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ICL de Doenças Virais 1 -Dengue Doença infecciosa causada por vírus; Quatro sorotipos DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4; Em 2010, um milhão de casos no Brasil; Preocupa a forma grave da doença, a dengue hemorrágica (DH), que aumenta o número de óbitos; também síndrome do choque (DC); Sorotipos 2 e 3 causam infecções mais graves Febre alta, intensa dor de cabeça, dores musculares e articulares, rash cutâneo; podem apresentar petéquias e trombocitopenia. Uma proporção pode evoluir para forma grave da doença, dengue hemorrágica e síndrome do choque, com comprometimento do sistema hematológico com falha da circulação sanguínea. Diagnóstico laboratorial Diagnóstico de infecção primária deve ser feita durante a fase de viremia. Microbiológico: isolamento do vírus por PCR, PCR em tempo real RT-PCR. Imunológico: pesquisa de componentes antigênicos do vírus. A infecção pode ser confirmada durante a fase secundária por pesquisa de IgM e IgG contra os sorotipos do vírus. O aumento do título de anticorpos IgG entre duas coletas, confirma infecção anterior pelo vírus. Amostras: sangue total (testes rápidos e inquéritos epidemiológicos) soro, plasma e fragmentos de orgãos para isolamento e identificação do vírus. Figura: Anticorpos aparecem após 3 dias do início da doença (IgM) e permanecem por anos (IgG) como memória da infecção viral. Fase aguda - pesquisa de IgM em uma única amostra 6 dias após o início da doença; se estiver elevado de modo significativo, nova infecção por outro sorotipo provavelmente. Pesquisa de IgG: altos títulos na fase secundária, conferindo proteção para o mesmo vírus. NS1 – se apresenta em alta concentração no início da doença e desaparece me torno de 9 dias após o início da infecção; está presente nos 4 sorotipos (não diferencia o tipo do vírus). Procura-se testes rápidos que pesquisem IgM, IgG e NS-1 simultâneamente. 2 - Vírus Episten-Barr (EBV, HHV-4) Causador da Mononucleose Infecciosa (MI); Capaz de estabelecer latência e reativação intermitente ao longo da vida do hospedeiro após infecção primária, causando poucos sintomas normalmente; Parece exercer papel na patogênese de doenças autoimunes e esta associado a várias doenças linfoproliferativas e neoplasias (Linfoma de Hodgkins, de Burkitt, carcinoma nasofaringeano, Linfomas do SNC em pacientes HIV positivos). Mononucleose infecciosa Febre, linfadenopatia, fadiga, linfocitose com predomínio de mononucleares após incubação de 4 a sete semanas; Transmitido principalmente pela saliva e contato intimo; o vírus será eliminado até 18 meses após a infecção. 80% da população já tem Ac anti-EBV aos 12 anos de idade (SP) Principais transmissores: adolescentes Transmissão: Adolescentes Saliva principalmente Presente nas secreções urogenitais, mas essa via de transmissão é pouco provável; Transfusão de sangue e transplante de orgãos, principalmente em imunosuprimidos. Características do vírus Isolamento do EBV – em linfócitos B (10% imortalizados) e células epiteliais de orofaringe; Linfo B transformados contém o vírus sob forma latente; produz antígenos passíveis de detecção e Ac IgG, IgA e IgM. Apresenta ciclo lítico: com Ag de expressão precoce EA <EA-D difuso núcleo e EA-R restrito citoplasma>) e Ag capsídeo viral-VCA) não-litico (latente) antígenos nucleares (EBNA), envolvidos com a transformação; Ac policlonais que interagem com eritrócitos de carneiro (heterófilos) Proteínas virais EBNA-2, EBNA-3C e LMP-1: relacionadas a transformação celular e ao desenvolvimento de tumores; Inicialmente ciclo lítico: grande número de partículas virais, que infectam grande número de Linfo B; Ciclo latente: quando surge a imunidade, por desligar os genes e produzindo novos vírions de tempos em tempos (na medula óssea) EBV 1 e 2 (ou A e B), sendo o 1 mais frequente; 2 onde já existe 1 e em HIV +. Diagnóstico Laboratorial Hematológico: linfocitose absoluta e relativa (70%); neutropenia (60 a 90%) e trombocitopenia (50%); Elevação de IgM, IgG e IgA; Aumento das enzimas hepáticas Diagnóstico sorológico Anticorpos heterólogos (aglutinam hemácias): pesquisa em pacientes imunocompetentes; Se o teste for negativo em pacientes imunosuprimidos, pesquisar anticorpos específicos para EBV. Anticorpos específicos: em imonosuprimidos (10%) e casos atípicos (VCA e EA); cuidado com pacientes com MI crônica, onde estão presentes em baixos títulos. Técnicas moleculares Por hibridização e hibridização in situ; EBV de origem mono ou policlonal; DNA viral em indivíduos saúdáveis é excepcional, mas alta na fase aguda da MI, (pico em 7 dias); Aumento a carga viral em células mononucleares do sangue periférico (PMMC) nas primeiras semanas, e depois declina Alta carga viral na saliva nas primeiros 6 meses e a revela persistência da infectividade se o período for superior a isso. Na infecção crônica (CAEBV) Sintomas semelhantes - linfadenopatia, esplenomegalia, pancitopenia, hepatite, má-absorção intestinal, pneumonite e uveíte ; Padrão incomum de anticorpos anti-EBV: altos títulos de AC IgG anti VCA e EA (lítico), e ausência de AC anti-EBNA (Ag nuclear); Número de linfócitos CD8+ reduzidos; Carga viral elevada em linfócitos de sangue periférico e em soro. Sorotipo 2 se associa com imunodeficiências e infecções mais graves. Resumo Pacientes imunocompetentes: atipias linfocitárias e presença de anticorpos heterófilos (considerar a presença em HIV, LES e outras infecções virais); Ac IgM anti VCA (Ag do capsídeo viral) no início dos sintomas, desaparecendo em alguns meses; Detecção DNA EBV: diagnóstico complementar a sorologia, e acompanhamento do tratamento; Monitoramento da carga viral em episódios de reativação (principalmente em doença crônica ativa) 3 - Citomegalovírus CMV causa infecção em todas as idades, da vida intra-uterina até a fase adulta; 85% da população sorologicamente reativa; Fica latente e causa problemas com imunosupressão; Vírus de DNA; Encontrado em homens e animais, mas os que atingem a espécie humana são específicos. Infecção congênita: relacionado a baixas condições socio-econômicas; infecta o feto, mesmo a mãe tendo IgG contra o vírus, por reativação do vírus latente na mãe. Sintomas ao nascer só aparecem em bebês cujas mães tiveram infecção primária na gravidez; 25% dessas crianças apresentam uma ou mais sequelas em 5 anos de acompanhamento. Apenas 8% das crianças nascidas de mães que tiveram reativação apresentam sequelas após 5 anos, sendo assintomáticas no nascimento Infecção perinatal: durante o trabalho de parto, através da passagem pelo canal, ou durante a amamentação; Período de incubação: 4 a 12 semanas, sendo assintomático e raramente relacionado a pneumonias com gravidade. Infecção adquirida: urina e saliva são fontes de infecção, sendo elevada em berçários e creches, e em condições de baixa higiene; tb DST. Infecção assintomática na maioria dos casos; manifestações clínicas, quando ocorrem, são características de mononucleose “smile”: febre de 10 dias ou mais, com fraqueza, sudorese e hepatoesplenomegalia; linfadenopatia cervical comum em crianças e não comum em adultos. Paciente Imunocomprometidos (HIV, transplantados, tratamentos de neoplasias): primária ou por reativação de infecção latente. Podem levar o paciente a morte. Diagnóstico Laboratorial Pesquisa direta: Microscopia eletrônica: Exame histopatológico e citológico: células grandes, com oclusões intranucleares e eventualmente citoplasmática Imunohistoquímica e imunocitologia: por anticorpos marcados, em qualquer tipo de amostra Detecção do antígeno pp65 em neutrófilos (antigenemia) – em sangue com o uso de anticorpos monoclonais. PPC / RT Pol: detecta pequenas quantidades de DNA do vírus em qualquer amostra; pouco usado pois a presença do vírus pode ser assintomático. Isolamento do vírus Em cultura de fibroblastos humanos; De várias amostras; encaminhar rapidamente ao laboratório mantendo em banho de gelo ou 4C; Aparecimento de efeito citopático característico, que pode levar até 4 semanas; Técnica do Shell-vial: inoculação em lamínulas com cultura de fibroblastos; adiciona-se Ac monoclonais após 24, 48 e 72 Hs e a revelação se faz por IFI. O resultado sai em 3 dias no máximo Pesquisa de Anticorpos Fixação do complemento: Aglutinação passiva de partículas de látex: Reação de Imunofluorescência Indireta: usada cultura de fibroblastos infectadas por CMV, mas fixadas por metanol; Imunoenzimáticos: mais usados no momento. Correlação clínico-laboratorial Infecção congenita: isolar o vírus da urina nas 2 primeiras semanas de vida; pesquisa de IgG tem interferência da mãe nos primeiros meses. Manutenção de altos títulos e/ou elevação confirma infecção congenita e/ou perinatal. Pesquisar IgM (não passa da mãe) tendo o cuidado de eliminar IgG. Fator reumatóde deve ser eliminado pois interfere (falso +) – usar IgM de captura. Infecção congenita intrauterina: suspeita de infecção na gestante ou US com suspeita ( retardo do crescimento, ventriculomegalia cerebral, ascite, calcificações intracranianas, pouco líquido aminiótico) Pesquisa de IgM anti CMV no prénatal só 10% tem CMV congenita; Teste de Avidez de IgG; IgG de alta avidez quando é reativação; Pesquisa do CMV no líquido aminiótico. Infecção perinatal: isolamento do vírus em amostra de urina após 4 semanas de vida, com resultado negativo para amostra colhida em 2 semana de vida; positividade de IgM após resultado negativo ao nascimento. Infecção adquirida: viragem sorológica do IgG – soro colhido na fase aguda negativo e na convalescença, positivo; ou aumento de 4 vezes no título entre as duas fases. Pesquisa de IgM em única amostra na fase aguda da doença após 2 ou 3 semanas. Desaparece em 3 meses. Pacientes imunocomprometidos: Muitos são portadores do CMV, o que dificulta a análise; Importante: Demonstrar a presença da vírus (retinite pode ser identificado por exame de fundo de olho); A resposta varia de acordo com o tipo de imunosupressão; Pode “reaparecer” IgM, por defeito do SI, parecendo infecção aguda; Pesquisa de CMV no sangue quando não se obtem o tecido – vigilância viral pós-transplante, com tratamento preventivo antes do início dos sintomas – pesquisa Ag pp65 do CMV em neutrófilos circulantes. 4 - Febre Amarela Vírus esférico; o capsídeo tem uma única proteína (C), e o envelope duas proteínas (E e M); vírus de RNA de fita simples que codifica pra três proteínas estruturais e sete proteínas não-estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B E NS5). Características da doença Incubação de 3 a 7 dias: inoculação por picada do mosquito, infecta linfonodos locais com a multiplicação primária; daí o vírus penetra na circulação e vai para o baço, fígado, rins, medula óssea,e ganglios linfáticos. Lesões são resultado da replicação do vírus nos tecidos, principalmente no fígado e rins, podendo gerar a morte. Se houver recuperação, as lesões desaparecem. Pode variar de doença febril benigna inespecífica, até forma fatal e fulminante. Febre alta, icterícia, fenômenos hemorrágicos e proteinúria pode ocorrer, com vômitos e linfopenia. Presença de vômitos negros e icterícia são mal prognóstico. Diagnótico Laboratorial Primeiros cinco dias: isolar o vírus do sangue por inoculação intracerebral de camundongo ou em cultura de células de mosquito. Identificar o vírus por reação de neutralização ou IF; também por RT-PCR; Antígenos virais ou complexos IgM-antígeno no soro podem ser detectado por ELISA. Sorologia: aparecem após uma semana da doença e podem ser detectados por HI, IFI e netralização; Ac detectados Por FC aparecem mais tarde. Diagnóstico: amostras pareadas de soro de fase aguda e convalescente devem apresentar aumento significativo do título de anticorpos Casos fatais: exame histopatológico do fígado 5 - Influenza Esférico ou pleomorfico, nucleocapsídeo de simetria helicoidal, genoma de RNA de fita simples; tem envelope lipoprotéico, com projeções ou espículas que corresponde a Hemaglutininas (HÁ) e neuraminidase (NA) Vírus influenza A e B tem oito segmentos e Influenza C sete segmentos de Acido Nucléicos (sem neuraminidase); Aglutinam hemácias de aves pois o vírus adsorve a receptores na superfície de hemácias. Vírus A: homens, aves, equinos, suínos, sofrem mudanças antigênicas bruscas e gradual; Vírus B: humanos , sofre mundanças antigênica gradual Vírus C: surtos limitados e infectam tb suinos – estável Mudanças antigenicamente bruscas geram as grandes epidemias (1934, 1957, 1968 e 1977) Em comum aparecimento súbito, aparecem na China e antigenicamente diferentes daqueles que circulam em humanos. Ocorrem Pela troca de segmentos genômicos; Pela transmissão de vírus de aves; Pela reemergência de virus. Doença Contaminação pessoa a pessoa, por gotículas, contato com a mão ou objetos contaminados. O vírus pode ser isolado do TRS e TRI; Replicação ocorre após 48 horas da infecção, e declina até baixo produção em seis a oito dias; O vírus se acumula no trato respiratório, facilitando sua disseminação ao próximo hospedeiro. Lesões no epitélio ciliado, no segmento superior e médio, quando ocorre regeneração no quarto/quinto dia, sendo total após 15 dias. Se atingir o segmento inferior ocorre pneumonia, com edema e hemorragia na mucosa do TR. Há uma viremia transitória, responsável pelo mau-estar geral da doença; As lesões da mucosa abre porta pra infecções secundárias. Imunidade específica por anticorpos locais IgA e também anticorpos séricos, sendo que Ac contra Hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA) são protetores; os outros não. Restrição ao início da infecção: anticorpos anti-HA inibe a infectividade e anti-NA, inibe a disseminação do vírus no TR Imunidade celular: linfócitos citotóxicos lisam células infectadas e tem reatividade cruzada a todos os vírus influenza com a mesma NA. Diagnóstico laboratorial Identificação do vírus: Exame direto – em células epiteliais das vias respiratórias (aspirados nasais) por IF ou detecção do RNA viral por hibridização; Inoculação na cavidade aminiótica de ovos embrionados (7 a 8 dias) (lavados nasais e swabs e garganta) Culturas primárias de rim de macaco e rim canino. Demonstra-se o vírus por Hemaglutinação, inibição de hemaglutinação, neutralização, fixação do complemento. Também por RT-PCR ou Elisa por captura de antígeno com Ac monoclonais contra a nucleoproteína. Diagnóstico sorológico: Reação de hemaglutinação e fixação do complemento Análise seriada de duas amostras de soro, colhidas na fase aguda e convalescente Nas epidemias, pesquisa de Ac inibidores de hemaglutinação em uma única amostra pode ter valor de diagnóstico presuntivo (diferença de 4 vezes entre o título de doentes agudos e covalescentes – valor diagnóstico) 6 - HERPES VÍRUS HHV-1 lesão labial, adquirido na primeira infância por contato com saliva HHV-2 DST, adquirido a partir da adolescência; HHV-3: herpes zooster ou varicela catapora. HHV-4: EBV Diagnóstico clínico Microscopia óptica: após fixação do metanol e coloração – células gigantes multinucleadas, com inclusões intranucleares que não são exclusivas Microscopia eletrônica: caracteriza o vírus pela morfologia típica; há elevado número de partículas Fazer esfregaços das lesões (exudato vesicular, secrecção conjuntival, raspados das lesões) ou no sedimento do líquor (meningite e encefalite herpética) IF: há agregados intranucleares amarelos ou amarelho esverdeado. Isolamento do vírus HHV-1 e 2 Culturas celulares primárias onde ocasiona ECP focal (efeito citopático), que pode ser observada em 24 horas. O sorotipo é feito após, por neutralização, IF, ou radioimunoensaio. HHV-3: teste de identificação rápida para tratar pacientes de alto risco com suspeita da doença. Identificação de IgM para determinação do estado imune do paciente.
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