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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO 1º VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DESTA CAPITAL PROCESSO Nº: 098617-0800-16 José Santos, já qualificado, por intermédio de sua advogada e bastante procuradora (procuração em anexo), com escritório profissional sito à Rua Zeferino D’ávila Monteiro, nº 426, Bairro Mooca, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde recebe notificações e intimações, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor CONTESTAÇÃO à ação de alimentos proposta por João Souza Santos e Gabriel Souza Santos, brasileiros, menores impúberes, representado por sua genitora, Maria Souza, já qualificada, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. I – RESUMO DA INICIAL Alega a requerente que foi casada com o Requerido por aproximadamente sete anos. Desta união nasceram dois filhos, os quais são os autores e estão aqui representadas pela requerente. Estão separados de fato há aproximadamente um ano e meio e que o Requerido que antes provia todo o conforto necessário para uma digna subsistência, hoje não presta mais nenhum auxilio. Alega, ainda que, hoje contribui com a renda mensal de R$ 88,00 (oitenta e oito reais), e ainda não paga nem os remédios destinados ao tratamento de hérnia de disco da genitora dos autores. Ainda, alegando que o requerido tem plena capacidade econômica de contribuir mais adequadamente. Diz ainda a requerente tem encontrado severas dificuldades no sustento e educação dos filhos, pois alega que estão totalmente desprovidos de manutenção alimentar, passando por todo tipo de necessidade. Citado ainda o processo nº 025411-0800-14 de Ação de Oferta de Alimentos, ainda em trânsito. O valor ainda pretendido mensalmente pela requerente é na ordem de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para cada um dos filhos. Deste modo, pretendido é a importância de R$ 10.000,00 (dez mil reais) aos autores, além das custas processuais e honorários advocatícios. II – DAS PRELIMINARES “Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: III - incorreção do valor da causa; (...) VI - litispendência; (...)” a. Incorreção do Valor da Causa A causa está estipulada na importância de R$ 120.000,00, conforme os cálculos supracitados. Este valor encontra-se fora do alcance de requerido, pois este têm gastos com outros filhos, além dos autores, e também provê o sustento de seus próprios progenitores, devidos avôs paternos dos autores. A partir do sobrescrito, é proposto a redução do valor da causa para a importância de R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais), ou seja, R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada um dos autores, na modalidade de pensão mensal. b. Litispendência O conceito de litispendência existe para garantir uma segurança jurídica a todo o ordenamento, pois esta deve existir em todas as sociedades e em todas as formas imagináveis de governo. O artigo 337, do Novo Código de Processo Civil traz a conceituação do termo e estabelece seus parâmetros para ser aplicado, como podemos ver: “§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.” A partir disso, vemos que há uma litispendência, pois mesmo na inicial foi citado a Ação de Oferta de Alimentos nº 025411-0800-14, e está em tramite na 2ª Vara de Família desta mesma capital. É sabido que não há qualquer sentido na manutenção de dois processos idênticos, com realização duplicada de atos e gastos desnecessários de energia. Além disso, a manutenção de processos idênticos poderia levar a decisões contraditórias, o que, além de desprestígio do Poder Judiciário, poderá gerar no caso concreto problemas sérios de incompatibilidade lógica ou prática dos julgados contrários, trazendo a insegurança jurídica à tona. Deste modo, peço, respeitosamente, a extinção do processo sem resolução de mérito pelo juiz, de acordo com o artigo 485, inciso V: “Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;” III – DO MÉRITO a. Na inicial é dito que o requerido sempre sustentou o lar familiar, mas conforme demonstra a inclusa cópia de declaração de imposto de renda dos anos de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008, a representante trabalhou durante 4 (quatro) anos, dos 7 em que esteve casada com o requerido, e a mesma largou seu trabalho para cuidar da única e exclusivamente da educação dos filhos, na época com um 3 (dois) anos e outro com 6 (seis) meses de idade. b. Também é dito que o requerido não prestou nenhuma assistência aos filhos deixando-os em completo abandono material e afetivo, que é um fato irreal. Além de pagar o que foi ajustado noutro processo, os oitenta e oito reais mensais para cada, o requerido ainda paga a mensalidade escolar de uma renomada escola privada da cidade, seus devidos materiais e uniformes, que mensalmente geram um valor de R$ 1.700,00 ao requerido, os devidos documentos que comprovam este fato estão em anexo. Sobre o abandono afetivo, também é uma causa a ser desqualificada, pois o mesmo sempre passava os finais de semana com ambos os autores, fazendo todas as suas vontades e divertindo ambo. Um caso isolado ocorreu quando o requerido teve que fazer uma viagem internacional de negócios, e passou 3 semanas sem ver os filhos, mas ao tentar ligar para o telefone da genitora, ou o da casa onde os autores moram, não conseguia manter o contato, pois parecia estar sempre ocupado. Ao voltar desta viagem o mesmo foi prontamente procurar pelos seus filhos na escola, e viu que estava tudo bem, mas a genitora após este caso isolado proibiu este pai a buscar seus filhos para o fim de semana. Após esta ocorrência, o requerido já entrou com a devida medida na Ação de Oferta de Alimentos supracitada, onde também está sendo discutida a guarda compartilhada. c. Sobre os pagamentos de remédios aos problemas de saúde da genitora, devem ser discutidos, pois esta situação médica em questão só entrou no conhecimento do requerido no curso deste processo, pois antes a mesma não tinha graves problemas de saúde. Deste modo, como poderia o requerido saber de um caso como este. d. A inicial também demonstra que os autores estão desprovidos de manutenção alimentar. Novamente, esta questão não era uma preocupação ao requerido antes desta inicial, pois através de um acordo irregular feito durante a separação do casal, a mãe e também representante havia ficado responsável pela total manutenção da alimentação dos autores, e o pai, requerido ficava responsável por plano de saúde, escola, materiais, entretenimento, roupas e alguns supérfluos. Este acordo consta em anexo. e. Quanto ao pedido de aumento da pensão alimentícia, o requerido não se opõe, mas solicita que seja um preço justo e adequado as necessidades dos autores, e os poderes que os pais podem manter. Como supracitado, o valor proposto é de R$ 2.000 (dois mil reais) mensais, para cada um dos autores. f. O princípio constitucional da igualdade prevê os direitos iguais ao homem e a mulher, então as despesas dos autores devem ser suportadas por ambas as partes, afinal a pensão não se baseia no fato de um ser rico e o outro não, e sim no binômio de quem recebe e a possibilidade de quem alimenta. IV – DOS PEDIDOS a. Peço a INCORREÇÃO DO VALOR DE CAUSA para o valor de R$ 48.000,00 (quarenta e oito mil reais), ou seja, R$ 2.000,00 (dois mil reais) para cada um dos autores, na modalidadede pensão mensal. b. Peço a RESOLUÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, por reconhecer a Litispendência. c. Peço que se RESPEITE O PRINCÍPIO DA IGUALDADE, para que as despesas dos filhos e autores, sejam suportados por ambas as partes. TERMOS EM QUE, PEDE DEFERIMENTO Campo Grande, MS, 19/10/2018 __________________________________________ Pietra Drum Rodrigues Advogada OAB nº 2.222/MS