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Sayonarah Carvalho Rocha Equilíbrio hidroeletrolítico Introdução Equilíbrio hidroeletrolítico Processo dinâmico crucial para a vida e para a homeostasia. • 60% do peso de um adulto médio consistem em líquido; • Influenciado pela idade, sexo e gordura corporal. Água total Fluido Extracelular (FEC) Fluido IntravascularFluido Intersticial Fluido Intracelular (FIC) 20% 5%15% 40% Entre as células e os vasos sanguíneos Distribuição de fluidos Distribuição de fluidos Balanço Hídrico Hormônio antidiurético (ADH) ou Vasopressina • Osmolaridade do plasma, volume do sangue e pressão do sangue Balanço Hídrico Eletrólitos • São moléculas que quando presentes em solução se dissociam em íons positivos (cátions) ou negativos (ânions); • Os principais eletrólitos humanos são: Cátions Ânions Na+ (Sódio) Cl- (Cloreto) K+ (Potássio) HCO3- (Bicarbonato) Ca++ (Cálcio) HPO4- (Fosfato) Mg++ (Magnésio) SO4- (Sulfato) Proteínas, ácidos orgânicos Eletrólitos - Função • Manter a pressão osmótica do plasma; • Regular da distribuição de água do organismo; • Manutenção do pH fisiológico; • Regular a função cardíaca e muscular; • Participa das reações de óxido-redução; • Participam como co-fatores enzimáticos. Distribuição dos eletrólitos MEMBRANA Aquaporina H2OH2O PINOCITOSE PROTEINAS TRANSPORTANDO SOLUTOS RNA 3Na 2K - + Na+ H+ Controle celular da água e solutos Sódio • Funções: - Principal cátion do fluído extracelular; - Manutenção química da pressão osmótica do plasma; - Ajuda regular o balanço ácido-básico; - Contribui na transmissão dos impulsos nervosos e na contração muscular; - Importante para manutenção da pressão sanguínea. Regulação do Sódio • Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona; • Peptídeo natriurético atrial; Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona Sistema Renina-Angiotensina- Aldosterona Peptídeo natriurético atrial • Peptídeo natriurético atrial - Liberado pelo coração; - Aumenta a excreção de água e Na+, diminuindo a reabsorção de Na+ e água no ducto coletor. - Inibição da liberação de renina, aldosterona e vasopressina. Natremia: relação existente entre a quantidade de sódio e o volume de água corporal. HIPONATREMIA: Condições clínicas que levam à deficiência de sódio: • Perda de Na+ • Retenção de água HIPERNATREMIA: Condições clínicas que levam ao excesso de sódio: • Perda de água • Retenção de Na+ Distúrbios no balanço de sódio • Diminuição da concentração de sódio plasmático <135mmol/L • Manifestação clinica: - Fraqueza generalizada e confusão mental - <110mmol/L: paralisia bulbar e pseudo bulbar - Entre 90 e 105mmol/L: severo prejuízo mental • Pode ser classificada como: - Hiposmótica - Hiperosmótica - Isosmótica Pseudohiponatremia Hiponatremia • Quando a concentração de Na+ está baixa e a osmolaridade se encontra diminuída. • Pode acontecer por : - Excesso de perda de Na+ - Aumento do fluido extracelular ( retenção de água) Hiponatremia hiposmótica Excesso de perda de Na+: perda renal ou extra renal. • Na+ <10mmol/L na urina: perda extra renal - perdas de Na e água gastrointestinal ( diarréia e vômito) • Na+ > 20mmol/L na urina : perda renal - diuréticos que inibem a reabsorção de sódio, - inibidores da ECA - insuficiência adrenal - nefropatias - alcalose metabólica Hiponatremia hiposmótica Aumento do fluido extracelular (retenção de água): Retenção de excesso de água que dilui o sódio plasmático - Falência renal avançada - Síndrome de secreção inapropriada do ADH. - Polidipsia primária: ingestão de água compulsivamente o que excede a capacidade de filtração renal. Hiponatremia hiposmótica Hiponatremia hiperosmótica • Hiponatremia na presença de um aumento da osmolaridade plasmática; • Devido à presença de solutos osmoticamente ativos, como glicose, que ao deslocarem parte da água extracelular, reduzem, significativamente, a fração plasmática de sódio. • É comum na cetoacidose diabética. Hiponatremia isosmótica • Osmolaridade normal (glicose, uréia) • Pseudohiponatremia causada por hiperlipidemia ou hiperproteinemia - Determinação da natremia: falsa diminuição do conteúdo de sódio: Na+ normal Pseudohiponatremia • Concentração de Na+ > 145mmol/L; • Hipernatremia induz hiperosmolaridade e sempre causa desidratação celular; • Motivos: - Perda de água. - Retenção de sódio Doença hipotalâmica (tumor): hipodipsia ↓ ADH Diabetes insipidus: insuficiência do ADH Hiperaldosteronismo primário (adenocarcinoma supra-renais): ↑ níveis de aldosterona Acidose:↑ Na+ devido ↑ secreção de H+ e ↑ absorção de HCO3 - Hipernatremia • Manifestação clinica: - Desidratação intracelular; - Convulsões; - Edema pulmonar; - Hipotensão. • Comum em idosos, acamados e gravemente enfermos que não tem acesso à água. Hipernatremia Potássio • Funções: - Principal cátion intracelular (98% do total); - Concentração mantida pela Na,K- ATPase; - Regula a neutralidade elétrica intracelular em relação ao Na+ e H+; - Essencial para a transmissão e condução do impulso nervoso, ritmo cardíaco normal e contração dos músculos lisos e esquelético. Equilíbrio interno do K + • Fatores que aumentam o transporte de potássio para dentro das células – Insulina, catecolaminas (estimulação beta-adrenérgica). Refeição: insulina Contração rápida: adrenalina Regulação do Potássio Aldosterona e o Balanço de K+ - Aumenta a excreção de potássio por induzir a reabsorção de sódio. Regulação do Potássio • Concentração plasmática de potássio < 3,5mmol/L. Causas • Multifatorial: baixa ingestão, perda na urina e perdas gastrointestinais; • Influxo do K+ para dentro das células pode estar estimulado (administração de insulina, aumento de adrenalina, uso abusivo de broncodilatadores agonistas do receptor β2 (asma). • Hiperaldosteronismo primário (tumor): ↑ aldosterona • Alcalose metabólica: ↑ reabsorção de H+ e ↑ secreção de K+ • Influxo celular de K+ Hipocalemia • Manifestações clinicas: - Fraqueza muscular - Arritmia cardíaca - Dor muscular e câimbras: inibe resposta vasodilatadora potássio- dependente. - Paresia (limitação de movimentos) • Tratamento: reposição → ingestão ou intravenosa Hipocalemia • Concentração plasmática de K+: > 5,0 mmol/L • Mecanismos de proteção contra ↑ de K+ : - Tamponamento para o interior das células - Secreção renal (aldosterona) Causas: - Ingestão ou administração de excesso de potássio; - Insuficiência renal aguda ou crônica: Clearance <10mL/min; - Insuficiência suprarrenal primária ou hipoaldosteronismo (↓renina); - Hemólise maciça; - Acidose metabólica: Secreção de H+ e absorção de K+; - O H+ entra nas células em troca de K+; Hipercalemia • Manifestações clinicas: - Fraqueza muscular; - Paralisia flácida; - Parestesias (face, língua, pés e mãos); - Irritabilidade muscular; - Arritmias cardíacas e parada cardíaca; - Alterações eletrocardiográficas. • Tratamento: - Há três maneiras: 1) antagonismo direto, 2) redistribuição do potássio e 3) aumento da excreção de potássio. Hipercalemia • São os ânions mais abundantes do líquido extracelular; • São importantes para a distribuição de água, pressão osmótica do plasma e eletroneutralidade; • O movimento de Cl- normalmente segue o movimento do Na+, por gradiente eletroquímico ou através do transportadores de membrana. • Excreção: - Trato gastrointestinal - 1 a 2 mmol/dia. - Pele- Rins Cloreto Hipocloremia • Perdas excessiva Cl- : - Perdas gastrintestinais (vômitos, diarréias) - Nefropatias com perda de sal - Acidose metabólica: reabsorção de HCO3 - excreção de Cl- no ducto distal. Hipercloremia • Desidratação • Insuficiência renal aguda • Alcalose metabólica: reabsorção de Cl- em troca da excreção de HCO3 - no ducto distal. Distúrbios no balanço de cloreto • Cátion intracelular; • Atua como cofator de reações de síntese protéica e de DNA; • Necessário para atividade ATPase; • Indispensável para: atividades enzimáticas e neuroquímicas e para a excitabilidade dos músculos; • Diminui a liberação de acetilcolina da junção neuromuscular. • Os sinais clínicos estão ligados as alterações das funções neuromusculares. Magnésio Hipomagnesemia • Cirrose, pancreatite, jejum prolongado, aspiração gastrointestinal prolongada. • Hiperirritabilidade muscular e do SNC, movimentos atetóticos, flapping, nistagmo, arritmias ventriculares. • Tratamento – Repor o magnésio. Hipermagnesemia • Quase sempre devido a insuficiência renal; • Fraqueza muscular, hipotensão arterial, confusão mental. • Tratamento – Diálise, Cálcio EV. Distúrbios no balanço de magnésio Resumo • ADH: retenção de água influencia balanço de Na+ • ↑ Aldosterona plasmática: ↑ reabsorção de Na+ e ↑ Excreção de K+ • Acidose: - túbulo proximal: ↑ reabsorção de Na+ ↑ Na+ plasmático (hipernatremia) - Néfron distal: ↑ reabsorção de K+ e ↑ excreção de Cl- (hipercalemia e hipocloremia) - Próton entra nas células em troca K+ : contribui para a hipercalemia - Alcalose: - túbulo proximal: ↑ excreção de Na+ (hiponatremia) - Néfron distal: ↑ excreção de K+ e ↑ reabsorção de Cl- (hipocalemia e hipercloremia) - K+ entra nas células em troca próton: contribui para a hipocalemia • Solução de Cloreto de Sódio 0.9%; • Solução de Ringer; • Solução de Ringer Lactato. Soluções Isotônicas Soluções Hipotônicas • Dextrose 5% e Água; • Solução de Cloreto de Sódio 0.45%; • Solução de Cloreto de Sódio 0.33%. Soluções Hipertônicas • Solução de Cloreto de Sódio 3% • Solução de Cloreto de Sódio 5% • Sangue Total • Albumina • Nutrição Parenteral Total • Solução Concentrada de Dextrose (>10%) Equilíbrio ácido-básico Introdução Quando falamos em regulação do equilíbrio ácido- básico, referimo-nos, na verdade, à regulação da concentração do íon-hidrogênio nos líquidos corporais. Potencial Hidrogeniônico (pH) Para aprender sobre o equilíbrio ácido-básico é necessário lembrar alguns conceitos. Íon hidrogênio • O H+ é o íon mais importante nos sistemas biológicos; • [H+ ] influencia: - a velocidade das reações químicas - a forma e função das enzimas e de proteínas celulares e a integridade das células. • 80mM de íons hidrogênio são ingeridos ou produzidos pelo metabolismo por dia. Ácidos • É toda substância que em solução aquosa libera íons hidrogênio (H+): Ex: HCl + H2O H3O + + Cl- Bases • É toda substância que em solução aquosa se dissocia liberando hidroxila (OH-): Ex: NaOH + H2O Na + + OH- Potencial Hidrogeniônico (pH) • A [H+] de uma solução é quantificada em unidades de pH; • O pH é definido como o logarítmo negativo da [H+]: pH = -log [H+] • A escala de pH varia de 1 até 14. pH x homeostasia • Homeostasia é a constância do meio interno. - Equilíbrio entre a entrada ou produção de íons hidrogênio e a livre remoção desses íons do organismo; - O organismo dispõe de mecanismos para manter a [H+] e, conseqüentemente o pH sanguíneo, dentro da normalidade, ou seja manter a homeostasia . Balanço ácido-base • Ácidos são formados como produto final do metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras; • Para a manutenção do pH normal do organismo (7.35-7.45) o H+ deve ser neutralizado ou excretado; • Os ossos, pulmão e rim são os principais órgãos envolvidos na regulação do balanço ácido-base Balanço ácido-base Balanço ácido-base • Dois desafios fisiológicos fundamentais: (1) Dar destino ao ácido ingerido na dieta; (2) Dar destino ao CO2 gerado pelo produto final do metabolismo. Sistema Tampão Sistema Tampão • Um tampão é um sistema químico que pode ligar excessivamente H+ ou OH– sem ocorrer mudanças no pH; • Um sistema tampão consiste em um ácido fraco e sua base conjugada: Tampão + H+ TampãoH+ TampãoH+ + OH– H2O + Tampão • O principal sistema tampão plasmático é o sistema ácido carbônico-bicarbonato da hemoglobina Principais Sistemas Tampão • O pH extracelular: Ácido carbônico/bicabornato • O pH intracelular: Proteínas Ácidos resultantes do metabolismo Fosfato Balanço ácido-base Sistema Ácido Carbônico-Bicarbonato • Acontece tanto no pulmão como no rim; • Quanto maior a pressão de dióxido de carbono, mais ácido carbônico é formado – No pH 7.4, a relação bicarbonato para ácido carbônico é de 20:1 – Bicarbonato e ácido carbônico podem aumentar ou diminuir, mas a relação deve ser mantida CO2 + H2O H2CO3 H + + HCO3 - Sistema Ácido Carbônico-Bicarbonato • Se a quantidade de bicarbonato diminui, o pH diminui, causando um estado de acidose; • O pH pode retornar ao normal se a quantidade de ácido carbônico também diminuir – Este tipo de ajuste de pH é chamado de compensação • O sistema respiratório compensa aumentando ou diminuindo a ventilação; • O sistema renal compensa pela produção de urina ácida ou alcalina; Outros Sistemas Tampões • Tampão de proteína: – Proteínas são carregadas negativamente e por isso podem tamponar H+ • Tampão renal: – Secreção de H+ na urina e reabsorção de HCO3 – • Troca iônica celular: – Troca do K+ por H+ na acidose e alcalose Secreção de H+ Secreção de H+ e reabsorção de HCO3 - Acidose e Alcalose Acidose e Alcalose • Quatro categorias de desequilibrio ácido-base: – Acidose Respiratória — elevação da pCO2 devido a diminuição da ventilação – Alcalose Respiratória — diminuição da pCO2 devido a hiperventilação alveolar – Acidose Metabólica — diminuição de HCO3 – ou aumento em ácidos não-carbônicos – Alcalose Metabólica — elevação do HCO3 – geralmente devido a um excesso de perda de ácidos metabólicos Acidose metabólica Alcalose metabólica Compensação renal Provas bioquímicas da insuficiência renal Principais funções do rim • Participação do metabolismo de aminoácidos ; • Excreção de água, sais e metabólitos (uréia, ácido úrico, etc); • Regulação do balanço ácido-base (homeostasia); • Participação na biossíntese (creatina, carnitina, glicose, aa); • Participação da regulação hormonal. Metodologias laboratoriais • Albumina – Colorimétrico; • Creatinina – Cinético colorimétrico; • Uréia – Cinético UV (colorimétrico); • pH, pCO2, bicarbonato – gasometria; • Cl-, Na+, K+ – eletrodo íon seletivo; • Lactato – enzimático/colorimétrico. Relação Uréia-Creatinina Início de uma lesão renal: aumento de uréia e creatinina normal Problema renal começa ficar mais intenso: uréia e creatinina estão aumentados Lesão é tratada (fim da lesão): a uréia volta aos níveis normais e a creatinina continua aumentada Lesão totalmente curada: creatinina volta ao normal Proteinúria • Proteinúria ou albuminúria constitui: - fator que antecipa o diagnóstico da nefropatia; - fator de evolução para insuficiência renal crônica; - fator indicativo do processo inflamatório do sistema urinário. • Pode ser causada por: - inflamação, - hemorragia ou - nefropatias Proteinúria Patológica • PRÉ-RENAL = hemoglobinúria,mioglobinúria e proteína de Bence- Jones no mieloma múltiplo. • RENAL = aumento da permeabilidade do glomérulo, incapacidade de reabsorção de proteínas devido a doença tubular. (sangue ou exsudato de origem renal) • PÓS-RENAL = hemácias e exsudato que atingem a urina após os túbulos renais. (pielite, uretrite, cistite, ureterite e urolitíase) Relação Proteína-Creatinina • Resultado: <0,5 normal 0,5 até 1,0 questionável > 1,0 anormal • Auxiliar na confirmação da proteinúria significativa, sem os demais achados do processo inflamatório. Relação Proteína-Creatinina Glicosúria • Glicosúria deve ser analisada em relação a glicemia. • GLICOSÚRIA + HIPERGLICEMIA • GLICOSÚRIA sem HIPERGLICEMIA - Doenças renais com comprometimento da porção tubular proximal. Gasometria arterial • A gasometria arterial é um exame realizado com sangue arterial, quando se quer saber como está o equilíbrio ácido- base de uma pessoa. Gasometria arterial Gasometria arterial • Interprete as gasometrias arteriais abaixo: Caso 1: pH = 7,52 / pCO2 = 20mmHg / HCO3 – = 16mEq/L Caso 2: pH = 7,30 / pCO2 = 27mmHg / HCO3 – = 13mEq/L Caso 3: pH = 7,80 / pCO2 = 20mmHg / HCO3 – = 30mEq/L ALCALOSE RESPIRATÓRIA ACIDOSE METABÓLICA ALCALOSE MISTA
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