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FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Disciplina: Bioquímica Nome do Acadêmico: Ana Tamires Viana Ribeiro Título do Relatório: Dosagem de HDL e LDL no Sangue Data: 17/09/2018 INTRODUÇÃO: O colesterol é um composto sintetizado no fígado e, por apresentar baixa solubilidade em água, tem dificuldade de transitar pelos vasos sanguíneos. Devido a isso, é transportado pelo corpo por meio das lipoproteínas, entre elas, LDL e HDL. Essas lipoproteínas são estruturas compostas por lipídios e proteínas e tem como principal função aumentar a “solubilidade” de lipídeos no sangue pra que eles possam ser devidamente distribuídos por todo o corpo (1). A dislipidemia é o excesso de colesterol ou triglicerídeos nas correntes sanguíneas e é a origem fundamental das doenças cardiovasculares como arterosclerose, AVC, infarto etc (6). A relação entre a dislipidemia e as lipoproteínas LDL e HDL é direta, uma vez que estas são as responsáveis levar o colesterol para os tecidos e carregá-lo de volta para o fígado, sequencialmente (1). O LDL, lipoproteína de baixa densidade (low density lipoprotein), tem como função o transporte do colesterol do fígado para os tecidos corpóreos através do ligamento com as membranas do endotélio - revestimento dos vasos sanguíneos (1). Contudo, é através desse ligamento também que ela também deposita o excesso de colesterol nas paredes das artérias, formando placas de gordura que, eventualmente, constringem as artérias e dificultam a circulação sanguínea (6). Em contrapartida o HDL, lipoproteína de alta densidade (high density lipoprotein), tem o encargo de realizar o papel inverso, retirando o colesterol dos vasos e devolvendo ao fígado (1). Nessa diretriz, é perceptível que o cenário desejado para um indivíduo saldável seja um baixo índice de LDL e alto índice de HDL, que tem intensa ligação com baixa probabilidade de doenças cardiovasculares como as citadas anteriormente, uma vez que evita a dislipidemia (6). MATERIAL E MÉTODOS: Os materiais usados foram: tubos de ensaio, equipamento de proteção individual para cada aluno (jaleco, luvas e óculos de proteção), pipetas digitas, ponteiras para as pipetas, equipamento para deixar os tubos em banho-maria, cronômetro, espectrofotômetro, cubetas para serem analisadas no espectrofotômetro, soro sanguíneo (amostra), Reagente 1 (precipitante), reagente de cor e experimento para comparar (3). Tratando-se do método, o utilizado na experiência foi o enzimático colorimétrico (ou método da espectrofotometria). O que ocorre é que, em primeiro plano, o Reagente 1 adicionado gera estabilização devido ao contato do poliânion na superfície do LDL, VLDL e QM e isso leva a precipitação das lipoproteínas citadas, sobrando na amostra apenas o HDL (3). Dessa forma, aplica-se o Reagente 2, que formará a cor rósea a partir da ação enzimática no colesterol ligado ao HDL dentro do tubo. Como a coloração é diretamente proporcional a quantidade de HDL no soro, ao medir a absorbância no espectrofotômetro, medimos a quantidade de colesterol HDL presente no neste (3). Abaixo, tem-se a representação das reações que ocorrem na obtenção da dosagem do HDL. POLIÂNION----COMPORTO CATIÔNICO (pra colocar no meio da primeira reação) HDL + LDL + VLDL + QM -------------------------------------> HDL + (LDL + VLDL + QM) HDL ------------CHOD E CHER-----------------> Colest-4-em-ona + H2O2 2 H2O2 + 4-aminoantipirina + fenol --------POD--------> 4 H2O + quinoneimina Até esse ponto conseguimos encontrar o valor do colesterol HDL, contudo, para que seja possível dosar as quantidades de LDL. É necessário que se tenha previamente os valores do colesterol total e do VLDL. No caso, tais valores foram obtidos pelo grupo em experimentos prévios (4). PROCEDIMENTO ANALÍTICO: O que ocorre é: em um tubo de ensaio, foi pipetado uma amostra de 10µL de soro com todas as lipoproteínas (HDL, LDL, IDL, VLDL e quilomícron), e 750µL do Reagente 1. Após 5 minutos em banho-maria a 37°C, as lipoproteínas LDL, IDL, VLDL e quilomícron precipitaram, restando na amostra apenas o HDL. Nesse momento, foi medida a primeira absorbância, a A1 = 0,011. Após a medição, foi adicionado 250 µL do Reagente 2 – os reagentes de cor colesterol esterase, colesterol oxidase, POD, 4-aminoantipirina – e depois de mais 5 minutos em banho-maria a 37°C foi medida uma nova absorbância, a A2 = 0,120 (3). Para encontrar o ΔA do HDL, faz-se: ΔA = A2 - A1 ΔA = 0,120 - 0,011 ΔA = 0,109 Apadrão = 0,102 HDL padrão = 63 mg/dL Nessa sequência, fazendo a regra de três para o HDL temos: 0,102 --------------------- 63 mg/dL 0,109 -------------------------- x x = 67,3 mg/dL de HDL Após encontrar o valor de HDL, é possível encontrar o valor de LDL a partir do cálculo (4): CT = HDL + LDL + VLDL O valor do colesterol total já foi encontrado no laboratório anterior, sendo CT = 85 mg/dL. Já o valor da lipoproteína VLDL pode ser obtido através da quantidade de triglicerídeos - também já obtida anteriormente - dividida por cinco (4). Assim, temos: VLDL = TG/5 VLDL = 49,7/5 VLDL = 9,94 mg/dL Assim, é possível utilizar a equação de Friedewald para obtenção do LDL (4): LDL = CT - HDL - VLDL LDL = 85 - 67,3 - 9,9 LDL = 8,6 mg/dL. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir das contas realizadas acima, o grupo obteve como resultado os valores 67,3 mg/dL para o HDL e 8,6 mg/dL para o LDL. Ao comparar o resultado encontrado com os resultados obtidos pelo grupo (na tabela 1.1), percebe-se que não há grande divergência, considerando que a amostra dos grupos 2, 4 e 6 eram as mesmas. Ainda assim, no caso do LDL, houve uma discrepância de mais de quase 8 pontos entre os grupos, o que pode ser explicado por possíveis erros durante as diversas etapas da dosagem. HDL (mg/dL) LDL (mg/dL) 32,7 -18,8 61,1 10,5 43,8 77,3 67,3 8,6 46,9 67,5 65,4 13,3 Tabela 1. De acordo com a tabela abaixo, os valores de referência para o presente método em uma população sadia, são: Colesterol LDL Ótimo < 100 Limiar ótimo 100 - 129 Limiar elevado 130-159 Elevado 160 - 189 Muito elevado ≥ 190 Tabela 2. Referências dos valores do LDL (4). Colesterol HDL Baixo < 40 Elevado ≥ 60 Tabela 3. Referências dos valores do HDL (4). Sob essa ótica, o grupo pôde concluir que o resultado obtido para o HDL está muito bom, uma vez que se encontra acima do elevado - que é o desejável para um indivíduo saudável uma vez que, quanto maior o índice de HDL no sangue, menor as chances de doenças cardiovasculares (1). Da mesma maneira, o índice de LDL encontrado também está bom, pois se encontra abaixo do ótimo, que é 100 mg/dL - ainda assim, percebe-se que o valor descoberto está bem abaixo da referência, o que, provavelmente, se deve a erros no experimento na dosagem de triglicerídeos e colesterol total. Assim, conclui-se que o indivíduo, é saudável do ponto de vista do colesterol, sem dislipidemia e, portanto, baixa possibilidade de doenças cardiovasculares a menos que mude sua alimentação e seu estilo de vida. BIBLIOGRAFIA: 1. Smith C, Marks A, Lieberman M. Bioquímica médica básica de Marks. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2007. 2. Auerbach B, J S Parks. A rapid and sensitive micro-assay for theenzymatic determination of plasma and lipoprotein cholesterol. Jpurnal of Lipid Research. 2001. [acesso em 5 de setembro de 2018]; Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=A+rapid+and+sensitive+micro-assay+for+the+enzymatic+determination+of+plasma+and+lipoprotein+cholesterol 3. Colesterol HDL: Instruções de Uso [Internet]. Lagoa Santa; 2014 [acesso em 5 de setembro de 2018]. Disponível em: https://labtest.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Colesterol_HDL_13_Port.pdf 4. Cordova C, Schneider C, Juttel I. Avaliação da dosagem direta do colesterol-LDL em amostras de sangue de 10.664 pacientes em comparação com o uso da fórmula de Friedewald. FURB; 2004. 6. Subieta C. Colesterol e Triglicerídeos - SOCERJ [Internet]. Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro. 2014 [citado em 5 de stembro de 2018]. Disponível em: https://socerj.org.br/colesterol-e-triglicerideos/.
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