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AULA 5 AUXILIAR DE LABORATÓRIO 2018

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AUXILIAR DE 
LABORATÓRIO
Profª
Mariana Martins Paraizo
PREPARO DE SOLUÇÕES
• É de fundamental importância a utilização de reagentes 
com formulação e concentração correta em qualquer 
prática biológica; 
• Para isso, é necessário saber princípios teóricos 
importantes;
• Para que o laboratorista mais do que tenha uma 
‘RECEITA’ para o preparo de uma solução saiba COMO 
fazer uma solução de acordo com sua necessidade. 
SOLUÇÃO
• Solução é uma mistura homogênea composta por: 
• Soluto e Solvente
• Soluto é o componente presente em menos quantidade 
• Solvente está presente em maior quantidade. 
• Quando dizemos que uma:
• Solução é aquosa é porque seu solvente é a água, 
• Solução oleosa o solvente é um óleo. 
Saturação das soluções
• Insaturada: proporção de soluto e solvente ainda é 
suficiente para que a solução mantenha-se homogênea, 
ou seja, o soluto diluído no solvente
• Saturada: Se continuarmos a acrescentar soluto em uma 
solução em algum momento ela começará a ter soluto em 
excesso sobrando no fundo do recipiente. 
• Supersaturada: Se continuar acrescentando ainda mais.
• Solução padrão ou standard é aquela que possui 
concentração perfeitamente definida, isto é, com o grau 
de exatidão requerido para uma análise volumétrica. 
Concentração
• Concentração é a quantidade de soluto, em relação ao 
solvente, presente em uma solução. 
• Existem vários modos de expressar a concentração, 
• Unidades físicas como porcentagem 
• Álcool 70% 
• Peso do soluto por volume de solução 
• Solução KCl 15g/litro 
• Unidades químicas, 
• Como Molaridade (M), Molalidade (m) ou Normalidade (N). 
CÁLCULOS DA CONCENTRAÇÃO
• A primeira coisa a ser feita antes de preparar uma 
solução é fazer os cálculos, 
• Para saber quanto de cada reagente será necessário, 
quais vidrarias usar e assim por diante. 
Percentual (%) 
• Vejamos um cálculo ilustrativo de 1 litro de solução de 
etanol 70%: 
Concentração (g/l) 
• É a concentração comum e seu resultado é expresso 
pela relação massa/volume. 
Molaridade (M) 
• Molaridade (M) é o número de mols presentes por litro de 
solução. Seu cálculo ocorre da seguinte forma: onde: 
Diluição
• Quando há necessidade de preparar uma solução a 
partir de outra, com concentração menor do que uma 
solução já pronta (solução estoque) pode ser feita uma 
diluição, que nada mais é do que a adição de solvente. 
O cálculo pode ser feito do seguinte modo: 
CUIDADOS NA PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES 
• Primeiro medir o soluto → pesando ou medindo em 
proveta ou com pipeta. 
• Nesta primeira etapa é preciso tomar as precauções necessárias, 
se for um reagente tóxico utilizar os EPIs correspondentes aos 
riscos possíveis (luvas, máscara) e se for o caso até proceder em 
capela. 
• Se for o caso do soluto for um sólido a pesagem deverá 
ser feita em uma balança analítica ou semianalítica,
• tomando cuidado para não sobrecarregar a balança, limpar o prato 
de pesagem entre uma medição e outra e certificar-se que a 
balança está nivelada e previamente calibrada. 
• Depois de pesado, o soluto deve ser colocado, com muito cuidado 
para não haver perda de massa.
• Vamos tomar como exemplo ilustrativo a preparação de 
uma solução de 50g de um determinado soluto em 100 
ml de solução total: 
Passo 1: Colocar sobre o prato da balança (analítica ou 
semianalítica) um vidro de relógio ou um pedaço de papel 
alumínio e zerar a balança 
Passo 2: Medir 50 g do soluto 
Fonte: www.profpc.c om.br
• Passo 3: Transferir o soluto para um béquer. Adicionar 
uma pequena quantidade de água, suficiente para 
dissolução do soluto. 
• Usar uma pisseta para ir lavando o vidro de relógio, para 
aproveitamento total do soluto. 
•
•
•
• Passo 4: Transferir essa dissolução para um balão 
volumétrico de 100 ml, adicionar mais um pouco de água 
destilada e homogeneizar a solução invertendo o balão 
com a tampa fechada. 
• Passo 5: Completar o volume com água destilada até a 
marca do balão volumétrico. 
• Medir o volume completo pelo menisco. Homogeneizar 
novamente invertendo o balão. 
PREPARO DE MEIOS DE CULTURA
• Os meios de cultura fornecem o conjunto de nutrientes na 
quantidade adequada para a manutenção dos micro-
organismos simulando o ambiente original. 
• Os micro-organismos são capazes de se desenvolverem em 
muitos lugares diferentes;
• Porém cada um deles têm algumas particularidades quanto às 
necessidades nutricionais e condições físicas para seu melhor 
desempenho, 
• Existem diferentes tipos de meios de cultura, que são 
produzidos de acordo com a necessidade dos micro-
organismos que se quer cultivar. 
• Podemos classificar os meios de cultura de acordo com vários 
aspectos, veremos a seguir suas classificações recorrentes. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ESTADO FÍSICO 
• Os meios de cultura podem ser classificados de acordo 
com seu estado físico em: sólidos, líquidos ou 
semissólidos. 
• Os meios sólidos possuem um agente solidificante, em 
geral ágar, em uma concentração de 1 a 2 %. 
• Os meios semissólidos são mais gelatinosos, em uma 
consistência intermediária com a presença de menos de 
1% de agente solidificante. 
• Essa menor consistência permite uma maior motilidade 
do micro-organismo em cultivo. 
• Os meios líquidos não possuem agentes solidificantes e 
são frequentemente usados em culturas iniciais, para 
transferência para outros meios (repiques) e em provas 
bioquímicas. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FINALIDADE
• Meios de Transporte e Conservação: são usadas no 
início de um cultivo. 
• Por exemplo, se queremos cultivar uma bactéria que está 
em um alimento ou superfície é o primeiro meio que 
usamos para dar condições da bactéria tornar-se viável 
caso o ambiente que ela se encontrava originalmente 
fosse desfavorável.
Meio Cary Blair, é um meio 
formulado com pouco 
nitrogênio para impedir a 
multiplicação de micro-
organismo sendo suficiente 
apenas para a manutenção 
dos já presentes. 
Muito usado para o 
transporte de material fecal 
para análise microbiológica. 
• Meios de Enriquecimento: são meios com nutrientes 
para os micro-organismos mais 
• difíceis de cultivar. São em geral específicos para o 
organismo alvo e alguns possuem agentes inibidores de 
outros micro-organismos que poderiam atrapalhar o 
cultivo. 
• O Caldo Tetrationato, possui sais de bile que atuam como 
inibidores de micro-organismos Gram-positivos e solução 
de iodo, que inibe micro-organismos da flora intestinal 
normal. 
• O tetrationato é usado para cultivo de Salmonella sp.
• Meios Diferenciais e Seletivos: esses meios são 
usados para cultivo diferencial entre micro-
organismos com características similares, 
favorecendo o crescimento de apenas um deles, em 
geral com agentes inibidores de um dos grupos. 
• Exemplo: Ágar Citrato Simmons, que verifica a 
capacidade de utilização do citrato de sódio como 
única fonte de carbono em um meio alcalino, usado 
para diferenciação de gêneros e espécies de 
enterobactérias e não fermentadores. 
•
• Meios de Triagem: são usados para análise de atividade 
metabólica, estratégia que permite a identificação de 
alguns grupos de micro-organismos. 
• Exemplo: Meio enterococo, usado para a triagem de 
micro-organismos resistentes a determinados 
antibióticos. 
• Meio de Identificação: parecidos com o de triagem, 
porém usados em provas bioquímicas e usados para uma 
identificação de um grupo mais restrito de micro-
organismos.
• Exemplo: Caldo Sim apresenta em sua 
formulaçãoo triptofano que é um aminoácido 
Preparação e Distribuição 
•
LAVAGEM
• Antes de colocar qualquer vidraria ou material novo em 
uso é preciso uma lavagem prévia. 
• Os materiais devem ser lavados imediatamente após seu 
uso, mas se não for possível, deve-se colocar de molho 
em água, detergente neutro e no caso de materiais 
contaminados, solução de hipoclorito de sódio 5%. 
• Os materiais contaminados ou potencialmente 
contaminados, como sangue e fluídos corporais, devem 
ser esterilizados antes da lavagem. Esta esterilização 
pode ser por fervura ou em autoclave. 
LAVAGEM
• Se os materiais estiverem com resíduos impregnados 
pode-se deixar de molho com uma solução 1 a 2% de 
detergente neutro ou enzimático, quando forem resíduos 
de sangue ou material biológico
• Depois do molho, ensaboar e esfregar, cada vidraria e 
instrumento com cuidado para não riscar e enxaguar 
abundantemente. 
• É muito importante que não sobre resíduos sólidos, 
portanto deve ser esfregado até a limpeza completa do 
material, podendo inclusive utilizar água quente para 
facilitar o processo. Para remoção de gordura pode ser 
usado uma solução bem diluída de carbonato de sódio. 
• Deve ser usada uma esponja macia para evitar riscos na 
vidraria, o que dificultaria a leitura das análises. 
• Para frascos de boca estreita como erlenmeyers, 
provetas e tubos em geral são utilizados escovas 
específicas (cepilhos) que possuem cerdas macias e são 
encontradas em diversos tamanhos. 
LAVAGEM
• O enxágue deve ser minucioso já que resíduos de 
detergente podem alterar resultados de testes 
sorológicos e atrapalhar o cultivo microbiológico.
• Todo material deve ser enxaguado em água corrente. Em 
frascos e tubos, deve-se preencher além da metade com 
água corrente e descartar por sete vezes, repetindo o 
procedimento no mínimo três vezes com água destilada.
• No caso de vidrarias para testes sorológicos, deve-se 
repetir o enxágue com água destilada por sete vezes. 
LAVAGEM
• Os materiais podem ser secos naturalmente, em 
temperatura ambiente ou colocada em estufa de 
secagem usada especificamente para esta finalidade.
• Deixar sempre a boca dos tubos e frascos voltados para 
baixo e deve-se atentar para a compatibilidade do 
material com a temperatura da estufa, por exemplo, uma 
vidraria ou instrumento de metal suporta mais calor do 
que um recipiente plástico, que pode inclusive derreter 
com altas temperaturas. 
EMBALAGEM 
• Depois de lavados o ideal é embalar os materiais para
proteção durante o período em que ficarem armazenados
antes do uso.
• Os materiais que não precisarem de esterilização prévia
podem ser embalados apenas em papel alumínio ou em
papel kraft, sendo que no caso de tubos e frascos é
suficiente apenas tampar a boca.
EMBALAGEM 
• Os materiais que precisem ser esterilizados devem ser 
embalados em papel alumínio e depois em papel kraft ou 
em embalagem especial para esterilização. 
• No caso de autoclave, deve-se ainda colocar uma fita 
especial, fita de verificação de autoclavagem, que muda 
de cor ao atingir a temperatura esperada. 
• Em todos os embalados, esterilizados ou não, deve 
conter o nome do material, data de esterilização ou 
embalagem e nome da pessoa responsável por este 
trabalho. 
ESTERILIZAÇÃO 
• Em diagnósticos e estudos microbiológicos é muito importante 
que as vidrarias, instrumentos e até os insumos estejam 
totalmente livres de qualquer outro micro-organismo.
• Por isso é necessário à esterilização de tudo que for entrar em 
contato com a cultura em análise.
• Esterilização é a destruição total de micro-organismos, os 
modos de ação para matar os micróbios podem ser por lesão 
dos ácidos nucleicos, ruptura da membrana, desnaturação de 
proteínas ou mesmo por inibição do metabolismo microbiano. 
• Existem diversos métodos, por agentes físicos ou químicos, 
que podemos escolher de acordo com o tipo de micro-
organismo ou de material que queremos esterilizar. 
Calor Seco
• É realizado pelo simples aquecimento a altas 
temperaturas que promovem a desnaturação proteica ou 
até mesmo a destruição total do micro-organismo. Estão 
incluídos nesta categoria;
• É realizado pelo simples aquecimento a altas 
temperaturas que promovem a desnaturação proteica ou 
até mesmo a destruição total do micro-organismo. Estão 
incluídos nesta categoria;
Flambagem
• Consiste no aquecimento de um material de metal 
diretamente em uma chama até que fique vermelho. Tem 
a vantagem de ser um método muito simples, rápido e 
barato, porém só é possível usar em instrumentos 
metálicos. 
Incineração
• É a queima total de um material. Costuma ser usado em 
grande escala, 
• mas só pode ser usado em material de descarte 
permanente, em lixo hospitalar/contaminado. 
Forno Pasteur
• Usado para esterilização de materiais resistentes ao calor 
como vidros especiais que aguentam altas temperaturas 
e instrumentos metálicos. O procedimento dura cerca de 
1 hora e chega até a 200ºC
Calor Úmido
• O princípio desse método é a quebra das pontes de 
hidrogênio e desnaturação de proteínas dos micróbios.
• Emprega altas temperaturas e só pode ser realizada com 
materiais que possam ser molhados. Os métodos nesta 
categoria são a Fervura e a Autoclavação. 
Fervura
• Consiste em ferver em água a 100ºC por no mínimo 15 
minutos. 
• A desvantagem é que não elimina todos os tipos de 
micro-organismos e nem esporos e nem todos os 
materiais podem ser molhados. 
Autoclavagem
• Usa o mesmo princípio de uma panela de pressão. Com 
alta pressão (1 atm) a 121ºC durante 30 minutos, é capaz 
de eliminar grande parte dos micro-organismos. 
• Pode ser usada para esterilização de vidrarias e de meios 
de cultura. 
Filtração 
• Método mecânico de esterilização onde se utiliza uma 
membrana filtrante que pode ter porosidade de 0,3 a 0,01 
micra. 
• Muito útil para meios de cultura, vacinas, antibióticos e 
produtos com enzimas, que não podem ser aquecidos, 
pois perderiam suas propriedades biológicas. 
• Existem filtros que podem ser acoplados em seringas 
para filtragem de pequenos volumes e opções maiores 
com capacidade para filtrar litros de solução. 
Radiação
• A radiação mata os micro-organismos causando uma 
lesão no DNA. 
• Radiações ionizantes que utilizam os raios gama, x e 
catódico que são muito utilizados em substratos 
biológicos e materiais médicos 
• Radiações não ionizantes: micro-ondas, usado para 
pequenos objetos, e raios ultravioleta, usado para 
ambientes fechados. 
Métodos Químicos
• Em geral estes métodos são utilizados em temperatura 
ambiente o que torna útil para materiais termossensíveis
e também são úteis para materiais que não podem ser 
molhados. 
• Existem inúmeros regentes que podem ser usados para 
essa finalidade, citaremos aqui apenas os mais usuais na 
maioria dos laboratórios. 
Óxido de Etileno 
• É um gás incolor e solúvel em água. Sua ação é lenta, 
demora de 4 a 18 horas, mas é bastante eficaz e por ser 
um gás penetra em todo o material sem danificá-lo.
• Apesar disso possui muitas desvantagens: alto custo, 
manipulação oneroso e tóxico ao meio ambiente e ao 
homem. 
Formaldeído 
• O formol é usado tanto em solução quanto na versão 
gasosa e possui amplo espectro de ação, inclusive em 
vírus e esporos. 
• Pode ser usado para esterilização de materiais e de 
ambientes (versão gasosa), porém é altamente tóxico e 
carginogênico. 
Compostos de amônia 
• Bastante utilizado em laboratórios, principalmente para 
descarte de vidrariascontaminadas e para deixar 
materiais de molho até a esterilização por outro método.
• Em geral utiliza-se o hipoclorito de sódio a uma 
concentração que varia de 2 a 5%. 
Ácido Paracético
• Pode ser usado na forma líquida ou em vapor quando 
combinado com peróxido de hidrogênio ou uma mistura 
de gases (argônio, hidrogênio e oxigênio). 
• Na forma líquida é usado em temperatura ambiente com 
o material imerso durante 20 a 30 minutos e a em forma 
gasosa usada de 4 a 6 horas a 50ºC. 
• A desvantagem é que é altamente tóxico e com custo 
elevado. 
ÁREA DE TRABALHO
• Área Suja – usada para descontaminação e manipulação 
de materiais sujos e contaminados
• Área Limpa – usada para a embalagem e esterilização 
de materiais limpos – inclusive com o uso de pias, 
autoclaves e demais equipamentos de esterilização 
exclusivos para cada uma destas áreas. 
Exercícios
• Pg 119 – 9 e 10
• Pg 120 – 11
• Pg 121 – 2 e3
• Pg 122 – 5, 6 e 8 
• Pg 123 – 9, 10 
• Pg 124 – 12 e 13

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