 
Também é chamado de conceito “decisionista” de constituição.
 Conceito Jurídico
Desenvolvido por Hans Kelsen e Konrad Hesse, a constituição é norma prescritiva do dever ser que vincula condutas, organiza o estado e, portanto, rege o estado e a sociedade. Por mais que a constituições tenham problemas, ela continua a reger a sociedade.
Kelsen desenvolveu em 1961 a Teoria Pura do Direito e Konrad Hesse escreveu a Força Normativa da Constituição em 1959.
 Conceito Cultural
Peter Harbele desenvolveu na década de 60 (séc. XX), entendendo que a constituição é produto da cultura e, portanto, se apresenta como condicionada pela cultura. Mas, também é condicionante a cultura (pode transcender contextos, pode modificar a cultura).
Classificações das Constituições 
 Quanto ao conteúdo
Formal: é aquela escrita e dotada de supremacia em relação às outras normas do ordenamento e que só pode ser modificada por procedimentos especiais que ela mesmo determinar. Assim, prevalece o critério hierárquico no conflito entre uma lei ordinária e a constituição.
Material: é o conjunto de normas escritas ou não na constituição formal e que diz respeito às matérias tipicamente constitutivas do Estado e da Sociedade. As mais importantes são a organização do Estado e os direitos fundamentais.
Dicas de prova: 
Existe constituição material fora da formal? Sim, existe, conforme o conceito apresentado, vez que se envolve organização do estado ou direitos fundamentais, serão materialmente constitucionais. No entanto, as matérias constitucionais fora das constituições são infraconstitucionais. 
Só existe matéria constitucional dentro da constituição formal? Não, existem normas que não são materialmente constitucionais. Em nossa atual CF (88) temos normas material e formalmente constitucionais e temos normas apenas formalmente constitucionais. 
5.2. Quanto à estabilidade
Rígida: é aquela que necessita de procedimentos especiais para sua modificação. Obs.: se a constituição for formal quanto ao conteúdo, será rígida quanto a estabilidade. Alguns autores afirmam que a CF do Brasil é superrígida por conta das cláusulas pétreas. Tal corrente é minoritária. Majoritariamente, entende-se a CF como rígida.
Flexível: não requer procedimentos especiais para sua modificação. A Constituição inglesa é uma constituição flexível. Na Inglaterra só há constituição material.
Semirrígida: é aquele que possui uma parte rígida e uma parte flexível. Também é chamada de semiflexível. A Constituição do Império de 1824 era semirrígida.
5.3. Quanto à forma
Escrita: escrita e sistematizada em um documento, elaborado em um procedimento único por um poder constituinte.
Não escrita: é aquela elaborada de forma esparsa no decorrer do tempo, fruto do processo histórico. 
Questões:
A constituição não escrita pode conter documentos escritos? Sim. vez que a constituição não escrita é elaborada de forma esparsa no decorrer do tempo.
5.4. Quanto ao modo de elaboração
Dogmática: é aquela que equivale a escrita quanto à forma, que traz os dogmas daquele país naquele momento.
Histórica: equivale à não escrita quanto à forma.
5.5. Quanto à origem
	
Não é quanto a origem técnica, e sim quanto à origem democrática ou não.
Promulgada: é aquela em que o povo participa da sua elaboração (ainda que indiretamente). É dotada de legitimidade popular. São sinônimos de constituição democrática. As Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 são exemplos de constituições promulgadas.
Outorgada: o povo não participa do seu processo de elaboração. São sinônimos de constituições autocráticas ou ditatorial. A constituição de 1824, 1937, 1967-69 e 1969 foram exemplos de constituições outorgadas.
Cesarista: é aquela constituição em que o povo não participa do processo de elaboração. Porém, após a sua produção, o povo é chamado referendar ou não o documento constitucional. Constituição Napoleão, Pinochet e Sadan Russein.
Pactuada (dualista): acordo entre o Rei e o Parlamento. Desenvolve os princípios monárquico e o democrático.
5.6. Quanto à extensão
Sintética: sucinta e resumida, apresentando em seu texto apenas matérias constitucionais. Exemplo: EUA 1787.
Analítica: são prolixas e de cunho detalhista, não possuindo apenas matéria constitucional em seu texto, adentrando em normas que não necessitariam estar. Exemplo: CF 88.
5.7. Quanto à ideologia ou à dogmática
Ortodoxa: é aquela que apresenta apenas uma ideologia em seu texto. Ex.: Ex-URSS, China.
Eclética: apresenta mais de uma ideologia no texto. Obs.: Paulo Bonavides e Canotilho afirmam queestas constituições também são chamadas de constituições plurais ou abertas, típicas de um Estado democrático de direito. Ex: CF88.
5.8. Quanto ao Sistema
Constituições preceituais: são aquelas que predominam as regras. Ex.: Constituição Queretaro 1917 (México).
Constituições principiológica: são aquelas que predominam os princípios, embora existam regras nela. Tanto no que tange ao texto, quando na aplicação do texto. Ex.: CF 88.
5.9. Quanto à unidade documental
Orgânica: é elaborada em texto único e apresenta uma interconexão entre suas normas (título, capítulo, seções). Ex.: CF 88.
Inorgânica: não apresenta uma unidade documental. É elaborada por textos que são reunidos posteriormente, mas, que não apresentam uma interconexão entre eles. Ex.: França 1875, Israel.
5.10. Quanto à finalidade
Constituição garantia: são constituições em que o viés é para o passado. São típicas dos estados liberais dos séculos XVIII e XIX. São abstencionistas, negativas ou quadro (traçam uma moldura e o estado se desenvolve) -> são não intervencionistas.
Constituição balanço: de cunho marxistas, estados sociais, são aquelas que explicitam o estado social já existente.
Constituição dirigente: são aquelas que se voltam para o futuro, estabelecendo uma ordem concreta de valores e uma pauta de vida para o estado e sociedade. São muito comuns em seus textos as normas programáticas. Ex.: CF88.
Observe que Gomes Canotilho defendeu a constituição dirigente na déc. 70. Para Canotilho, a constituição dirigente não morreu, porém, ela se modificou em virtude de novos contextos políticos, econômicos e sociais. Portanto, atualmente, a constituição dirigente é menos impositiva e mais reflexiva.
5.11. Ontológica
	
Desenvolvida por Karl Loewnstein, é o estudo do ser ou essência das constituições. Loewstein disse que as classificações existentes analisavam apenas o texto da constituição. Assim, a classificação ontológica é a técnica de classificação que desenvolve uma análise do texto da constituição com a realidade social, vivenciada por este texto.
Normativa: é aquela em que existe uma adequação entre o texto e realidade social. Ex.: EUA 1787 e França 1958.
Nominal: é a Constituição sem valor jurídico cujas normas, na maior parte, são ineficazes. O seu texto não conduz os processos de poder, sendo o contrário, ou seja, os grupos de poder é que conduzem a Constituição. CF 88, 1934, 1946.
Semântica: é aquela que trai o significado do termo constituição, pois ao invés de limitar o poder ela legitima (naturaliza) o poder autoritário. Ex: 1937, 1967.
	
	Legitimidade
	Efetividade
	C. Normativa
	Sim
	Sim
	C. Nominal
	Sim
	Não
	C. Semântica
	Não
	Sim
5.12. Constituição dúctil 
Desenvolvida por Gustavo Zagrebelsky, é aquela que não predefine uma forma de vida para o Estado e a sociedade, pois, ao invés disso, cria condições que possamos exercer os mais variados projetos e concepções de vida digna. Assim, é uma constituição aberta, plural e típica do estado democrático.
5.13. Heteroconstituição e autoconstituição
São constituições elaboradas e decretadas fora do estado que elas irão reger. Ex.: Chipre. O contraponto é a autoconstituição. Ou seja, aquelas elaboradas e decretadas dentro do estado em que irão reger.
5.14. Classificação da CF/88
A CF brasileira é:
Conteúdo: formal
Estabilidade: rígida
Forma: escrita
Elaboração: dogmática
Origem: promulgada
Extensão: analítica
Ideologia ou dogmática: eclética
Sistema: principiológica
Unidade documental: orgânica
Finalidade: dirigente
Ontológica: nominal
Bloco de constitucionalidade
	
Duas correntes divergem sobre o bloco de constitucionalidade. A primeira corrente é extensiva, que apresenta um conceito amplo de bloco de constitucionalidade. Em segundo momento, há uma corrente restritiva com um conceito restritivo.
	A corrente extensiva entende que o bloco de constitucionalidade é definido como a reunião do conjunto de normas materialmente constitucionais fora da constituição formal. As normas fora da constituição são as legislações infraconstitucionais materialmente constitucionais (Ex.: ECA, CDC, Estatuto do Idoso), costume jurídico constitucional, jurisprudência constitucional.
	A segunda corrente entende que o bloco de constitucionalidade é só a constituição material, em suas normas expressas e explícitas. Devem ser entendidas apenas como parâmetro de controle de constitucionalidade as normas da constituição material.
	No Brasil, foi adotado o conceito restrito do bloco de constitucionalidade, estando no bloco de constitucionalidade também os Tratados Internacionais de Direitos Humanos que passaram pelo procedimento do art. 5º §3º.
	Na França integra o bloco de constitucionalidade a CF 1958 (inclusive seu preâmbulo), o preâmbulo da CF 1946 (direitos sociais e econômicos), além da Declaração Universal dos Direitos dos Homens e Cidadãos de 1769, e algumas Leis da República materialmente constitucional.
	
Aplicabilidade das normas constitucionais
Consiste em classificar as normas constitucionais. Iremos trabalhar com a Teoria brasileira da aplicabilidade, que tem como artífice José Afonso da Silva. O pressuposto da teoria é o de que todas as normas constitucionais são dotadas de aplicabilidade, pois carregam, no mínimo, dois efeitos: positivo e negativo. O efeito positivo é o efeito de revogar tudo do ordenamento anterior contrário a elas. Já o efeito negativo é o efeito de negar ao legislador ordinário a possibilidade de editar normas contrárias as normas constitucionais.
José Afonso da Silva afirma ainda que existe graus (escala) de aplicabilidade. Previamente, deve se observar que para que uma norma tenha aplicabilidade, deve possuir vigência, validade (não contrariar norma constitucional) e eficácia jurídica (aptidão para regular condutas). Frisa-se que não se confunde eficácia jurídica com eficácia social.
 Classificação
Normas constitucionais de eficácia plena
São aquelas bastante em si. Ou seja, reúne todos os elementos para produção de todos os possíveis efeitos jurídicos. São dotadas de um aplicabilidade direta e imediata. Exemplos: art. 1º, art. 44, art. 46.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
Normas constitucionais de eficácia contida
São aquelas que nascem com eficácia plena, mas, elas terão seu âmbito de validade contido pelo legislador infraconstitucional. A aplicabilidade é direta e imediata. Ex.: art. 5º XIII, VIII e art. 37, I:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
(...)
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
Normas constitucionais de eficácia limitada
São aquelas que não são bastante em si, pois não reúnem todos os elementos para a produção de todos os efeitos jurídicos, pois necessitam de complementação (de regulamentação) para tal. A aplicabilidade será indireta e mediata. As normas de eficácia limitada podem ser divididas em dois grupos:
Normas constitucionais de eficácia limitada de princípios instrutivos: são aquelas que apresentam esquemas gerais de organização e estruturação do estado. Ex,: art. 18§2º, art. 33 caput, art. 90§2º:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
(...)
 § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
(...)
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.
Normas constitucionais de eficácia limitada de princípios programáticos: são aquelas que estabelecem tarefas, fins e programas para o cumprimento pelo Estado e pela sociedade. Art. 196, art. 205, art. 217.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observado
 Reflexões críticas – questões de prova
Diferencie as normas constitucionais de eficácia contida das normas constitucionais de eficácia limitada.
Apesar de ambas trabalharem com a atuação do legislador, a diferença está no modo ou maneira de atuação. Na norma de eficácia contida, o legislador vai atuar para conter o âmbito normativo. Já nas normas de eficácia limitada, a atuação é para aumentar o âmbito de eficácia.
Norma constitucional de eficácia limitada de princípio programático que não recebeu atuação do poder público: é dotada de aplicabilidade e eficácia? 
É dotada de aplicabilidade, embora seja aplicabilidade indireta ou mediata. Também possuí eficácia (jurídica), ainda que limitada.
Julgue a afirmativa: Norma constitucional de eficácia limitada de princípio programático que ainda não recebeu atuação do poder público não produz todos os efeito, mas produz alguns efeitos. 
CORRETA. No mínimo revoga as disposições da constituição anterior.
Críticas à teoria da aplicabilidade
A teoria da aplicabilidade subverte a teoria do ordenamento, vez que por vezes há direito previsto na CF e o mesmo deixa de ser aplicado por falta de complementação normativa pelo poder público. E funciona como álibi para o legislador. Assim, a teoria vem sendo afastada em alguns temas sociais (educação, saúde, segurança pública).
uma teoria semântica que predefine algo sem levar em conta situações de aplicação. Com isso, essa teoria confunde o texto da norma com a norma.
 Outras classificações
Carlos Ayres Britto e Celso Bastos – Quanto à vocação das normas constitucionais para atuação do legislador
Normas Constitucionais de Aplicação
São aquelas não vocacionadas a atuação do legislador (EF Plena). As irregulamentáveis não admitem possibilidade de regulamentação. As regulamentáveis admitem a atuação do legislador, embora a norma constitucional não vocacione isso.
b) Normas Constitucionais de Integração
 	São aquelas vocacionadas à atuação do legislador. Podem ser restringíveis ou completáveis ou complementáveis.
Restringíveis: são aquelas que o legislador irá atuar para conter o âmbito de eficácia. Equivale as normas constitucionais de eficácia contida.
Completáveis ou complementáveis: são aquelas que o legislador irá atuar para aumentar o âmbito de eficácia. Equivale às de eficácia limitada de José Afonso da Silva.
Maria Helena Diniz
Normas constitucionais de eficácia absoluta
São aquelas normas constitucionais que não admitem alteração, ou seja, são insuscetíveis de alteração (modificação). Seriam as cláusulas pétreas (art. 60§4º).
Normas constitucionais de eficácia plena
É a mesma plena de José Afonso da Silva.
N.C. de eficácia relativa restringíveis
Idêntica classificação de JAS para Eficácia contida.
Norma de eficácia dependente de complementação
Igual a Eficácia limitada.
Uadi Lamego Bullos
Norma constitucional de eficácia exaurida
São aquelas normas constitucionais que já cumpriram sua função no ordenamento jurídico constitucional e que, portanto, tem sua eficácia finalizada (destituída ou posta a termo). Ex.: ADCT
Poder constituinte 
 Conceito Geral (conceito amplo)
É o poder ao qual incube criar (elaborar), reformar (alterar) ou complementar uma constituição. A partir dessa tríade, podemos falar no desenho atual do poder constituinte:
Poder Constituinte Originário – elaborar; 
Poder Constituinte derivado-reformador – reformar ;
Poder Constituinte Decorrente – complementar.
 Poder Constituinte Originário
Origem histórica
Origina-se a partir do movimento do constitucionalismo do Século XVIII. É o início das constituições escritas.
Autor
Emanuel Sleyes, através de seu livro “O que é o 3º Estado?” desenvolve a teoria de que o 1º e o 2º Estado é a nobreza e o clero, respectivamente, e o 3º seria o povo. Assim, a partir disso, haveria e necessidade de integrar este a partir de uma nova constituição, feita pela nação (povo).
Conceito
O Poder Constituinte Originário é um poder extraordinário que surge em um momento extraordinário, visando desconstituir uma ordem e a constituir uma nova ordem constitucional para o Estado e sociedade.
Pode se dizer que o Poder Constituinte Originário é desconstitutivo-constitutivo?
Sim, o PCO é dotado de uma dupla face, pois o mesmo é desconstitutivo- constitutivo.
Classificação
 Quanto a dimensão do PCO
Poder Constituinte Material: é o conjunto de fatores políticos e sociais que apresenta uma nova ideia de direito para o Estado e sociedade.
Poder Constituinte Formal: é aquele grupo encarregado de formalizar a ideia de direito do Poder Constituinte Material, ou seja, de redigir a constituição.
 Quanto a manifestação histórica
Poder Constituinte fundacional: é o primeiro poder constituinte de um Estado Nacional;
Poder Constituinte pós-fundacional: são os poderes constituintes que surgem em Estados Nacionais que já existem. Nesse caso, a ruptura estabelece uma nova constituição para o Estado Nacional que já existe.
Características
 Inicial
O PC é sempre uma ruptura jurídica-política que marca um novo Estado e Sociedade.
 Autônomo
Somente ao PCO cabe fixar as bases da nova constituição;
Ilimitado
Significa que a ele é ilimitado do ponto de vista do direito positivo anterior (segundo a corrente positivista). No entanto, a corrente jusnaturalista entende que o PCE é limitado pelo direito que este a acima do direito positivo, pela natureza humana como vetores: vida, igualdade, dignidade, liberdade. Essa última corrente é minoritária.
Há ainda a corrente tendência sociológica, é a mais moderna. Essa corrente entendeque o PCO é ilimitado ao ordenamento jurídico anterior, mas não é absoluto, pois existem limites internos, dentro da própria sociedade que o origina (dentro do próprio movimento revolucionário que surgiu). E também, há limites externos, em princípios de direito internacional, como: princípio da não intervenção, independência dos povos e da prevalência de direitos humanos.
 Incondicionada
O PC não guarda condições ou termos pré-fixados procedimental para elaboração da nova constituição. Portanto, em regra, quem decide os procedimentos para elaboração da nova constituição é o próprio PC.
 Permanente
Significa que mesmo após a elaboração da Constituição, o PC continua vivo, ainda que em um estado de latência (hibernização), pois está alocado no povo, que é seu titular.
Ressalta-se a diferença entre o titular do poder constituinte e o agente do PC:
	Titular do Poder Constituinte
	Agente do Poder Constituinte
	Povo
	Grupo que redige
	Permanente
	Não é permanente
 Poder Constituinte Derivado-Reformador 
Tanto o Poder Constituinte Derivado-Reformador quanto o PC Decorrente são poderes de:
2º grau;
Constituídos (ou instituídos);
Limitados (ou condicionados)
Conceito
É aquele encarregado de reformar a constituição. No Brasil, a reforma é um gênero, que possui duas espécies: revisão e emendas.
A revisão é uma reforma geral (global) do texto constitucional. Já as emendas são reformas pontuais, por temas ou assuntos específicos.
Revisão
Na revisão, há necessidade de analisar o art.3º da ADCT, onde é estabelecido os limites da revisão. Tem-se, de forma expressa, limites temporal e limites formais.
No que se refere ao limite temporal, fala-se que será após 5 anos.
Já quanto aos limites formais, foi estabelecido que haverá uma sessão unicameral, com quórum de maioria absoluta.
Observe que já tivemos uma revisão, realizada em 01/03/1994 a 07/06/1994, terminado com 6 emendas de revisão.
Ressalta-se, também, não ser possível uma nova revisão, pois a CF/88 estabeleceu apenas uma.
É possível alterar a o texto constitucional, via Emenda Constitucional, para estabelecer uma nova revisão? 
O tema é disputado por duas correntes. A primeira entende que sim, pois é emenda é o instrumento para alteração das disposições constitucionais. Outra corrente entene que não, pois apesar da EC servir para alterar a Constituição, a mesma não serve para alterar o processo de reforma, pois seria um golpe contra o Poder Constituinte Originário, vez que um modo de reforma não pode altera o modo de reforma.
Emendas
As emendas estão elencadas no art. 60, CF, e teremos limites formais, circunstanciais e materiais.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
 Limites Formais
Estão previstos no art. 60, incisos I, II e II, §§2º, 3º e 5º.
O primeiro limite formal refere-se a legitimidade (incisos I, II e III), podendo ser o Presidente da República, 1/3 dos deputados (171) e 1/3 do Senado (27) e metade das Assembleias Legislativas dos Estados em sua maioria relativa (simples). Neste último cenário, necessita de 14 Assembleias em maioria simples.
José Afonso da Silva defende a possibilidade de iniciativa popular da PEC, através de uma interpretação sistemática do págrafo único do art. 1º, art. 14 e art. 61, §2º. Essa corrente é minoritária, pois prevalece a corrente majoritária da intepretação literal, pois se o PCO quisesse, teria elencado no artigo 60, CF.
A tramitação prevista no §2º do Art. 60 é de dois turnos, em cada casa, com 3/5 dos votos necessários. 
Aprovada, segundo §3º, haverá a promulgação pela Mesa da Câmara e Mesa do Senado.
Não se pode confundir com as emendas de revisão, que foi como a Mesa do Congresso Nacional.
O Presidente da República não participa do processo, através de sanção ou veto.
O §5º prevê a forma que a PEC rejeitada ou promulgada poderá ser reapreciada. Segundo o dispositivo, apenas no próximo ano legislativo (próxima sessão).
 Limites Circunstanciais 
Não pode haver mudança constitucional na vigência de Estado de Sítio, Defesa ou Intervenção Federal, na forma do §1º do art. 60.
 Limites Materiais
O art. 60, §4º, CF, traz os limites materiais, ou seja, os assuntos que não podem ou tendenciem abolir: forma federativa, voto universal, direto, secreto e periódico.
A doutrina se divide e limites materiais superiores e inferiores. 
Os superiores são limites que determinam que matérias não podem ser abolidas ou suprimidas do texto constitucional.
Já o limite material inferior refere-se a limites que impedem a inserção de determinadas matérias na CF.
O Brasil adota a técnica do limite material superior. Ressalta-se que as matérias da constituição podem ser alteradas, desde que para melhorar, sofisticar, etc.
Observações
Voto direto, secreto, periódico e universal. Voto obrigatório não é clausula pétrea.
Existem polêmicas acerca do Art. 60, §4º, IV, CF (não podem ser abolidos os direitos e garantias individuais), havendo 4 correntes:
Interpretação literal: defendem que cláusulas pétreas seriam as normas do art. 5º.
Interpretação Literal restrita: defendeu que a cláusula pétrea seriam algumas normas do art. 5º que dizem respeito aos direitos individuais propriamente dito. Ou seja, apenas os direitos de liberdade.
Interpretação extensiva: cláusulas pétreas seriam todos os direitos fundamentais.
Interpretação Extensiva-sistemática: entende que cláusulas pétreas de direito de 1ª, 2ª e 3ª geração que dizem respeito ao mínimo existencial, tendo por base a dignidade da Pessoa Humana. Logo, os direitos são dinâmicos. A análise é feita em situações de aplicação. Há que se trabalhar com a vedação ao retrocesso.
O STF não tem posição definida de forma expressa sobre qual corrente adotar. No entanto, vem adotando a linha seguida pela 4ª corrente, pois vem entendendo que as cláusulas pétreas vão além do art. 5º, embora não sejam os todos os direitos fundamentais.
Portanto, o Supremo vem entendendo que existem outros direitos fundamentais no decorrer da CF que são Cláusulas Pétreas.
Ex: 
ADI 939, princípio da anterioridade tributária – art. 150, III “b”;
ADI 3685, anterioridade eleitoral, art. 16 CF.
Além dos limites materiais explícitos, existem também os limites materiais implícitos. São limites que observamos por interpretação da obra do PCO, ou seja, da Constituição. Ex.: a. a impossibilidade de revogação dos limites materiais explícitos (art. 60, §4º); b. impossibilidade de modificação de mecanismo de reforma da constituição; c. impossibilidade de revogação dos princípios fundamentais da RFB; d. impossibilidade de abolir o MP.
O poder constituinte Derivado, via emendas, é o único modo ou maneira de alterar a constituição?
Não, a CF pode ser alterada através de Tratados Internacionais de Direitos Humanos que passar pelo procedimento de emenda (2 turnos, 3/5, nas duas casas).
Também é possível porvia “mutação constitucional” ou “poder constituinte difuso”. É aquela que ocorrer quando o texto constitucional continua o mesmo, porém é reinterpretado em virtude de novas realidades sociais (novo contexto). Portanto, são processos de mudança informal da CF, nos quais temos uma reinterpretação do texto constitucional.
	Poder Constituinte Derivado (EC)
	Poder Constituinte Difuso (Mutação Constitucional)
	Altera formalmente a CF
	Altera informalmente a CF
Mutação inconstitucional: são processos de mudança informal da CF, que deturpam ou deterioram o própria constituição. Ou seja, são restrições em que o texto são interpretado de forma deturpada, ilegítima.
 Poder Constituinte Decorrente
Conceito
É o poder dos estados membros de complementar a constituição com a elaboração das constituições estaduais, na forma prevista do art. 11 ADCT e 25 CF/88.
Hoje em dia, o exercício se traduz através das reformas, vez que á foi editada as Constituições Estaduais. Assim, é chamado de PC Decorrente anômalo.
Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.
 Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Limites
Os limites são princípios da constituição da CRFB. Os princípios podem ser divididos em: sensíveis, extensíveis e estabelecidos.
Princípios Sensíveis
Se descumprirem as normas do art. 34, VII, enseja 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
(...)
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.  
 Princípios Extensíveis: 
São normas centrais, comuns a todos os entes e que se estendem por toda a Constituição, e os estados membros devem respeitar nas constituições estaduais. São extensíveis porque se estendem por todos os entes e por toda a constituição (várias partes da CF). Exemplos de normas que são princípios extensíveis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
(...)
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
 Princípios estabelecidos
São normas que dizem respeito ao nosso estado federal. Se dividem em dois tipos: normas de competências e normas de pré-ordenação. 
Normas de competências: são regras de repartição de competências de observância obrigatória pelos estados membros. Exemplos: artigos 21, 22, 23, 24, CF/88.
Normas de pré-ordenação: são normas da Constituição Federal que os estados devem respeitar de forma obrigatória. Também são intituladas de normas de reprodução obrigatória pelos estados membros. Ex.: art. 27. Podemos citar o quantitativo de deputados, as datas de eleição, as regras aplicáveis aos Tribunais de Contas.
As normas de pré-ordenação desenvolvem o princípio da simetria, nesses termos, as normas da CF devem ser reproduzidas tanto quanto possíveis e por simétrica paridade.
O que são as normas de imitação?
Enquanto as normas de pré-ordenação são de reprodução obrigatória, as normas de imitação são aquelas em que os estados membros tem a faculdade de alocar nas administração estaduais. Ex.: art. 5º, LXXI (mandado de injução). Art. 62 (Medidas Provisórias), art. 57, §4º (eleição das mesas da casa).
Considerações finais
Os municípios, para corrente majoritária, não são dotados do Poder Constituinte Decorrente. Portanto, as leis orgânicas não são consideradas constituições propriamente dita. 
O primeiro argumento é a literalidade do art. 29 CF/88:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Num segundo momento, se a lei orgânica deve obediência à CF e as CE, não poderíamos ter um poder constituinte de um poder decorrente.
Contudo, existe uma exceção da corrente majoritária, a lei orgânica do Distrito Federal. Isso porquê:
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos estados. Logo, teria competência de editar sua constituição;
Não há poder decorrente de outro Poder Constituinte Decorrente;
Nos termos da Lei 9868/99, a Lei Organica do DF pode ser usada como parâmetro de controle de constitucionalidade para leis municipais, sendo tal controle exercido pelo TJDF;	
Assim, se uma lei municipal contrariar lei orgânica do DF, será, dependendo da matéria, considerada inconstitucional.
REC 3436, de 01/08/2005: o STF reconheceu a LODF como verdadeiro estatuto constitucional.
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Introdução e conceitos
Cumpre mencionar, inicialmente, as diferenças entre forma de estado, forma de governo, sistema de governo e regime político:
Forma de Estado: refere-se à distribuição geográfica do poder político em um estado nacional. Podemos ter:
Estado Unitário;
Estado Regional;
Estado Autonômico;
Estado Federal;
Confederação.
Forma de Governo: modo que se dá a relação entre governantes e governados. Pode ser:
Monarquia;
República.
Sistema de Governo: modo que se dá a relação entre os poderes, sobretudo entre o executivo e o legislativo. Temos:
Presidencialismo;
Parlamentarismo.
Regime Político: modo que se dá a participação do povo nos processos de poder:
Democracia;
Autocracia.
Dado o conceito, passamos a análise de cada um.
Formas de Estado
Estado Unitário
É aquele em que não há uma distribuição do poder político. Temos apenas um polo emanando poder, de forma centralizada.
Porém, atualmente, temos os estados unitários complexos ou compostos, que existe um tipo de descentralização que permite a reprodução social. É a descentralização administrativa, sendo criado verdadeiros braços da administração com personalidade jurídica própria, para tomada de decisão. Ex.: regiões, departamentos, municípios, etc.
A descentralização desburocratiza e democratiza.
Estado Regional e Estado Autonômico
São formas intermediárias entre estado unitário e estado federal. São aqueles em que temos descentralização, não só administrativa, mas também legislativa. 
	Exemplo de estado regional: Itália;
	Exemplo de estado autonômico: Espanha.
	No Estado Regional, a descentralização vem de cima para baixo, ou seja, governo central distribui as competências para regiões.
	No Estado Autonômico, há a participação das regiões na distribuições de competência. Na Espanha, é feita por um estatuto aprovado no parlamento, que pode ser mudado pelas províncias de 5 em 5 anos.
Estado Federal
Existe a distribuição do poder político, em que um ente é dotado de soberania e os outros de autonomia.
Confederação
Existe uma distribuição do poder político, na qual todos os entes são dotados de soberania.
Estado Federal x Confederação
No Estado Federal, se tem um ente soberano e outros entes autônomos. Já na confederação, todos são soberanos. 
No estado federal, existe umaconstituição. Já na confederação, há um tratado, pois todos já possuem soberania (poder máximo permanente e de igualdade no âmbito externo).
No Estado Federal é proibido o direito de secessão, conforme princípio da indissolubilidade do vínculo federativo. Já na confederação, é permitido o direito de secessão.
No Estado Federal existe órgão de cúpula máximo do Poder Judiciário para dirimir conflitos entre entes. Já na Confederação, não existe órgão de cúpula.
Classificação do federalismo
Quanto a origem 
Federalismo Centrípeto
É aquele que nasce de um movimento da periferia em direção ao centro. Exemplo disso é a constituição dos Estados Unidos da América de 1787.
Também é chamado de federalismo de agregação.
Federalismo centrífugo
Nasce de um movimento do centro para a periferia. Também é chamado de federalismo de federação.
Quanto à concentração de poder
Federalismo centrípeto 
É aquele que estabelece uma maior concentração de poder no polo central em detrimento aos entes periféricos. Há maior concentração de poder. Ex. Brasil. Normalmente, o Estado que era unitário terá uma maior concentração de poder.
Federalismo centrifugo 
É aquele que tem menor concentração de poder no polo central em relação aos entes periféricos. Ex.: EUA.
Federalismo de equilíbrio
É aquele que visa restaurar uma equilibrada e equitaria relação de poderes entre o ente central e os regionais.
Quanto a repartição de competência
Federalismo dual (Clássico)
É aquele do qual temos uma repartição de competência específica e privativa para os entes, que não dividem. Portanto, cada ente terá suas competências próprias não dividindo com os demais. Esse federalismo surge com a constituição EUA 1787.
Federalismo de cooperação
É aquele no qual os dois ou mais entes vão atuar conjunta ou concorrentemente, na mesma matéria. Surgiu com a Constituição de Weimar em 1919.
Quanto ao equacionamento das desigualdades
Federalismo simétrico
É aquele que visa uma divisão de competência e receitas de forma paritária entre os entes que estão na mesma estrutura.
	
Federalismo assimétrico
É aquele que parte do pressuposto clássico de que existe desigualdades regionais e que busca reverter esse quadro, com uma destruição de receitas e competências diferentes para os entes.
A regra do Brasil é um federalismo simétrico, vez que a competência e receita são paritária. Prevalece o Princípio da Homogeneidade Federativa: art. 19, III.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
Porém, no Brasil, temos fragmentos de assimetria (manifestações) de federalismo assimétrico para redução de desigualdades regionais, nos termos do art. 3º III, CF 88.
Nesse sentido, temos uma série de programas para reduzir as desigualdades regionais.
Análise da estrutura do federalismo brasileiro
O ente soberano é a República Federativa do Brasil. E os entes autônomos são a União, Estados, Municípios e DF, na forma do art. 18 CF/88.
A União, como PJ de Direito Público interno, representante República Federativa do Brasil nas relações internacionais, na forma do art. 21, I, CF, e também internamente.
Autonomia
É a capacidade para desenvolver atividades dentro de limite previamente definidos pelo soberano. Essa capacidade de dividir em três, chamamos de tríplice capacidade: Auto-organização; Autogoverno e Autoadministração.
Auto-organização: refere-se a normatização própria. Por exemplo:
União: CF / Leis Federais;
Estados: CE / Leis Estaduais – art. 25;
Municípios: Lei Orgânica/ Leis municipais – art. 24;
Distrito Federal: Lei Orgânica / Leis distritais – art. 32.
Autogoverno: refere-se aos poderes de cada ente federativo.
União: Poder Legislativo – é da União, mas também atua como República Federativa do Brasil (quando produz, por exemplo, lei nacional); Poder executivo; Poder judiciário.
Estado: PL/PE/PJ.
Município: PL/PE. Falta aos municípios o Poder Judiciário e representação federativa no Senado. José Afonso da Silva afirma que o município não é ente federativo. Para a corrente majoritária, os municípios são ente federativos, com algumas exceções.
DF:PL/PE/PJ. Existem exceções à autonomia do autogoverno do DF. O poder judiciário do DF é organizado pela União. O MPDF também é organizado pela União (MPU). A Polícia civil e Militar do DF é organizada pela União (Súmula 647/STF). Art. 21, XIII; art. 21, XIV e art. 22 XVII.
A autoadministração refere-se as competências legislativas, administrativas e tributárias. 
Competência
Competência é a faculdade atribuída à um ente para a tomada de decisões. Existem técnicas de repartição:
Repartição Horizontal e Vertical
A repartição horizontal é aquela na qual existe uma distribuição fechada e específica de competência entre os entes (estanques). Cada ente terá competências específicas. Tem origem nos EUA em 1787. A União tem competências enumeradas, e os estados remanescentes (Federalismo Dual).
No Brasil, a Constituição de 1891 enumerou a competência da União e dos Estados. Em 1988, a CF definiu que a União teria competência enumerada; os estados remanescentes e os municípios enumerada.
A repartição vertical é aquela que dois ou mais entes vão atuar conjuntamente ou concomitantemente na mesma matéria. Surgiu na Constituição de Weymar, em 1919: visa desenvolver o Federalismo cooperativo de Integração.
A repartição vertical de competência do Brasil nasce e 1934. Atualmente, a CF estabelece competências comuns e competências concorrentes.
Em nossa atual CF, o sistema de repartição é misto, pois convive com repartição horizontal com vertical.
Análise da Repartição na CF de 1988
	REPARTIÇÃO HORIZONTAL - competências administrativas (materiais) e legislativas[1: Não figura a perspectiva tributária.]
	União
	Art. 21 – enumeradas – administrativas - exclusiva 
	
	Art. 22 – enumeradas – legislativas – privativa 
	Estados
	Art. 25, §1º - remanescentes
	Municípios
	Art. 30, I – enumeradas – legislativa 
	
	Art. 30, III a IX – enumeradas – administrativas 
	Distrito Federal
	Art. 32, §1º Regional + Local
As competências administrativas são competências para execução de políticas públicas (gerenciamento da máquina administrativa). A legislativa é, por óbvio, para legislar.
Para identificar as competências administrativas, deve ser observada o verbo: manter, declarar, permitir, decretar, etc. Já na legislativa, consta quase sempre como “legislar”.
Competência privativa vs. exclusiva
A União tem competências legislativas enumeradas no art. 22. Já o artigo 21 não informa se é legislativa ou administrativa. Contudo, pelos verbos é possível diferenciar se é administrativa ou legislativa.
O art. 21 prevê competência administrativa exclusiva, e o art. 22 é privativa. A diferença entre privativa e exclusiva é discutida pela doutrina. A primeira corrente (José Afonso da Silva) entende que há sim diferença: a exclusiva não admite delegação, sendo o art. 21 e 49. Já a competência privativa seria aquela que admite delegação, como por exemplo, o art. 22 e art. 84.
Uma segunda corrente afirma que não há diferença entre exclusiva e privativa (Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Fernanda Dias, Bernardo Gonçalves). A semântica das palavras são as mesmas. Também reforça que o constituinte não considerou a diferenciação do José Afonso da Silva, por exemplo, os artigos 51 e 52 previram competências privativas, mas não há previsão de delegação.
Interesse local
No que se refere a competência do município legislar sobre o interesse local, será desenvolvida a teoria da predominância dos interesses. Sempre local também será regional e nacional, contudo, haverá casos em que há a predominância do interesse local.
Exemplo disso é a fixação de horário de comércio local (Súmula Vinculante 38 STF – interesse local). Já o horário dos bancos, o interesse é nacional, por envolver o sistema financeiro,na forma da súmula 19 do STJ. No entanto, a comodidade dos clientes dentro dos bancos, segundo Informativo 394, é interesse preponderantemente local, sendo de competência dos municípios. Situação curiosa foi as proibições editadas por alguns municípios em que proibia a instalação de um estabelecimento em determinadas áreas. Através da Súmula Vinculante 49, o STF entendeu que ofende a livre iniciativa.
Competências remanescentes
Os estados, na repartição horizontal, possuem competências remanescentes.
Cita-se que o Distrito Federal possui competências regionais e locais, logo, competência dos estados e município.
Possibilidade de delegação
O parágrafo único do art. 22, informa a possibilidade de delegação de competência da União, devendo ser observado alguns requisitos:
Requisito formal: deve ser delegado por lei complementar.
Requisito material: matéria específica de um dos incisos.
Requisito implícito: o art. 19, III, ou seja, é vedada a discriminação irrazoada entre entes. Estamos diante do princípio da homogeneidade federativa. 
A partir de uma interpretação sistemática do art. 22 § único e art. 32, §1º, o DF também receberá delegação.
	REPARTIÇÃO VERTICAL - competências administrativas (materiais) e legislativas
	União
Estados 
Municípios
Distrito Federal
	Art. 23 – comuns – administrativas 
	União
	Art. 24 – Concorrente – legislativa 
	Estados
	
	Distrito Federal
	
Princípio da Integração-cooperação 
Está previsto no parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal. Será fixado normas, através de leis complementares, da União (interesse geral), de cooperação, entre União, estados, Distrito Federal e municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar. Exemplo disso é a edição da Lei Complementar nº 140/2011.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.     
	No art. 24 estão as competências legislativas. Deve-se ter atenção com o art. 24, I e art. 22, I. Não se pode confundi-los. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
	Na competência concorrente temos a Repartição Vertical concorrente cumulativa, e uma Repartição Vertical concorrente não cumulativa.
	A primeira é aquela que não existe limites previamente definidos para atuação concorrente. O Brasil não adota esse modelo.
	Já na segunda, é aquela que existe limites pré-definidos para atuação concorrente. Assim adotada, cabe a União a edição de normas gerais e aos estados suplementar tais normas, de forma complementar para atender suas peculiaridades. Se a União não legislar sobre normas gerais, os estados irão exercer competência legislativa plena, de forma supletiva.
 Complementar (atender peculiaridades)
Suplementar
	Supletiva (ausência de normas gerais)
	Se posteriormente a União editar norma geral, é suspensa a eficácia das normas estaduais que lhe forem contrárias. 
	OBSERVE que nova norma da União editando normas gerais devolvem o efeito das normas estaduais com efeitos de suspensa, desde que não a contrarie. Não há que se falar em efeito repristinatório.
Os municípios são dotados de competência suplementar complementar? 
Sim, nos termos do art. 30, II da Constituição Federal Suplementar a competência federal e estadual. Não pode complementar o que é privativo da união. 
Compete suplementar no que couber. Cabe a doutrina e a jurisprudência definir o “no que couber”. Deve ter interesse local, as matérias devem estar no art. 23 (competências comuns) e 24 (competência legislativa concorrentes, em regra). Em regra, porque tem matéria do art. 24 em que não há interesse local, como por exemplo, custas e serviços forenses, procedimento de matéria processual, etc.
Os municípios são dotados de competência suplementar supletiva?
Nesse tocante, duas correntes disputam o tema:
- uma primeira corrente entende que sim, os municípios são dotados de competência suplementar supletiva. Tal posição é fundamentada a partir de uma interpretação sistemática do art. 30, II, c/c 24§3º. Ou seja, o que é usado pelos Estados também utilizados para os municípios.
- A segunda corrente entende que os municípios não tem legitimidade para o exercício da competência legislativa plena, a partir de uma intepretação literal do art. 30, II, CF. Também existe um fundamento hermenêutico, intitulada de fundamento consequencialistas. Para este fundamento, não interessa só o aspecto dogmático e jurídico, mas também é importante os efeitos sistêmicos de uma prática ou de uma decisão. As consequências de uma decisão são tão importantes quanto uma normatividade. Os consequencialistas analisam o impacto da decisão naquela sociedade.
No caso, seria inviável analisar, após legislação federal e estadual a suspensão ou não de leis municipais de mais de 5500 municípios. A concorrente majoritária que prevalece é a segunda.
Considerações Finais
Na Repartição Horizontal, as competências enumeradas da União não são apenas as do art. 21 e 22, uma vez que existem outras. Ex.: 48, 49, 149, 164, 184.
Na Repartição Horizontal de competências, as competências do município enumeradas não estão apenas no art. 30. Ex.: art. 144, §8º, art. 182, §2º.
Na Repartição Horizontal, a competência dos estados é remanescentes, contudo, existem exceções. Portanto, excepcionalmente temos competências enumeradas para os estados: art. 25, §2º, 25, §3º e 28, §4º.
Art. 22, XXVI prevê normas gerais de licitação como competência da União. Portanto, estados e municípios podem complementar as normas gerais de licitação. O mesmo podemos observar no inciso XXI. Isso se deve para evitar que os estados exerça a competência plena.
Territórios federais, o que são?
São descentralizações administrativas da União. São datados de personalidade jurídica própria, funcionando nos moldes da autarquia. Porém, eles não são considerados entes federativos dotados de autonomia política.
Os últimos territórios foram Amapá, Roraima e Fernando de Noronha.
O território federal será criado por Lei Complementar , após plebiscito. Após sua criação, a organização administrativa e judiciária far-se-á por lei federal.
O território é comandado por um governador, nomeado pelo Presidente da República, aprovado pelo Senado, na forma do Art. 84, XVI. O cargo não será de mandato, mas de investidura. 
O território tem direito a 4 deputados federais. Poderá ter uma Câmara Legislativa, com competências deliberativas. 
Os territórios poderão ser divididos em municípios, nos quais se aplicar, no que couber, as normas do título III, Capítulo IV da Constituição Federal (art. 29 a 31). Contudo, não gozarão de autonomia política.
Territórios com mais de 100 mil habitantes terão órgãos do Poder Judiciário, além de Ministério Público e Defensoria Pública Federal.
O sistema de ensino será da União. As contas serão apreciadas pelo Congresso Nacional, com parecer do TCU.
Distrito Federal
Previsto no ar.t 18, §1º, o Distrito Federal não é dividido em municípios. Existem cidades satélites. O DF possui 3 Senadores, 8 Deputados Federais e 24 Deputados Distritais.
Criação de novos estados
Existem requisitos e fases para criação de novos estados, prevista no art. 18,§3º :
Plebiscito;
Oitiva da Assembleias Legislativas, que apresentarão um parecer não vinculante;
Aprovação de Lei Complementar da União pelo Congresso nacional analisa o interesse geral (nacional).
Quanto as hipóteses de criação, existem 3, conforme dividido pela corrente majoritária: 
Incorporação: ocorre quando dois ou mais estados vão se incorporar, havendo perda da personalidade jurídica do enteprimitivo;
Subdivisão: ocorre quando o estado se divide em 2 ou mais estados, havendo perda da personalidade jurídica;
Desmembramento: ocorre quando o estado perde população e território, não havendo perda da personalidade jurídica primitiva. Se dividem em anexação e formação. Na anexação, o estado perde população e território que anexado a outro. Não há perda da personalidade jurídica. Já no desmembramento formação, o estado perde população e território para a formação de um novo estado (art. 10 ADCT).
Criação de novos municípios
Previsto no art. 18, §4º CF. Incialmente, havia na CF apenas 3 requisitos. Com a EC 15, passou-se a ter 4 requisitos:
Período possível através de Lei Complementar;
Análise de viabilidade;
Plebiscito com população interessada (é a população de todo o município);
Lei estadual.
Emenda Constitucional 57/2008 e art. 96 ADCT
 Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.                           (Incluído pela Emenda Constitucional nº 57, de 2008).
	
Intervenção federal
Princípios
Excepcionalidade: no estado federal, a regra é autonomia, sendo excepcional a intervenção. Consubstancia tal afirmativa pela regra do art. 34, CF.
 
Necessidade: só cabe a intervenção se ela for realmente necessária, se inexistir outro meio menos gravoso para restabelecer o reequilíbrio. 
Taxatividade: as hipóteses de intervenção são taxativamente previstas na constituição. Rol numerus clausus.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
temporalidade: o prazo da intervenção deve ser determinado
Conceito
Ato de natureza política excepcional, dotado de necessidade e que consiste na supressão temporária da autonomia de um ente em virtude de hipóteses taxativamente previstas na Constituição.
OBSERVE que a constituição é sempre do ente mais amplo para o menos amplo. Logo, é da União para os estados e DF, e dos estados para os municípios. A União não intervém em municípios, com exceção dos municípios dos territórios federais.
Procedimento
Será de acordo com as hipóteses:
Art. 34, I, II, III e V: 
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
Nessas hipóteses, a intervenção é decretada de ofício pelo Presidente da República, sendo ato voluntário pela simples verificação de motivos. Deve ser ouvido o Conselho da República e o Conselho de Defesa.
Art. 34, IV
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
Deverá ser por solicitação do Poder Legislativo ou Poder Executivo, ou por requisição do Poder Judiciário via STF, ao Presidente da República. Quando a solicitação for do Poder Legislativo e Executivo, não será obrigado a decretar a intervenção. Contudo, quando for requisição do STF, o Presidente da República será obrigado (vinculado) a decretar intervenção.
Art. 34, VI
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
Se descumprimento do ordem judicial, dependerá de requisição do STF, STJ ou TSE para o Presidente da República, sendo este obrigado a decretar. No que se refere aos outros órgãos, como por exemplo os tribunais de justiças estaduais, que dividem duas correntes: a primeira, diz que as solicitações do tribunal deverão ser encaminhadas ao STF para que o mesmo requisite ao PR. Em uma outra corrente, deve ser analisada a matéria que está sendo descumprida, se de cunho infraconstitucional será o STJ a requisitar, se constitucional, será o STF. A segunda corrente vem sendo seguida pelo STJ.
Se há inexecução de lei federal, deverá ter o provimento do STF em representação do P.G.R, e posteriormente será requerido ao Presidente da República para que decrete intervenção. A Lei 12.562/2011 rege tal hipótese.
Art. 34, VII
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Se for descumprimento das alíneas “a”, “b”, “c”, “d” e “e”, haverá necessidade de provimento do STF, por representação do Procurador Geral da República, sendo posteriormente decretado pelo Presidente da República. A ação proposta será um Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva.
Considerações finais
Decreto
O decreto fixará as condições, termos, amplitude e prazo, nomeará um interventor. O art. 36, §1º permite a não nomeação de um interventor.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Haverá um controle político sobre o decreto de intervenção
Tal controle se dá pelo Congresso Nacional, na forma do art. 49, IV e 36, §§1º e 2º. O Presidente da República, caso o Congresso Nacional rejeite, deverá interromper a intervenção, sob pena de cometer crime de responsabilidade.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
Exceções ao controle político
Existe, porém, exceções em que não há controle político pelo Congresso Nacional. Será nas hipóteses dos artigos 34, Vi e 34 VII, na forma do art. 36, §3º:
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
Controle Judicial
Há entendimentos que afirmam que cabe controle judicial na intervenção, desde quehaja descumprimento dos procedimentos previstos na constituição.
Intervenção Federal no Estado do Rio de Janeiro
Fundamentado no art. 34, III, CF, foi realizada pelo Decreto 9.288/2018, devendo ser ressaltado:
Previsão de cargo de interventor de natureza militar: recebe duras críticas, pois o cargo deve ser de natureza civil, vez que é uma intervenção federal, não militar.
Crime militar contra a vida civil: competência da Justiça Militar.
O Presidente da República não ouviu o Conselho da República de forma prévia.
O art. 60, §1º da CF impede a Emenda Constitucional.
PODER LEGISLATIVO
Funções
Teremos as funções típicas e funções atípicas. A função típica do Poder Legislativo é legislar e fiscalizar (este último, conforme enunciado no art. 58, §3º, 49, IX e X).
Em suas funções atípicas, o Poder Legislativo exerce atividades administrativas (art. 51, IV e art. 52, XIII).
Composição
É composto por duas casas (bicameral), que formam o Congresso Nacional, através da Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Os deputados da CD são representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, com no mínimo 8 e no máximo 70 membros por estado, no total de 523, no mandato de 4 anos.
Por sua vez, os Senadores representam os estados e o Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário, sendo 3 por estado e DF, totalizando 81, tendo mandato de 8 anos. A cada 4 anos é eleito 1/3 ou 2/3 dos senadores. Existe a escolha de 2 suplentes.
OBSERVE que o TSE e STF decidiram o mandato é dos partidos. Portanto, a mudança de partido, sem justa causa, pode levar a perda do mandato.
Porém, em 2015, o STF especificou que existe uma diferença entre o sistema proporcional e o sistema majoritário.
Para o Supremo, no sistema proporcional o mandato é dos partidos, mas, no sistema majoritário o mandato é individual (Presidente, Governador, Prefeito e Senador).
Funcionamento
	- Legislatura: é o lapso temporal de 4 anos que indica o exercício das atividades parlamentares. Equivale ao mandato do Deputado Federal. O Senadores exercem 2 legislaturas.
	- Sessão legislativa (sessão legislativa ordinária): é o ano legislativo. O ano legislativo, desde a EC 50/06, inicia-se em 2/02-17/07 e 01/08-22/12. Logo, possuem 55 dias de recesso. Existem exceções: no primeiro ano, a sessão começa em 01/02, para a posse dos novos membros e escolha das mesas; b) nos termos do art. 57, §2º, a sessão legislativa não se encerra sem a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentário.
	- Período legislativo: é o lapso temporal semestral. Teremos 8 períodos em um mandato de 4 anos.
	- Sessão ordinária: é o dia legislativo onde ocorre as sessões. Na Câmara dos Deputados, ocorrem de 3ª a 5ª. Existem o pequeno expediente de 60 minutos e o grande expediente de 50 min. A Ordem do Dia são de 3 horas, e devem ter, pelo menos, 257 presentes para sua instauração.
	Já no Senado, as sessões ocorrem de 2ª a 6ª feira, tendo como período de expediente 120 minutos e ordem do dia de 150 min. Devem estar presentes 41 Senadores.
	- Sessão extraordinária: é aquela que ocorre em dia ou hora diferente das sessões ordinárias. Devem ocorrer dentro dos períodos legislativos.
	- Sessão legislativa extraordinária: são aquelas que ocorrem no recesso, fruto de convocação, nos termos do art. 57, §§6º, 7º e 8º. Só pode haver deliberações das matérias constantes na pauta de convocação. No entanto, tal regra é excepcionada pelo §8º, que informa que as Medidas Provisórias em vigor serão automaticamente incluídas na pauta. 
	Não há mais parcela indenizatória por convocação legislativa extraordinária.
Estrutura das Casas
 Mesas
Existem as mesas como órgãos máximos das casas, tanto administrativamente quanto legislativamente. 
Existe 3 mesas:
	Mesa
	Presidente
	Vice-Presidente
	Secretários
	Câmara
	1
	2
	4
	Senado
	1
	2
	4
	Congresso Nacional
	Pres. Senado
	1 VC Câmara
1 VC Senado
	2 Câmara
2 Senado
O mandato da mesa é de 2 anos, nos termos do art. 57, §4º, vedada a recondução para o mesmo cargo nos anos subsequentes.
Exceções
Só alcança a mesma legislatura;
Observar o entendimento aplicado no caso do Rodrigo Maia, que ficou 4 meses no primeiro biênio e continuou no segundo, pois houve o entendimento de que ele não estaria impedido por não ter ficado o primeiro biênio inteiro.
 Comissões
Comissão Permanente
São aquelas, em regra, temáticas, que subsistem as legislaturas. Ex.: CCJ.
Comissão temporária
São aquelas que são criadas com objetivo definido que, quando alcançado, encerra seus trabalhos. Ex.: CPIs.
Mista
Composta por Deputados e Senadores. Podem ser:
Permanente: exemplo do art. 166, §1º;
Temporária: exemplo são as CPMIs.
Representativa
É aquela que representa o Congresso Nacional nos períodos de recesso (art. 58, §4º), composta por deputados e senadores.
CPIs
 Conceito
São comissões parlamentares que exercem função típica de legislativo, de cunho fiscalizatório, para apuração de fato determinado, mediante a prazo certo.
 Requisitos
Previsto no art. 58, §3º da CF:
Quórum de: 1/3 dos deputados (171); 1/3 dos senadores (27)/ 1/3 do Congresso Nacional (198);
Fato determinado;
Prazo certo.
Segundo o STF, as CPIs são direito público subjetivo das minorias, portanto, a maioria não pode impedir a instauração ou prejudicar a tramitação. O Remédio é o Mandado de Segurança.
	A CPI sempre investiga um fato determinado. Segundo o STF, outros temas conexos com o principal podem ser investigados desde que haja aditamento.
	A CPI tem prazo determinado, contudo, pode ser prorrogada, não podendo ultrapassar a legislatura.
 Poderes, amplitude e impedimentos
As CIPs possuem poderes próprios de autoridade judicial. Segundo o STF, terão os poderes que o juiz é dotado na fase de instrução judicial.
A CPI, portanto, possui a seguinte amplitude:
- quebrar sigilo bancário (fiscal/dados/telefônicos);
- pode determinar perícias;
- ouvir testemunhas e investigados: respeitando direito constitucional ao silêncio;
- pode determinar busca e apreensão genéricas.
No entanto, a CPI possui os seguintes impedimentos:
- Não podem determinar prisões cautelares, exceto prisões em flagrante;
- não podem impedir alienação de bens;
- não podem impedir saída de cidade ou país;
- não podem realizar atividades de clausulas de reserva jurisdicional. São normas previstas na constituição reservadas apenas ao Poder Judiciário, não podendo as CPIs solicitar: busca e apreensão domiciliares (art. 5ª, XI); interceptações telefônicas (art. 5º, XII) – dado telefônico pode, o que não pode é interceptar (gravação), conforme Lei 9.296/96.
Considerações finais
- Princípio da fundamentalidade: as decisões da CPI devem ser fundamentadas, podendo ser alvo de Mandado de Segurança e HC.
	- Respeito ao princípio da colegialidade das decisões da CPI devem ser tomadas por órgão colegiado e maioria de votos.
	- Devem respeitar o nexo causal com a gestão da coisa pública.
	- Respeito ao princípio federativo: devem investigar questões nacionais se for o Congresso nacional, estatuais (Assembleia Legislativa) e municípios (vereadores).
Ler leis 10.001/00 e Lei 13.367/2016. 
Imunidades Parlamentares e o Estatuto dos congressistas 
O estatuto dos congressistas é um conjunto de normas que dizem respeito ao regime jurídico dos parlamentares. Sobretudo no que tange às imunidades e vedações.
A finalidade das imunidades parlamentares é garantir a independência do poder legislativo, frente aos outros poderes e frente à sociedade. 
 Imunidade Material
Inserida no caput do art. 53, determina que os deputados e senadores são invioláveis civil e penalmente por opiniões, palavras e votos. Possuem com principais características:
Opiniões e Palavras devem ter relação com o mandato. Logo, deve haver nexo de causalidade entre o pronunciamento e o mandato. Observe que o STF, em decisões esparsas, em 2007, já entendeu que se a ofensa for irrogada (prolatada) em plenário (presunção absoluta), não

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