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1 Tradoff em Célula de Produção: Simulação e Estudo de diferentes configurações com base nos conceitos da Manufatura Enxuta Milton Augusto Barbosa Resumo Atualmente, o conceito de célula de produção é bastante difundido e aplicado por várias empresas em muitos países, nos mais diversos setores da economia de produtos e serviços. Essas empresas aplicam e buscam uma configuração avançada de célula de produção acreditando em melhores resultados no sistema produtivo. Como o resultado do sistema produtivo nem sempre é o melhor por decisão na configuração da célula de produção, este artigo simula e estuda os tradoff’s com base nos conceitos da Manufatura Enxuta para quatro diferentes configurações de células de produção. Essa simulação apresenta resultados para diferentes configurações de célula de produção com base nos conceitos da Manufatura Enxuta e conclui que o tradoff está presente nestas configurações celulares. Com a simulação e estudos dos resultados apresentados, o artigo revela situações que podem facilitar a tomada de decisão na escolha da configuração ideal para obter melhores resultados no sistema de produção. Palavras Chaves: Célula de produção; Manufatura Enxuta; Tradoff; Introdução Durante décadas, o atual conceito de Manufatura Enxuta evoluiu em busca de tornar as empresas mais competitivas eliminando os desperdícios e melhorando os resultados do sistema produtivo, para conseguir menores custos de produção a médio e longo prazo. A redução dos custos de produção através da economia de recursos do sistema produtivo fizeram com que as empresas de manufatura aumentassem sua produtividade atuando principalmente nas configurações das células de produção. Porém qualquer alteração relacionada a demanda, mix de produção e tempo disponível real alterava o resultado no sistema produtivo como um todo, comprometendo, às vezes, negativamente no resultado da empresa. Segundo Corrêa (1996), o sistema Toyota de produção na sua origem limita o mix de produção quanto à sua diversificação e não permite oscilação de demanda, buscando ao máximo uma estabilidade para conseguir melhores resultados de produtividade. Porém como as células de produção são adequadas a demanda, ao mix de produção e o tempo disponível real, o objetivo principal do artigo é simular e estudar os tradoff’s nos conceitos da manufatura enxuta para quatro diferentes configurações de células de produção, afim de auxiliar em decisões para obter melhor resultado do sistema de produção. Sistema Produtivo Celular No final do século XIX, Taylor desenvolveu a administração científica, que buscava a padronização do processo de trabalho e a maneira mais adequada de realizar uma tarefa com supervisão do cumprimento da padronização do tempo. Aproveitando da Administração Científica para obter maior produtividade, Henry Ford aplicou o conceito de linha de montagem seriada, produzindo em larga escala para época o automóvel Ford modelo T em menos tempo, com menor custo de produção e aplicando o controle da qualidade. Vale lembrar rapidamente que no momento em que Ford criava a linha de produção seriada, surgia logo em seguida uma crítica forte ao modelo de produção representado através do filme tempos modernos com Chaplim. O filme marcava de forma excessiva e exagerada a alteração behavorista do capital humano operário no sistema de produção do futuro, destacando os males que poderiam trazer à qualidade de vida do operário. As exigências dos clientes foram mundando e a diversificação de modelos foram obrigando as empresas a adaptar o sistema de produção por famílias ou tecnologia de grupo. Essa diversificação controlada por grupo obrigou a desenvolver novas técnicas de manufatura para lotes menores no sistema de produtivo. Assim, necessitava de algo para revolucionar e inovar o formato do sistema produtivo para produtos diverisifcados, gerando maior flexibilidade, menores lotes de produção, redução de custo, otimização dos processos, melhoria da qualidade e mudança de cultura. Segundo Corrêa (1996), em meados da década de 70, os japoneses com base no Sistema Toyota de Produção inovam com o conceito de célula de produção, dizendo ao mundo que o trabalho organizado em células de produção eliminam desperdícios de espera, super produção, estoque, defeitos de qualidade, movimentos, transportes, processos desnecessários, além de um ambiente de trabalho polivalente, saudável e adaptado ergonomicamente. 2 LINHA AUTOMÁTICA - VOLUME + - VA RI ED AD E + POSICIONAL PROCESSO JOB CELULAR posiciona l processo celular automático CU ST O QUANTIDADE (q) Surge então a filosofia Just in Time voltada para a eliminação dos desperdícios, inclusive com a criação de células produtivas. Conforme definição técnica do Lean Institute do Brasil, a ”célula define a localização de etapas de processamento para um produto similar a outro, de modo que as peças, documentos etc. possam ser processados em um fluxo muito próximo de contínuo, seja um por vez ou em pequenos lotes, mantidos ao longo da seqüência completa de processamento”. Segundo Ribeiro, F. 2002, o sistema de produção organizado em células de fabricação, torna-se mais simples e eficiente à administração, decorrência imediata da decomposição do sistema global de produção em subsistemas de menor dimensão. Há uma redução do tempo gasto em transferências entre os postos de trabalho, do tempo de preparação das máquinas, da quantidade de ferramentas, do tamanho dos lotes e do tempo total de fabricação. Conforme artigo publicado recente na internet, a Boeing in Portland afirma que, “In the past, using the "job shop" method, these machines were located in separate areas of the factory, and each required a separate machinist to operate it. They turned out hundreds of parts in batches that were then loaded into baskets for transporting to another area, or simply sat there in stacks waiting until they were needed or the whole batch was completed.” Com a implementação da célula de produção em alguns segmentos de produtos com menor volume e maior variedade, conseguiu-se identificar as vantagens que a célula de produção tinha sobre os outros tipos de leiaute (tabela 1), tanto em flexibilidade como nos custos (figura 2) de acordo com o volume em quantidades produzidas (Figura 1). Figura 1 –Quadro Volume x Variedade Assim os estudos começaram a demonstrar que a transformação de outros leiautes em células de produção tradicionais traziam benefícios eliminando os desperdícios e aumentando a produtividade para um mix de produção com maior variedade. Figura 2 – Leiaute X Custos de Fabricação Na própria Boeing in Portland, “os resultados comprovam “This equipment was large, complex and expensive," said Andrew Takamiya, Production System manager at Boeing in Portland. "By incorporating the fundamental principles of the Lean production preparation process and designing equipment specifically for the type and size of the parts being manufactured, we've reclaimed 2,076 square feet of factory space." Para aumentar a produtividade, em um curto espaço de tempo, várias configurações de células foram sendo estudadas buscando otimizar e flexibilizar o sistema produtivo de uma família de produtos. A Boeing in Portland tinha um processo complexo em Job Shop com grandes tempos de espera. A decisão foi evoluir direto para a última configuração de célula de produção deste artigo. “ The machines in the new Chaku-Chaku line are locatedin a U-shaped flow line. "The machines eject the parts automatically and everything is timed just right, so the operators don't spend time unloading or waiting," said machinist and Lean Manufacturing team member Jack Mitchell. "By the time the operator gets to the end of the line, the machine cycle of the first machine is completed and the whole process can start over again. "This flow line is assigned only those resources (equipment and labor) that are required for the specific activities to be performed. Included in the line are appropriate inspection tools to ensure no quality problems are passed on to the next operation. Essas vantagens foram estudadas por vários autores, tais como Correa, H., Gaither, Slack entre outros “gurus” da Gestão de Produção. 3 1 2 3 6 4 5 1 Assim, a tabela (1) demonstra as vantagens de uma célula de produção enxuta em relação a outros leiautes de fabricação. CÉLULA LEAN Outros Leiautes Maior velocidade e flexibilidade de resposta Resposta lenta e baixa flexibilidade Predomina participação em grupo Individualismo predominante Proporciona conceito Puxado Proporciona conceito empurrado Controle da Qualidade Robusto Dificuldade na localização de defeitos Redução de estoques intermédiários - Fluxo de uma peça Alto estoque intermediário p/ dia seguinte Permite trabalhar em mais de um posto Trabalha normalmente em parte da linha Evolução continua para o grupo Inibe a criatividade e incentiva o individual tabela 1 – Vantagens da Célula Produção X Outros Leiautes Evolução da Configuração Celular Antes da concepção da primeira célula de fabricação, o modelo conhecido em montagens e sub montagens era linha de produção com leiaute linear (figura 3). Funcionários da linha Operações Estoque de peças inacabadas entre operações Inspeção – Controle de Qualidade Sentido da Esteira figura 3- linha de produção – layout linear Segundo Biehl e Mosele (2003), “ o modelo de produção caracteriza-se como fordista que é baseado em máquinas e tarefas dedicadas, com idéia de produção em massa, para obter ganhos de escala. As pessoas se colocam ao longo das esteiras de acordo com a sua especialização e passam todo o período de trabalho repetindo a mesma tarefa. O trabalho lhes passa pela frente num período criteriosamente cronometrado, definido por uma mediana observada em trabalhadores selecionados; não há preocupação com o ritmo de produção individual, imortalizando o sistema fordista de especialização no trabalho”. A linha em formato de “U” (figura 4) que teve sua concepção inovada, apresenta uma interligação das tarefas com movimentos manuais curtos, fluxo de uma peça reduzindo o estoque em processo, menor lead time, menor espaço ocupado e melhor flexibilidade de resposta ao mix de produção dos clientes. Tempo de Ciclo Padrão 0 2 4 6 8 10 1 2 3 4 5 6 Operações Te m po (s) gráfico 1 – Operações X tempo de Ciclo padrão Funcionários da linha Operações figura 4 - Linha em forma de “U” – 1ª Configuração Então ocorre um tradoff na célula de 1ª. configuração entre maior número de ajustagens e menor estoque de produtos, maior produtividade e menor quantidade total possível de fabricar. Tradoff este que necessita análise em relação ao gargalo da célula de produção, dos dados da demanda e a capacidade de produção disponível. T TTT T T T 4 Seguindo a evolução e a consolidação dos conceitos, novas configurações são desenvolvidas para superar os tradoff´s da 1ª. configuração. A 2ª. configuração apresenta conceitos de cálculo do tempo takt que define o ritmo de trabalho em função da demanda e do tempo disponível real, do balanceamento dos tempos da célula, do melhor aproveitamento da mão de obra e da identificação do gargalo buscando eliminar os desperdícios do sistema produtivo. Segundo Biehl e Mosele (2003), “ na célula de produção, o operário trabalha simultaneamente em mais de uma máquina e efetua várias operações dentro de uma seqüência de processos dispostos entre si de forma a completar uma parcela significativa do trabalho. Assim a célula de 2ª. configuração, explora melhor a produtividade através de análises e cálculos matemáticos com base nos conceitos de Manufatura Enxuta. Em função da demanda (D) e o tempo disponível real (TDR), podemos calcular o ritmo (TTK), necessário para conseguir atender a demanda dos clientes e seus respectivos mix de produção. O cálculo utiliza a fórmula (2) que substituí na fórmula (1). (1) TTK = TDR D (2) TDR = TT - TP onde: TTK = Tempo Takt (ritmo do trabalho necessário) D = Demanda necessária para produzir TDR = Tempo Disponível Real para produção TT = Tempo Total TP = Tempos perdidos com pausas, ajustagens, reajustagens e outros Através de cálculo matemático, fazendo a divisão da somatória do tempo das operações (TO) por tempo takt (TTK) necessário para atender a demanda de produção é possivel calcular o número ideal de funcionários. (3) NOP = ∑ TO TTK sendo: NOP = Número Ótimo de operadores TO = Tempo de cada Operação TTK = Tempo takt (ritmo de trabalho) Este número ideal de funcionários é ajustado através do balanceamento teórico das operações do gráfico(1) com a junção de duas ou mais operações não excedendo o tempo takt de ritmo (TTK). Assim o gráfico 2, indica a junção de duas ou mais atividades até que o resultado fique menor que o tempo takt de ritmo. Com a aplicação da fórmula 3, o ajuste de acordo com o balanceamento do tempo e a junção das operações é possível demonstrar uma redução do no. de funcionários na célula de produção de 2ª. configuração, conforme demonstra a figura (5). Junção das Operações 0 2 4 6 8 10 1 2 e 3 4 e 5 6 Operações Te m po (s) gráfico 2 – Junção da Operações figura 5-Célula de Produção U – 2ª Configuração Conforme Instituto Lean do Brasil, balanceamento é uma ferramenta gráfica que ajuda na criação de fluxo contínuo em um processo com múltiplas etapas e múltiplos operadores, distribuindo os elementos das tarefas do operador em relação ao tempo takt. Também conhecido como diagrama de carga do operador. A célula de 2ª. configuração apresenta uma característica do operador se movimentar até a estação de trabalho, diferente da 1ª. configuração onde os funcionários permanecem estático esperando que o produto chegue à estação de trabalho. Ainda, na 2ª configuração da célula de produção ocorre a otimização de ferramentas para redução do tempo de ajustagem para aumentar o tempo disponível real afim de compensar as 1 2 3 6 4 5 5 perdas de movimentos desnecessários. A célula possui estações móveis qur alteraram a seqüência de operações, permitindo operações simultâneas e aplicando dispositivos simples a provas de erros para melhoria da qualidade. Portanto, a 2ª. configuração da célula de produção demonstra um melhor aproveitamento da mão-de-obra e aumento da produtividade utilizando o conceito de balanceamento buscando melhoria dos resultados do sistema produtivo. Ainda, para a 2ª. configuração da célula de produção, é necessário analisar se o maior tempo de qualquer operação (TO) não excede o tempo takt-ritmo (TTK). O Tempo de Operação (TO) excedente pode comprometer as entregas da produção e revelar um gargalo de acordocom a teoria das restrições. Segundo Goldrath, uma máquina de um sistema é quem define o quanto é possível produzir em todo o sistema, ou seja é essa máquina que apresenta o ritmo e a cadência da fábrica como um todo. Então ocorre o tradoff na 2ª. configuração entre balanceamento do tempo com a junção de atividades e os movimentos desnecessários, maior produtividade e capacidade de célula justa contribuindo para a restrição da demanda em função de deficiências do sistema. Avançando na evolução com base nos conceitos, a célula de 3ª. configuração, apresenta melhoria da produtividade, automatização de operações com maior tempo para reduzir o número de funcionários, controle de conteção da qualidade automático e demanda atendida de forma plena, buscando eliminar todos os desperdícios. Assim a 3ª. configuração (figura 6) altera o conceito de produção simples, diminui o número de funcionários, aumenta o investimento em equipamentos, altera o ritmo do trabalho humano para automático e começa a modificar o behaviorismo dos operários. Portanto a 3ª. configuração apresenta modificação do conceito inicial de célula de produção e apresenta mais tradoff que no conceito de 2ª. configuração, inclusive demonstra a necessidade de desenvolver melhoria em segurança e ergonomia. Para a 4ª. configuração da célula de produção, a evolução se aproxima da linha semi automática, ou seja célula semi automática com transferência humana entre as operações. Para o desenvolvimento da célula semi automática utilizou o conceito de autonomação e automatização. Junção das Operações 0 2 4 6 8 10 1 2 e 3 4 e 5 6 Operações Te m po (s) gráfico 3 – Junção de Operações automáticas figura 6-Célula Automática – 3ª Configuração A automação ou conhecida como automatização significa alimentação automática, operação automática, parada automática, verificação automática e descarregamento automático para reduzir o número de funcionário (figura 6). A autonomação depende do fator humano para ocorrer de fato a operação desejada, ou seja, uma semi automatização. Significa dar autonomia à máquina e liberar tempo do funcionário para realizar outras atividades, ocupando todo o seu tempo disponível. O funcionário necessita deslocar-se no quadrado para fazer a operação manual de carregamento em cada estação de trabalho e fazer um acionamento para concluir a execução de todas as operações, simultaneamente, em um momento único (figura7). Surge então da combinação de automatização e autonomação o conceito chaku-chaku, que em sua tradução para o português significa carrega-carrega pelo operador. O operador também realiza a transferência das peças de operação em operação no fluxo da célula. Em algumas configurações não tão automátizadas, o funcionário faz o descarrega-carrega, faz também a transferência dos produtos no sentido de suas devidas operações e aciona o comando para efetuar o trabalho simultâneo das máquinas completando um ciclo e repetindo o ciclo em seguida, novamente. Automática 1 2 6 5 3 4 A A A A 6 Figura 7 – Células com operações Semi Automáticas A Operação Automática – Automatização Operação Manual S Semi automática – Autonomação Acionamento das Estações de trabalho Movimento do operador . Assim define o Iinstituto Lean do Brasil como “a condução do fluxo de uma só peça em uma célula, no qual as máquinas descarregam as peças automaticamente, de modo que o operador (ou operadores) possa levar uma peça diretamente de uma máquina a outra, sem parar para descarregar, economizando assim tempo e movimentação”. Ou, segundo o The Glossary Surveymethods define célula chaku chaku como “A type of production or assembly line containing the equipment necessary for all stages of production of a particular part or component. The chaku-chaku line requires human participation only to load the initial part, freeing staff to move on to other processes”. O acionamento do comando normalmente é para um conjunto de mais de uma operação e realizado por apenas um operador que trabalha dentro de uma delimitação da célula, essa delimitação faz permanecer o operador dentro de um quadrado subjetivo, girando em seu circuito muitas vezes seguidas. Esse quadrado subjetivo passa a ser administrado através de metas de produção de acordo com os cálculos de produtividade, fazendo com que o trabalhador ao final da jornada de trabalho esteja cansado por movimentos e por realizar atividades repetitivas de alta responsabilidade em tempo de ritmo muito pequeno. De acordo com os estudos de tempos, balanceamento, tempo takt, previsão de demanda e mix de produção pode ser configurada a célula chaku chaku utilizando mais de um operador com mais de um acionamento. Essa condição significa perigo à segurança do operador, pois passa a ter dois operadores em um único quadrado, podendo ocasionar uma falha de sincronismo e seqüenciamento gerando um acidente para o operador. Assim dispositivos como cortina de luz e máquinas com partes fechadas para evitar invasão do local de ação da ferramenta é significantemente obrigatória. A configuração do sistema chaku-chaku, administrado na forma de um quadrado, oferece pouca flexibilidade para alterações de demanda e tempo disponível real limitando a flexibilidade de uma célula de produção e podendo a vir comprometer a entrega ao cliente dependendo da capacidade produtiva disponível. Resumindo a 4ª. geração de célula de produção demonstra uma maior produtividade em relação a redução do número de operadores, aumenta o custo dos equipamentos com autonomações, diminui a flexibilidade da célula de produção, limita a produção ao maior tempo de ciclo, aumenta o tempo entre repetição de uma mesma operação e ocasiona uma fadiga física e mental pelo ritmo de trabalho em tempos de ciclos pequenos. Assim, o resumo dos tradoff’s entre as configurações simuladas são demonstrados (tabela 3) e a tomada de decisão da configuração ideal deve ser imediata de acordo com a demanda e o tempo disponível real. Tradoff 1 • Maior Produtividade • Menor eficiência / Mais ajustagem • Menor No. peças possíveis • Menor estoque 2 • Maior produtividade • Junção de Operações • Capacidade da célula justa • Movimentos na célula 3 • Automatização • Automatização • Automatização • Automatização • Menor no. funcionários • Ritmo de automático • Menor Flexibilidade alterar • Maior tempo de ajustagem • Maior investimento / Custo • Maior falhas em Maquinas • Maior fadiga • Fadiga e LER 4 • Autonomação • Autonomação • Maior produtividade • Autonomação • Menor no.Funcionários • Movimento na célula • Menor Flexibilidade Alterar • Maior investimento / Custo • Menor no. peças possíveis • Maior tempo de ajustagem • Fadiga Física e Mental • Limita a Produção Tabela 3 – tradoff das configurações de célula de produção 1 2 6 4 5 3 S S S S S S 7 1 2 3 6 4 5 Portanto, utilizando programa simples em Excel denominado CELL ANALYSE®, de autoria própria, serão realizadas simulações para um mesmo conjunto fixo de dados afim de comparar os conceitos de configuração de células e o tradoff com base na Manufatura enxuta. Estudo e Simulação Para simulação e discussão do estudo de caso, foi escolhido uma célula de produção com layout pré definido em formato “U”(figura 8) e os seguintes dados conforme (tabela 4): Operação Estação de Trabalho Tempo ciclo (segundos)Pré Montagem 1 1 9 Teste de Folga 2 3 Engraxar 3 4 Pré Montagem 2 4 3 Teste de Giro 5 4 Controle visual 6 5 Tabela 4 – dados para simulação do estudo de caso Figura 8 – layout da célula – Formato “U” Simulando que a célula em estudo trabalha em 3 turnos de 8 horas, com pausas obrigatórias para refeição e descansos somando 1,5 horas / turno de trabalho, que essa linha tem um mix de produção de 3 produtos com tempos de ciclo iguais, que cada ajustagem demora 30 minutos e demanda total diária é de 6500 unidades dia; será simulado para as 4 configurações diferentes comentadas em teoria anteriormente. Linha de Produção Forma “U” 1ª. configuração Neste caso ocorre o desperdício de espera do funcionário entre a operação 1 que tem o maior tempo de 8 segundos e todas as outras menores que ficam esperando (tabela 5). Isso gera um desbalanceamento de tempo porque os funcionários trabalham de forma estática e com operações totalmente manuais (figura 4). Utilizando 6,25 funcionários, sendo 6 funcionários para operações e 0,25 funcionários para abastecer a célula. A produtividade fica em 1040 unidades/funcionário e tem capacidade disponível para produzir 7425 unidades por dia para uma demanda de 6500 unidades/dia. Possui fluxo de uma peça sem estoque de processo, ocorre detecção de falha da qualidade na última operação. O trabalhador poderia sentir fadiga na 1ª. operação, mas realizando rotatividade de posto, pausas e estudos ergonômicos diminuiria o problema. 6500 1 59400 segundos 9,13846154 ∆ � ∆ � OP 1 Tempo da Operação 1 - Segundos 8 1,14 MV 1 Deslocamento 1 OP 2 Tempo da Operação 2 - Segundos 3 6,14 MV 2 Deslocamento 2 OP 3 Tempo da Operação 3 - Segundos 4 5,14 MV 3 Deslocamento 3 OP 4 Tempo da Operação 4 - Segundos 4 5,14 MV 4 Deslocamento 4 OP 5 Tempo da Operação 5 - Segundos 3 6,14 MV 5 Deslocamento 5 OP 6 Tempo da Operação 6 - Segundos 5 4,14 MV 6 Deslocamento 6 OP 7 Tempo da Operação 7 - Segundos MV 7 Deslocamento 7 OP 8 Tempo da Operação 8 - Segundos MV 8 Deslocamento 8 OP 9 Tempo da Operação 9 - Segundos MV 9 Deslocamento 9 PPP = Peças possiveis de Produzir Tempo Disponivel - Dias ou Fração Tempo de Ritmo - Meta - segundos PPP / NOP = Produtividade 1040 NOP = No. De Funcionários Calculado 2,95 Demanda - Entrega peças 6,25 7425 NOP = No. De Funcionários Ajustado 8 3 4 4 3 5 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 Tarefa Desloc. Tabela 5 – Dados da simulação 1 – CELL ANALYSE® 1ª. Configuração 8 8 9 0 9 0 5 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 Tarefa Desloc. Célula de produção 2ª. configuração Para esta simulação manteremos os dados inicias de demanda, mix de produção e de tempo real disponível. Simula um melhor aproveitamento dos funcionários que executam suas tarefas de forma manual diminuindo o tempo de espera e aumentando o movimento desnecessário para o operador deslocar-se até as operações.. A junção das operações 2 com 3, 4 com 5 e o movimento do operador para se deslocar até as operações (figura 5) não ultrapassa o tempo limite, conseguindo assim cumprir a demanda (tabela 6). Reduziu para 4 operadores aumentando a produtividade para 1625 unidades / funcionário e diminuiu o número de peças possíveis de serem entregues para 6600 peças / dia. Alguns controles com dispositivos a prova de erros são desenvolvidos e aplicados para robustez da qualidade de processo e produto, detectando de imediato problemas da qualidade. 6500 1 59400 segundos 9,13846154 ∆ � ∆ � OP 1 Tempo da Operação 1 - Segundos 8 1,14 MV 1 Deslocamento 1 OP 2 Tempo da Operação 2 - Segundos 7 0,14 MV 2 Deslocamento 2 2 OP 3 Tempo da Operação 3 - Segundos MV 3 Deslocamento 3 OP 4 Tempo da Operação 4 - Segundos 7 0,14 MV 4 Deslocamento 4 2 OP 5 Tempo da Operação 5 - Segundos MV 5 Deslocamento 5 OP 6 Tempo da Operação 6 - Segundos 5 4,14 MV 6 Deslocamento 6 OP 7 Tempo da Operação 7 - Segundos MV 7 Deslocamento 7 OP 8 Tempo da Operação 8 - Segundos MV 8 Deslocamento 8 OP 9 Tempo da Operação 9 - Segundos MV 9 Deslocamento 9 PPP = Peças possiveis de Produzir Tempo Disponivel - Dias ou Fração Tempo de Ritmo - Meta - segundos PPP / NOP = Produtividade 1625 NOP = No. De Funcionários Calculado 3,39 Demanda - Entrega peças 4,00 6600 NOP = No. De Funcionários Ajustado 8 9 0 9 0 5 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 Tarefa Desloc. Tabela 6 – Dados da simulação - CELL ANALYSE® 2ª configuração Essa técnica desde que simples, é bastante aplicável quando o tempo de trabalho da máquina é desbalanceado ou longo, pois o funcionário se movimenta e realiza tarefas em ritmo adequado à sua condição. Célula de produção 2ª. configuração Redução de Tempo Disponível Para esta simulação, ainda na 2ª. configuração manteremos os dados inicias de demanda e mix de produção da configuração inicial. Será diminuído em 40 minutos o tempo disponível real por motivo diverso e aleatório de um componente para montagem. Vamos manter também a junção das operações 2 com 3, 4 com 5, melhor aproveitamento do funcionário e o movimento do operador para se deslocar até as operações (figura 5). 6500 1 52380 segundos 8,05846154 ∆ � ∆ � OP 1 Tempo da Operação 1 - Segundos 8 0,06 MV 1 Deslocamento 1 OP 2 Tempo da Operação 2 - Segundos 7 0,94 MV 2 Deslocamento 2 2 OP 3 Tempo da Operação 3 - Segundos MV 3 Deslocamento 3 OP 4 Tempo da Operação 4 - Segundos 7 0,94 MV 4 Deslocamento 4 2 OP 5 Tempo da Operação 5 - Segundos MV 5 Deslocamento 5 OP 6 Tempo da Operação 6 - Segundos 5 3,06 MV 6 Deslocamento 6 OP 7 Tempo da Operação 7 - Segundos MV 7 Deslocamento 7 OP 8 Tempo da Operação 8 - Segundos MV 8 Deslocamento 8 OP 9 Tempo da Operação 9 - Segundos MV 9 Deslocamento 9 PPP = Peças possiveis de Produzir Tempo Disponivel - Dias ou Fração Tempo de Ritmo - Meta - segundos PPP / NOP = Produtividade 1455 NOP = No. De Funcionários Calculado 3,85 Demanda - Entrega peças 4,00 5820 NOP = No. De Funcionários Ajustado Tabela 7 – Dados da simulação 2 – com redução de TRD – Programa CELL ANALYSE 9 6500 1 59400 segundos 9,13846154 ∆ � ∆ � OP 1 Tempo da Operação 1 - Segundos 8 1,14 MV 1 Deslocamento 1 OP 2 Tempo da Operação 2 - Segundos MV 2 Deslocamento 2 OP 3 Tempo da Operação 3 - Segundos MV 3 Deslocamento 3 OP 4 Tempo da Operação 4 - Segundos MV 4 Deslocamento 4 OP 5 Tempo da Operação 5 - Segundos MV 5 Deslocamento 5 OP 6 Tempo da Operação 6 - Segundos 5 4,14 MV 6 Deslocamento 6 OP 7 Tempo da Operação 7 - Segundos MV 7 Deslocamento 7 OP 8 Tempo da Operação 8 - Segundos MV 8 Deslocamento 8 OP 9 Tempo da Operação 9 - Segundos MV 9 Deslocamento 9 PPP = Peças possiveis de Produzir Tempo Disponivel - Dias ou Fração Tempo de Ritmo - Meta - segundos PPP / NOP = Produtividade 3250 NOP = No. De Funcionários Calculado 1,42 Demanda - Entrega peças 2,00 7425 NOP = No. De Funcionários Ajustado 8 0 0 0 0 5 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 Tarefa Desloc. O detalhe desta simulação é que vai ultrapassar o tempo limite não conseguindo, assim, cumprir a demanda. A mesma produtividadecaiu para 1455 unidades por funcionário e o número de peças possíveis de serem entregues foi de 5820 unidades / dia, valor esse menor que a demanda necessária de 6500 unidades / dia.. O fato ocorrido se deve a uma capacidade disponível de recurso de mão obra muito justa ao tempo takt-ritmo calculado para um determinado tempo disponível real de produção. Qualquer oscilação de demanda ou tempo perdido ocorre a não entrega da demanda desejada passando a existir um gargalo na célula de produção. Neste caso, a decisão deve ser rápida para reconfigurar a célula novamente para linha em forma de “U”, aumentando de 4 para 6 o número de funcionários. Esse aumento para 6 funcionários na linha em forma de “U” gera uma menor produtividade mas consegue entregar a demanda desejada (figura 4). Célula de produção Automática 3ª. configuração Para esta simulação mantém os dados inicias de demanda, o mix de produção e o tempo disponível real da configuração inicial. Na junção da operação 2 com 3 e 4 com 5 é aplicado o conceito de automação (figura 6), deixando parte das operações em automático e parte em manual, ou seja semi automática. Neste caso simulado, reduz o número de funcionários para 2 pessoas aumentando a produtividade ao máximo de 3250 unidades / funcionário, sendo possível entregar a 6600 peças / dia. Alguns controles automáticos são instalados para melhoria da qualidade. Tabela 8 – Dados da simulação - CELL ANALYSE® 3ª. Configuração O fator negativo é que a célula passa a ter uma capacidade muito justa em relação a demanda, tempos maiores de ajustagens e tem um investimento muito mais alto. A automatização interligando as atividades diminui a flexibilidade em relação a ter todas operações manuais, pois se alterar demanda ou diminuir o tempo disponível real é impossível de retornar para uma configuração mais simples em relação a automatização. Célula de produção 4ª. configuração Conceito CHAKU CHAKU Para esta simulação manteremos os dados inicias de demanda, mix de produção e de tempo real disponível. A Célula semi automática com autonomação, denominada de linha chaku-chaku, ou célula chaku-chaku traduzido como carrega-carrega, é operacionalizada de forma que o operador carrega todas as operações caminhando na seqüência e na ultima aciona um comando para as máquinas iniciarem seu funcionamento (figura 7). Podemos observar nesta simulação (tabela 9) que aumenta produtividade passando para 2970 unidades / funcionário em relação ao conceito de célula de produção de 2ª. configuração que é de 1625 unidades por funcionário Porém, o operador tem desperdício do movimento carregando e movimentando as peças entre as estações de trabalho. Em função do desperdício diminui cerca de 2 vezes a quantidade de peças possíveis de entregar em relação ao conceito de célula de produção de 2ª. configuração, comprometendo a demanda estipulada que era inicialmente de 10 1 2 6 4 5 3 S S S S S S S 6500 unidades / dia passando a fabricar apenas 2970 unidades / dia com o modelo chaku chaku. O acionamento das operações neste conceito é instalado no final da célula e existe uma dificuldade para alterar esta configuração quando necessário, pois se trata de uma célula semi automática com maior custo de investimento. Uma hipótese para a 4ª. configuração seria deixar a célula FLEX , sendo possível de operar no modelo chaku-chaku e no modelo original de célula de 2ª. configuração (figura 9). Operação Autônoma ou com Funcionário Figura 9 –- Célula FLEX – 2ª. configuração e 4ª. Configuração Conceito Tradicional e CHAKU CHAKU Quanto a fadiga exagerada, o operador repete o movimento inúmeras vezes seguidas dentro de um quadrado, pois existe a caminhada com responsabilidade de executar os trabalhos, ocasionando o desgaste físico e mental para tempos de ciclos pequenos das operações. 6500 1 59400 segundos 9,13846154 ∆ � ∆ � OP 1 Tempo da Operação 1 - Segundos 8 10,86 MV 1 Deslocamento 1 12 OP 2 Tempo da Operação 2 - Segundos 3 6,14 MV 2 Deslocamento 2 OP 3 Tempo da Operação 3 - Segundos 4 5,14 MV 3 Deslocamento 3 OP 4 Tempo da Operação 4 - Segundos 4 5,14 MV 4 Deslocamento 4 OP 5 Tempo da Operação 5 - Segundos 3 6,14 MV 5 Deslocamento 5 OP 6 Tempo da Operação 6 - Segundos 5 4,14 MV 6 Deslocamento 6 OP 7 Tempo da Operação 7 - Segundos MV 7 Deslocamento 7 OP 8 Tempo da Operação 8 - Segundos MV 8 Deslocamento 8 OP 9 Tempo da Operação 9 - Segundos MV 9 Deslocamento 9 PPP = Peças possiveis de Produzir Tempo Disponivel - Dias ou Fração Tempo de Ritmo - Meta - segundos PPP / NOP = Produtividade 2970 NOP = No. De Funcionários Calculado 4,27 Demanda - Entrega peças 1,00 2970 NOP = No. De Funcionários Ajustado 20 3 4 4 3 5 0 0 0 0 5 10 15 20 25 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 0 5 10 15 20 25 OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 OP7 OP8 OP9 Tarefa Desloc. Tabela 9 – Dados da simulação – CELL ANALYSE® 4ª. Configuração – Conceito CHAKU CHAKU Figura 7 –- Célula de Produção Autônomas – 4ª Configuração - Layout Simulação 4 Conceito CHAKU CHAKU Conclusão Os estudos e as simulações demonstram que o leiaute celular apresenta algumas vantagens em relação a outros leiautes, tais como posicional, job shop e produto. As células evidenciam flexibilidade para ajustagens, flexibilidade para mix de produção, detecção mais rápida de defeitos através do sistema puxado, melhor aproveitamento de mão de obra, maior produtividade, menor espaço ocupado, redução de estoque em processo, fluxo de uma peça e menor lead time. Porém os números demonstram que é necessário uma avaliação correta para tomada de decisão de como configurar uma célula de produção, levando em consideração tempo das operações, demanda, mix de produção e tempo real disponível. Está demonstrado no resumo da simulação (tabela 10), que a medida que se aumenta a produtividade, relação entre peças produzidas por número de funcionários, diminui a 1 2 6 S S S S 4 5 11 quantidade de peças possíveis de produzir, comprometendo a demanda de produção. Ainda, a medida que aumenta a produtividade torna as configurações menos flexíveis e aumenta a fadiga do operador pela carga e ritmo de trabalho. Qualquer alteração de demanda ou atraso requer recalcular o tempo de ritmo e sempre deveria ser redistribuído os tempos nas operações manuais com adequação do no. de funcionários. Mas isso tornaria impossível porque as células ficam engessadas quando automatizadas, prejudicando o cumprimento da demanda. Para a célula de configuração mais atual, dita como chaku chaku, fica quase impossível de mexer no tempo de ciclo depois de uma configuração estipulada, limitando a quantidade de peças possíveis de produzir comprometendo a demanda. Cita a teoria que poderia duplicar as células para poder melhorar a quantidade possível de entrega, porém este conceito não é viável pois aumenta o investimento em equipamentos e também aumenta a mão de obra, voltando ao conceito inicial de célula de produção, conforme teoria de 2ª. configuração. Na soma da duplicação das linhas chaku chaku, teria uma produtividade igual a concepção da teoria pura de célula de produção, demonstrando que as células de produção hibridas criadas ao longo do tempo nem sempre apresenta melhor resultado Porém, o conceito chaku chaku são autonomações e automatizações que devem ser feitas quando tem operações com tempo padrãode ciclo muito alto, dando autonomia ao operador de poder realizar outras tarefas enquanto espera longos tempos, sem atingir fadiga exagerada e passivos trabalhistas futuros. Na simulação deste estudo em especifico, o tempo gasto desperdiçado com movimentos, mesmo que tenha um leiaute pequeno bem definido é maior que o tempo de ciclo padrão da maior operação, prejudicando o número de peças entregues, sem contar a fadiga mental e física exagerada sobre o operador pela pressão de não conseguir suas metas. Em resumo a célula conceitual de 2ª. configuração, conceito inicial do Sistema Toyota de Produção é a mais flexível, gera menor fadiga e gera os menores investimentos trazendo bons resultados, principalmente em países onde a mão de obra não é o maior custo do processo e não tem demanda para um único produto. Qualquer autonomação inteligente na célula de 2ª. configuração necessita buscar simplicidade para não engessar a célula respeitando o ritmo do operador. É aplicável a autonomação simples e operação simultânea para eliminar o tempo que o funcionário fica esperando a máquina trabalhar, podendo o operador se movimentar até a próxima operação que teria que executar. Outros modelos complexos de autonomação e automatização tornam as células menos flexíveis caminhando para o conceito de linha automática, conceito este não condizente com a simplicidade e flexibilidade do sistema Toyota de produção. Para países com mão de obra de alto custo vale investimentos em linhas automáticas e semi automáticas pela dedicação da linha a um único produto de alta demanda, conseguindo ótima eficiência da linha automática. 59400 Tempo Ritmo (seg) 9,138 Produtiv idade No. Peças Produzidas No. Funcio nários Lead Time Flexivel Fadiga Investi mento 1a. Linha em U 1040 7425 6,25 8 2a. Célula U Conceitual 1625 6600 4,00 9 3a. Célula com Automação semi automática 3250 7425 2,00 9 4a. Célula com Autonomação CHAKU CHAKU Semi Automática 2970 2970 1,00 20 Obs.: COMPARAÇÃO ENTRE SIMULAÇÕES DAS CONFIGURAÇÕES DAS CÉLULAS DE PRODUÇÃO 6500 Layout Celular: Fluxo de uma peça ; Menor espeaço; Detecção de defeitos mais rápida Demanda (uds) Configuração Tempo disponível - (seg) Tabela 10 – Comparação das Simulações das Diferentes Configurações de Células de Produção. Assim a tabela (10) demonstra que para uma demanda de 6500 unidades / dia, tempo takt de ritmo de 9,138 segundos e tempo disponível real de 59400 segundos, a melhor configuração é a célula conceitual de 2ª. configuração. Tem a melhor entrega sem desperdício, com quatro funcionários e torna reversível quando necessário para o conceito de linha U para aumentar a produção diária. Para a célula com automatização a produtividade aumenta para 3250 unidades / funcionário, mantém a entrega de 6500 unidades por dia, porém perde em flexibilidade, não consegue ser reversível, aumenta a fadiga e ainda aumenta o investimento da automação. E por ultimo em célula autônoma denominada célula chaku chaku, aumenta a produtividade para 2970 unidades para um funcionário na célula, porém diminui a quantidade de peças entregues para o mesmo valor de 2970 unidades / dia comprometendo o compromisso diário com o cliente de 6500 12 unidades / dia, perde em flexibilidade e ocorre a fadiga metal e física de forma exagerada do operador, sem ter o melhor resultado de entrega podendo gerar um passivo trabalhista. Assim o artigo demonstra, simula, auxilia no estudo de configuração de céluda de procdução no conceito de manufatura enxuta e deixa lacunas para que cada vez mais possa haver criticas para o crescimento dos conceitos de engenharia de produção, pois a cada decisão é um desafio de acerto das várias hipóteses dentro do conceito de Gestão de Produção e a decisão esperada é a melhor dentro de um equilíbrio dos resultados conflitantes gerados pelo sistema. Bibliografia BIEHL, K. A e MOSELE E; Análise da percepção do operário calçadista frente às formas tradicional, celular, e grupos de trabalho de organização da produção; XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003; CORREA, Henrique et al. Just inTime, MRP e OPT: Um enfoque estratégico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1996. 186 p GAITHER, N . Administração da Produção e Operações. 8.ed. São Paulo: Pioneira, 2002 . 594p GEMBA KAIZEN - GEMBA KAIZEN. IMAN RIBEIRO, José Francisco Ferreira; MEGUELATI, Smaïne. 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