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Dilatação Linear Edson V. Berçan, Luana Márcia de A. Bernardes, Mirian V. de Souza, Yasmim G. Xavier Física Experimental I – Engenharia Química – CCAE Universidade Federal do Espírito Santo – UFES 2018/1 - Alegre-ES Resumo. A dilatação térmica é definida como o aumento do volume de um corpo devido ao aumento de sua temperatura, provocado pela transferência de calor. Existem três tipos de dilatação térmica: linear, superficial e volumétrica. Esta prática teve como objetivo determinar o coeficiente de dilatação linear de três corpos metálicos, a fim de identificar o material que constitui cada corpo. Com os resultados obtidos foi possível identificar o material que constitui cada um dos três tubos metálicos, sendo latão, ferro e liga metálica de chumbo e alumínio. Palavras chave: dilatação térmica, coeficiente de dilatação linear, transferência de calor. ___________________________________________________________________________________ 1. Introdução Na termodinâmica, dilatação térmica é o nome que se dá ao aumento do volume de um corpo ocasionado pelo aumento de sua temperatura. Pode ser classificada de acordo com seu tipo de expansão volumétrica. A dilatação linear resulta do aumento do volume de um corpo em apenas uma dimensão, comum em corpos onde o comprimento se sobressai em relação a área e ao volume, como fios e barras. É dada por meio da seguinte equação: ΔL = α . L0 . ΔT Equação 1 onde ΔL é a dilatação linear, α é o coeficiente de dilatação linear, L0 é o comprimento inicial do corpo e ΔT é a variação de temperatura. A dilatação superficial resulta do aumento do volume de um corpo em duas dimensões, comprimento e largura, o que acontece em chapas metálicas, por exemplo. É dada por meio da seguinte equação: ΔA = β . A0 . ΔT Equação 2 onde ΔA é a dilatação superficial, β é o coeficiente de dilatação superficial, A 0 é a área inicial do corpo e ΔT é a variação de temperatura. A dilatação volumétrica resulta do aumento do volume de um corpo em três dimensões, comprimento, largura e altura, como em barras de ouro e líquidos. è dada por meio da seguinte equação: ΔV = γ . V0 . ΔT Equação 3 onde ΔV é a dilatação volumétrica, γ é o coeficiente de dilatação volumétrica, V0 é o volume inicial do corpo e ΔT é a variação de temperatura. O estudo da dilatação térmica é importante e possui aplicação em diversas áreas, como na Física, Química, Engenharias, Medicinas e no cotidiano. O objetivo desta prática foi determinar o coeficiente de dilatação linear para três tubos metálicos distintos, a fim de identificarmos o material que constitui cada um deles. 2. Procedimento Experimental Inicialmente o equipamento já estava montado. Posicionamos o balão volumétrico com cerca de 40 ml de água sobre o suporte com tela de amianto e medimos a temperatura inicial do tubo (temperatura ambiente). Em seguida, ligamos a fonte térmica e esperamos até que a água entrasse em ebulição. Enquanto a água fervia, montamos o aparato com o tubo metálico 1. Este aparato consistia em uma barra metálica onde uma de suas extremidades era anexada ao relógio comparador e a outra extremidade que seria acoplada ao manípulo. Após montarmos o aparato, medimos o comprimento da barra entre as suas extremidades. Assim que a água entrou em ebulição, registramos a temperatura com o termômetro e conectamos o manípulo à barra. Devido à transferência de calor para a barra, ela se dilatava, empurrando o pino do relógio ao qual estava fixada. Por sua vez, este relógio que havia sido zerado, media a dilatação linear da barra durante o processo até que o vapor quente saísse pela ponta de escape da barra, garantindo assim que todo o calor havia sido transferido para a mesma. Este procedimento foi repetido para os tubos metálicos 2 e 3. 3. Discussão Os dados de temperatura inicial e final, comprimento inicial, e dilatação linear, bem como suas incertezas, obtidos para as barras metálicas 1, 2 e 3 encontram-se nas tabelas 1, 2 e 3, respectivamente. As incertezas adotadas foram fornecidas pelos equipamentos e modificadas de acordo com a percepção do grupo. Tratando-se da temperatura, o mais indicado seria utilizarmos a metade da menor divisão do termômetro (± 0,5 ºC), porém adotamos a incerteza de ± 1,0 ºC, devido à dificuldade de visualizarmos a marcação da coluna de mercúrio, uma vez que o balão que continha o termômetro estava embaçado. Para calcularmos o coeficiente de dilatação linear de cada barra, utilizamos a equação 1. Tivemos que considerar que a dilatação da barra foi apenas linear, pois seu comprimento se sobressai em relação às suas outras dimensões (área e volume). Para calcularmos a incerteza associada ao coeficiente de dilatação linear, usamos derivadas parciais. Os cálculos estão em anexo e os resultados estão presentes na tabela 4. Tabela 1: Dados da barra metálica 1. Valor principal Incerteza Ti (ºC) 24,0 ± 1,0 Tf (ºC) 98,0 ± 1,0 L0 (mm) 522 ± 1 ΔL (mm) 0,75 ± 0,10 Ti: temperatura inicial (ambiente); Tf: temperatura final; L0: comprimento inicial da barra; ΔL: dilatação linear da barra. Tabela 2: Dados da barra metálica 2. Valor principal Incerteza Ti (ºC) 24,0 ± 1,0 Tf (ºC) 98,5 ± 1,0 L0 (mm) 523 ± 1 ΔL (mm) 0,47 ± 0,10 Ti: temperatura inicial (ambiente); Tf: temperatura final; L0: comprimento inicial da barra; ΔL: dilatação linear da barra. Tabela 3: Dados da barra metálica 3. Valor principal Incerteza Ti (ºC) 24,0 ± 1,0 Tf (ºC) 98,5 ± 1,0 L0 (mm) 521 ± 1 ΔL (mm) 1,05 ± 0,10 Ti: temperatura inicial (ambiente); Tf: temperatura final; L0: comprimento inicial da barra; ΔL: dilatação linear da barra. Tabela 4: Dados obtidos de coeficiente de dilatação linear. Barra Valor principal (/°C) Incerteza (/°C) 1 1,94 x 10⁻5 ± 3,70 x 10⁻7 2 1,21 x 10⁻5 ± 3,04 x 10⁻7 3 2,71 x 10⁻5 ± 4,48 x 10⁻7 Dentre os fatores que influenciam o comprimento inicial da barra, temos a temperatura ambiente e a imprecisão dos equipamentos utilizados. Uma forma de tornar essa medida mais precisa seria garantir uma condição ideal de temperatura para que não houvesse dilatação da barra antes do experimento. Comparamos os valores dos coeficientes de dilatação linear (e suas incertezas) obtidos com os valores tabelados de alguns materiais. Observamos que a barra metálica 1 apresentou coeficiente de dilatação linear semelhante ao do latão (1,9 x 10^⁻5/°C). A barra metálica 2 apresentou coeficiente de dilatação linear semelhante ao do ferro (1,2 x 10^-5/°C). A barra metálica 3 apresentou coeficiente de dilatação linear semelhante ao do chumbo (2,7 x 10^-5/°C), porém suas características físicas não condizem com este material, mas sim com o alumínio (2,4 x 10^-5/°C), concluindo que a barra provavelmente era composta por uma liga metálica dechumbo e alumínio. 4. Conclusão Com base neste experimento, concluímos a sua importância no nosso dia a dia, seja na aplicação de rejunte na construção civil ou na implantação de pinos com coeficientes de dilatação semelhantes aos dos ossos na medicina. Com os resultados obtidos foi possível identificar o material que constitui cada um dos três tubos metálicos, sendo latão, ferro e liga metálica de chumbo e alumínio. 5. Referências Halliday, D., Resnick, R. e Walker, J. Fundamentos de Física, ed.9, V.2. Rio de Janeiro: LTC, 1945.
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