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O uso dos blocos lógicos no desenvolvimento da lógica Me. Ozilia Geraldini Burgo • Conceito de lógica • A lógica formaliza os procedimentos e as representações do agente. • É ela quem determina as hipóteses possíveis, face às crenças de um agente que raciocina e face aos métodos que ele usa para chegar a um determinado fim. • No fundo a lógica indica qual a melhor forma de conduzir o raciocínio. • Fontes da lógica • “É muito comum a associação entre o raciocínio lógico e o pensamento matemático. • Os programas de matemática escolar procuram destacar tal relação e, modernamente, a expressão lógica matemática passou a ser utilizada com freqüência e naturalidade crescentes” (MACHADO, 2005, p. 25). Uma criança entenderá melhor os números e as operações matemáticas se puder torná-los palpáveis ou manipuláveis. De fato, materiais concretos como pedrinhas, barras e blocos lógicos, fazem as crianças “arrancar” no raciocínio abstrato. Particularmente, os blocos lógicos não ensinam a fazer contas, mas exercitam a lógica. A importância atribuída aos materiais concretos tem raiz nas pesquisas do psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980). Segundo Piaget, a aprendizagem da Matemática envolve o conhecimento físico e o lógico- matemático. No caso dos blocos lógicos, o conhecimento físico ocorre quando a criança pega, observa e identifica os atributos de cada peça. Conhecendo um pouco mais sobre os blocos lógicos as relações lógicas, para que as crianças aprendam, deverão concretizar-se por relações efetivamente observáveis entre atributos fáceis de distinguir, tais como cor, forma, tamanho, espessura. Segundo Dienes (1976), esta técnica é utilizada para testar o pensamento lógico. Vygotsky a usou pela primeira vez de modo sistemático, mas foi Willlian Hull quem mostrou de maneira prática que crianças de cinco anos são capazes de pensamento lógico de ordem avançada, com a condição de que as atividades escolhidas se adaptem ao seu desenvolvimento. – As peças por eles escolhidos fazem parte dos blocos lógicos. – A Geometria exige uma maneira específica de raciocinar, explorar e descobrir, fatores que desempenham importante papel na concepção de espaço pela criança. – As figuras geométricas mais conhecidas pelos alunos são o quadrado, o retângulo, o triângulo e o círculo que são trabalhadas desde a – Educação Infantil até o Ensino Médio Em pequenas doses, com brincadeiras e atividades dirigidas, você pode tirar todo o proveito didático que o material oferece. Com os blocos lógicos é possível, por exemplo, ensinar operações básicas para a aprendizagem da Matemática, como a classificação e a correspondência. Ao utilizar uma nova estratégia ou material manipulativo devemos sempre lembrar que ensinar não é somente transmitir, transferir conhecimentos de uma cabeça para a outra(s). Ensinar é fazer pensar, é estimular o aluno para a identificação e resolução de problemas, ajudando-o a criar novos hábitos de pensamento e ação. ATIVIDADES COM O BLOCO LÓGICO As atividades apresentadas a seguir foram formuladas a partir da teoria de Piaget. Foram divididas em cinco etapas, as três primeiras para crianças de até 4 anos e as duas últimas para crianças de 5 em diante. As atividades propostas envolvem competições, trabalhos corporais, confecção e preenchimento de desenhos. E, obviamente, a manipulação dos blocos lógicos. • Livre criação • • O primeiro passo é promover o reconhecimento do material. Com cartolina ou outro material semelhante, prepare pranchas com desenhos feitos nas formas dos blocos lógicos uma casinha formada de um retângulo e um triângulo; trenzinho feito com círculos, quadrados e retângulos. • Em seguida, os alunos reproduzem a figura utilizando as peças. Para isso, vão observar e comparar as cores, os tamanhos e as formas que se encaixam. Peças do Blocos lógicos • A história do Pirata • Agora, conte a seguinte história: "Era uma vez um pirata que adorava tesouros. Havia no porão de seu navio um baú carregado de pedras preciosas. Nesse porão, ninguém entrava. Somente o pirata tinha a chave. Mas sua felicidade durou pouco. Numa das viagens, uma tempestade virou seu barco e obrigou todos os marinheiros a se refugiarem numa ilha. Furioso, o pirata ordenou que eles voltassem a nado para resgatar o tesouro. Mas, quando retornaram, os marujos disseram que o baú havia sumido. 'Um de vocês pegou, esbravejou o pirata desconfiado." • Nesse ponto, começa o jogo com as crianças. Peça que cada uma escolha um bloco lógico. Ao observar as peças sorteadas, escolha uma delas sem comunicar às crianças qual é. Ela será a chave para descobrir o "marujo" que está com o tesouro. • Supondo que a peça escolhida seja um triângulo pequeno, azul e grosso, você diz: "Quem pegou o tesouro tem a peça azul". • Em seguida, dê outra dica: "Quem pegou o tesouro tem a forma triangular". Siga até chegar ao marinheiro que esconde o tesouro. • Qual é a peça? • Para descobrir, as crianças entram numa competição. Você deve dividir a turma em grupos e distribuir um conjunto de atributos para cada um contendo as características de uma peça (por exemplo: amarelo, triângulo, grande e fino). • Em seguida, o grupo tem que selecionar a peça correspondente e apresentá-la às outras equipes.. • A intenção é que as crianças façam comparações cada vez mais simultâneas quando estiverem pensando na peça que esse encaixe em todas as condições. Procurando a peça certa. Qual peça se encaixa aqui? • Siga os comandos • • Um círculo grosso e azul vira um círculo fino e vermelho: transformação • As crianças vão transformar uma peça em outra seguindo uma seqüência de comandos estabelecida pelo professor. Esses comandos são indicados numa linha por setas combinadas com atributos. Podemos iniciar a seqüência com os atributos círculo, azul e grosso. As crianças então escolhem a peça correspondente. O comando seguinte é mudar para a cor vermelha. As crianças selecionam um círculo grosso e vermelho. Em seguida, devem mudar para a espessura fina. Então, um círculo vermelho e fino é selecionado. Assim por diante, o professor pode continuar acrescentando comandos ou pode apresentar uma seqüência pronta. Depois é feito o processo inverso. Jogo dos comandos • As crianças são então apresentadas a uma nova seqüência de comandos, já com a última peça. Elas deverão reverter os comandos para chegar à peça de partida. • A atividade é essencial para o entendimento das operações aritméticas, principalmente a soma como inverso da subtração e a multiplicação como inverso da divisão. • EMPILHANDO PEÇAS • Peças do material espalhadas pela mesa (ou pelo chão). Cada aluno deverá pegar uma peça e colocar no centro do grupo, de modo que as peças serão empilhadas uma a uma. • O aluno deverá fazer de tudo para a “torre” não cair. Para isso os alunos terão que pensar nas peças mais adequadas para a base, meio ou topo da torre deixando as “piores” para o companheiro seguinte. • Nesta atividade os alunos desenvolverão a capacidade de discernimento, raciocínio lógico e motricidade. • JOGO DE DOMINÓ (jogar em dupla ou mais) • Trata-se de uma forma mais sofisticada do jogo das diferenças, que consiste em jogar simultaneamente em duas direções: da esquerda para a direita e de cima para baixo. Nas linhas temos uma diferença e nas colunas duas diferenças. Podemos dizer, é um jogo em forma de cruz. Um problema interessante e difícil é preencheros cantos. • 01. Colocar uma peça sobre a mesa; • 02. O jogador seguinte colocará outra peça com atributo à direita ou à esquerda; • 03. Para cima ou para baixo somente colocaremos as peças com dois atributos de diferença; • 04. Ganha o jogo quem colocar uma peça e “fechar” o outro jogador, isto é, não há mais peças com atributos de diferença, nem uma e nem duas diferenças. JOGO DE DOMINÓ • Os jogos lógicos apresentados não são os únicos possíveis com Blocos Lógicos. Há uma infinidade de variações. Por outro lado, estes jogos não devem ser trabalhados em sala como “exercícios” dogmáticos, monótonos e repetitivos. • A intenção é que seja criado um “ambiente matemático”, propício para o processo de aprendizagem. • Sugerimos que todas as hipóteses, conclusão e conceitos concluídos pelas crianças sejam registrados e expostos em sala como ambiente alfabetizador- matemático. • “Muitas vezes, por sermos incapazes de formular nossas próprias dificuldades é que somos incapazes de resolvê-las”.
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