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Educação como Direito e Transformação Social

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
nome do curso
ANDREI LUCAS ROCHA
PRODUÇÃO TEXTUAL:
IRECÊ - BA
2018
ANDREI LUCAS ROCHA
PRODUÇÃO TEXTUAL
EDUCAÇÃO COMO DIREITO: O PAPEL DA ESCOLA PARA A TRANSORMAÇÃO SOCIAL
Trabalho apresentado ao Curso (nome do curso) da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Educação e Diversidade, Psicologia da Educação e da Aprendizagem, Didatica: Planejamento e Avaliação, Politicas Publicas na Educação Basica, Libras e Praticas Pedagogicas: Identidade Docente.
Orientador: Prof. 
IRECÊ - BA
2018
sumário
21 INTRODUÇÃO	�
22 DESENVOLVIMENTO 	�
23 CONSIDERAÇÕES FINAIS 	�
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INTRODUÇÃO
A educação é um direito social inerente a todo e qualquer cidadão, como prevê a Constituição Federal de 1988 que traz a "Educação" como o primeiro direito social explícito em seu art. 6º, sendo assim é dever do Estado não apenas a prestação como a garantia e efetivação desse direito. É certo que não se pode generalizar tal situação, contudo pode-se dizer que em 90% das escolas públicas no Brasil o programa educacional é precário, onde os estudantes não atingem o nível mínimo de conhecimento para uma boa formação.
Além da violência empregada pelos estudantes nas instituições de ensino, geradas pela falta de educação tanto por parte da família como do Estado, as escolas públicas não têm estruturas físicas e materiais, os alunos sofrem com a qualidade da merenda escolar, a falta de professores para ministrarem as aulas, e principalmente com a deficiência no conteúdo educativo. A maioria das escolas não tem mais a disciplina educação física, a disciplina cidadania está sendo aplicada sem préstimos, sem falar nas disciplinas consideradas fundamentais para a cultura, o conhecimento, a educação e a formação do estudante.
Diante de tantos óbices para a prestação de uma educação digna nas escolas públicas brasileiras, gostaria que enxergassem este artigo como um apelo em favor ao resgate da Educação no Brasil. De forma que o Estado recupere o controle sobre a situação aqui mencionada, tornando a educação um programa governamental de caráter prioritário e urgente. É imprescindível que o Estado assista também as famílias, base fundamental da educação, principalmente as de baixa renda, viabilizando instrumentos para a subsistência e a garantia educacional, onde os jovens possam adquirir conhecimentos básicos que os tornem cidadãos conscientes e justos merecedores de um futuro digno.
2 DESENVOLVIMENTO
 A organização escolar enquanto instituição social foi criada para servir como um dos instrumentos de transmissão da cultura. Nesse sentido, a primeira estrutura escolar no Brasil foi organizada pelos jesuítas, que além de dominar toda e qualquer forma de educação no Brasil, durou muito tempo.
Desde 1530 até metade do século XVIII, as iniciativas de escolarização se construíram sobre a égide jesuítica. A ação educativa tinha como principal conteúdo transmitir aos colonos as formas e modos de vida da grande metrópole.
Com o advento da República e a urbanização do país, a educação escolar começa a se disseminar no Brasil. As poucas escolas públicas eram acessíveis apenas às famílias de classe média, as ricas, enviavam os filhos para os colégios particulares que funcionavam em regime de internato. Nesse sentido, a educação era privilégio dos nobres. Aos filhos de famílias com baixo poder aquisitivo, restava vaga apenas para aqueles que não fossem os mais velhos e nem mulheres, uma vez que, aos filhos mais velhos cabia a obrigação de dirigir os negócios da família e às mulheres, apenas aprender boas maneiras e prendas domésticas.
Somente por volta da segunda metade do século XX, a escola brasileira inicialmente elitista e centralizadora, começa a atender a outros grupos sociais que dela foram excluídos ao longo da sua história, graças às inúmeras reivindicações e pressões anteriores, como afirma Cortella (1988).A escola pública, somente nos últimos 40 anos, tornou-se de fato, pública passando a receber grandes massas populacionais dentro de si que trouxeram as aspirações, os desejos de um ensino em que pudessem reconhecer a sua identidade...
Nesse contexto, mesmo pautado nos ideais de uma escolarização básica, continua promovendo nas escolas um conhecimento sistematizado, privilegiando uma cultura padronizada. Ou seja, a cultura de atores sociais brancos, masculinos, de classe média, considerados “normais” prevalece, muda-se a música, mas a letra continua a mesma.
Diante do exposto, com o aumento da presença de diferentes grupos sociais no interior das escolas, surgiram as discussões acerca de se repensar a instituição escolar no seu fazer e no seu dizer. Com isso, visando suavizar a discriminação, os governos começam a instituir na escola situações em que, acreditavam estar valorizando esses grupos e recuperando suas culturas historicamente negadas. Um exemplo disso é o de dedicar um dia no ano letivo para discutir questões como consciência negra, falando das formas de opressão de mulheres e crianças etc.
Posto isto, percebe-se, que a educação sempre foi imposta: primeiro pela igreja, depois pelo Estado. Nesta perspectiva, surgiram várias tendências pedagógicas com o objetivo de orientar a prática docente dos professores, coordenadores, gestores, cada corrente com a proposta de “resolver” os problemas da educação que a própria história se encarregou de criar.
Assim sendo, a primeira delas é a tendência redentora, segundo a mesma, a sociedade é um todo orgânico e harmonioso. A educação é vista como a salvação para todos os males e tem autonomia para interferir de forma absoluta, mantendo e conservando o todo social. Entre os adeptos dessa concepção está Comênio e os enciclopedistas, que também consideram a sociedade como um todo orgânico e que deve ser mantido e restaurado através da educação das crianças e jovens.
Esta tendência, entretanto, se faz presente ainda hoje, quando ouvimos professor dizer “ eu não estou nem aí com a educação, fico aqui somente até arrumar uma outra coisa” ou “ graças a Deus, já estou quase aposentando”, estando em consonância com a fala de Dermeval Saviani quando ele denomina de teoria não crítica, devido ao fato de não levar em conta as necessidades da sociedade da qual está inserido. Ou seja, a tendência redentora, não propicia reflexão, criticidade, apenas o conformismo.
A segunda tendência é a reprodutivista (reproduz o aparelho do estado). Denominada por Saviani de teoria crítico-reprodutivista, ela pretende apenas demonstrar como atua a educação dentro da sociedade, não propõe um modelo pedagógico, mas analisa o existente. Assim, de acordo com os estudiosos dessa tendência, com o advento do capitalismo na sociedade, a escola se tornou o principal instrumento para a reprodução, de um lado, ensinando os saberes práticos e de outro, reproduzindo a cultura da classe dominante. Ou seja, a escola trabalha com “o saber fazer” e o “saber comportar-se”, a fim de tornar o aluno mais competente para manter uma sociedade determinada.
Ao contrário da primeira tendência, é a sociedade que institui a escola para seu serviço, “dita as regras”, é o que acontece hoje na maioria das escolas: os professores recebem os pacotes prontos para serem executados, tanto das secretarias municipais quanto do próprio MEC (Ministério da Educação e Cultura) através dos currículos ocultos; os alunos, são copistas, memorizam os conteúdos sem nenhuma reflexão professor / aluno com relação as necessidades reais do contexto, e, ainda se propagam um discurso vazio,  de que está formando um sujeito crítico, reflexivo e autônomo se nem mesmo a própria escola tem autonomia de montar a proposta pedagógica e trabalhar projetos voltados para a realidade local.
A terceira tendência coloca a educação como transformaçãosocial, ou ainda, como uma possibilidade de mudança. Nesta perspectiva, os teóricos que discute essa tendência, consideram a possibilidade de agir a partir dos próprios condicionantes históricos. Denominada de crítica, por Saviani ela trabalha para realizar esse projeto na prática. Porém, que concepção de educação a escola adota, vai depender do tipo de projeto que vai ser desenvolvido: ou cria condições para uma educação transformadora, autônoma, libertária ou apenas recebe receitas prontas, mantendo uma educação conservadora e submissa. 
Dessa forma, educação é a ação de educar. Educar é fazer com que o sujeito adquira conhecimentos necessários para viver em sociedade. Transformação, é passar alguma coisa de um modelo para outro.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 No contexto atual, o desafio da educação e transformação social é estimular, nas circunstâncias mais diferentes, a capacidade de intervenção e transformação na perspectiva social de emancipação humana contemplando a diversidade cultural. É necessário, portanto, criar condições estratégicas para tal.
Assim, diante dessas reflexões sobre a educação e transformação na sociedade, observa-se, que os projetos precisam buscar uma saída teórico-prática que responda aos desafios e as possibilidades postas pelas novas configurações humano-sociais assegurando a identidade de cada sujeito envolvido resultante de sua intervenção na natureza. Pois antes de querer mudar alguma coisa é preciso mudar a si mesmo.
Portanto, a educação como transformação social não é tão fácil de ser instituída, pois a educação não é por si só um fator determinante de transformação. No entanto, mesmo diante de todos os limites, ela vem ocorrendo a partir de diferentes formas de luta e manifestações de sujeitos sociais nos diferentes lugares, sentidos, povos, culturas em defesa um mundo mais justo e que em um estado de direito todos possam exercer e gozar de sua cidadania. O que se busca, é tornar o político pedagógico, utilizar práticas que incorporem interesses transformadores, problematizando o conhecimento, utilizando o diálogo crítico e afirmativo, enfim “argumentando em prol de um mundo qualitativamente melhor para todas as pessoas”.

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