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Resumo - Técnicas Cirúrgicas

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Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / 2018 
 
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COLECISTECTOMIA 
Consiste na remoção cirúrgica da vesícula biliar. 
Esse procedimento pode ser realizado pela técnica 
convencional (via abdominal) e por 
videolaparoscopia. Esta apresenta menor trauma 
cirúrgico, menor tempo de internação, retorno 
precoce às atividades profissionais e melhor 
resultado estético em comparação a convencional. 
A colecistectomia é o único tratamento definitivo 
para a colelitíase e é indicada para a maioria dos 
pacientes sintomáticos. A colecistectomia não é 
indicada como operação profilática para pacientes 
assintomáticos. 
No contexto atual, a operação precoce, efetuada por 
equipes experientes, é a opção adotada para o 
tratamento da colecistite aguda calculosa e não 
calculosa. Deve ser enfatizado que operação 
precoce não significa operação de emergência. A 
presença de massa inflamatória no hipocôndrio 
direito, a detecção de gás na vesícula biliar e canais 
biliares, a peritonite generalizada e o 
desenvolvimento de obstrução intestinal devem ser 
tratados com operação de urgência. A maioria das 
operações deve ser realizada no período de 24 a 48 
horas da admissão, com o enfermo devidamente 
avaliado e preparado. A colecistectomia é a 
operação de escolha, e é possível executá-la em 
cerca de 95% dos casos. 
 
INDICAÇÕES 
 Litíase biliar 
 Colecistite aguda ou crônica, calculosa ou 
acalculosa 
 Malformação da vesícula biliar 
 Neoplasia de vesícula biliar 
 Neoplasia de colédoco, ampola de Vater, 
do pâncreas ou duodeno 
 Fístula pós-colecistostomia 
 Ruptura traumática da vesícula biliar ou 
ducto cístico 
 Peritonite biliar 
 
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO 
O paciente é orientado a permanecer em jejum por 
8 horas, e no banho que precede a operação ter 
atenção especial com limpeza da parede abdominal 
e do umbigo. Na recepção do centro cirúrgico, o 
paciente é orientado a urinar, o que dispensa a 
sondagem vesical e evita a lesão da bexiga cheia 
durante o acesso videolaparoscópico. A tricotomia, 
se necessária, é realizada imediatamente antes da 
operação. Na indução anestésica faz se a 
antibioticoprofilaxia que pode se restringir a uma 
dose apenas, caso não haja intercorrências durante 
a colecistectomia. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
A incisão transversa subcostal direita (de 
Kocher) na extensão de 8 a 12 cm é preferível 
 
Inicia-se na linha média e termina na extremidade 
anterior da nona ou décima costela 
 
1. Incisão da pele e tela subcutânea 
2. Secção da bainha do músculo reto 
abdominal e peritônio 
3. Abrindo-se a cavidade peritoneal, a 
lararotomia pode ser estendida de acordo 
com a necessidade 
4. Secção do ligamento redondo do fígado 
entre pinças e ligado com fio inabsorvível 
5. Após inspeção local, afasta-se o fígado, 
posicionando-o à esquerda da vesícula 
6. Pode ser feita a punção do fundo da 
vesícula com agulha calibrosa com o intuito 
de aspirar o conteúdo biliar (não 
obrigatório) 
 
2 TÉCNICAS 
a) Colecistectomia Fundocística (1ª opção) 
7. Secciona-se a serosa da vecícula 
8. Disseca-se o fundo da vesícula 
9. Divulsiona-se o tecido conjuntivo que existe 
entre a muscular da vesícula e o seu leito 
hepático para identificar a artéria cística 
10. Suturam-se as bordas da serosa à medida 
que a dissecção da vesícula é feita 
11. Secção e ligadura da artéria cística no nível 
do infundíbulo da vesícula 
12. Disseca-se o infundíbulo e o ducto cístico 
até a junção hepatocolédoco 
13. Secção e ligadura do ducto cístico 
14. Remoção da vesícula 
 
b) Colecistectomia Cisticofúndica 
 7. Tração do infundíbulo da vesícula para a 
direita 
 8. Secção da serosa peritoneal e posterior 
afastamento dos tecidos do pedículo 
hepatoduodenal 
 9. Ducto cístico será tracionado à esquerda 
com o auxílio de um fio 
 10. Secção e ligadura da artéria cística a nível 
do infundíbulo 
 11. Continua dissecção da VB até o infundíbulo 
 12. Secção e ligadura do ducto cístico 
 13. Remoção da vesícula 
 
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COMPLICAÇÕES 
 Hemorragia 
 Trombose 
 Hérnia 
 Infecção 
 Lesão acidental do ducto hepático ou 
colédoco 
 Lesão acidental de artérias e nervos 
 Trauma do duodeno, cólon ou estômago 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COLOSTOMIA 
São aberturas realizadas na parede do cólon e 
exteriorizadas através da parede abdominal, por 
onde passam a ser eliminados os gases e as fazes. 
Possui finalidade de desviar o trânsito fecal. 
INDICAÇÕES 
 Ferimentos anorretocólicos 
 Obstrução mecânicas por causas diversas 
como ânus imperfurado, neoplasias e 
processos inflamatórios 
 Perfurações não traumáticas de segmentos 
cólicos, como na diverticulite 
 Amputação abdominoperineal do reto 
 Proteção de anastomoses colocólicas, 
colorretais e coloanais 
 Lesões inflamatórias do cólon distal, reto e 
ânus 
 Lesões perineais extensas como na 
síndrome de Fournier 
 No tratamento dos processos infecciosos 
perineais graves 
 Após operação de Hartmann 
(sigmoidectomia ou retossigmoidectomia 
com colostomia terminal e sepultamento do 
coto retal) 
 
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO 
Para Cirurgias Eletivas: 
Sempre será associado, constando de limpeza 
mecânica e antibioticoterapia profilática. 
LIMPEZA MECÂNICA: Uso de laxantes de contato ou 
preferencialmente osmótico. 
Preparo “Standard”: 
 Início na antevéspera da cirurgia: 
Dieta líquida sem resíduo e sem derivados lácteos; 
Manitol a 10% (manitol a 20% diluído até 10% em 
suco de laranja ou outro para sabor) volume = 
600ml. Tomar em porções de 200ml cada hora pela 
manhã. 
 Na véspera: 
Dieta líquida sem resíduo, estimular a ingesta de 
líquidos e sem derivados lácteos. 
 
 
 
 
COLOSTOMIA EM ALÇA 
Colostomias em alça são construídas geralmente no 
transverso (próximo à flexura cólica direita) ou 
no sigmóide que representam os segmentos móveis 
do cólon. O local para sua construção depende do 
motivo que levou à necessidade de derivação fecal. 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Incisão de 6cm no quadrante abdominal superior 
direito (transversostomia). De preferência à 5 cm da 
cicatriz umbilical 
2. Incisão da aponeurose do músculo abdominal 
reto e divulsão do mesmo 
3. Liberação do colón transverso. Com a ajuda de 
uma sonda, exteriorização do cólon transverso 
4. Incisão transversa ou longitudinal do cólón 
transverso 
5. Fixação cólon-cutânea através de sutura com fio 
absorvível 4.0 
 
COMPLICAÇÕES 
 Irritação cutânea 
 Estenose 
 Infecção 
 Hérnia paracolostômica 
 Necrose e retração do coto cólico 
 Fístula 
 Procidência (complicação mais comum: 
eversão do coto cólico com saída de todas 
as camadas do cólon pela boca do estoma 
 
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GASTROSTOMIA 
É a comunicação direta do estômago com o exterior, 
criada artificialmente pela cirurgia. 
Diante do prolongamento da necessidade da 
descompressão digestiva ou do suporte alimentar 
preconiza-se a realização da gastrostomia: uma 
alternativa mais vantajosa à sondagem nasogástrica 
por ser mais confortável, permitir maior mobilidade 
do paciente, não interferir com a respira- ção e os 
mecanismos fisiológicos de limpeza das viasaéreas. 
Nas circunstâncias em que há impossibilidade de 
realização ou contra-indicação para gastrostomia, a 
jejunostomia é uma alternativa a ser empregada. 
As vias de acesso habitualmente empregadas para 
realização da gastrostomia são: laparotomia, 
endoscopia e laparoscopia. 
INDICAÇÕES 
 Descompressão gástrica, principalmente 
pós-operatória 
(Complemento de operações abdominais de 
grande porte para as quais se prenuncia estase 
gástrica, "íleo adinâmico" prolongado e fístulas 
digestivas). O procedimento é indicado em 
pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, 
psicóticos, agitados e idosos onde se deseja evitar 
o desconforto e os riscos do emprego de sonda 
nasogástrica 
 Alimentação 
(ex: estenose cáustica, câncer do esôfago e 
megaesôfago e, eventualmente, no coma 
prolongado) 
 Definitiva 
Como terapêutica paliativa em pacientes 
portadores de neoplasia maligna irressecável da 
faringe e do esôfago, para os quais não há condi- 
ções favoráveis de intubação transtumoral, por via 
endoscópica ou cirúrgica. As doenças 
neurológicas: demência, esclerose amiotrófica 
lateral, seqüelas de acidente vascular cerebral, 
doença de Parkinson e outras que afetam a 
motilidade da língua, da faringe e do esôfago e 
comprometem a deglutição e o apetite também 
representam um grupo com indicação cada vez 
mais freqüente de gastrostomia definitiva 
 
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO 
O preparo pré-operatório consiste de jejum de 6 a 8 
horas, instalação de acesso venoso para infusão de 
fluídos com eletrólitos, analgésicos e sedativos. A 
profilaxia da infecção de parede abdominal, 
sobretudo ao redor da sonda, é feita mediante 
antibioticoterapia profilática intravenosa com 
cefalosporina 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
 
GASTROSTOMIA À STAMM 
1. Incisão mediana supraumbilical 
2. Preensão da parede gástrica anterior com 
pinças de Babcock para avaliar a 
aproximação do estômago com o peritônio 
3. Sutura seromuscular em bolsa a meia-
distância entre as curvaturas gástrica maior 
e menor 
4. Incisão com bisturi ou eletrocautério no 
centro da sutura, de tamanho suficiente, 
para a colocação de sonda com 20 a 26 
French 
5. Introdução de sonda: Malecot, Pezzer ou 
Foley, na extensão de 5-6 cm, seguida de 
fechamento de sutura em bolsa 
6. Realização de uma e, eventualmente, duas 
novas suturas seromusculares sucessivas 
em bolsa, concêntricas, que são amarradas 
de maneira a cada uma invaginar a anterior 
7. Preensão da linha alba com duas pinças de 
kocher, exposição do hipocôndrio 
esquerdo e incisão na pele, de tamanho 
suficiente para passagem da sonda, na 
parede anterior do abdômen a 2 cm da 
reborda costal trans ou pararretal à 
esquerda 
8. Introdução de uma pinça de Schinidt, a 
partir da incisão da parede abdominal e 
preensão da sonda colocada no estômago e 
um dos fios da sutura em bolsa deixado 
como reparo para exercer tração do 
estômago 
9. Exteriorização pela contra-abertura do 
conjunto (fio de reparo e sonda) de forma 
cuidadosa para evitar a retirada da sonda 
10. Tração externa com as duas pinças de 
kocher utilizadas para preensão da linha 
alba e contra-tração por meio dos dedos 
indicadores da parede do hipocôndrio 
esquerdo para aproximar o peritônio 
parietal da parede gástrica 
11. Fixação da seromuscular do estômago ao 
peritônio parietal da parede abdominal 
anterior com pontos cardinais em torno e 
juntos da sonda 
12. Fixação da sonda à pele com ponto de fio 
inabsorvível 
13. Síntese da parede com aproximação da 
linha alba mediante sutura contínua com fio 
monofilamentar 1-0 ou 2-0 e da pele com 
pontos separados de nylon 3-0 
 
 
GASTROSTOMIA À WITZEL 
1. Os passos técnicos iniciais das gastrostomia 
à Witzel são semelhantes aos da 
gastrostomia à Stamm, incluindo a fixação 
da sonda ao estômago por uma sutura em 
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bolsa 
2. Na sequência, deita-se a sonda sobre a 
parede gástrica e faz-se um túnel de 8-10 
cm de extensão mediante sutura 
seromuscular (contínua ou com pontos 
separados de fio absorvível ou 
inabsorvível) recobrindo-a e procede-se a 
exteriorização por contra-abertura (o 
objetivo desse túnel é a prevenção de 
vazamento ao redor da sonda exteriorizada 
na parede abdominal) 
 
COMPLICAÇÕES 
 Dor local 
 Infecção periestomal 
 Obstrução da sonda 
 Degradação da sonda 
 Migração distal da sonda 
 Extravazamento e dermatite 
 Alargamento do estoma 
 Saída acidental tardia 
 Peritonite 
 Saída acidental precoce 
 Perfuração de víscera oca ou órgão sólido 
 Broncoaspiração 
 Sepultamento do retentor interno 
 Fístula gastrocolocutânea 
 Hemorragia digestiva alta 
 Implante tumoral no estoma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JEJUNOSTOMIA 
A jejunostomia é um procedimento cirúrgico que 
estabelece o acesso à luz do jejuno proximal através 
da parede abdominal. As vias de acesso 
habitualmente empregadas para realização da 
jejunostomia são: laparotomia, laparoscopia e 
endoscopia. 
 
INDICAÇÕES 
 Descompressão digestiva 
Complemento de operações abdominais de grande 
porte (gastrectomia total) nas quais envolvem 
ressecção gástrica e se prenuncia "íleo adinâmico" 
pós-operató- rio prolongado, bem como a 
ocorrência de fístulas digestivas 
 Alimentação temporária e definitiva 
 
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO 
O preparo pré-operatório consiste de jejum de 6 a 8 
horas, instalação de acesso venoso para infusão de 
fluídos com eletrólitos, analgésicos e sedativos. A 
profilaxia da infecção de parede abdominal, 
sobretudo ao redor da sonda, é feita mediante 
antibioticoterapia profilática intravenosa com 
cefalosporina. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
JEJUNOSTOMIA À WITZEL 
1. Incisão mediana supra-umbilical 
2. Afastamento cranial do epiploon e do colon 
transverso com identificação da porção fixa 
do jejuno, ao nível do ângulo 
duodenojejunal (ângulo de Treitz) 
3. Preensão da borda contramesentérica do 
jejuno proximal com pinças de Babcock, 
para avaliar a aproximação do jejuno com o 
peritônio 
4. Sutura seromuscular em bolsa na borda 
contramesentérica 
5. Incisão com bisturi ou eletrocautério no 
centro da sutura, de tamanho apenas 
suficiente para a colocação de sonda com 8 
a 12 F 
6. Introdução de sonda de silicone ou 
borracha na extensão de 20 cm, seguida de 
fechamento de sutura em bolsa 
7. Realização de uma nova sutura 
seromuscular em bolsa, concêntrica, que é 
amarrada de maneira a invaginar a sutura 
anterior, sem provocar estreitamento da luz 
jejunal 
8. Realização de um túnel de 3 a 5 cm de 
extensão mediante sutura seromuscular 
(contínua ou com pontos separados de fio 
absorvível ou inabsorvível) recobrindo a 
sonda deitada sobre a parede anterior do 
jejuno 
9. Preensão da linha alba com duas pinças de 
kocher, exposição do hipocôndrio 
esquerdo e incisão na pele, de tamanho 
suficiente para passagem da sonda, na 
parede anterior do abdômen a 2 cm da 
reborda costal pararretal à esquerda 
10. Introdução de uma pinça de Schinidt, a 
partir da incisão da parede abdominal e 
preensão da sonda colocada no jejuno e um 
dos fios da sutura em bolsa deixado como 
reparo para exercer tração sobre o jejuno 
11. Exteriorização por contra-abertura do 
conjunto (fio de reparo e sonda) de forma 
cuidadosa 
12. Tração externa com as duas pinças de 
kocher utilizadas para preensão da linha 
alba e contra-tração por meio dosdedos 
indicadores da parede do hipocôndrio 
esquerdo com o objetivo de aproximar o 
peritônio parietal da parede jejunal 
13. Fixação do jejuno à parede abdominal 
anterior com pontos cardinais entre 
seromuscular do jejuno e peritônio parietal, 
em torno e juntos da sonda 
14. Fixação da sonda à pele com ponto de fio 
inabsorvível 
15. Síntese da parede com aproximação da 
linha alba mediante sutura contínua com fio 
monofilamentar 1-0 ou 2-0 e da pele com 
pontos separados de nylon 3-0 
 
COMPLICAÇÕES 
 Dor local 
 Infecção periestomal 
 Obstrução da sonda 
 Degradação da sonda 
 Migração distal da sonda 
 Extravazamento e dermatite 
 Alargamento do estoma 
 Saída acidental tardia 
 Peritonite 
 Saída acidental precoce 
 Perfuração de víscera oca ou órgão sólido 
 Broncoaspiração 
 Sepultamento do retentor interno 
 Fístula gastrocolocutânea 
 Hemorragia digestiva alta 
 Implante tumoral no estoma 
 
 
 
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APENDICECTOMIA 
Procedimento onde realiza-se a exérese do 
apêndice vermiforme nos processos inflamatórios 
agudos e crônicos, sendo a apendicite aguda a 
indicação mais comum. 
As complicações que podem advir da apendicite 
aguda podem ser perfuração, abscesso ou, ainda, 
peritonite localizada e generalizada. 
O apêndice pode ser abordado por diversas 
incisões como a de Rockey-Davis (acompanha as 
linhas de tensão da pele) e McBurney (incisão 
oblíqua, perpendicular a uma linha que une a 
cicatriz umbilical à crista ilíaca ântero-superior). 
 
INDICAÇÕES 
 Apendicite aguda e crônica 
 
PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO 
Paciente deve estar em jejum. Administra-se 
antimicrobiano pré-operatório por via EV, 
podendo-se optar pela suspensão no 1º dia de PO 
nas apendicites não complicadas, ou manutenção 
por 7 a 10 dias nas formas complicadas. Nos casos 
graves, deve-se corrigir os distúrbios 
hidroeletrolíticos e utilizar sonda nasogástrica e 
vesical. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Incisão de Davis ou McBurney 
2. Abertura da pele e da tela subcutânea 
3. Incisão da aponeurose, expondo o músculo 
oblíquo interno e transverso, sendo 
divulsionados 
4. Incisão do peritônio 
5. Localiza-se o apêndice e, com o auxílio de 
pinlas, segue-se o trajeto das tênias cólicas, 
pois a base do apêndice está no seu ponto 
de confluência 
6. Exposição do mesoapêndice e visualização 
da artéria apendicular que é pinçada, 
seccionada e ligada 
7. Dissecção do mesoapêndice até o ceco, 
liberando-se totalmente o apêndice 
8. Esmagamento da base do apêndice e 
ligadura com fio de categute 2.0 
9. Sutura em bolsa na camada seromuscular 
do ceco 
10. Secção e exérese do apêndice 
11. Ligadura de secção da base do apêndice 
12. Limpeza da cavidade abdominal 
COMPLICAÇÕES 
 Infecção da incisão cirúrgica (mais comum) 
 Abscessos pélvicos e subfrênicos (2ª) 
 Deiscência do coto apendicular 
 Fístulas 
 
 
 
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