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ATUALIADES PARA CONCURSO – POLÍCIA MILITAR/2016. PROFª.: Márcia Freitas Câncer: A era das novas drogas e tratamentos inteligentes. O câncer é considerado a doença mais mortal e temida dos nossos tempos. Existem mais de 100 tipos da doença. Os mais comuns são de pele, intestino, bexiga, leucemia, pulmão, próstata, mama, útero e estômago. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que os casos de câncer aumentarão 50% até 2030, ano em que o instituto estima que quase 22 milhões de pessoas no mundo sejam diagnosticadas. Esse cenário se deve ao envelhecimento da população, ao aumento do número de casos em países em desenvolvimento (a mudança brusca de estilo de vida) e a adoção de hábitos de risco, como a falta de exercícios físicos e um maior consumo de álcool, tabaco e alimentos processados. No Brasil, em menos de uma década, 30 milhões de pessoas morreram pela doença no país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só em 2015, serão 500 mil novos casos. O Inca estima ainda que em 2016 e 2017, quase 1,2 milhão de brasileiros receberão o diagnóstico de câncer. Recentemente uma substância criou polêmica no país por ter sido anunciada como uma cura promissora para o câncer. A fosfoetanolamina sintética é uma molécula fosforilada artificialmente, com propriedades anti-inflamatórias e pró- apoptóticas (induz a morte de células) e foi desenvolvida e patenteada por pesquisadores do Instituto de Química da USP em São Carlos (SP). Ao ser ingerida, a fosfoetanolamina é sintetizada naturalmente em algumas células do corpo. Estudos indicam que ela reativa a morte celular programada e estimula o sistema imune a eliminar o tumor maligno. A substância vinha sendo distribuída gratuitamente para pacientes interessados em um tratamento alternativo e ficou conhecida como “pílula do câncer”. No entanto, cientistas ainda não comprovaram sua eficácia, mas existem indícios de que a droga estimule o combate às células malignas pelo sistema de defesa do organismo. Em 2014, a USP assinou uma portaria proibindo a produção de substâncias sem registro pela Anvisa. Centenas de pacientes entraram com ações na Justiça para ter direito ao uso da pílula e forçar a universidade a produzir a substância em larga escala. A universidade contestou, alegando que a substância não é um medicamento e sua eficácia não foi comprovada cientificamente. O Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu o fornecimento da substância porque ela ainda não foi aprovada pela Anvisa e não existem pesquisas que comprovem a segurança ou eficácia da substância para o tratamento do câncer em seres humanos. Dias depois, o Supremo Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu em favor de um pedido feito por pacientes. Finalmente, em novembro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou que vai investir R$ 10 milhões em pesquisas para avaliar se a fosfoetanolamina sintética tem potencial para tratar o câncer. Como o câncer começa O termo “tumor” ou câncer é usado para definir doenças em que células defeituosas do corpo se multiplicam sem controle e invadem outras células, causando tumores malignos e sérios problemas de saúde. A doença nasce a partir da divisão celular (mitose), um mecanismo natural do nosso corpo. As células do corpo humano precisam se dividir para repor células que morreram. A maioria dos tecidos (que constituirão nossos órgãos) sofre um constante processo de renovação celular graças ao equilíbrio entre proliferação e morte das células. Toda célula está programada para se multiplicar e também morrer. O processo de crescimento celular é controlado pelo DNA (moléculas localizadas nos cromossomos da célula e que carregam o código genético). O problema é que o DNA pode sofrer uma “falha” e então a célula passa por um processo de mutação anormal e se multiplica desordenadamente, até formar uma massa de tumor. O crescimento do tumor é motivado pela criação de vasos sanguíneos que o nutrem com oxigênio e nutrientes. Quando não evolui, o tumor é considerado benigno. Ele se torna perigoso quando cresce e as células começam a invadir órgãos vizinhos e a produzir novas células defeituosas. Esse processo de disseminação para outras partes do corpo é chamado de metástase. Estima-se que nove em cada dez mortes por câncer no mundo sejam causadas por tumores que tiveram metástase. O câncer tem o poder de “enganar” o corpo. As células cancerosas, apesar de possuírem alterações, têm semelhanças com as saudáveis, e isso faz com que o sistema imunológico não as veja como ameaça e não induza ao “suicídio” da célula. O que provoca o câncer? Qualquer pessoa pode ter câncer e seu surgimento pode ser simplesmente uma questão de azar. Mas alguns fatores aumentam os ricos de desenvolvimento da doença, como anomalias genéticas hereditárias (doença passa de pai para filho), exposição a alguns vírus, exposição a agentes tóxicos (radiação, sol e agentes químicos) e hábitos não saudáveis como a má alimentação (consumo elevado de sal, alimentos embutidos), o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas. Se não houver tratamento, o câncer leva à morte. Por décadas, a ciência buscou armas para expulsar o tumor e governos de países investiram bilhões de dólares em pesquisas. Por ser uma doença de células que mudam a todo instante, a medicina ainda não encontrou a cura definitiva. Mas hoje é possível vencer o câncer com tratamentos eficazes como a quimioterapia e a radioterapia, que buscam eliminar o tumor ou controlar o seu desenvolvimento em estágios iniciais. Quanto mais cedo um câncer for identificado, maiores as chances de cura. Atualmente, até 70% das pessoas diagnosticadas com câncer conseguem sobreviver à doença. Existem três tipos de tratamento: cirurgia para remover o tumor (em parte ou em sua totalidade), a radioterapia, que expõe o tumor à radiação, que evita que as células se multipliquem, e a quimioterapia, que consiste na administração de substâncias que buscam destruir ou diminuir os tumores. Por agir nas células e ter o risco de atacar células saudáveis, ambas possuem fortes efeitos colaterais e podem prejudicar o sistema de defesa do organismo. A pessoa que teve câncer pode voltar a sofrer com a doença. Mas se após cinco anos sem diagnóstico de tumores, o paciente é considerado curado. As novas drogas inteligentes A ciência tem avançado bastante no tratamento do câncer e nos últimos anos, a tendência é a pesquisas de novas drogas “inteligentes”, que buscam combater os tumores sem destruir células saudáveis. Fruto dos avanços na área de biologia molecular, as novas formas de tratamento conseguem atuar em alvos certeiros e perceber as diferenças dos tumores para bloquear as células malignas. Existe ainda o desenvolvimento de “vacinas” que podem estimular o sistema imunológico a atacar as células do câncer. Existem três possibilidades de novas drogas que podem atuar em momentos críticos da formação de um tumor – na multiplicação celular (entender o fator de crescimento e impedir o fenômeno), na formação de vasos sanguíneos (impedir a criação de vasos sanguíneos em torno das células malignas) e na mutação genética (entender as alterações do DNA). As novas pesquisas atuam a partir dessas abordagens e a promessa é que centenas de novos tratamentos contra o câncer sejam testados nos próximos anos. Em novembro, a FDA, agência americana que regula o setorde alimentos e remédios, aprovou pela primeira vez um tratamento que pode atacar células cancerígenas sem destruir as células saudáveis, ao mesmo tempo em que estimula o sistema imunológico a lutar contra a doença. Batizado comercialmente de Imlygic, o tratamento usa um gene modificado do vírus da herpes para caçar células defeituosas que provocam o câncer de pele. O vírus modificado é injetado diretamente no tumor. O corpo identifica o vírus e o sistema imunológico é acionado, combatendo as células do câncer. Apesar disso, nenhum remédio ou tratamento deve conseguir combater o câncer sozinho, já que o câncer possui uma série de alterações celulares. O caminho é criar coquetéis de drogas, combinações de diversos medicamentos que serão alteradas de forma estratégica de acordo com cada tipo de câncer e com o progresso do tratamento. A boa notícia é que pesquisadores estimam que, nas próximas décadas, o câncer será considerado uma doença crônica e não mortal, ou seja, é possível ser mantida em controle.http://vestibular.uol.com.br/resumo- das-disciplinas/atualidades/cancer-a-era-das-novas-drogas-e- tratamentos-inteligentes.htm BRICS: Mecanismo formado por países chamados “emergentes”, o BRICS possui um grande peso econômico e político e pode desafiar as grandes potências mundiais. O BRICS é um agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Não se trata de um bloco econômico ou uma instituição internacional, mas de um mecanismo internacional na forma de um agrupamento informal, ou seja, não registrado burocraticamente com estatuto e carta de princípios. Em 2001, o economista Jim O´Neil formulou a expressão BRICs (com “s” minúsculo no final para designar o plural de BRIC), utilizando as iniciais dos quatro países considerados emergentes, que possuíam potencial econômico para superar as grandes potências mundiais em um período de, no máximo, cinquenta anos. O que era, no início, apenas uma classificação utilizada por economistas e cientistas políticos para designar um grupo de países com características econômicas em comum, passou, a partir de 2006, a ser um mecanismo internacional. Isso porque Brasil, Rússia, Índia e China decidiram dar um caráter diplomático a essa expressão na 61º Assembleia Geral das Nações Unidas, o que propiciou a realização de ações econômicas coletivas por parte desses países, bem como uma maior comunicação entre eles. A partir do ano de 2011, a África do Sul também foi oficialmente incorporada ao BRIC, que passou então a se chamar BRICS, com o “S” maiúsculo no final para designar o ingresso do novo membro (o “S” vem do nome do país em Inglês: South Africa). Atualmente, os BRICS são detentores de mais de 21% do PIB mundial, formando o grupo de países que mais crescem no planeta. Além disso, representam 42% da população mundial, 45% da força de trabalho e o maior poder de consumo do mundo. Destacam-se também pela abundância de suas riquezas nacionais e as condições favoráveis que atualmente apresentam para explorá-las. BRICS desafiam a ordem econômica internacional Durante a V Cúpula do BRICS, em 27 de Março de 2013, os países do eixo decidiram pela criação de um Banco Internacional do grupo, o que desagradou profundamente os Estados Unidos e a Inglaterra, países responsáveis pelo FMI e Banco Mundial, respectivamente. A decisão sobre o banco do BRICS ainda não foi oficializada, mas deve se concretizar nos próximos anos. A ideia é fomentar e garantir o desenvolvimento da economia dos países-membros do BRICS e de demais nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento. Outra medida que também não agradou aos EUA e Reino Unido foi a criação de um contingente de reserva no valor de 100 bilhões de dólares. Tal medida foi tomada com o objetivo de garantir a estabilidade econômica dos 5 países que fazem parte do grupo. Com essas decisões, é possível perceber a importância econômica e política desse grupo, assim como também é possível vislumbrar a emergência de uma rivalidade entre o BRICS, os EUA e a União Europeia. Brics: Quatro conquistas e um fracasso do grupo dos emergentes O sétimo encontro de líderes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que tem início nesta quarta-feira na cidade russa de Ufá, ocorre em um momento econômico particularmente difícil para parte do clube dos emergentes. Rússia e Brasil devem ter recessão este ano. A China está desaquecendo e a economia sul- africana deve crescer cerca de 2%. Dos cinco Brics, o único que ainda empolga investidores é a Índia, com um crescimento esperado de quase 8% para 2015. Até o criador do termo Bric, o ex-economista-chefe do Goldman Sachs Jim O'Neill, disse recentemente que se sentiria tentado a reduzi-lo para "IC" - iniciais de Índia e China - se os outros países não retomarem sua trajetória de crescimento até o fim da década. Chama atenção, porém, que mesmo nesse cenário econômico desanimador parece haver menos ceticismo sobre a solidez do grupo do que há alguns anos, segundo analistas consultados pela BBC Brasil. "Os Brics parecem ter conseguido, em um espaço curto de tempo, criar uma dinâmica para assegurar sua existência mesmo em um ciclo econômico desfavorável", opina Oliver Stuenkel, especialista em Brics da Fundação Getúlio Vargas. Leia mais: Entre ricos e Brics, Brasil 'teve maior aumento em produtividade agrícola' "De um lado, temos a institucionalização do grupo com a criação do banco dos Brics e de uma reserva emergencial para ajudar países em apuros financeiros. Do outro, há um fortalecimento dos canais de diálogo entre os líderes dessas nações emergentes, além de uma maior cooperação em áreas técnicas, científicas, acadêmicas e até culturais." Marcos Troyjo, diretor do BRICLab da Universidade Columbia, concorda: "Basta comparar os Brics com o G7 (Grupo dos 7 países mais industrializados e desenvolvidos do mundo), por exemplo. O que foi que eles fizeram em termos de construção institucional? Nada. Até hoje se encontram apenas para trocar opiniões". Agenda comum O acrônimo Bric (que em um primeiro momento não incluía o "s", de África do Sul) foi criado por O'Neill como instrumento de análise financeira em 2001. Originalmente, se referia às nações emergentes que, em 2040, teriam o mesmo peso econômico dos países desenvolvidos. Por volta de 2007, autoridades desses países perceberam a possibilidade de explorar politicamente a ideia de que suas nações teriam uma "agenda" comum. Como resultado, a primeira reunião de cúpula dos Brics ocorreu em 2009, na Rússia, tendo como bandeira a luta pela reforma do sistema político e econômico internacional. A África do Sul foi "incorporada" ao grupo em 2010. É verdade que sempre houve questionamentos sobre o potencial de cooperação dos Brics em função de suas diferenças políticas e econômicas, de valores e interesses. Mas apesar dessas diferenças, analistas consultados pela BBC apontam quatro avanços que teriam marcado esses sete primeiros anos dos Brics, juntamente com os problemas econômicos de alguns de seus integrantes - considerados por eles seu grande "fracasso". Confira: Avanços 1) Banco dos Brics Os Brics já assinaram um acordo para a criação de um banco que financiará obras de infraestrutura em países pobres e em desenvolvimento, embora o projeto ainda precise ser ratificado pelo Legislativo de algunspaíses. O chamado Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), uma espécie de Banco Mundial dos emergentes, terá sede em Xangai, na China, e um capital inicial de US$ 50 bilhões, dividido igualmente entre os Brics. Do ponto de vista financeiro, o banco é interessante porque pode receber uma classificação de risco melhor que as economias do grupo, captando recursos no mercado a um custo mais baixo. Mas analistas também veem sua criação como parte de uma ação política que teria como objetivo criar alternativas à hegemonia americana e europeia no sistema financeiro internacional. Espera-se que, em Ufá, sejam anunciados detalhes sobre quem fará parte da cúpula do novo banco e quais suas regras de funcionamento. "Ainda sabemos pouco sobre como esse banco deve atuar. Ele poderá financiar uma empresa brasileira e uma chinesa em uma obra na Namíbia, por exemplo? Quem poderá pegar empréstimos e em que condições? Como ele se relacionará com outros bancos da Ásia, bancos de desenvolvimento nacionais e o Banco Mundial? Tudo isso ainda precisa ser esclarecido", diz Troyjo. Leia mais: OCDE põe Brasil e Rússia na lanterna de ranking de crescimento para 2015 2) Arranjo de Contingente de Reservas (ACR) Além da abertura do banco, os líderes também já acertaram a criação de uma espécie de fundo para socorrer membros dos Brics que tenham graves desequilíbrios em suas balanças de pagamentos ou estejam à beira de um calote. O esquema, batizado de Arranjo de Contingente de Reservas (ACR), contará com um total de US$ 100 bilhões para essas operações de resgate financeiro. A China se comprometeu com US$ 41 bilhões; Brasil, Rússia e Índia, com U$ 18 bilhões cada; e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. "Trata-se de uma espécie de Fundo Monetário Internacional (FMI) dos emergentes, que não impõe tantas condicionalidades para a liberação dos recursos", diz Troyjo. "Pode ser um instrumento importante principalmente para dissipar especulações com relação ao impacto negativo de crises financeiras internacionais nos Brics". 3) Abertura de canais de diálogo Segundo Stuenkel, os líderes do Brics também perceberam ao longo desses sete anos que podem conseguir "benefícios mútuos" com uma maior coordenação e a abertura de mais canais de diálogos. "A Rússia, por exemplo, procurou o apoio do grupo quando tentava evitar o isolamento internacional em meio a crise na Ucrânia", diz ele. "Além disso, é claro que dificilmente alguém do Itamaraty vai admitir isso, mas um presidente brasileiro provavelmente não teria tantas oportunidades para se encontrar e falar com um líder chinês não fossem esses encontros de emergentes." Marcus Vinicius de Freitas professor de Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) concorda: "Esses países perceberam que têm interesses comuns principalmente no que diz respeito às mudanças do sistema financeiro internacional - e que há muito espaço para uma coordenação nessa área." "Independentemente da capacidade financeira e impacto econômico do banco dos Brics, por exemplo, sua simples existência já institucionaliza um canal de diálogo constante entre esses cinco países e suas instituições financeiras, algo que não existiria não fosse esse projeto dos Brics", diz. 4) Cooperação em áreas diversas Além do banco e do ACR, integrantes do bloco também têm feito avanços na cooperação em outras áreas, como educação, políticas de inovação, turismo e desenvolvimento de infraestrutura, como enfatiza Paulo Wrobel, pesquisador do BRICS Policy Center, centro de pesquisas ligado à PUC do Rio de Janeiro. Em março por exemplo, ministros dos cinco países se reuniram em Brasília para assinar um memorando de entendimento para facilitar a cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Em fevereiro, os cinco ministros de educação se encontraram para discutir a criação de uma rede universitária dos Brics, a cooperação na área de educação técnica e profissional e a elaboração de metodologias de avaliação do ensino. Na área de comércio, um dos projetos sobre a mesa é o uso de moedas locais para as operações de exportação e importação entre países dos Brics. Segundo os analistas consultados pela BBC, porém, o avanço dessa proposta dependeria da iniciativa da China, que mantém uma relação comercial expressiva com os demais países do grupo. "Os encontros dos BRICS também criaram oportunidades para a reunião de empresários e acadêmicos, e até ONGs se mobilizaram, de modo que a sociedade civil acabou incluída nessa agenda de cooperação", diz Wrobel. Fracasso: 1. Crescimento econômico Ainda que a falta de crescimento em alguns países não pareça atrapalhar a institucionalização e consolidação dos Brics no curto prazo há certo consenso entre especialistas de que, no longo prazo, poderia ampliar desequilíbrios que ajudam a minar a base de coesão do grupo. Wrobel, do Brics Policy Center, lembra que o PIB da China já é maior que o de todas as outras economias do Brics juntas. E com as economias da Rússia e do Brasil se enfraquecendo, segundo ele, não é difícil imaginar que esse país possa acabar tendo uma presença dominante no grupo, transformando o Brics em um "C+4". "É péssimo para os Brics que o Brasil e a Rússia não cresçam", concorda Troyjo. O especialista do BRICLab opina que, apesar de o avanço da construção institucional do grupo ser uma boa notícia, "se todos estivessem crescendo de maneira vigorosa haveria um benefício também para esse processo". "Também é fácil imaginar que, diante da necessidade de promover um ajuste fiscal o Brasil possa ter dificuldades em financiar os mecanismos que lhe garantiriam uma 'voz ampliada' na agenda global", diz Troyjo. "Ou seja, não adianta o país pleitear um lugar privilegiado nas organizações internacionais com a ajuda dos Brics se não tem condições de arcar com os custos financeiros que essa mudança exige." Retirado de: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150706_avancos_brics_ru Banco dos Brics é inaugurado com capital de US$ 100 bi. Cerimônia aconteceu em Xangai. Segundo o grupo, criação do banco é uma tentativa de romper a hegemonia de instituições financeiras como o FMI e o Banco Mundial. O novo Banco de Desenvolvimento dos Brics foi inaugurado nesta terça-feira, em Xangai, com objetivo de financiar projetos de infraestrutura de seus membros (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O capital inicial autorizado ao banco é de 100 bilhões de dólares, sendo 41 bilhões de dólares garantidos pela China. Os cinco países do grupo representam 40% da população mundial e um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. A criação do banco é uma tentativa de romper a hegemonia de instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, acusados de não levar em conta as nações emergentes. O novo banco será presidido por um ex-banqueiro indiano, K.V Kamath, nomeado em maio para um mandato de cinco anos. Os líderes do Brics, que se reuniram no Brasil em julho de 2014, assinaram um acordo para a criação do banco, que foi formalmente inaugurado no início deste mês. O banco vai iniciar as operações efetivas no final deste ano ou no início do próximo ano, de acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua. O ministro de Finanças da China, Lou Jiwei, o prefeito de Xangai, Yang Xiong, e o presidente do banco KV Kamathda Índia participaram da cerimônia de abertura. A instituição terá sua sede central na China, em Xangai, um diretor brasileiro e a autoridade da entidade na Rússia, enquanto um escritório regional será estabelecido na África do Sul. http://veja.abril.com.br/economia/banco-dos-brics-e-inaugurado-com- capital-de-us-100-bi/ Pena de morte: Em vigor em mais de 50 países, medida não reduziu criminalidade. Em janeiro de 2015, os brasileiros ficaram chocados com a notícia do fuzilamento de Marco Archer, brasileiro que foi preso em 2004 na Indonésia e condenado à morte por tráfico de drogas depois de tentar entrar no país com cocaína dentro dos tubos de uma asa-delta. Logo após a prisão de Archer, outro brasileiro, Rodrigo Gularte, foi condenado à execução em 2005 por ingressar na Indonésia com cocaína escondida em pranchas de surf. Hoje, o país tem 133 prisioneiros que aguardam a execução no corredor da morte. A maioria dos países aboliu a pena de morte, mas de acordo com a Anistia Internacional, hoje 58 países mantêm a punição para crimes comuns. Os motivos mais passíveis dessa condenação incluem homicídios, espionagem, falsa profecia, estupro, adultério, homossexualidade, corrupção, tráfico de drogas, não seguir a religião oficial ou desrespeitar algum padrão de comportamento social ou cultural. Cada país possui métodos de execução do condenado. Na lei islâmica, quem trai o marido ou a mulher deve ser morto por apedrejamento. Em países asiáticos, o fuzilamento é o mais usado, e nos Estados Unidos a cadeira elétrica ou a injeção letal são usadas em caso de homicídios qualificados e atos de terrorismo. A China é campeã nesse ranking. Estima-se que em 2013 o país realizou pelo menos 4.106 execuções de penas capitais para crimes como fraude fiscal, corrupção e tráfico de drogas. Segundo a Anistia Internacional, sem contar os dados da China, 1.925 pessoas foram condenadas à morte no mesmo ano, 788 foram executadas -- um aumento e 15% em relação a 2012 – e 23.392 aguardavam a execução. Os países que mais efetuaram execuções foram Irã, Iraque, Arábia Saudita e Estados Unidos. O Brasil não entra nesta lista. Aqui, a pena de morte foi abolida para crimes comuns em 1988. No entanto, a nossa Constituição ainda prevê a pena para crimes de guerra. O Código Penal Militar poderá condenar um combatente por infrações como traição (pegar em armas contra o Brasil), covardia (fugir na presença do inimigo) ou incitar a desobediência militar. Nesses casos, o Presidente da República deve aprovar a execução, que ocorre por fuzilamento. Para especialistas, para dar início a conversas na tentativa de acabar com a pena de morte em outros países, seria de bom tom se o Brasil eliminasse esse artigo da Constituição. Quem defende que a pena de morte seja aplicada acredita que ela possa dissuadir uma pessoa a cometer o delito. Mas diversas organizações de direitos humanos afirmam que não existem quaisquer provas de que a pena de morte tenha um efeito redutor no que diz respeito à criminalidade, assim como ela não intimida pessoas ligadas ao terrorismo. Outro argumento é que a pena de morte seria antiética e exagerada para crimes considerados banais. Seria ético um Estado que mata? Seria a justiça uma forma de vingança? A pena de morte é a ação do Estado legitimada por uma lei que a autorize. Existe ainda outro aspecto, o mais grave: a irreversibilidade da pena caso a inocência do réu seja comprovada. O governo brasileiro tenta reverter a pena aplicada a Gularte, diagnosticado com esquizofrenia, na Indonésia usando como argumento uma diretriz internacional do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que veta a aplicação da pena de morte em algumas situações, entre elas, quando o réu apresenta um diagnóstico de doença mental ou é menor de 18 anos. No entanto, muitos países desconsideram essa diretriz. Pelo mesmo pacto, a aplicação da pena de morte decorrente de crimes relacionados com drogas viola a lei internacional. O pacto sugere que nos países que não tenham abolido a pena de morte, ela só seja imposta para os crimes mais graves. O problema é que a interpretação do que são crimes graves varia e nem sempre estão listados na Constituição. É o caso da Indonésia, onde a legislação permite a pena de morte para “crimes graves”, mas sem especificar quais seriam esses crimes. Além da Indonésia, China, Irã, Malásia, Arábia Saudita e Singapura são alguns dos países que executam pessoas por praticarem crimes relacionados com drogas. No Egito, por exemplo, a punição com a morte pela violência se mistura com a repressão aos opositores do governo. Em fevereiro deste ano, um juiz condenou 183 pessoas à pena de morte pela morte de 13 policiais durante os protestos, em 2013, depois que forças militares mataram mais de 700 pessoas, todos simpatizantes do presidente deposto Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana. É a segunda condenação de manifestantes pró- Irmandade, o que vem preocupando ONU e outras organizações que defendem julgamentos justos, sem que critérios religiosos, políticos e diferenciados sejam usados para uns casos, e outros não. A expectativa das organizações de direitos humanos é de que a pena não seja cumprida. O país, que hoje voltou a ser governado por militares, é um exemplo de como o aumento da radicalização religiosa e conflitos violentos dificultam o desenvolvimento de um ambiente social que permita o abandono da pena de morte e de sua execução. Pena de morte varia entre culturas Na Idade Média, as execuções eram vistas como espetáculo público e a pena significava a retribuição do mal pelo mal. O objetivo era ferir a moral do indivíduo e de sua família, tanto que as execuções eram feitas em praças públicas. Nesse período, a morte pela fogueira se disseminou com a criação dos tribunais da Inquisição. A sentença valia para crimes religiosos, bruxaria ou por crimes de natureza sexual. No ritual, o fogo tinha caráter de purgação. Uma das personagens mais importantes da história, Joana D´Arc, heroína francesa da Guerra dos Cem Anos, foi condenada à morte por heresia e bruxaria e queimada viva em 1431. No século 20, ela teve a condenação anulada e foi canonizada. Ao longo dos séculos, as formas de execução foram mudando. A decapitação, por exemplo, foi praticada na Europa até o fim do Antigo Regime. Depois, entre os séculos 18 e 19, a guilhotina foi muito usada. Um importante teórico sobre a questão foi o jurista italiano Cesare Beccaria (1738-1794), cujas obras, especialmente o livro "Dos Delitos e Das Penas", são consideradas as bases do direito penal moderno. Ele argumentava que a pena de morte seria insuficiente e desnecessária. Para o jurista, se uma série de crimes de pesos diferentes for punida com a pena de morte, não haverá critério e a população não compreenderia a gravidade de um ou outro delito. Além disso, Beccaria acreditava que "a perspectiva de um castigo moderado, mas inevitável, causará sempre uma impressão mais forte do que o vago temor de um suplício terrível, em relação ao qual se apresenta alguma esperança de impunidade". Ou seja, a severidade da pena não inibiria um indivíduo a cometer um delito, mas a certeza da punição sim. Hoje, alguns países ainda repetem os modos de execução operados antigamente. Enquanto nos Estados Unidos houve uma tentativa de “humanizar” – se o termo é possível -- a execução ao trocaro enforcamento e a cadeira elétrica pela injeção letal, o modo usado na maioria dos Estados norte-americanos que permitem a pena de morte, os países do Oriente utilizam meios mais violentos e antigos, como fuzilamento, enforcamento, apedrejamento e decapitação. Na Arábia Saudita, por exemplo, a decapitação continua sendo uma das formas de execução, feita com o uso de uma espada. O enforcamento ainda é praticado em países como Afeganistão, Bangladesh, Botsuana, Cingapura, Egito, Irã, Iraque, Malásia, Coreia do Norte, Japão, Gaza, Síria, Sudão e Sudão do Sul, assim como o apedrejamento, executado no Afeganistão, Irã, Nigéria e Sudão, principalmente, como condenação para homossexualidade e adultério. As organizações humanitárias, em especial a Anistia Internacional, seguem na campanha para reverter essa pena nos países em que ela é executada. No entanto, a briga é mais difícil quando a sentença é mais aplicada para punir a quebra de valores morais, religiosos e culturais do que por crimes reais. Pois a questão passa a ser transformar toda uma cultura e crença, e não apenas a legislação criminal. Há também governantes que entendem que essa é a melhor política no combate ao crime e não abrem espaço para conversa. A morte de Archer e de outros condenados no início deste ano aconteceu após um hiato de quatro anos nas execuções na Indonésia. O novo presidente do país, Joko Widodo, que tomou posse no final de 2014, afirmou que a guerra às drogas seria sua prioridade. A previsão é de que, em breve, novas execuções aconteçam. Retirado de: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/pena-de-morte- em-vigor-em-mais-de-50-paises-medida-nao-reduziu-criminalidade.htm Entenda a ‘mini guerra mundial’ que ocorre na Síria. Ao menos 250 mil sírios morreram em quatro anos e meio de conflito armado, que começou com protestos antigoverno que cresceram até dar origem a uma guerra civil total. Mais de 11 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas, em meio à batalha entre forças leais ao presidente Bashar al-Assad e oposicionistas - e também sob a ameaça de militantes radicais do Estado Islâmico. Os protestos pró-democracia começaram em março de 2011, na cidade de Daraa, após a prisão e tortura de adolescentes que haviam pintado slogans revolucionários no muro de uma escola. Forças de segurança abriram fogo contra manifestantes, o que provocou mortes e alimentou a insurgência por todo o país - em julho daquele ano, centenas de milhares tomavam as ruas. A violência se intensificou e o país entrou em guerra civil quando brigadas rebeldes foram formadas para enfrentar forças do governo pelo controle de cidades e vilas. A batalha chegou à capital, Damasco, e a Aleppo, segunda cidade do país, em 2012. O conflito hoje é mais do que uma disputa entre grupos pró e anti Assad. Adquiriu contornos sectários, jogando a maioria sunita contra o ramo xiita alauita de Assad. E o avanço do EI deu uma nova dimensão à guerra. O conflito também mudou muito desde o início. Moderados seculares hoje são superados em número por islâmicos e jihadistas, adeptos de táticas brutais que motivam revolta pelo mundo. O EI se aproveitou do caos e tomou controle de grandes áreas na Síria e no Iraque, onde proclamou a criação de um "califado" em junho de 2014. Seus integrantes estão envolvidos numa "guerra dentro da guerra" na Síria, enfrentando rebeldes e rivais jihadistas da Frente al-Nusra, ligada à Al-Qaeda, bem como o governo e forças curdas. Em setembro de 2014, uma coalizão liderada pelos EUA lançou ataques aéreos na Síria em tentativa de enfraquecer o EI. Mas a coalizão evitou ataques que poderiam beneficiar as forças de Assad. Em 2015, a Rússia lançou campanha aérea alvejando terroristas na Síria, mas ativistas da oposição dizem que os ataques têm matado civis e rebeldes apoiados pelo Ocidente. Há evidências de que todas as partes cometeram crimes de guerra - como assassinato, tortura, estupro e desaparecimentos forçados. Também foram acusadas de causar sofrimento civil, em bloqueios que impedem fluxo de alimentos e serviços de saúde, como tática de confronto. Novas definições A definição básica de guerra como "duelo entre inimigos" não se aplica a todo conflito. Pode ser útil, por exemplo, para descrever a Guerra Fria entre Washington e Moscou desde o fim da Segunda Guerra Mundial até a queda da União Soviética, mas é inútil para iluminar a variedade de forças e interesses em jogo na Síria. essa dinâmica particular de aliados e inimigos, os EUA estão em desacordo com a Rússia pelo destino do presidente Assad, aliado de Moscou que Washington deseja fora do poder. Há ainda uma inesperada aproximação entre EUA e Irã, países unidos pela aversão a extremistas sunitas, mas distanciados pelo apoio iraniano a Assad e à guerrilha libanesa Hezbollah, considerada organização terrorista pela Casa Branca. A Turquia, por sua vez, ataca posições de milícias curdas na Síria, as chamadas Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), braço armado do Partido da União Democrática (PYD), aliado tradicional do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), perseguido há 30 anos na Turquia por buscar autonomia curda no país. Ao mesmo tempo, o governo turco mantém boas relações com o Governo Regional do Curdistão no Iraque (KRG), os peshmerga (forças armadas do KRG) e o Partido Curdo no Iraque (KDP). Enquanto isso, no teatro de operações na Síria e no Iraque, curdos turcos, curdos iraquianos e governo turco estão contra o EI. Papel da Turquia Para Kerem Oktem, professor da Universidade de Graz, na Áustria, a estratégia turca é "simular que luta uma guerra o EI e perseguir outra meta, que é destruir o PKK". Cemil Bayik, líder do PKK, disse à BBC que a Turquia ataca forças curdas para evitar que combatam o Estado Islâmico. Ele diz acreditar - e há outras opiniões nesse sentido - que Ancara esteja protegendo o EI em vez de combatê-lo. Em julho de 2015, uma trégua entre o governo turco e o PKK foi interrompida após um atentado suicida em Suruc, povoado curdo em território turco, perto da fronteira com a Síria. Os curdos atribuíram o atentado, que deixou 32 mortos, a uma suposta conspiração entre Ancara e EI, algo que a Turquia nega. O general prussiano Carl von Clausewitz (1780- 1831) uma vez definiu guerra como "mera continuação da política por outros meios". No confuso cenário militar sírio, no entanto, a violência que custou a vida de centenas de milhares de pessoas é a face visível e real do conflito. Políticas e interesses de governos por trás das forças que se enfrentam em terra são, muitas vezes, os pontos mais obscuros. O conflito entre forças locais, regionais e internacionais na Síria se tornou tão complexo que líderes mundiais, militares e jornalistas estão ficando sem termos e comparações históricas para descrevê-lo. O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, mencionou, em fevereiro deste ano, a existência de uma "nova Guerra Fria" e questionou se o mundo estava em 1962 ou 2016. Um dia depois, o jornal The Washington Post voltou no tempo outros 20 anos e descreveu o que ocorre hoje na Síria como uma "mini guerra mundial". "Aviões russos bombardeiam pelo alto. Milícias iraquianas e libanesas com apoio de iranianos avançam em solo. Um grupo variado de rebeldes sírios respaldados por Estados Unidos, Turquia, Arábia Saudita e Catar tenta conter essas milícias",descreveu a publicação. "Forças curdas - aliadas tanto a Washington como a Moscou – aproveitam o caos e expandem território. O (grupo extremista autodenominado) Estado Islâmico (EI) domina pequenos povoados enquanto a atenção se volta a outros grupos", completou. Nem mesmo essa explicação descreve de forma completa todos os conflitos que ocorrem no tabuleiro sírio, como a complexa guerra particular da Turquia contra grupos curdos na Síria. Retirado de: http://www.bbc.com/portuguese/brasil Qualquer usuário das redes sociais pode encontrar a imagem do menino atordoado e ensanguentado, sobrevivente de um ataque aéreo em uma área controlada por rebeldes na quarta-feira. Mas Omran Daqneesh, de 5 anos de idade, não é a única criança sobrevivente em Aleppo e na Síria em ataques. Então por que sua situação tocou a tantas pessoas ao redor do mundo? Talvez as percepções das pessoas sobre a guerra da Síria estejam mudando. À imagem de Daqneesh seguiu-se um tsunami de respostas, choque e tristeza nas redes sociais. Segundo o braço da ONU para a infância, Unicef, cerca de 100 mil crianças vivem em áreas sob controle rebelde em Aleppo. Em um relatório publicado em março, a Unicef estimou que cerca de 3,7 milhões de crianças - uma em cada três no país - não conhecem outra realidade além do conflito que já dura cinco anos. Dividida entre o oeste, controlado pelo governo, e o leste, dominado por rebeldes, a cidade é palco de uma disputa sangrenta que se estende há quatro anos. O enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura, estima que 400 mil pessoas tenham morrido no conflito sírio. Linha de frente A imagem de Omran pode sensibilizar muitos que assistem ao desenrolar dos eventos na Síria. Mas para a correspondente especialista em coberturas internacionais da BBC, Lyse Doucet, que conta com um longo histórico de coberturas na Síria e no Oriente Médio, é no terreno que a situação precisa mudar. "Em Aleppo e outras partes da Síria, crianças estão sendo forçadas a viver em situações que até os adultos, apesar de anos de experiência, consideram desesperadoras", disse Doucet. "Apesar disso, as crianças encontram formas de articular o que veem ao seu redor; sabem o que está acontecendo com elas; veem o sofrimento dos seus pais, ou muitas vezes veem os seus pais morrendo na sua frente; suas casas destruídas na frente deles. Elas próprias são muitas vezes tiradas dos escombros." "Elas não são apenas alvo da violência, são a própria linha de frente da guerra." Muitos sírios já desistiram da ideia de paz no seu país - como se pode ver pelo grande número de migrantes arriscando a vida na tentativa de chegar à Europa. "Eles falam sobre a Síria como um lugar para morrer e não para viver", diz a correspondente. "Mas para os sírios que ficaram, ainda há esperança. Eles se apegam a qualquer fio de esperança na esperança de que algo aconteça." Recentemente, autoridades russas vêm sugerindo a possibilidade de um acordo sobre como gerenciar Aleppo. A cidade está no meio do fogo cruzado entre rebeldes e forças do governo Bashar al-Assad. Primeiro, o lado leste de Aleppo - controlado por rebeldes - foi sitiado pelas forças do governo. Depois, o oeste - controlado pelo governo - foi sitiado pelos rebeldes. Ambos os lados estão adotando essa tática, e são os civis e as crianças que pagam o preço. Até quando? O secretário de Estado americano, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, têm se reunido há meses para discutir a situação na Síria. Nesta quinta-feira, o enviado da ONU indicou que já decorreu tempo suficiente. De Mistura interrompeu uma reunião sobre ajuda humanitária em Genebra pela frustração de nenhum dos lados dar sinais de que os ataques serão interrompidos. Para Doucet, "muitos já se perguntam se Aleppo, como a guerra síria, está se tornando uma guerra sem fim". "No início deste ano, uma suspensão de hostilidades trouxe relativa tranquilidade para a Síria, e as vidas de muitos foram poupadas", ela lembra. Agora, os combates recrudesceram. Não somente as duas superpotências, Rússia e EUA, precisam concordar em parar as hostilidades na Síria. Também o Irã e os países do Golfo. Com apoio da Rússia, o Irã está intensificando seus bombardeios a Aleppo, e os países do Golfo estão armando os rebeldes, que dessa forma avançam sobre as forças do governo. "Todas estas guerras paralelas estão alimentando o conflito, e civis sírios de ambos os lados estão pagando o preço.". http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/08/ha-100-mil-criancas-que-como- omran-estao-na-linha-de-frente-da-guerra-siria-diz-correspondente-da-bbc.html Chefe da ONU alerta para catástrofe humanitária na cidade síria de Aleppo Há risco de 'catástrofe humanitária sem precedentes', diz Ban Ki-moon. Aleppo é dividida entre oeste controlado pelo governo e leste pelos rebeldes. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou nesta terça-feira (16) sobre o que chamou de uma “catástrofe humanitária” sem precedentes em Aleppo, na Síria, e pediu à Rússia e aos Estados Unidos para rapidamente alcançarem um acordo sobre um cessar-fogo na cidade e em outros lugares do país. "Em Aleppo nós corremos o risco de ver uma catástrofe humanitária sem precedentes nos mais de cinco anos de sofrimento e derramamento de sangue no conflito sírio”, disse Ban ao Conselho de Segurança das Nações Unidas no seu último relatório mensal sobre o acesso à ajuda, visto pela Reuters. A luta pelo controle de Aleppo, dividida entre o oeste controlado pelo governo e o leste comandado pelos rebeldes, se intensificou nas últimas semanas provocando centenas de mortes e impedindo o acesso de muitos civis a produtos básicos, luz e água. Aleppo é um dos bastiões da rebelião para derrubar o presidente Bashar al-Assad, cujas forças têm o apoio terrestre de milícias xiitas de países vizinhos e o apoio aéreo da Rússia. "A luta por território e recursos está sendo feita por intermédio de ataques indiscriminados em áreas residenciais, inclusive com o uso de bombas-barril, matando centenas de civis, incluindo dezenas de crianças”, disse Ban no relatório. Ele reiterou o pedido por uma pausa humanitária de pelo menos 48 horas dos combates em Aleppo para a chegada de ajuda e também pressionou Moscou e Washington para alcançarem rapidamente um acordo de cessar-fogo. http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/08/chefe-da-onu-alerta-para- catastrofe-humanitaria-na-cidade-siria-de-aleppo.html 1. (CESPE/2015) Aliado de longa data de Bashar al-Assad, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou seu país em uma inédita intervenção na Síria para apoiar o líder de Damasco. A ação militar russa, na avaliação de analistas, desencadeou uma nova fase do conflito. Alguns apontam o risco de uma ampliação da guerra e do acirramento das disputas entre a Rússia e o Ocidente, o que deve forçar os Estados Unidos da América (EUA) e a Europa a um maior envolvimento nessa contenda. Todavia também há o perigo real de radicalizar os poucos grupos moderados ainda existentes na Síria e piorar a crise de refugiados. O Globo, 8/10/2015, p. 26 (com adaptações). Acerca do fragmento de texto apresentado, julgue o seguinte item considerando os diversos aspectos que envolvem o tema em questão. A guerra civil na Síria produz efeitos humanos dramáticos, dos quais o símbolo mais eloquente é a fuga em massa de milhares de seus habitantes,nas condições mais improváveis, em busca de refúgio longe da terra natal.. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2. A Organização das Nações Unidas (ONU) anuncia que o número de refugiados sírios passa de quatro milhões. Expulsos pela violência, muitos desses refugiados vivem em condições de miséria nas nações vizinhas e sem qualquer perspectiva de retorno. Tragédia humana no Oriente Médio.In:Correio Braziliense, 10/7/2015, p. 12 (com adaptações). Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item a seguir, no que se refere às tensões no Oriente Médio e em outras regiões do planeta na atualidade. No caso citado no texto, a migração de milhões de pessoas resulta do caos instalado por uma guerra civil e pela ação violenta de terroristas religiosos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3. A Organização das Nações Unidas (ONU) fez, no final do ano de 2013, um apelo recorde para operações de ajuda humanitária em dezessete países em 2014. Metade do dinheiro, cerca de 6,5 bilhões de dólares, será destinada a socorrer 16 milhões de sírios afetados pela guerra civil que já dura quase três anos. O Globo, 17/12/2013, p. 27 (com adaptações). Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos que ele suscita, julgue os itens subsequentes. A guerra civil a que o texto se refere faz retornar o clima elevado de tensão no Oriente Médio, região pacificada desde a instalação plena do Estado da Palestina. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4. Pacientes que já utilizam a fosfoetanolamina sintética para o tratamento do câncer devem ter assegurado o direito de continuar esse uso, ainda que os testes clínicos para validar os efeitos da substância não tenham sido realizados, segundo o imunologista Durvanei Augusto Maria, que pesquisa a substância há cerca de dez anos no Instituto Butantã, em São Paulo. Disponível em: http://ciencia.estadao.com.br/blogs/hertonescobar/nunca-falei- em-cura-diz-pesquisador-dafosfoetanolamina-no-instituto-butantan Acesso em 05 abril, 2016. A fosfoetanolamina possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém, seus efeitos colaterais nos pacientes ainda são desconhecidos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5. (SIMULADO PM/2016) Em novembro, a FDA, agência americana que regula o setor de alimentos e remédios, aprovou pela primeira vez um tratamento que pode atacar células cancerígenas sem destruir as células saudáveis, ao mesmo tempo em que estimula o sistema imunológico a lutar contra a doença. Batizado comercialmente de Imlygic, o tratamento usa um gene modificado do vírus da herpes para caçar células defeituosas que provocam o câncer de pele. O vírus modificado é injetado diretamente no tumor. O corpo identifica o vírus e o sistema imunológico é acionado, combatendo as células do câncer. Assim como a fosfoetanolamina, a principal meta dessa droga é melhorar a qualidade de vida dos pacientes com câncer e Aids, buscando assim constatar que, o usos contínuo desses medicamentos, poderão reestruturar as células defeituosas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 6. (SIMULADO PM/2016) Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) surgiram para, entre outras razões, introduzir algumas nuanças no atual modelo de globalização, destacando-se como o fortalecimento do Estado como regulador da economia e promotor de políticas sociais. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7. (VUNESP/2015) Terminou nesta quinta-feira, 09.07, a VII Cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O encontro ocorreu em Ufa, na Rússia, e contou com a presença dos chefes de Estado dos cinco países. É iniciativa dos BRICS a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) que tem um capital inicial US$ 50 bilhões, podendo atingir até US$ 100 bilhões em futuro próximo. Um dos objetivos do Banco dos BRICS é financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em economias emergentes e países em desenvolvimento. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8. (CONSESP/2015) Em janeiro de 2015, os brasileiros ficaram chocados com a notícia de fuzilamento de Marco Archer, brasileiro que foi preso e condenado à morte por tráfico de drogas depois de tentar entrar no país com cocaína dentro dos tubos de uma asa-delta. A maioria dos países aboliu a pena de morte, mas de acordo com a Anistia Internacional, hoje 58 países mantêm a punição para crimes comuns. Entre eles está a Colômbia, país onde Marco Archer foi preso e condenado a morte. ( ) CERTO ( ) ERRADO 9. (SIMULADO PM/2016) A Anistia Internacional enumerou alguns motivos para a condenação à pena de morte em alguns países do mundo: homicídios, espionagem, falsa profecia, estupro, adultério, homossexualidade, corrupção, tráfico de drogas, não seguir a religião oficial ou desrespeitar algum padrão de comportamento social ou cultural. No ranking desse tipo de punição está a China que, em 2013 realizou pelo menos 4.106 execuções de penas capitais para crimes como fraude fiscal, corrupção e tráfico de drogas. ( ) CERTO ( ) ERRADO 10. (QUADRIX/2016) A Organização das Nações Unidas alertou recentemente para o fato de que o fluxo migratório de refugiados do Oriente Médio para a Europa pode dobrar no ano de 2016, em comparação com 2015. Estima-se que apenas no ano passado um milhão de refugiados chegaram à Europa. A ONU alerta ainda para o iminente perigo de uma crise humanitária nos portos gregos, onde desembarcam regularmente milhares de refugiados. ( ) CERTO ( ) ERRADO
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