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Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 2018 / P8 Hipotireoidismo Congênito / INCIDÊNCIA: 1 para cada 3.000-4.000 RN 20% dos casos positivos são assintomáticos no período neonatal, daí a importância do teste do pezinho. O prognóstico intelectual relaciona-se ao início precoce do tratamento. Mais frequente nos portadores de sd. de Down ETIOLOGIA: pode ser permanente ou transitória e ocorre, mais comumente, por um defeito primário na tireoide (primário). A maioria (85%) dos casos permanentes se deve a defeitos anatômicos na formação da glândula (disgenesia) e são mais comum nas mulheres. Os transitórios geralmente são de causa materna (anticorpos antitireoidianos, deficiência ou excesso de iodo, drogas antitireoidianas), sendo mais comum em prematuros e áreas deficientes em iodo. QUADRO CLÍNICO: no período neonatal pode ser assintomático, ter manifestações inespecíficas ou quadro mais característico de icterícia prolongada, constipação intestinal, pele fria e seca, livedo reticular, sonolência, cianose, macroglossia, choro rouco, dificuldade para mamar, fontanelas amplas, hérnia umbilical e, eventualmente, presença de bócio nos pacientes portadores de defeitos de síntese de T3 e T4. Nos lactentes, é comum observar estes sintomas associados a atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, diminuição do ritmo de crescimento, palidez decorrente de anemia, bradicardia e abafamento das bulhas cardíacas por mixedema ou derrame pericárdico, além da persistência da fontanela posterior. Em crianças mais velhas, observam-se baixa estatura com desproporção do segmento superior/inferior, retardo mental e fáceis características (cretinismo). Cretinismo: é uma deficiência mental causada pelo hipotireoidismo congênito, durante o desenvolvimento do recém-nascido. Nesse período, a ausência do hormônio tiroxina atrapalha o amadurecimento cerebral. Mixedema: Geralmente causado por um hipotireoidismo prolongado, o mixedema é um edema duro e com aspecto de pele opaca. Indivíduos apresentam edemas na face e nas pálpebras formando "bolsas" sob os olhos. Também ocorre o acúmulo de proteínas produzidas no hipotireoidismo pois há diminuição dos processos metabólicos. Quantidades muito aumentadas de ácido hialurônico e condroitinossulfato ligados às proteínas forma um gel tecidual nos espaços intersticiais. DIAGNÓSTICO: realização obrigatória da triagem neonatal para a dosagem de TSH após a diminuição do pico fisiológico entre o 3º e 5º dia de vida. Níveis de TSH em sangue total: Referência: <10mUI/L Entre 10 e 20: repete a coleta e são convocados para consulta, caso o resultado confirme um TSH maior que 10 > que 20mUI/mL: imediatamente encaminhadas para avaliação clínica Crianças com valores séricos de T4 < 6,5mg/dL e/ou T3 > 9mcU/mL no período natal são prováveis portadoras de HC. Estado clínico decorrente da produção insuficiente dos hormônios da tireoide ou, mais raramente, da diminuição da ação deles no organismo. É a doença endócrina mais comum da infância, sendo considerada a causa de maior ocorrência do retardo mental evitável. Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 2018 / P8 Para determinar a etiologia, é necessário realizar a cintilografia e captação da tireoide com iodo 123 ou tecnécio-99, US, dosagem de anticorpo do receptor de TSH e de tireoglobulina. A constatação de um TSH sérico cima de 10mUI/ml, com T4 livre normal ou diminuído confirma o diagnóstico da doença e exige tratamento imediato. TRATAMENTO: a idade ideal para o início deve ser, no máximo, até 14 dias de vida. Pacientes com TSH> ou = a 9mg/ml para confirmação diagnóstica devem iniciar o tratamento. Nos casos de HC transitório, o TSH normaliza-se após 4 a 8 semanas de vida, não necessitando de tratamento. Baseia-se na reposição de levotiroxina oral, inicialmente na dose de 10 a 15mcg/kg (comprimidos), 1 única vez por dia, o mais precocemente possível, idealmente antes dos 14 dias de vida, mesmo na ausência de sintomas. Os comprimidos devem ser macerados e dissolvidos com pequena quantidade de leite ou água filtrada e administrados em jejum. O tratamento deve ser monitorizado clinicamente e com dosagens de T4 ou T4 livre e TSH 2 a 4 semanas após o seu início da seguinte forma: 1º ano de vida: a cada 1 a 2 meses 1 e 3 anos: a cada 2 a 3 meses A partir de 3 anos: a cada 3 a 12 meses Nos primeiros 3 anos de vida, principalmente nos 6 primeiros meses, deve-se manter os valores de T4 livre na metade superior da normalidade ou T4 total entre 10 e 16mcg/dL e TSH abaixo de 5mcU/ml. Pacientes com diagnóstico tardio e atraso do DNPM devem ser encaminhados para tratamento fisioterápico, psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista e assistente social, além do endocrinologista pediátrico.
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