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PATOLOGIAS DEGENERATIVAS Profª. Giovanna Barros OSTEOARTROSE: Possui vários sinônimos, como: osteoartrite, artrose, artrite, doença articular degenerativa, artrite hipertrófica, artrite estrutural e reumatismo degenerativo. PATOLOGIA DEGENERATIVA OSTEOARTROSE (OA) DEFINIÇÃO: Doença articular degenerativa crônica das articulações sinoviais. Origina-se de uma deterioração local da cartilagem articular, caracterizando-se pela degeneração progressiva desta cartilagem, hipertrofia e deformação do osso subcondral, podendo haver, também, sinovite de grau variável. OSTEOARTROSE (OA) INCIDÊNCIA: É a doença reumática mais freqüente, atinge cerca de 16,2% da população brasileira. Maior predominância no sexo feminino; Entre a 4ª e 5ª décadas, com alta incidência após os 60 anos. Pelo menos 85% das pessoas com idade superior a 70-79 apresentam diagnóstico radiológico de OA. OBS.: • Mulheres – mãos e joelhos • Homens – quadril OSTEOARTROSE (OA) ETIOLOGIA: Não resulta de uma causa única (etiologia multifatorial), mas de uma verdadeira constelação etiológica, podendo ser classificada em: Primária ou idiopática: não há uma causa óbvia, pode ser devida a uma série de fatores, entre eles postura inadequada, processo de envelhecimento articular, hereditariedade, etc. Secundária: um fator inicial pode ser identificado, surgindo em conseqüência de outras condições tais como trauma agudo com ou sem fratura, luxações, infecções, hipermobilidade, obesidade, etc. OSTEOARTROSE FATORES ASSOCIADOS: •Idade •Sexo •Genética •Densidade óssea •Injúria articular •Obesidade •Fraqueza muscular Suscetibilidade para OA Local e Gravidade da OA OSTEOARTROSE PATOGÊNESE: Devido ao estresse mecânico, a cartilagem sofre degradação, alterando a congruência articular. Há redução progressiva da espessura da cartilagem até o seu desaparecimento → Radiologicamente: diminuição da interlinha articular O osso subcondral é exposto, permitindo que o líquido sinovial seja forçado pela pressão do peso para dentro do osso → Radiologicamente: Osteoesclerose subcondral (nas zonas de apoio – reação óssea à hiperpressão) OSTEOARTROSE PATOGÊNESE: O osso passa a receber maior impacto mecânico, devido à redução do amortecimento da cartilagem e reage com intensa remodelação, ou seja, o osso está corroído na área central, porém, depositado na periferia pela ossificação endocondral da cartilagem →Radiologicamente osteófitos marginais Esta remodelação acentua a incongruência da articulação e contribui para a formação do círculo vicioso da degeneração →Radiologicamente: Deformidade articular e Anquilose óssea OSTEOARTROSE OSTEOARTROSE PATOGÊNESE: Pequenos fragmentos erodidos da cartilagem articular morta ficam flutuando no líquido sinovial, porém tendem a se aderir na membrana sinovial. Esta reage sofrendo hipertrofia e provocando um derrame sinovial moderado (líquido sinovial mais viscoso). Radiografia Joelho normal Osteoartrose joelho Radiografia OMBRO NORMAL OSTEOARTROSE OSTEOARTROSE QUADRO CLÍNICO: É variável de acordo com as articulações envolvidas, duração e gravidade da moléstia. Não apresenta caráter sistêmico; Mono ou oligoarticular (menos de 4), raramente poliarticular; apresenta certa tendência para a bilateralidade; Articulações mais acometidas: coluna cervical e lombar, joelhos, mãos, coxofemorais e pés (MTF do hálux). Raramente, punhos, cotovelos, ombros e tornozelos. Pode ser assintomática; OSTEOARTROSE QUADRO CLÍNICO: A) Sintomas 1) Dor - Protocinética, sendo o principal motivo p/ as consultas; - Alivia com o repouso - piora: atividades c/ carga, à noite, clima frio, estresse emocional Causas da dor: • Cartilagem aneural • Edema, inflamação sinovial, espasmo muscular. OSTEOARTROSE 2) Rigidez articular após repouso ou pela manhã. 3) Parestesia compressão de estruturas nervosas na coluna devido aos osteófitos. OSTEOARTROSE B) Sinais 1) Fraqueza e atrofia muscular progressivas • Dor, edema inibição reflexa fraqueza e atrofia instabilidade e perda de função articular 2) Espasmo muscular ciclo dor-espasmo-dor 3) Limitação de ADM - hipertrofia da cápsula limitação funcional - dor e edema perda funcional - presença de osteófitos 4) Deformidades postura antálgica, destruição da cartilagem OSTEOARTROSE 5) Derrame articular e/ou - sinovite sinais inflamatórios - uso excessivo da articulação 6) Crepitações - superfície irregular (cartilagem, osso) 7) Nódulos ósseos hipertrofia do osso subcondral articulações IFP e IFD OSTEOARTROSE A) Mãos • Rizartrose (raiz) na trapézio-metacarpiana (CMC do 1º dedo). Padrão em adução e extensão do polegar; Dificuldade na oponência do polegar, abdução dolorosa. A OA recebe nomes diferentes conforme sua localização: OSTEOARTROSE A) Mãos • Nódulos de Herbeden articulação IFD (2º e 5º dedos) • Nódulos de Bouchard articulação IFP Hipertrofia óssea nas margens das articulações. - Perda da FM e da habilidade manual A OA recebe nomes diferentes conforme sua localização: OSTEOARTROSE Nódulos de Heberden (IFD) e Bouchard (IFP): Anquilose óssea OSTEOARTROSE B) Joelhos GONARTROSE • Localização mais comum; • Maior incidência: entre 51-60 anos, mulheres, obesas. • Geralmente bilateral, com início na fêmoro-patelar e posteriormente na fêmoro-tibial medial. • Dor: inicialmente em atividades intensas, depois à pequenos esforços e posteriormente até mesmo ao repouso. • Sinais e sintomas: crepitações; derrame articular; atrofia ou espasmo muscular (quadríceps), dor à palpação da interlinha articular e à mobilização da patela, limitação de ADM;deformidade em varo (valgo) do joelho. OSTEOARTROSE • VARISMO DE JOELHOS: OSTEOARTROSE GONARTROSE OSTEOARTROSE C) Coxo-femorais Coxartrose • Localização mais incapacitante. • Maior incidência em homens. • Dor na região inguinal, podendo referir nas nádegas, região lateral do quadril e até o joelho. • Edema: localização profunda, não perceptível. • Atrofia muscular, fadiga dos MMII, dificuldade na marcha. • Redução da mobilidade, principalmente RI, abd, flexão e extensão. • Dificuldades funcionais: calçar sapatos, cruzar pernas, locomoção, subir/descer degraus. OSTEOARTROSE Rx: Comprometimento do compartimento súpero-lateral e medial. Geralmente sintomática quando presente ao Rx. OSTEOARTROSE E) Coluna Espondilose Degeneração: discal, vertebral e facetária (espondiloartrose) • Lombar: mais freqüente, excesso de peso e alterações posturais. • Cervical: alta prevalência grande mobilidade e tensões posturais. OSTEOARTROSE Espondilose OSTEOARTROSE Diagnóstico Clínico: Baseia-se nos achados clínicos e nos achados radiológicos AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA: Anamnese / Exame físico: Inspeção; Palpação; Mobilidade articular: Força muscular; Avaliação Funcional*; Avaliação Postural; Marcha Tratamento medicamentoso: Objetivos: Nenhuma medicação tem-se mostrado capaz de deter ou reverter o processo da OA. As medicações são usadas para aliviar os sintomas e melhorar a funcionalidade. Analgésicos: Acetaminofen (paracetamol) Anti-inflamatórios não-hormonais (AINH): São amplamente utilizados para alívio de dor e do processo inflamatório que acompanha os casos de O.A. Tratamento cirúrgico: Indicação: tto conservador ineficaz, dor prolongada ou permanente, deformidades fixas, perda de funcionalidade. OSTEOARTROSE ARTROPLASTIA Artroplastia total do quadril D OA do quadril D Prótese total do joelho – sem substituição da patela OSTEOARTROSE ARTROPLASTIA OSTEOARTROSE Tratamento Fisioterapêutico: A eleição dos recursos fisioterapêuticos deve ser feita com base nos objetivos do tratamento delineados segundo informações colhidasna anamnese, no exame físico e funcional. ►Dor • Crioterapia (custo benefício) • Calor superficial úmido, Tens • US atérmico: associado ou não à antiinflamatório • Laser AsGa • Uso de órteses • Mobilizações articulares nos graus I e II Calor Profundo (USC, OCC) → gera aumento de temperatura intra-articular → contra-indicado em Artropatias inflamatórias e degenerativas crônicas = efeito sobre as colagenases. OSTEOARTROSE ► Manter ou aumentar ADM Tração articular manual; Mobilizações articulares nos graus III e IV; Alongamentos seletivos: pele, tecidos moles e articulações; Exercícios passivos; Exercícios ativos livres. ► Correção postural • Alinhamento do segmento OSTEOARTROSE ► Fortalecimento muscular Exercícios de fortalecimento extenuantes e com descarga de peso não devem ser empregados durante fase inflamatória aguda. Importante: CUIDADO com exercícios em Cadeia Cinética Aberta (CCA) em O.A. fêmoro-patelar! OSTEOARTROSE ► Fortalecimento muscular - CCA: Aumenta a força de cisalhamento entre as estruturas articulares da patela e do fêmur. Utilizada preferencialmente em pacientes com O.A. tíbio-femoral. - CCF: Exercícios de cadeia cinética fechada reproduzem padrões de movimentos funcionais e geram menor estresse a estrutura do joelho. Utilizada preferencialmente em pacientes com O.A. fêmoro-patelar. OSTEOARTROSE Orientações: • Orientar o paciente quanto a alternar atividade com períodos de repouso; • Posicionamento correto durante as atividade a serem executadas em casa (realização das AVD’s); • Indicação de órteses, bengalas e/ou muletas e adaptações adequando-as ao paciente e ensinando sua correta utilização; • Realização de atividades físicas: hidroterapia; • Perda de peso.
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