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1 PRINCIPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E SUA JURISDIÇÃO NO DIREITO PENAL NOVAIS, Erick Almeida RODRIGUEZ, Isidoro Orge Resumo Trata-se de trabalho acadêmico realizado na forma de artigo cientifico com ampla pesquisa em doutrina, livros de obras clássicas e também dos mais atuais entendimentos dos tribunais de corte máxima brasileira, objetivando a análise bastante detalhada do princípio da insignificância no direito penal e também no direito processual penal brasileiro, abordando sua evolução histórica no primeiro momento, passando então a verificação da forma de aplicações nos Tribunais Superiores, passando a estudar qual a sua relação com outros princípios importantes da ciência penal. O artigo fora formulado, tratando do conceito do princípio amplamente estudado por Claus Roxin. Demonstrando ainda a aplicação do princípio da insignificância nos tribunais pátrios, especialmente no Supremo Tribunal Federal. Sucintamente, deve ser entendido como uma forma por meio da qual será afastada a ocorrência do crime, uma vez que não será observada tão somente a subsunção da conduta à descrição legal do crime. Assim, a análise da ocorrência do crime não deve ser feita apenas pela tipicidade formal, qual seja, da subsunção do fato à norma, mas também pela tipicidade material, de modo a afastar a tipicidade de condutas irrelevantes, ou de pouca importância, por lesionarem de forma insignificante o bem jurídico tutelado. Por tratar-se de tema de extrema relevância, o presente artigo tem o desiderato de tecer breves considerações acerca do instituto da bagatela, evidenciando sua aplicação pelos Tribunais Superiores do País. Estudante de Direito Universidade Salgado de Oliveira (Universo) eriicknovais@hotmail.com Professor de Direito - Universidade Salgado de Oliveira (Universo) isidoroorge@yahoo.com.br 2 . Palavra-chave: Direito Penal, Processual, Princípio, Insignificância. 1. Introdução O tema principal deste artigo é o principio da insignificância e sua aplicabilidade no direito penal brasileiro, para assim visar uma melhor compreensão do assunto, é oportuno citar também o principio da intervenção mínima, como delimitador do Jus Puniendi. Por principio é definido como: [1] “O mandamento nuclear de um sistema, seu verdadeiro alicerce, de sorte que sua violação é mais grave do que a agressão a uma norma, porquanto implica repúdio a todo um sistema. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais.”. [2] E seguido de Claus Roxin, “o chamado princípio da insignificância, permite, na maioria dos tipos, excluir os danos de pouca importância”. Deste modo, entende-se que não “há crime de dano ou furto quando a coisa alheia não tem qualquer significação para o proprietário da coisa”. O presente se trata de um estudo bibliográfico, onde os dados foram colhidos de forma qualitativa em livros, artigos em sites da internet, com o objetivo de apresentar o tema do principio da insignificância e sua jurisdição no direito penal. Esse artigo visa o estudo e complementação da temática dentro da disciplina de Direito Penal I, como forma de avaliação, objetivando a compreensão do discente e ampliação de seus conhecimentos. 2. Principio da Insignificância 2.1 Considerações Gerais. 3 No discorrer da pesquisa o principio da insignificância ou “da bagatela jurídica” foi encontrada maior incidência de dados em processos de Habeas Corpus, e crimes de lesão leve aos bens tutelado pela jurisprudência. Pesquisas feitas com base em processos penais e civis, como base de pressuposto em crimes graves, sendo que os mesmos são tutelados em direito, como crimes de lesões leves aos bens jurídicos. [3] O Supremo Tribunal Federal (STF), baseado na decisão do Ministro Celso de Melo, procurou tornar compatível à aplicação do Princípio da Insignificância, que privilegia outros princípios do Direito Penal, como o Princípio da Intervenção Mínima, o Princípio da Fragmentariedade e o Princípio da lesividade, com o Princípio da Legalidade, que elege os bens jurídicos que merecem tutela estatal prévia. Portanto, o princípio da insignificância somente pode ser aplicado na presença dos seguintes requisitos: Inexpressividade da lesão jurídica cometida. De acordo com o STF, o ato de lesividade insignificante pode ser caracterizado na tipicidade formal, mas não na tipicidade material, pois não há lesão para justificar uma sanção penal. Nenhuma periculosidade social decorrente da ação. Mínima ofensividade da conduta do ofensor. Grau de reprovação do comportamento baixo. De acordo com o Princípio da Insignificância, o Direito Penal não deve ocupar- se de bagatelas. Neste sentido ministra Fernando Capez: [4] A tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico protegido, pois é inconcebível que o legislador tenha imaginado inserir em um tipo penal condutas totalmente inofensivas ou incapazes de lesar o interesse protegido. A aplicação do princípio da insignificância não significa ausência de proteção jurídica por parte do Estado e sim a exclusão de um fato que, embora seja considerado criminoso, é insignificante para acionar a tutela do Direito Penal. 2.2 Aplicações no Supremo Tribunal Federal Ao pesquisar sobre a aplicação na suprema corte. Foi possível avaliar algumas decisões favoráveis a sua aplicação. Na real existência da tipicidade, os 4 ministros do STF á reconhecem. Porem tem alguns requistos averiguados pelo ministro Celso de Mello no HC 84.412/SP, necessários para a configuração do crime de bagatela e consequentemente a aplicação o principio da insignificância. [5] “DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INCIDÊNCIA NO CASO. ORDEM CONCEDIDA.”. 1. A questão de direito tratada neste writ, consoante a tese exposta pela impetrante na petição inicial, é a suposta atipicidade da conduta realizada pelo paciente com base no princípio da insignificância. 2. Considero, na linha do pensamento jurisprudencial mais atualizado que, não ocorrendo ofensa ao bem jurídico tutelado pela norma penal, por ser mínima (ou nenhuma) a lesão, há de ser reconhecida a excludente de atipicidade representada pela aplicação do princípio da insignificância. O comportamento passa a ser considerado irrelevante sob a perspectiva do Direito Penal diante da ausência de ofensa ao bem jurídico protegido. 3. Como já analisou o Min. Celso de Mello, o princípio da insignificância tem como vetores a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada (HC 84.412/SP). 4. No presente caso, considero que tais vetores se fazem simultaneamente presentes. Consoante o critério da tipicidade material (e não apenas formal), excluem-se os fatos e comportamentos reconhecidos como de bagatela, nos quais tem perfeita aplicação o princípio da insignificância. O critério da tipicidade material deverá levar em consideração a importância do bem jurídico possivelmente atingido no caso concreto. 5. Habeas corpus concedido. (sem grifos no original)(96688 RS, Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 12/05/2009, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-099 DIVULG 28- 05-2009 PUBLIC 29-05-2009 EMENT VOL-02362-07 PP-01249)” 5 3. Conclusão Diante de todo exposto, temos que o principio da insignificância tem excludente causa no direitopenal, tendo-se em vista que a mínima ofensividade ao bem materialmente tutelado juridicamente. O principio tem um teor liberal, que busca “esvaziar” o Direito Penal, fazendo com que ela seja efetiva a suas características de ultima ratio. Porem, ela dever ser aplicada cuidadosamente, sempre acompanhando as mudanças sociais. Observando também, de modo geral, o princípio da insignificância é aplicado no Brasil, com algumas ressalvas, dependendo do local onde foi praticado o delito, bem como o resultado do dano causado e a forma que o delito se caracterizou. Vale ressaltar que o princípio da insignificância não deve ser encarado como uma saída mágica sobre qualquer tipo de delito produzido por alguém, sendo uma regra para todas e quaisquer ilicitude. Não podemos somente observar o resultado do delito, devendo ser levando em consideração as circunstâncias das quais o delito foi cometido, analisando assim a vítima, bem como o infrator. Importante observar ainda que a insignificância não é um princípio isolado, mas sim, um princípio interligado a todos os outros. Ainda que a insignificância seja um princípio penal em sua origem, este pode ser aplicado aos outros ramos do Direito, tendo em vista que o Direito é uno, podendo valer-se de pilares de outros ramos. Referências [1] MELLO, Celso Antônio Bandeira de Elementos de direito administrativo. [2] ROXIN, Claus. Problemas fundamentais de direito penal. 6 [3] https://examedaoab.jusbrasil.com.br/artigos/413443647/principio-da- insignificancia. [4] Capez 11 [5] http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=63002 MELHEM, Patricia Manente. Da Inaplicabilidade Do Princípio Da Insignificância No Direito. Penal. Curitiba: UFPR - Dissertação, 2008. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=da%20inaplicabilidade%20do%2 0princ%C3%ADpio%20da%20insignific%C3%A2ncia%20no%20direito&sourc e=web&cd=3&ved=0CCwQFjAC&url=http%3A%2F%2Fdspace.c3sl.ufpr.br%2 Fdspace%2Fbitstream%2Fhandle%2F1884%2F17286%2FPATRICIA%2520M ANENTE%2520MELHEM.pdf%3Fsequence%3D2&ei=6SLeTvGyH47VgAeS9 4XnBQ&usg=AFQjCNE1hf8eGCvmHro-ZEvNNVVX4LFaKQ>. Acesso em: 03 dez. 2011.
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