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Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 1 CÂNCER DE OVÁRIO Neoplasia maligna de ovário derivada do epitélio celômico, da linhagem germinativa do estroma ovariano. 90% dos tumores malignos de ovário se originam do epitélio celômico ou mesotélio modificado. 70-80% dos tumores se encontram em estados mais avançados quando realizado o diagnóstico, ou seja, o câncer de ovário assemelha-se a um “iceberg”. Parece pequeno quando é diagnostico, porém, já está em estágio muito avançado. EPIDEMIOLOGIA Corresponde a 6% dos tumores malignos em mulheres 150 mil casos ano (Brasil). O risco de uma mulher desenvolver câncer de ovário é de 1,5% e seu risco de morte é de 1%. É um tumor raro, porém, pode ser letal. Os tumores epiteliais acontecem entre os 56-60 anos (mais comum em idosos) A idade para a aparição dos tumores germinativos gira em torno da primeira e segunda década de vida. ETIOLOGIA São duas teorias (tumores epiteliais): a) Derivado das células epiteliais superficiais. b) Derivado do epitélio das trompas. FATORES PREDISPONENTES 1. Genética: BRCA-1/BRCA-2 (Síndrome de Lynch) O BRCA1 está associado ao maior risco de desenvolvimento de câncer de ovário em relação ao BRCA2. 2. Menarca precoce Mais tempo exposta aos hormônios sexuais = maiores chances. 3. Menopausa tardia Mais tempo exposta aos hormônios sexuais = maiores chances. 4. Nuliparidade A mulher que nunca teve filhos menstrua mais do que a que já teve, ficando mais tempo exposta aos hormônios sexuais. 5. Não amamentar A amamentação, através da liberação da prolactina, inibe a ovulação e a mulher não menstrua, se expondo menos aos hormônios sexuais. A amamentação só é fator protetor se realizada, pelo menos, durante 1 ano. 6. Uso de talco (silicato de magnésio/ amianto) O silicato de magnésio/amianto faz inflamação crônica na vagina-tuba-ovário, formando um solo fértil para o desenvolvimento de neoplasias. Não menstruar é fator protetor! SITUAÇÕES ESPECIAIS EM RELAÇÃO AOS FATORES DE RISCO/FATORES PROTETORES 1. Anticoncepcional Oral (ACO) O uso contínuo de doses baixas de hormônios PROTEGE CONTRA O CÂNCER DE OVÁRIO. 2. Cirurgias A remoção das tubas uterinas DIMINUI A CHANCE DE CÂNCER DE OVÁRIO. HISTOLOGIA DOS TUMORES EPITELIAIS Cistoadenocarcinoma seroso: 75-80% Cistoadenocarcinoma mucinoso Carcinoma endometrioide Tumor de Brenner Carcinoma indiferenciado Carcinosarcoma Tumor de células claras DIAGNÓSTICO NÃO HÁ EXAME DE RASTREIO PARA O CÂNCER DE OVÁRIO. Os sintomas são vagos e inespecíficos (dores, desconforto) O uso USG rotineiro e precocemente não evidencia identificação precoce. Renata Valadão Bittar – Medicina Unit 2 CA -125 / seguimento Ex: na endometriose, o CA-125 fica acima de 50 e no câncer de ovário, acima de 1000. ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS QUE SUGEREM MALIGNIDADE 1. Tumores mistos ou sólidos 2. Bilateralidade 3. Septos maiores de 3 mm 4. Excrescências (abaulamento) 5. Maior de 10 cm 6. Ascites 7. Envolvimento da parede 8. Índice de resistência baixo (tumor precisa de mais sangue, baixo índice de resistência, maior o fluxo) TODA MASSA SUSPEITA DEVE SER ENCAMINHADA PARA A BIÓPSIA E SER ANALISADA PELO HISTOPATOLÓGICO. TRATAMENTO O tratamento do câncer de ovário é CIRÚRGICO, o objetivo é realizar uma citorredução ótima (ganha tempo de vida) e posteriormente complementar com tratamento quimioterápico. ESTADIAMENTO O estadiamento do câncer de ovário é cirúrgico através da laparotomia ou laparoscopia. Não é justificável realizar paracentese a menos que exista ascite de grande volume levando a dispnéia. Estádio I: câncer limitado aos ovários Estádio II: tumor em um ou nos dois ovários com extensão pélvica Estádio III: tumor em um ou nos dois ovários com extensão extrapélvica e metástase hepática superficial PROGNÓSTICO Sobrevida de 5 anos: Estágio I: 90% Estágio II: 70% Estágio III: 46%, 40% y 32% (A, B, C) SITUAÇÕES ESPECIAIS Tumores borderline (benignos e se comportam como malignos) Tumores germinales: 1. Disgerminomas: elevan DHL 2. Tumor endodérmico: elevan alfafetoproteína 3. Coriocarcinoma: eleva Beta HCG 4. Teratoma imaduro
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