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Resumo Técnica Cirúrgica - CIRURGIA PARTE II

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Resumo Técnica Cirúrgica -CIRURGIA PARTE II
CIRURGIAS DA TRAQUEIA
● Revisão anatômica
○ Tubo condutor de ar semi-rígido e flexível
○ Cartilagem cricóide até a carina
○ 35 a 45 anéis em forma de “C” - animais domésticos
■ Parte aberta do C voltada dorsalmente
■ Aves têm anéis completos
○ Ligamento anular - ligação entre os anéis
○ Músculo traqueal
○ Vascularização - a traqueia é pouco vascularizada = processo de cicatrização é mais complexo
■ Devemos preservar as estruturas vizinhas⇒ preservação da viabilidade e vitalidade da
traqueia
● Quanto mais se dissecar a traqueia, pior será a recuperação do paciente
■ Aves
● Anéis traqueais completos - menor capacidade de dilatação
○ Intubação - risco de lesão vascular ao insuflar muito o cuff é maior
■ Cuidar estruturas nobres - vasos calibrosos que nutrem a região encefálica
○ Esôfago - região cervical lateralizada à esquerda da traqueia
● TRAQUEOTOMIA
○ Definição - incisão na traqueia para acessar o lúmen traqueal
○ Indicações
■ Corpo estranho (principal) - raro ⇒ extremamente grave e urgente
■ Neoplasia - quanto mais volumosa a neoplasia, mais sinais clínicos
■ Secreções - retirada de secreções espessas que não saem naturalmente
■ Biópsia - neoplasias ou identificação de traqueíte crônica
■ Facilitar a passagem de ar
● Obstrução de vias aéreas superiores - anafilaxia
● Traumas cervicais/traqueais que trazem dificuldade respiratória aguda
● Respiração assistida - cirurgia envolvendo cavidade oral (o tubo atrapalharia)
○ Posicionamento
■ Colchão ou travesseiro na região cervical ⇒ hiperextensão cervical - exterioriza mais a
traqueia, deixando-a mais acessível
○ Acesso cervical
■ Etapas
● Incisão no terço médio entre a laringe e entrada do tórax
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Procedimento
■ Divulsionar o subcutâneo
■ Visualização da musculatura do músculo esterno-hióideo (ele é par)
■ Separação do músculo e visualização da traqueia
■ Dissecar o mínimo necessário a traqueia
● Conservar a vascularização externa ao máximo ⇒ melhor cicatrização
■ Fixação da traqueia - permite incisão
● Pode utilizar algum material ou os próprios dedos do cirurgião
■ Incisão
● No ligamento anular - ⅓ da circunferência traqueal ⇒ acesso a luz traqueal
○ Tipos de traqueotomia
■ Traqueotomia horizontal
● Incisão no ligamento anular - ⅓ do diâmetro da traqueia
● Fio no anel cranial e outro no anel caudal podem ser
usados para facilitar visualização
● Incisão é muito restrita - inspecionamento é limitado
● Tubo mantido por muito tempo - compromete a
viabilidade vascular do tecido
■ Traqueotomia vertical
● Secção de dois a três anéis traqueais - visualização
maior da luz traqueal
● Dificuldade para o fechamento
■ Traqueotomia por retalho
● Duas incisões verticais e uma horizontal ⇒ elevação do
retalho (SEMPRE DIRECIONADO PARA FRENTE)
● Vantagem - visualização maior da área operatória e
menor lesão pela presença do tubo por fazer menor
compressão
● Desvantagem - incisão de maior tamanho ⇒ repercute
em uma maior dificuldade de cicatrização
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Métodos de traqueorrafia
■ Fios - inabsorvíveis (cicatrização da traqueia é lenta)
● Mononáilon
● Polipropileno - 3-0 ou 4-0
■ Sutura - isoladas simples
Horizontal Vertical Por retalho
● Verificar escape de ar na região da sutura
○ Solução fisiológica na região seguida de hiperinsuflação
■ Borbulhamento = área mal vedada ⇒ fazer mais pontos
○ Síntese plano-a-plano
■ Aproximação das camadas posteriores
● Músculo esterno-hióideo (dois feixes) - sutura contínua simples (fio absorvível)
○ Ajuda na vedação de qualquer pequeno escape de ar da traqueia
■ Aproximação do subcutâneo e sutura da pele ⇒ encerramento do ato operatório
○ Complicações
■ Infecção
■ Pneumonia
■ Traqueíte
■ Deiscência de sutura - falta de cuidado na técnica cirúrgica
■ Estenose - luz traqueal diminuída ⇒ dificuldade respiratória
● Animais com predisposição de fazer algum tipo de estenose (cicatrização mais
fibrosa ou exuberante)
● Investigar casos de dispneia ou tosse no pós-operatório ⇒ endoscopia
● TRAQUEOSTOMIA
○ Definição - abertura de uma comunicação temporária ou permanente da traqueia com o meio
externo
○ DIFERENÇA ENTRE traqueOTOMIA e TraqueOSTOMIA
■ A traqueOTOMIA visa acessar o lúmen traqueal para resolver um problema de forma
mais imediata, já a traqueOSTOMIA permitir a comunicação do lúmen traqueal com o
meio externo para facilitar a respiração do paciente
● TraqueOSTOMIA - situações mais complexas/graves e que necessitam de um
cuidado maior com relação à própria intervenção cirúrgica e à doença que
motivou a realização da traqueostomia
○ Situação clínica mais grave
○ Tipos de traqueostomia
■ Temporária - estabelecemos a abertura da traqueia e colocamos um tubo endotraqueal
por alguns dias ou poucas semanas
● Depois de retirado o tubo - fechamos a traqueia ou deixamos fechar por
segunda intenção
● Diferença da traqueostomia - na traqueotomia, o fechamento é em seguida
■ Permanente - estabelecemos uma comunicação da traqueia com o meio externo de
maneira permanente
● Situação graves e complexas
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● TRAQUEOSTOMIA TEMPORÁRIA
○ Indicações
■ Estabelecer uma rota alternativa para o fluxo de ar durante a cirurgia ou como um
procedimento de emergência em paciente gravemente dispnéicos
■ Os tubos de traqueostomia geralmente são mantidos por um período curto de tempo
○ Técnica
■ Posicionar - decúbito dorsal e hiperextensão cervical com colchão ou travesseiro
● Fixar a cabeça do paciente para que ele não se movimente para os lados
■ Incisão - mais ou menos no terço médio entre a laringe e a entrada do tórax
● Tamanho suficiente para chegar na traqueia e continuar a intervenção cirúrgica
■ Divulsionar os tecidos moles localizando os músculo esterno-hióideos (localizar onde se
dividem e separar cada músculo para o seu lado)
■ Cuidar tecido conjuntivo que recobre a traqueia - importante para nutrição
● Quanto menos dissecar melhor!
■ Pode se usar afastadores para facilitar o acesso a traqueia e manter a musculador
afastada
● Afastadores de Gelpi ou Farabeuf (necessário auxiliar)
■ Visualiza-se a traqueia ⇒ identificar anéis traqueais e ligamento anular
■ Incisão na traqueia - tamanho compatível com tubo que será colocado
● Não precisa ser maior que ⅓ da circunferência traqueal
■ Fios de reparo - em situações sob controle
● No anel traqueal caudal e cranial - facilita afastamento dos anéis para melhor
visualização da luz traqueal e inserção do tubo pelo orifício
■ Inserção do tubo
● Colocar direcionado ao tórax
● Retirar cânula
■ Aproximar a pele próxima do tubo
■ Insuflar o cuff - tamponamento da passagem de ar pela periferia
● Sem exagerar
○ Se tencionar muito a região, pode provocar necrose traqueal ou deslocar
o tubo
● Os tubos vêm com informação da quantidade de ar a ser colocado
■ Fixar tubo na região cervical - se o tubo cair o animal pode ter insuficiência respiratória
aguda
○ Cuidados pós-operatórios
■ Monitoração deve ser contínua - qualidade respiratória
■ Obstrução do tubo por secreção - formação de plug de sangue ou secreção no interior
do tubo ⇒ animal não conseguirá respirar normalmente
● Trocar o tubo - com muito cuidado (pessoas treinadas e experientes)
○ Orifício pode fechar rapidamente
○ Pode fazer aspiração com uma sonda antes de trocar
● Aspirar com uma sonda - pode resolver
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● TRAQUEOSTOMIA PERMANENTE
○ Indicações
■ É a criação de um orifício na parede ventral da traqueia por meio da sutura da mucosa
traqueal à pele
■ Os traqueostomas são mantidos durante toda a vida ou até que o orifício seja
cirurgicamente fechado
■ Situações extremamente graves
● Tumores de laringe ou outras situações que o paciente não consegue respirar
pelas vias normais
● Quando não há como resolver o problema de outra forma
○ Técnica
■ Deve-se manter a traqueia mais exteriorizada possível
● Suturar músculos esterno-hióideosde maneira que eles fiquem tensionando a
traqueia para deixá-la mais exposta
■ Retirar um segmento traqueal
● 2 a 3 anéis - ⅔ da circunferência traqueal
● Se possível, manter a mucosa traqueal integra num primeiro momento
■ Fazer H invertido/deitado com a mucosa do segmento traqueal retirado
■ Suturar as bordas da mucosa traqueal à pele
● Nunca fechará naturalmente - junção mucocutânea⇒ comunicação permanente
com o meio externo
○ Cuidados pós-operatórios
■ Animal não pode nadar - afogamento
■ Manutenção constante do local da traqueostomia
● Higienização periodicamente
● Observação frequente - pode cicatrizar e estenosar
■ Antes da cirurgia, informar aos tutores que a vocalização do animal se tornará menor ou
ausente - sem ou pouca vibração das cordas vocais
Qual a diferença de traqueotomia e traqueOStomia?
Traqueotomia é a abertura da traqueia. Diferente de traqueostomia, que é a abertura da traqueia com um canal de comunicação
permanente. Então, na traqueotomia, incisa para suturar; na traqueostomia, a incisão envolve a retirada de parte dos anéis
traqueais para fixação de tubo.
Quais as indicações da traqueotomia?
Remoção de obstrução (nas vias aéreas superiores) por corpo estranho, neoplasias ou secreções; para coletar biópsia; facilitar a
passagem de ar (ex. neoplasia no nariz) para fazer respiração assistida.
Qual o local da incisão na traqueotomia ou traqueostomia? No ligamento anular (acesso cervical). Esse anel está entre cada
anel cartilaginoso.
Como se posiciona o animal para cirurgia de traqueotomia ou de traqueostomia?
Animal em decúbito dorsal, com uma almofada sob o pescoço para elevar e estender a região de incisão e com fitas de contenção
para evitar movimentos no pescoço.
Quais as técnicas de traqueotomia? Horizontal/Transversal (só incisa o ligamento anular). Vertical (incisa o ligamento anular e
anel de cartilagem) ou por Retalho (incisa o ligamento anular e anel de cartilagem).
Como é a incisão da traqueotomia por retalho? É feito um retalho (“uma tampinha”) através da secção da traqueia, que fica
voltado no sentido cranial, pois o tubo fica caudal. Logo, incisa os anéis de cartilagem e o ligamento anular.
Em qual técnica de traqueotomia há mais pressão do tubo traqueal sob os anéis? Traqueotomia transversal/horizontal.
Qual técnica de traqueotomia é indicada para tubos que ficarão por mais tempo posicionados? Na traqueotomia vertical
(mais ou menos 2 anéis) ou na traqueotomia por retalho, pois a incisão da cartilagem nestas técnicas reduz a pressão do tubo.
Quais complicações podem advir da traqueotomia/traqueostomia? Enfisema subcutâneo, porque a sutura não vai conseguir
ser completa e parte do ar vai vazar invariavelmente para o subcutâneo. Porém, deve-se “vedar” o máximo possível para evitar
excessos.
(V) A cicatrização da traqueia é difícil, porque tem muita cartilagem, que não tem vascularização.
(F) Os músculos esternoencefálico e esterno hióideo deverão ser incisados para a traqueotomia e traqueostomia. (F pois são
apenas afastados)
(V) Existem traqueotubos específicos e com diversos tamanhos para fixação permanente.
Como é a técnica cirúrgica da traqueOStomia? O posicionamento e o local de incisão de pele e traquéia são os mesmos da
traqueotomia. Porém, a traqueostomia, se fixa o músculo esternohioideo mais dorsalmente (referência do animal em estação) à
traqueia, através de sutura padrão Wolf, para que a traqueia fique mais exposta; incisa o ligamento anular e os anéis traqueais, o
que é retirado uma “janela”; mantém a mucosa traqueal num primeiro momento, para que depois seja seccionada de forma que
suas bordas sejam suturadas na pele.
Quais as complicações da traqueOStomia? Obstrução por secreção (deve-se fazer a manutenção), pneumonia (por aspiração
de patógenos, pois não são filtrados pelas vias aéreas).
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
CIRURGIAS DO ESÔFAGO E FARINGE
● Esôfago
○ Órgão oco
○ Une a faringe ao estômago
○ Transporte de alimento e água
○ Anatomia
■ Parede esofágica - adventícia, muscular, submucosa e mucosa
● Desprovido da camada serosa (substituída pela adventícia)
○ Produz fibrina
○ Ausência da serosa prejudica cicatrização
● Submucosa - grande concentração de colágeno (+resistência)
○ Dá resistência à sutura - diminui chance de deiscência
■ Movimento constante
■ Suprimento sanguíneo pobre
■ Dificuldade de omentalização
● Corpo estranho esofágico
○ Sinais clínicos - regurgitação e vômito
○ Frequente em cães
○ Raro em gatos
○ Urgência - precisa ser prontamente diagnosticado e tratado, mas não leva a óbito
○ Mais comuns são os ossos
○ Diagnóstico - exame clínico e complementares
■ Esofago não aparece no raio x simples ⇒ usar contraste (a base de iodo ou bário)
● Alguns corpos estranhos podem ser visualizados sem contraste
○ Tratamento
■ Método fechado - remoção sem abrir o esofago
● Anestesia geral
● Remoção com pinça
● Nem sempre indicado - deve-se ponderar ⇒ risco de trauma adicional
■ Método aberto
● Esofagotomia
○ Região cervical
○ Região torácica - além de acessar o esofago, será necessário fazer
toracotomia
● Gastrotomia - corpo estranho empurrado para o estômago com sonda de
endoscopia
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● ESOFAGOTOMIA
○ Definição - abertura cirúrgica do esofago com o intuito de proporcionar acesso à luz do órgão
○ Técnica cirúrgica
■ Elevar a região cervical - travesseiro, saco de areia, frasco de soro, compressas...
■ Acesso cervical - preparo do campo operatório
● Antissepsia (álcool + iodopovidona ou álcool + clorexidine)
○ Alguns pacientes podem ser alérgicos ao iodo
■ Incisão de pele
● Fixar a pele com os dedos e fazer o mais retilíneo possível
■ Divulsão da musculatura do músculo esterno-hióideo
● Pinças atraumáticas podem ser usados para manter o músculo afastado
○ Não pinçar a pele - pinçar o subcutâneo
■ Rebater a traqueia para o lado para visualizar o esôfago
■ Usar drenos de penrose e gazes embaixo do esôfago para isolar a área cirúrgica
● Proteção contra contaminação
■ Usar pontos de reparo no esôfago
● O ideal é não usar pinças no esôfago
■ Incisão do esôfago
● Caudal ao corpo estranho é mais indicado - não tem lesão no tecido
■ Sutura do esôfago
● Fio absorvivel sintetico
○ Poliglactina 910 3-0 ou 4-0
● Simples interrompida ou Swift
■ Redução do espaço morto - sutura contínua simples
■ Sutura de pele - ponto simples interrompido
○ Cuidados pós operatórios
■ Jejum sólido durante 24 horas
■ Alimentação por sonda
● 5 a 7 dias
● Faringostomia
● Sonda gástrica
■ 15 dias de alimentação pastosa
■ Antibioticoterapia, AINE, opióide... 3 a 5 dias
○ Complicações pós operatórias
■ Contaminação
■ Deiscência de sutura
■ Estenose
ESPAÇOS INTERCOSTAIS RECOMENDADOS PARA TORACOTOMIA LATERAL
Estrutura Esquerdo Direito
Coração 4,5 4,5
Esôfago
↳ Cranial 3,4
↳ Caudal 8 8
Pulmões
↳ Lobo cranial 4,5 4,5
↳ Lobo intermediário 5
↳ Lobo caudal 6 6
Diafragma 8 8
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● FARINGOSTOMIA
○ Definição - passagem de uma sonda pela faringe para o interior do esôfago
○ Técnica
■ Acesso - caudal ao osso hióide
● Coloca-se uma pinça para localizar local da incisão - o auxiliar vai segurar a
pinça e fazer pressão
■ Fazer pequena incisão até chegar na cavidade oral
■ Exteriorizar a pinça para pegar o tubo
■ Tracionar o tubo para dentro da cavidade oral
● Pode-se lubrificar a sonda para facilitar a entrada
■ Direcionar a sonda para o esofago
■ Fixar a sonda na pele
○ A sonda fica durante 14 dias
■ O objetivo é evitar o contato do alimento com a ferida esofágica
○ A ferida cirúrgica da faringostomia cicatriza por segunda intenção após a remoção do tubo
O que é esofagotomia? É a abertura e o fechamento cirúrgico do esôfago.
Quais as indicações? Remoção de corpo estranho (considerada cirurgia de emergência; mais comum ocorrer em cães),
realização de biópsia e remoção de neoplasias. Locais mais comuns de parar o corpo estranho é onde há menor capacidade de
distensão – ou seja, na porção torácica do esôfago: poucoantes do coração, entrada do tórax).
Cães têm 13 costelas, então, abre-se no 4º, 5º e 6º espaços intercostais.
Quais são as camadas do esôfago? Mucosa, submucosa, muscular e adventícia.
Detalhe: o esôfago é o único órgão do TGI que não tem serosa e sim adventícia, logo, a sutura deve alcançar a submucosa, porque
esta dá resistência e cicatrização. A serosa secreta fibrina, que é fundamental na cicatrização de feridas (cirúrgica ou não).
Como se faz a retirada de CE?
A) Através de exame endoscópico. É uma vantagem, pois a sonda do endoscópio além de localizar o CE, retira o CE e mostra as
lesões da mucosa (o RX não). Porém, a endoscopia requer anestesia geral.
B) Método fechado: anestesia geral e remoção com pinça. É arriscado, pois a remoção com pinça pode perfurar a mucosa e
agravar a situação.
C) Método aberto: esofagotomia ou gastrotomia (empurra o CE do esôfago para o estômago, onde é mais fácil retirar e cicatrizar).
Quais os acessos no esôfago? Torácico (deve retirar o ar depois da cirurgia) ou cervical (3, 4 ou 5º EIC).
Procedimentos: Tricotomia + acesso na linha média + elevação do pescoço + abertura de pele, SC e divulsão do músculo
esternohioideo; afastamento da traqueia + uso de compressa única abaixo do esôfago para que, em caso de haver conteúdo, caia
na compressa e não contamina o local + retira + sutura.
Como suturar esôfago: Swift (mais trabalhosa) ou simples interrompido (ponto fica para fora, maior chance de contaminação),
pegando todas as camadas, principalmente a submucosa (maior quantidade de colágeno, tendo maior resistência). Fio absorvível
sintético; distância entre pontos: 2 a 3mm; reduzir espaço morto; sutura de pele (contínua simples).
Quais complicações pós operatórias?
Deiscência de sutura, porque não tem serosa, logo, o suprimento sanguíneo é pobre; além disso, não tem omento (que evita
peritonite, evita aderências e facilita a cicatrização) e tem muito movimentos peristálticos. Contaminação; estenose.
Cuidados especiais no pós-operatório: Tratar esofagite com Sucralfato e analgesia com Fluxinin ou opióide; jejum de 24 a 48h
(alimentação por sonda de 5 a 7 dias). A sonda deve ser gástrica ou por faringostomia. 15 dias de alimentação pastosa, caso não
ponha sonda.
ORQUIECTOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Anatomia
○ Músculo cremaster externo - aproximação ou afastamento dos testículos
● Sinonimia - orquidectomia, orquectomia, testectomia
● Definição - remoção cirúrgica de um ou de ambos os testículos, acompanhados dos epidídimos e
parte dos cordões espermáticos, comumente chamada de castração
● É realizada com fins eletivos e terapêuticos
○ Principais indicações
■ Reduzir a superpopulação - bem comum
■ Diminuir a agressividade
■ Manter o animal mais caseiro
■ Diminuir a micção em locais impróprios
■ Destinar para engorda - bovino e suíno
■ Facilitar manejo - animais de produção
■ Neoplasia testicular - frequente
■ Criptorquidismo
■ Torção testicular
■ Tratamento complementar de doenças de
próstata (aumentos benignos) e hérnia
perineal
● Métodos de execução - considerar principalmente contaminação do ambiente
○ Fechado
■ Acessar o testículo sem acessar a camada parietal da túnica vaginal (projeção do
peritônio que encobre o testículo). Ou seja, não expõe a cavidade peritoneal ao meio
externo
Vantagens Desvantagens
➥ Previne a contaminação peritoneal
➥ Previne a possibilidade de herniação (principalmente
equinos)
➥ Dificuldade na execução de ligadura
(maior chance de hemorragia)
➥ Aumenta a possibilidade de edema
○ Aberto - melhor indicado para ambientes controlados quanto a sua contaminação
■ Acesso ao testículo com incisão da camada parietal da túnica vaginal. Ela é fixada
na cauda do epidídimo (ligamento escrotal/ligamento da cauda do epidídimo) - deve-se
desfazer dessa aderência por arrancamento ou por secção, para levar a camada
parietal da túnica vaginal para dentro da cavidade (ficaremos apenas com o testiculo e
cordão espermático)
Vantagens Desvantagens
➥ Facilita a execução da ligadura
➥ Previne a formação de edema
➥ Expõe a cavidade peritoneal
➥ Possibilita a formação de hérnia
*Não fechar a camada parietal da túnica vagina previne a formação de edema, pois vai ocorrer a drenagem
de líquidos formados
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Espécie canina
○ Tricotomia na região pré escrotal e escrotal
■ Imediatamente antes da cirurgia - muito antes pode predispor a algum tipo de
contaminação cutânea por micro ferimentos causados pela tricotomia
○ Antibiótico profilático - ampicilina sódica 20 mg/kg IV 20 a 30 minutos antes da cirurgia (repetir
se procedimento passar de mais que duas horas)
■ Cirurgia limpa, no entanto envolve o sistema reprodutor
■ Em condições normais de experiência e controle de contaminação, talvez não exigisse
necessariamente o uso de antibiótico profilático
■ Ambiente de aprendizado (mais tempo para fazer a cirurgia = maior exposição) ⇒ usar
○ Decúbito dorsal
○ Antissepsia local - barras paralelas, espinha de peixe....
○ Pós-operatório
■ Curativo local - trocado 2 vezes por dia
■ Analgesia e anti-inflamatório
■ Remoção dos pontos cutâneos - 8 a 10 dias após a cirurgia
● Técnica cirúrgica - MÉTODO ABERTO
○ Usar campo plástico
■ Pinça de Backaus - não deve ficar debaixo dos campo e não deve ser fixada na pele
○ Incisão
■ É feita na rafe mediana na região pré-escrotal
● Acesso escrotal aumenta a chance de edema e contaminação
■ Empurrar os testículos cranialmente para saber onde será o local da incisão
■ Após fazer incisão da pele e subcutâneo forçamos a saída do testiculo para o meio
externo visualizando a túnica vaginal
■ Incisão da túnica vaginal para visualizar a túnica albugínea
● Não devemos seccionar a túnica albugínea para que não ocorra hemorragia
○ Exposição dos testículos
○ Remover a membrana que recobre o epidídimo com os dedos
○ Rompimento da prega da túnica albugínea - ligamento escrotal (mesórquio)
■ Arrancamento - segurar a túnica com gaze umedecida e segurar o testiculo com a outra
mão ⇒ tracionar até arrebentar (animais jovens e gatos são mais fáceis)
● Animais maiores e mais velhos - não é adequado ficar puxando
■ Seccionar com tesoura de Metzembaum a camada parietal da túnica vaginal - casos em
que arrancamento é inviável
● Isolar bem o cordão espermático para não confundir com o ligamento
● Seccionar ligamento com a tesoura - é perigoso usar bisturi (perfuração do
cordão espermático pode causar acidente hemorrágico)
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Liberação do testículo e o cordão espermático nas nossas mãos - permite maior e melhor
esterilização
○ Com o testiculo e o cordão espermático + ducto deferente iremos colocar 3 pinças
↳ O ideal é que as pinças sejam iguais - curvas ou 3º reta (sai junto com o testículo)
↳ Curvatura sempre para cima - facilita ligadura
↳ Cuidado com pinça de Kelly - extremidades com parte sem ranhura pode escorregar cordão
■ Pinça n°3: pinça distal - deixar pequeno espaço de alguns milímetros para ligadura
● Evita derramamento de sangue da porção do cordão espermático que sai junto
com o testículo
■ Pinça n°2: pinça intermediária - bem encostada na pinça proximal
■ Pinça n°1: pinça proximal
○ Podemos fazer a secção em cima da 2° pinça abaixo da 3°
○ Ligadura
■ Nó de cirurgião - um duplo + um simples + alguns acessórios (uns 2 simples)
■ Fazer a barriguinha com o mesmo fio (impede que o nó escorregue)
○ Soltar a pinça proximal
○ Soltar a pinça intermediária primeiro e depois cortar o fio
■ Possibilita visualização de hemorragias
○ Suturar a pele
■ Não requer redução de espaço morto - região pré-escrotal não é ocupada por tecido
● Pode ser feita, não é errado
● Em caso de edema, basta liberar um pouco um ponto para drenagem
● Método alternativo
○ Esterilização de cães com injeção intratesticular de solução a base de zinco
■ Uma única injeção de solução à base de zinco (gluconato de zinco) ⇒ bloqueio eficaz
da espermatogênese de cães de diferentesidades
■ Dor e desconforto grande no animal e, ainda aplicações repetidas com certa frequência
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Espécie felina
○ Tricotomia na região escrotal - acesso nos felinos é no escroto
○ Antibiótico profilático
○ Decúbito dorsal - com membros anteriores tracionados para frente
○ Antissepsia local (evitar antisséptico à base de iodo nos felinos - alergia)
○ Pós operatório
■ Curativo local
■ Analgesia e antiinflamatório
■ Remoção dos pontos - após 8 a 10 dias
● Técnica Cirúrgica
○ Incisão
■ Uma ÚNICA incisão na rafe escrotal - não há necessidade de fazer duas incisões
■ Incisão no campo plástico junto com a pele (sem fazer janela)
■ Liberar cada testículo após incisão no subcutâneo e túnica dartos
● Cuidar para não aprofundar demais a incisão
■ Seccionar o ligamento escrotal ou ligamento da cauda do epidídimo
■ Técnica das 3 pinças
● Pinça n°3: pinça distal
● Pinça n°2: pinça intermediária
● Pinça n°1: Pinça proximal
■ Secção entre a 2° e 3° pinça
■ Ligadura nó duplo depois simples + acessórios e repete para fazer a barriguinha
■ Soltar a pinça depois cortar o fio
■ Suturar
● Muitas vezes pode-se utilizar fios absorvíveis (muitas vezes sobram da ligadura)
- casos em que acumuladores e protetores não trazem os animais de volta para
retirada dos pontos
○ Vai cair
○ O ideal seria usar nylon 4-0 retirar entre 8 e 10 dias
○ Técnicas alternativas
■ Amarração do cordão espermático nele mesmo após remoção dos testículos
● Apertar de menos - risco de hemorragia
● Apertar demais - risco de romper e ocorrer hemorragia
■ Indicado é não fazer - economia desnecessária e técnica perigosa
● Espécie Bovina
○ Antibiótico profilático (vacina antitetânica)
○ Decúbito lateral ou em estação
○ Pós operatório:
■ Curativo local
■ Antiinflamatórios e analgésicos - uso mais relacionado ao ambiente hospitalar
■ Pendência do manejo
■ Muitas vezes usam ivermectina para evitar miiases
○ Método de Castração não cirúrgicos
■ Borracha que comprime os testículos promovendo necrose dos testículos
● Necrose pode ocorrer até no escroto
■ Castração com Burdizzo
● Aparelho é colocado bem apertado sobre a pele e o cordão
espermático
○ Deve causar colabamento de artéria e veia,
preferencialmente sem causar necrose do escroto⇒
sem troca de sangue entre testiculo e corpo = sem
hormônios
■ Castração orgânica ⇒ inibe a produção de testosterona em 48
horas
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Técnica cirúrgica
■ Posição
● Mobilização em bretes
● Decúbito lateral - membros pélvicos e o torácico esquerdo presos entre si
■ Incisão - remove um retalho de pele da porção mais distal do escroto ⇒ acesso
simultâneo aos dois testículos
■ Expor os dois testículos
■ Realizar ligadura/ transfixação ou utilizar emasculador na substituição de ligaduras
● Emasculador é usado diretamente sobre o cordão, não envolve pele
○ Apertar por alguns minutos para colabamento completo
● Transfixação no bovino e equino é mais fácil - a identificação de artéria e veia é
melhor do que em pequenos animais
■ Seccionar 2 a 3 cm abaixo
■ Não se faz o fechamento - cicatrização ocorrerá de dentro para fora
■ Castração orgânica ⇒ inibe a produção de testosterona em 48 horas
● Espécie Equina
○ Decúbito lateral ou estação
○ Animal deve ser vacinado (antitetânica) ou receber soro antitetânico
○ Profilaxia antibiótica é importante
○ Pós operatório
■ Curativo local “desembolsar” - deve ser diário
○ Técnica
■ Abertura do escroto
● Incisões paralelas ⇒ uma para cada testículo
■ Secção da camada parietal da túnica vaginal em relação a cauda do epidídimo (técnica
aberta)
■ Exposição dos testículos
■ Usar emasculador
■ Remoção dos testículos
○ Complicações
■ Herniação
■ Edema - Não soltar ele para não haver excesso de exercício sair um pouco é
importante, mas sem excessos
● Espécie Suína
○ Decúbito lateral ou em estação (adultos) com os membros pélvicos elevados (jovens)
○ Profilaxia antibiótica (predisposição ao tétano)
○ Pós operatório
■ Antibiótico, analgésico e antiinflamatório
■ Curativo local
○ Posicionamento leitões de cabeça para baixo - incisão cutânea bilateral ou transversa
○ Posicionamento para cachaços - incisão escrotal bilateral
■ Testículos muito grandes
● Imunocastração
○ Consiste na aplicação de vacina
○ Injetável - forma modificada de hormônio liberador de gonadotrofina conjugada à proteína, que
estimula o sistema imunológico do animal a produzir anticorpos direcionados contra GnRH
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
O que significa orquiectomia? É a remoção cirúrgica de um ou de ambos testículos.
Quais as indicações? Redução da população, redução da agressividade, manter o animal mais caseiro, reduzir a micção em locais
impróprios, destinar o animal para engorda (suínos?), facilitar o manejo, neoplasia, criptorquidismo.
Quais os métodos de execução?
Fechado; Aberto; Semi-fechado/Semi-aberto. O que diferencia é a abertura da túnica vaginal ou não.
Explique o método fechado:
Exterioriza o testículo com a túnica vaginal encobrindo-os, isto é, não expõe a cavidade abdominal. É uma cirurgia ambulatorial. Em
grandes animais, é difícil realizar por este método, embora reduza a contaminação, a espessura do plexo pampiniforme com a túnica
vaginal fica largo demais e dificulta a ligadura ou mesmo o transfix (pois pode perfurar algum vaso).
Explique o método aberto:
Abre-se a túnica vaginal; a ligadura fica fora desta túnica. Expõe a cavidade abdominal, logo, requer cuidados ambientais. Porém,
favorece a segurança da ligadura. Não é ambulatorial, pois expõe a cavidade abdominal. Para o professor, é o método recomendado.
Deve-se utilizar ampicilina sódica para profilaxia via IV, pouco depois da tricotomia. A ampicilina tem duração sérica de 2h, logo, a
cirurgia não pode passar deste prazo, se não, deve ser feito repique com a mesma dose (20mg/kg).
Explique o método semi-aberto.
Começa como a técnica aberta, ou seja, abre-se a túnica vaginal. Mas fecha como a técnica fechada, ou seja, FECHA a sutura
SOBRE a túnica vaginal. Para o professor, não há efeito diferente da aberta, pois a exposição da cavidade já ocorreu, e a sutura
sobre a túnica não traz nenhum benefício extra da própria túnica aberta.
Detalhes para a espécie canina:
Tricotomia de toda a área, inclusive escroto; anestesia epidural, geral ou dissociativa; decúbito dorsal. Pós-operatório com curativo
local sem mexer por 3 dias, remoção dos pontos cutâneos de 7 a 10 dias, antisséptico. Antiinflamatório para reduzir e não eliminar a
inflamação, pois esta é fundamental para a cicatrização. Analgesia.
Por que se utiliza o campo plástico?
O campo plástico é estéril, evita contaminação, reduz a permeabilidade do campo de pano.
Qual o passo a passo da técnica?
Pressione o escroto até que o testículo avance para a área pré-escrotal, onde será feita a incisão de pele e de subcutâneo com
bisturi; depois, incisão da rafe mediana. Com o testículo “na mão”, continua a incisão pelas túnicas DARTOS e VAGINAL, evitando a
túnica ALBUGÍNEA para não expor o parênquima testicular. Após expor o testículo, com uma pinça hemostática, realize a avulsão
das túnicas no local de inserção: no epidídimo (puxa ou corta; quanto mais velho o animal, mais aderida, então se corta). Logo após,
identifique o PLEXO PAMPINIFORME e o DUCTO DEFERENTE. Posicione ao longo do cordão espermático 3 pinças hemostáticas.
Realize a incisão entre a 2ª e a 3ª, sendo a 1ª mais proximal e a 3ª mais distal do corpo (mais próxima ao testículo). Ligue o cordão
espermático com fio absorvível, posicionando a ligadura antes da 1ª pinça para aproveitar o sulco que ela fez, formar uma
“barriguinha” na ligadura para evitar deiscência de sutura. Antes de soltar a última pinça (a intermediária), segure o cordão
espermático com uma pinça anatômica para fazer o corte do fio que sobra e também visualizar se o nó foi suficiente. Só depois corte
o fio. Realize a dermorrafia com fio inabsorvível com padrão de sutura simples interrompida somente paraaproximação das bordas.
Tome cuidado para que o nó não fique na mesma linha da incisão.
Como funciona a esterilização química? À base de zinco; interrompe a produção de esperma; é experimental.
Detalhes para a espécie felina. A incisão é na região escrotal (não pré-escrotal como em cães); pode ser feito o arrancamento de
pelos no gato, mas o professor recomenda a tricotomia.
Detalhes para a espécie bovina:
Incisão única e sem sutura. Decúbito lateral ou em estação. Anestesia local infiltrativa com bloqueio regional ou epidural; decúbito
lateral ou em estação. Pós operatório com curativo local, pendência do manejo. Pode fazer transfixação. Pode utilizar elástico ou
ferramenta para estancar o sangramento. Inicia puxando a pele do escroto para baixo, faz a incisão retirando seu ápice; puxa cada
testículo e utiliza o emasculador (ou ligadura com transfixação) SOBRE A TÚNICA VAGINAL; fecha por 2ª intenção. Em castração
não cirúrgica, utiliza-se elástico ou Burdizzo.
Detalhes para a espécie equina:
Não sutura. Duas incisões cutâneas laterais; usa-se emasculador (não precisa ligar). Fundamental que o animal esteja vacinado com
anti-tetânica ou tenha soro-antitetânico. Não devolver para o estábulo, pois o animal precisa caminhar após a cirurgia, senão,
provoca edema. Não permitir a cicatrização rápida do escroto, senão favorece a anaerobiose, que é a condição favorável das
clostridium tetani. Decúbito lateral ou em estação.
Nunca utilizar braçadeiras plásticas, pois vai provocar reação inflamatória invariavelmente.
Em criptorquidas, o acesso é pela região inguinal.
Detalhes para suínos;
Não sutura. Uma incisão para cada testículo. Decúbito lateral ou em estação. Para leitões, com os membros pélvicos elevados.
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
LAPAROTOMIA EM PEQUENOS E GRANDES ANIMAIS
● Definição
○ Laparotomia - incisão no flanco
■ Adaptação à espécie - conhecimento anatômico (limitações relacionadas às espécies)
○ Celiotomia - incisão no abdômen (acesso pela linha mediana ventral)
➥ Podem ser usadas como sinônimos
● Anatomia
○ Divisão da cavidade abdominal
Fazer tricotomia ampla de toda a região abdominal, independente da região da cirurgia
↳ durante o procedimento pode ser necessário ampliar incisões de laparotomia
● Indicações
○ Diagnóstica e/ou terapêutica
■ Biópsias - pouco usada (laparoscopia é mais usada para isso)
■ Exploradora - pouco comum (se utiliza exames de imagem)
● Usada em casos de cólica ou busca de enterólitos em equinos quando não
possível a realização de exames de imagem
■ Emergencial
■ Afecções específicas
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Classificação
■ Mediana ventral (celiotomia)⇒ SEMPRE PELA LINHA ALBA (Encontro das fáscias das
duas musculaturas do reto abdominal)
● Pré-umbilical - (anterior/xifoumbilical) - do xifóide até a cicatriz umbilical
○ Fígado
● Retroumbilical - (posterior a cicatriz umbilical ao púbis) - posterior ao umbigo até
a pelve
○ Bexiga
● Pré-retroumbilical - (extensa/xifopúbica) - transpassa a cicatriz umbilical
○ Rim
○ Distensão gástrica
● Variações relacionadas a espécie
○ Bovinos e pequenos ruminantes
■ Animal em pé ou decúbito lateral direito (rúmen para cima)
● Evita compressão, distensão, paralisia do rúmen, acúmulo
de gás, fermentação e possibilidade de falsa via
● Variações relacionadas ao sexo
○ Nos machos se faz um desvio do penis, normalmente para o lado
esquerdo - na incisão de pele e subcutâneo
■ Ir divulsionado até encontrar a linha alba
■ Paramediana (paralela à linha média)
● Incisão é feita sobre a musculatura (dificuldade de reconstruir anatomicamente)
○ Mais difícil e maior risco de complicações - não é impeditivo de ser feita,
muitas vezes temos que lançar mão dessa técnica
● Músculos envolvidos
○ Oblíquo abdominal externo
○ Reto abdominal
○ Transverso do abdômen
● Indicações
○ Abomasopexia - para casos de deslocamento de abomaso
■ Região paramediana direita
○ Cesarianas - eventualmente
○ Reintervenções - pequenos animais
■ Animais com histórico de aderência em intervenções passadas
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
■ Laparotomia pelo flanco
● Pouco usada em pequenos animais
○ Eventualmente associada à laparotomia paracostal
■ Cães de grande porte com tórax muito profundo, em que se
precisa chegar até o fígado para fazer uma colecistectomia
(retirada da vesícula biliar) ou casos de hérnia diafragmática
● Indicações - principalmente para grandes animais
○ Laparotomia exploradora - estruturas intestinais (flanco direito)
○ Rumenotomia - centro da fossa paralombar esquerda
○ Ovariectomia - necessário anestesia geral
○ Enterotomia - equinos e bovinos
■ Enterólitos pequenos
○ Cesariana - flanco esquerdo
● Músculos envolvidos
○ Oblíquo abdominal externo
○ Oblíquo abdominal interno
○ Transverso do abdômen - único que está no sentido da incisão
■ Paracostal - paralela a última costela
● Indicações - cão de grande porte ou tórax profundo
○ Acesso ao diafragma, fígado, rins e adrenais
■ Hérnia diafragmática
■ Colecistectomia
● Músculos envolvidos
○ Oblíquo abdominal externo
○ Reto abdominal
○ Transverso do abdômen
■ Paramamária
● Indicações - pequenos e grandes ruminantes, suínos
○ Cesarianas em ruminantes
● Incisão paralela à linha das mamas na região inguinal
● Animal deve estar em ambiente hospitalar (preferencialmente), deitado, contido
bem anestesiado (+bloqueio local)
■ Inguinal
● Indicações - mais indicado para cavalos
○ Criptorquidectomia e hérnias inguinais
● Dá acesso aos anéis inguinais
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● Princípios cirúrgicos gerais
○ Usando como base a laparotomia mediana ventral
■ Tricotomia ampla - tórax caudal às áreas inguinais
■ Assepsia
■ Colocação dos panos de campo
● Técnica
○ Abertura cirúrgica da cavidade abdominal
■ Incisão cutânea - mão contralateral fixa o tecido para melhor incisão em deslizamento
■ Incisão/dissecção do subcutâneo - depósitos de gordura podem dificultar
■ Identificação e incisão da linha alba
● Auxiliar deve suspender a musculatura com pinças de Allis
● Abrir a linha alba com movimento de estocada - usar dedo ao lado da lâmina
para servir de limitador da profundidade da estocada
● Verificar existência de aderências na cavidade
○ Se tiver aderência, deslocar a abertura (fazer paramediana)
■ Incisão do peritônio (tesoura)
● Muitas vezes, já se faz em uma única abordagem quando incisamos a linha alba
■ Proteção das bordas e órgãos
■ Manter a hidratação das estruturas e vísceras
● Ressecam com facilidade em contato com o ar
● Manter cuba ou sistema de seringas com solução fisiológica
○ Exploração abdominal para avaliar afecção - sempre fazer, independente do objetivo cirúrgico
■ Explorar quadrante cranial
● Fígado, vesícula biliar e hiato esofágico
● Estômago, piloro, duodeno e baço
● Bordas pancreáticas (cuidadosamente)
■ Explorar quadrante caudal
● Cólon descendente, bexiga urinária, próstata ou cornos uterinos
■ Trato intestinal
● Do duodeno ao cólon descendente (vascularização e linfonodos)
■ Canaletas ou fossas laterais
● Rins, adrenais, ureteres e ovários
○ Realização da cirurgia propriamente dita
○ Inventário ou revisão final - explorar novamente a cavidade e contar materiais utilizados
■ Lembrar de revisar ligaduras realizadas
○ Laparorrafia
■ 3 planos
● Linha alba - sutura em X (alguns fazem sutura simples interrompida)
○ Pegar a fáscia externa e passar o fio pela fáscia interna também
○ Se a incisão foi feita corretamente, não é necessário (nem
recomendável) fazer a passagem pela musculatura
■ Em equinos pode-se acabar incluindo parte da musculatura, pois
pegando somente a fáscia, muitas vezes, não se tem sustentação
adequada
● Subcutâneo - ponto em zigue-zague
○ Se não foi realizada uma divulgação muito larga, as vezes, é necessário
fazer mais de uma dessas suturas
■ Não queremos espaço morto entre o fechamento da parede
muscular e o subcutâneo
■ Outra alternativa é dar algumas fixadas na camada muscular
durante o zigue-zaguepara unir uma camada com a outra
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Pele - sutura simples interrompida
○ Para grandes animais, muitas vezes convém fazer suturas captonadas
■ Sutura em U deitado (Wolf)
■ Eles têm,principalmente equinos uma tensão maior sobre a
sutura
● Pode ser usar barrigueiras durante as 2 primeiras
semanas para diminuir a tensão e promover melhor
cicatrização
■ Materiais de sutura - absorvíveis sintéticas
● Poliglactina 910 (Vicryl)
● Polidioxanona (PDS) - mais caro
● Nylon (exceto subcutâneo) - para fechamento da pele
● Tamanho
○ Pequenos animais - 2-0 ou 3-0
○ Grandes animais - 4
■ Interrompida X contínua
● Não usar continua na sutura da linha alba!
● Pelo franco
○ 3 camadas musculares podem ser utilizadas suturas contínuas ou a
primeira isolada e as outras duas contínuas
○ Embora não seja muito recomendado, alguns suturam oblíquo abdominal
interno e externo juntos
■ Intervalo entre as suturas (3 a 10mm) - depende do tamanho do animal
● VIDEOLAPAROSCOPIA
○ Princípio - situações em que geramos, dentro da cavidade do paciente, um espaço para
visualização com utilização de gás para estendê-la com o objetivo de obter melhor visualização
e realização os procedimentos necessários
○ Necessário uma série de equipamentos
○ Geralmente se usa 3 portais de trabalho
■ Uma para o endoscópio rígido - auxiliar usa para projetar a imagem para o cirurgião
■ As outras duas para os instrumentos para realizar a cirurgia
○ Vantagem
■ Sem incisão extensa para exploração em busca de alterações
■ Ampliação significativa de até 20 vezes o tamanho das estruturas
○ Em grandes animais o uso é limitado - é mais difícil manipular as grandes vísceras
■ Criptorquidectomia
■ Ovariectomia para casos de tumor
■ Deslocamento de abomaso
■ Diagnósticos - cólica, encarceramento, hérnias...
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Quais os tipos de Laparotomia (celiotomia)?
Paramediana
Paramamária
Flanco
Inguinal
Paracostal
Mediana: Pré-umbilical (anterior / xifoumbilical),
Pré-retro-umbilical (extensa/xifopúbica)
Retro-umbilical (posterior - cicatriz umbilical ao púbis)
Explique as técnicas e indicações das Laparotomias.
A MEDIANA ocorre na rafe mediana, linha alba.
A laparotomia PARAMEDIANA é paralela à rafe mediana; indicada em reintervenções, em deslocamento de abomaso,
abomasopexia, cesariana.
A laparotomia pelo FLANCO incisa a musculatura abdominal oblíqua externa, transverso do abdômen e oblíquo abdominal interno,
por isso, requer extremo cuidado; mais utilizada em ruminantes; em estação. Indicações: rumenotomia, ovariectomia,
enterotomia, cesariana.
A laparotomia PARACOSTAL é indicada para cirurgias de diafragma e fígado. Ex.: hérnia em cães. Cuidado, pois incisa os 4
músculos abdominais.
A laparotomia PARAMAMÁRIA é indicada para cesariana em ruminantes.
A laparotomia INGUINAL é indicada para criptorquidectomia e hérnias inguinais.
Quais os princípios cirúrgicos? Tricotomia ampla e panos de campo.
Quais as técnicas para Laparorrafia?
São 3 planos:
1. Linha Alba, padrão SULTAN.
2. Subcutâneo: ZIGUE-ZAGUE.
3. Pele: SIMPLES INTERROMPIDA.
Fios absorvíveis sintéticos (poliglactina, polidioxanona, nylon, catgut). Intervalos entre suturas de 3 a 10mm.
O que é Laparoscopia? Por VÍDEO. Os acessos devem ser minimamente invasivos. Incisões pequenas com utilização de
instrumentos longos, que permitam proceder utilizando a pequena secção.
OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA EM CADELAS E GATAS - OSH
● Outras denominações ⇒ ovariohisterectomia (OVH, OH), castração (termo popular), ovariectomia,
histerectomia
● Definição - procedimento cirúrgico que consiste na realização de laparotomia com remoção dos
ovários, trompas e útero
● Abordagens para realização
○ Por videolaparoscopia
○ Lateral do abdome (flanco)
○ Método tradicional (linha média ventral)
● Principais indicações
○ Controle populacional
○ Piometrite, hemometrite, mucometrite, hidrometrite
○ Alterações comportamentais
○ Distocias com comprometimento uterino
○ Tumores mamários hormônio dependentes
○ Neoplasias ovarianas ou uterinas
○ Histeroceles
○ Hiperplasia endometrial cística
○ Cistos ovarianos
○ Fetos macerados/mumificados
○ Torção uterina
○ Ruptura uterina
○ Intussuscepção uterina
○ Prolapso vaginal/cérvix
○ Prolapso uterino
○ Doenças hereditárias
○ Terapia auxiliar
■ Neoplasia mamária
■ Hiperplasia mamária
■ Diabetes
■ Distúrbios comportamentais
■ Hiperplasia vaginal
■ Pseudociese
○ Útero gravídico toxêmico
○ Hiperplasia mamária
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Considerações gerais
○ Em relação às neoplasia das glândulas mamárias na execução da OSH, dispõe-se da seguinte
maneira
■ Realizada antes do primeiro ciclo ovariano a incidência para o evento diminui para
menos de 0,5%
■ Após o primeiro ciclo o risco sobe para 8%
■ Depois de dois ciclos, aumenta para 26%
■ Depois de 30 meses de idade não há mais efeito preventivo
○ Considerações anatômicas
■
● Avaliação pré-operatória
○ Anamnese
○ Exame físico geral
■ FC
■ FR
■ Temperatura
■ Pulso
■ Palpação
■ Coloração das mucosas
■ TPC
■ Estado nutricional
■ Linfonodos
○ Exames complementares
■ Ecografia
■ Citologia vaginal
■ Radiografia
■ Hemograma
■ Plaquetas
■ Creatinina
■ Ureia
● Procedimentos pré-operatórios
○ Tricotomia
○ Posicionamento do paciente
○ Antissepsia
○ Colocação dos campos cirúrgicos
● Considerações da anatomia cirúrgica
○
● Abordagem - acesso cirúrgico
○ Pelo flanco
■ Cadelas e gatas
■ Incisão ligeiramente oblíqua, no sentido dorso mediano ventral começando no ponto
médio entre a última costela e a crista ilíaca
■ O tamanho da incisão deve ser de aproximadamente 3 cm em cadelas e 2 cm em gatas
● Varia com o tamanho do animal
■ Recomenda-se o acesso pelo flanco direito (ovário direito localiza-se mais
cranialmente)
● O acesso pelo flanco esquerdo é dificultado pela localização do baço e presença
de omento cobrindo as vísceras dessa região
● Baço pode estar aumentado quando utilizados barbitúricos como anestésicos.
○ Pela linha mediana ventral
■ Via de acesso tradicionalmente mais utilizada na OSH
■ O comprimento da incisão deve ser ideal para que proporcione a exposição dos ovários
e do cérvix para colocação das ligaduras
■ Após a incisão de pele, deve-se fazer divulsionamento do tecido celular subcutâneo até
a visualização da linha alba, fazendo então a abertura da cavidade
■ Recomenda-se a incisão retroumbilical em cadelas adultas ⇒ diferença do
comprimento dos pedículos ovarianos comparados com o corpo uterino
● Técnicas cirúrgicas
○ Três pinças
○ Três pinças modificada
■
■
● Complicações e sequelas
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Hemorragias
■ Hemorragia (mais comum devido a coagulopatias, ruptura de vasos dos pedículos
ovarianos ou ligamentos suspensor; gotejamento dos vasos do ligamento largo),
podendo ocasionalmente ser proveniente da parede abdominal
○ Estro recorrente (Síndrome de ovário remanescente)
■ A síndrome do ovário remanescente é a presença de tecido ovariano funcional em
cadelas previamente pan-histerectomizadas
■ Não é considerada uma condição patológica e sim uma complicação pós-cirúrgica
● Relacionada com a performance do cirurgião veterinário
■ Vários casos desta síndrome têm sido diagnosticados e solucionados pelos próprios
veterinários que operaram
■ Sintomas relacionados significativamente com o proestro e estro
■ Causas
● Colocação imprópria das pinças, das ligaduras
● Pobre visualização do campo cirúrgico - incisão muito pequena
● OVH de difícil execução
● Cadelas de raças gigantes ou ainda muito pesadas
● O ovário direito apresenta maior envolvimento do que o esquerdo devido à sua
localização anatômica ser mais cranial
○ Granuloma
■ Umas das complicações mais graves observadas após OVH
■ Reação inflamatória que envolve a ligadura do útero e dos ovários
■ Microscopicamente ⇒ formações granulomatosas, com infiltrado linfoplasmocitário com
múltiplas e polimorfas células gigantes multinucleadas de corpo estranho, queenglobam partículas de fio
■ Formação - corpo estranho (fio de sutura) não removido pelas enzimas cria resposta
celular resultando na formação de uma cápsula de tecido fibroso ao redor do material
● Formação do granuloma é atribuída à utilização de material de sutura
inabsorvível e à falta de assepsia cirúrgica
● Estudos recentes sugerem que a causa seria a interação de vários fatores:
material de sutura, bactéria e tecido corporal. Essa interação seria a principal
causa para a formação do granuloma
●
○ Piometrite de coto uterino
○ Aderências
○ Complicações Urológicas
○ Incontinência urinária
○ Ligadura do ureter
○ Fístulas
○ Vulva juvenil
■ Em OSH precoce pode-se ter hipoplasia de vagina ou vulva, conduzindo a dermatite
perivulvar; persistência de comportamento juvenil)
○ Autotraumatismo
○ Ganho de peso corporal
○ Síndrome eunucóides
○ Complicações relacionadas à celiotomia
■ Infecções
■ Deiscências
○
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/4018805/mod_resource/content/1/Aula%20sobre%20Ovariosalpingohiste
rectomia%20em%20cadelas%20e%20gatas.pdf
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/4018805/mod_resource/content/1/Aula%20sobre%20Ovariosalpingohisterectomia%20em%20cadelas%20e%20gatas.pdf
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/4018805/mod_resource/content/1/Aula%20sobre%20Ovariosalpingohisterectomia%20em%20cadelas%20e%20gatas.pdf
CIRURGIAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE RUMINANTES
● Anatomia dos reservatórios gástricos
○ Anatomia topográfica
■ Reservatórios gástricos
● Rúmen
○ Ocupa quase ⅔ da cavidade abdominal
■ Fica mais do centro para a posição esquerda, embora ocupe
parte do abdômen direito
○ Retículo - fica justaposto ao diafragma
■ Reticulite decorrente de material estranho metálico - material
pode perfurar o diafragma e chegar no pericárdio = retículo
pericardite traumática
■ Comprovação = provas de dor
● Bastão abaixo do xifóide comprimindo e levantando
● Prova em rampa inclinada - pressão maior na região do
retículo
● Pregueamento ou tração da pele da cernelha
○ Omaso - praticamente não se tem acesso
■ Sem afecções maiores para serem realizadas - sem relevância
sobre o aspecto cirúrgico
○ Acesso cirúrgico - fossa lombar esquerda
● Abomaso - estômago verdadeiro ou glandular
○ Localizado no lado direito do assoalho abdominal- aproximadamente 8 a
10 centímetros atrás do xifóide
○ Acesso cirúrgico - paramediano direito
○ Deslocamentos de abomaso
● RUMENOCENTESE
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Definição - punção do rúmen
○ Indicações
■ Timpanismo
● Emergência
○ Técnica de rumenocentese
■ Instrumental - trocarte
■ Local - fossa paralombar esquerda
■
● RUMENOTOMIA
○ Definição - abertura cirúrgica do rúmen
○ Indicações
■ Remoção de corpos estranhos
● Metálicos ⇒ retículo pericardite traumática
● Sacos plásticos ⇒ obstrução do orifício retículo-omasal
■ Sobrecarga
■ Atonia
■ Timpanismo
Características alimentares dos ruminantes
Manejo alimentar e condições do campo
○ Técnica de rumenotomia
■ Anestesia paralombar ou paravertebral
■ Laparotomia pelo flanco - flanco esquerdo
■ Fossa paralombar esquerda
● Mais ou menos 20 centímetros
● Pele
● Musculatura
● Peritônio
■ Rumenopexia
■ Rumenotomia
● Göetze
○ Campo de Göetze
● Weingert
○ Esvaziamento do rúmen
■ Atonia
■ Sobrecarga
■ Timpanismo
○ Exploração rúmen e retículo
■ Varredura com imã
■ Localização de corpo estranho
○ Antes da síntese
■ Reposição de conteúdo ou suco ruminal
■ Administração de ruminatórios
■ Remoção do campo de Göetze ou aparelho de Weingert
○ Síntese do rúmen
■ Cushing ou Lembert
■ Categute cromado número 2 - custo reduzido
■ Lavagem da ferida
■ Remoção da pexia ruminal
■ Laparorrafia
● ABOMASOPEXIA
○ Definição -
○ Indicações
■ Deslocamentos e torções do abomaso
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Bovino leiteiro de alta produção
● Melhoramento genético - alterações de conformação
● Profundidade aumentada da cavidade abdominal
● Alimentação rica em concentrado e pobre em fibra ⇒ atonia
● Após o parto
● Doenças metabólicas e infecciosas associadas
● Tratamento conservador - rolamento
○ Técnica de abomasopexia
■ Abomasopexia paramediana ventral
● Anestesia
● Posicionamento
● Técnica cirúrgica
○ Localização do abomaso
○ Exteriorização
○ Punção e drenagem
○ Escarificação
○ Pexia
● Síntese abdominal
○
■ Técnica de “Toggle Pin”
■ Abomasopexia pelo flanco
● Posicionamento
● Técnicas anestésicas
● Técnica cirúrgica
CIRURGIA OFTÁLMICA - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS EM OFTALMOLOGIA
● Revisão anatômica
○ Anexos oftálmicos
■ Órbita
■ Fascia orbitária
■ Músculos extraoculares
● Maioria das espécies têm 7 músculos extraoculares (reto lateral, medial,
superior e inferior, oblíquo inferior e superior e retrator do globo ocular
■ Pálpebras e terceira pálpebra ⇒ procedimentos mais realizados em técnica
● Terceira pálpebra possui uma cartilagem e uma glândula, que produz parte do
conteúdo lacrimal
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Entrópio - doença em que a pálpebra se dobra para dentro
○ Ocorre em todas espécies (em cães, a raça Shar-pei é a mais afetada
○ Inversal palpebral pode ser
■ Superior, inferior ou em ambas as pálpebras
○ Pode causar úlcera de córnea
○ Tratamentos
■ Blefaropexia temporária (até os 6 meses de idade)
■ Técnica de Hotz Celsus (após os 6 meses de idade)
○
■ Conjuntiva
■ Sistema lacrimal
● BLEFAROPEXIA TEMPORÁRIA
○ Definição - fixação temporária das pálpebras com sutura
■ Não se deve remover a pele em animais muito jovens - estão em crescimento, depois
pode faltar pele para pálpebras
○ Indicação - entrópio
○ Técnica
■ Utilizar de 3 a 4 pontos de sutura invaginante (Lembert interrompida)
● O objetivo é promover a eversão da pele em contato com a córnea
○ Complicações cirúrgicas podem ser duas
■ Ponta do fio de sutura cutucar a córnea
■ Deiscência de sutura
● TÉCNICA DE HOTZ CELSIUS
○ Definição - retirada de segmento de pele e tecido subcutâneo próximo a região da pálpebra
○ Usada quando a blefaropexia temporária não é efetiva e o animal tem acima de 6 meses de
idade
○ Indicação - entrópio
○ Técnica
■ Fazer duas incisões para remover segmento
de pele e tecido subcutâneo
● Para proteger o globo ocular ⇒ usar
afastador por baixo da pálpebra
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Não se pode incisar a ponto de atravessar as pálpebras!
■ Suturar - pontos simples interrompidos (3 pontos para cada 1 cm)
● Cuidar para a ponta do fio não cutucar a córnea - afastar ponto da linha da
incisão
● Remoção do globo ocular
○ A remoção do globo ocular é o fim de um ciclo em que não foi possivel salvar a visao do
paciente nem sequer o próprio globo ocular
○ Principais indicações
■ Neoplasia intraocular - cães e gatos ⇒ evita metástase
■ Trauma ocular severo
● Úlceras de córnea - que não conseguimos realizar um tratamento médico ou
cirúrgico bem sucedido
■ Infecção ocular - quando antibióticos sistêmicos e intraoculares não funcionam
■ Glaucoma - principal causa de enucleação em cães
■ Protusão/proptose/prolapso do globo ocular severa - cães braquicefálicos têm risco
maior
● Olhos de gato que sofreram proptose ocular tem quase 99.99% de ficarem
cegos
○ Indica-se a remoção do globo ocular - eles tendem a desenvolver muita
inflamação intraocular, isso somado ao trauma pode levar à formação de
sarcoma intraocular
● Teste para avaliar se olho ainda tem possibilidade de visão
○ Reflexo pupilar à luz - se pupila responder = prognóstico favorável
■ Perfuração ocular
● Primeiro se tenta tratamento cirúrgico
○ Principais técnicas - enucleação, evisceração e exenteração
○ ENUCLEAÇÃO
■ Definição - remoção cirúrgica do bulbo do olho, das margens palpebrais e da terceira
pálpebra
● É necessário remover a terceira pálpebra - ela produz 50% da lágrima
■ Material cirúrgico
● Diérese
● Hemostasia
● Síntese
● Blefarostato - instrumento para manter pálpebras abertas
■ Preparação
● Antissepsia
○ PVPI (Iodopovidona) diluído 1:50 em solução fisiológicaou ringer lactato
■ Evitar usar iodo ou álcool - causa muita irritação
● Colocação dos panos de campo
○ Simples
○ Fenestrado
○ Adesivo
■ Etapas principais
● Cantotomia (incisão no canto lateral) ⇒ amplia a área cirúrgica e facilita o
acesso ao globo ocular
○ Pode-se utilizar uma pinça hemostática no local, antes das incisões para
reduzir sangramentos
● Divulsão da conjuntiva (entrar com a tesoura fechada e ir abrindo) - fazer toda a
divulsão em 360º
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Incisão da conjuntiva bulbar
■ Tesoura
■ 3 mm do limbo
● Secção dos músculos extraoculares (os 7 músculos)
● Remover a terceira pálpebra - não se pode deixar uma produção lacrimal
○ Evita formação de fístula ou extravasamento de lágrima
● Remover margens palpebrais com a tesoura - é necessário para fusão das
bordas após a sutura
○ Quantidade de pele removida depende de quanta pele o paciente tem
nas margens palpebrais
● Remoção do bulbo do olho
● Suturas
○ Parte interna (conjuntiva) - sutura simples contínua com fio absorvível
○ Pele - sutura simples interrompida (mononylon 3-0)
■ Pós operatório
● Analgesia - 3 a 5 dias
● Antibioticoterapia - se não tem contaminação não precisa usar
● Limpeza da ferida cirúrgica - diária
● Retirada dos pontos de pele - 10 a 14 dias depois do procedimento
■ Complicações
● Hemorragia
● Contaminação
● Deiscência de sutura
○ ENUCLEAÇÃO TRANSPALPEBRAL
■ Técnica menos usada que a subconjuntival (vista anteriormente)
■ Retirada do globo ocular por inteiro junto com as pálpebras
■ Indicações
● Casos de suspeita de neoplasia
○ EVISCERAÇÃO
■ Definição - remoção cirúrgica do conteúdo intraocular seguida do implante de prótese
intraocular
● Se retira - íris, lente, corpo ciliar, vítreo, coróide e retina
● Se mantém - córnea e esclera
■ Prótese intraocular
● Vantagem - estética (mantém formato do globo ocular)
● Desvantagens - custo elevado e risco de rejeição
● Contra indicações
○ Prolapso ocular
○ Perfuração ocular
○ Neoplasia intraocular
○ Ceratoconjuntivite seca
○ Úlcera de córnea
● Material adicional - colocador ou introdutor de prótese intraocular
■ Se puder usar um microscópio cirúrgico, melhor
■ Passos
● Incisão
● Remoção
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Implante
● Sutura
■ Técnica cirúrgica
● Abertura do globo ocular
● Remoção do conteúdo intraocular
● Selecionar a prótese e colocar no introdutor
● Implante da prótese
○ Se quiser, pode-se utilizar metilcelulose para proteger a córnea antes de
colocar a prótese
● Sutura - fio mononylon 8-0 (fio bem fino) ⇒ ponto simples interrompido
■ Complicações
● Edema de córnea
● Olho seco ou ceratoconjuntivite seca ⇒ 20%
○ Quando seccionamos a córnea para acessar o interior do globo ocular,
as terminações nervosas também são seccionadas ⇒ redução do
estímulo para produção lacrimal
● Pigmentação da córnea
● Úlcera de córnea ⇒ 40%
● Prótese intraocular
○ Possibilidade de disseminação de neoplasia
○ Com o implante intraocular não resolvemos o problema do paciente
A opção pela prótese ocular só resolve um “problema” para o tutor preocupado com a estética. Para o
paciente não vai fazer diferença (a remoção é mais vantajosa)
○ EXENTERAÇÃO
■ Definição - remoção cirúrgica do globo ocular, anexos oculares e conteúdo orbitário
● Cirurgia mais radical e agressiva
● Na enucleação ainda se deixa alguns tecidos orbitários, na exenteração fica um
buraco
■ Indicação - EXCLUSIVAMENTE PARA NEOPLASIAS MUITO EXTENSAS
Quando é indicado? Quando não é mais possível salvar a visão do paciente, nem sequer o próprio globo ocular.
Quais as técnicas de remoção do globo ocular? Enucleação, Evisceração e Exenteração.
O que é enucleação? É a remoção cirúrgica do bulbo do olho, das margens palpebrais e da terceira pálpebra. Recomenda-se a
remoção cirúrgica de bulbos oculares de felinos cegos, mesmo que não estejam desconfortáveis, para evitar o desenvolvimento de
sarcoma intra-ocular pós traumático.
Quais as indicações da enucleação? Neoplasia intraocular (principal causa em gatos), trauma ocular severo, infecção ocular
severa, glaucoma incurável (principal causa em cães), protusão (deslocamento) do globo ocular severa.
Outras doenças em gatos: melanoma difuso de íris (pode não requerer remoção, somente em desconforto ocular), sarcoma
pós-traumático, carcinoma iridociliar.
Nem toda perfuração de olho requer enucleação.
Qual o material cirúrgico para enucleação? Materiais para diérese, hemostasia, síntese e BLEFAROSTATO (aparelho que
mantém as pálpebras abertas). Anti-sepsia com PVPI 1:50 (álcool não), colocação dos panos de campo (simples, fenestrado ou
adesivo).
Quais as etapas da enucleação? Cantotomia (corte do canto lateral com bisturi e tesoura), divulsão da conjuntiva para soltar o
globo ocular, secção dos músculos extraoculares (retrator do globo ocular, 2 oblíquos do olho e 4 retos), remoção da terceira
pálpebra (para que remova a glândula lacrimal ou vai continuar produzindo lágrima), remoção do bulbo do olho, remoção das
margens pálpebras (para facilitar a cicatriz), sutura da conjuntiva com padrão simples contínuo (fio 3 ou 4-0 preferencialmente
absorvível), remoção de espaço morto, sutura de pele com padrão simples contínua e fio preferencialmente inabsorvível.
Quais complicações na enucleação? Hemorragia, contaminação, deiscência de sutura (geralmente porque a 3ª pálpebra foi mal
removida, isto é, ainda tem glândula).
O que é evisceração? É a remoção de todo o conteúdo intraocular, isto é, cristalino, íris, retina, etc. FICA a terceira pálpebra, os
músculos e tudo que for extraocular, porque, no lugar do conteúdo intraocular será implantada uma prótese (intraocular).
Quais as vantagens e desvantagens da evisceração? A vantagem é a estética. As desvantagens são o custo elevado; o risco de
rejeição; risco de infecção; e o procedimento é mais demorado.
Quais as contra-indicações? Contaminação, neoplasia, falta de lágrima (medir antes).
O que é exenteração? É a remoção do globo ocular, anexos oftálmicos e conteúdo orbitário. Não fica nem conjuntiva, só a órbita
ocular.
Quais as indicações da exenteração? Neoplasias severas que tomam conta de áreas anatômicas além da ocular. Ex.:
Meningioma Retrobulbar (cães).
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
CIRURGIAS INTESTINAIS
● Variações da cirurgia intestinal
○ Espécie
○ Localização
● Diagnóstico das alterações digestivas
○ Anamnese
○ Sinais clínicos
■ Variáveis e inespecíficos
● Vômitos
● Diarreia
● Anorexia
● Emaciação
● Dor
● Choque
○ Exame clínico
○ Exames complementares - raio x e ultrassom
● Princípios da cirurgia intestinal
○ Fluidoterapia - vômito, diarreia e sequestro de líquidos
○ Uso de antibióticos - profilaxia
○ Momento da cirurgia
■ Necrose isquêmica
■ Perfuração
■ Toxemia
○ Viabilidade intestinal
■ Coloração
■ Pulsação arterial
■ Peristaltismo
● Distúrbios cirúrgicos do intestino
○ Traumatismo
○ Obstrução mecânica
■ Corpos estranhos
● Enterólitos
■ Corpo estranho linear
● ENTEROTOMIA
○ Indicações
■ Remoção de corpos estranhos
■ Remoção de enterólitos
■ Realização de biópsia
*OBS: viabilidade do segmento
○ Técnica cirúrgica
■ Laparotomia - linha média
●
■ Proteção das vísceras e cavidade
■ Manter a hidratação
■ Exploração do trato digestório
● Manter a hidratação
■ Identificação e exteriorização do segmento acometido
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
■ Abertura do segmento intestinal
● Borda antimesentérica
● Após a obstrução
● Remover áreas desvitalizadas se houver
■ Sutura - PIS é a mais recomendada
● Pode se optar por uma sutura alternativa (inversão)
● Outros distúrbios cirúrgicos do intestino
○ Aderências
○ Traumas/lacerações
○ Neoplasias
○ Intussuscepção
■ Intussuscepto
■ Intussuscipiente
● ENTERECTOMIA
○ Sinonímia - ressecção e anastomose intestinal
○ Indicações
■ Lesão irreversível da parede intestinal
■ Inviabilidade vascular do segmento
○ Causas
■ Obstrução mecânica
● Corpos estranhos
● Neoplasias
● Intussuscepção
● Estrangulamento
● Torções
■ Traumatismos○ Técnica cirúrgica
■ Laparotomia
■ Exploração do trato digestório
■ Identificação e exteriorização do segmento
■ Proteção da cavidade
■ Dupla ligadura dos ramos artéria mesentérica
■ Dupla ligadura dos vasos da arcada terminal
■ Ordenha do conteúdo
■ Adaptação das pinças - traumáticas X atraumáticas
■ Transecção do segmento intestinal (bisturi)
■ Transecção do mesentério
■ Remoção do conteúdo intestinal aderido à mucosa
■ Mucosa evertida é aparada
■ Separação do instrumental contaminado
■ Reanastomose
● Padrão isolado simples
● Fio monofilamentar absorvível (polidioxanona e poligliconato) ou não absorvível
(nylon)
● Borda mesentérica e anti-mesentérica (início)
■ Demais pontos da anastomose intestinal
● 3 a 4 mm de distância
■ Sutura do defeito no mesentério (contínua simples)
■ Lavagem/drenagem abdominal e laparorrafia
■ Correção de diferenças de diâmetro luminal
●
■ Padrões de sutura na anastomose intestinal
● Todos devem incluir a submucosa
○ Pontos isolados simples
■ Omentalização
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
■ Após a cirurgia de enterotomia ou enterectomia e antes da laparorrafia trocar:
● Panos de campo, luvas e instrumental
○ Cuidados pós-operatório
■ Antibiótico
■ Água após recuperação da anestesia ou fluidoterapia
■ Alimentação pastosa - após 24 horas
■ Retorno funcionamento intestinal - máximo 72 horas
■ Observar sinais de peritonite
■ 3 a 6 refeições (3 a 5 dias) ⇒ pequenos volumes
CIRURGIA GÁSTRICA
● Anatomia gástrica
○ Forma - C invertido
○ Porções
○ Camadas
○ Irrigação - incisão é feita na área menos irrigada (região do corpo)
■ Artéria esplênica
● Irriga curvatura maior do estômago e baço
● Artéria gastroepiplóica esquerda é ramo da artéria esplênica
○ Deve-se ter cuidado para não seccionar esta artéria ao fazer ressecção
no baço
■ Complicações de isquemia na parede gástrica
● GASTROTOMIA
○ Definição - técnica de abertura do estômago
○ Indicações - endoscopia falha ou quando não possível
■ Remoção de corpo estranho - casos em que endoscopia não foi possível fazer a
remoção
■ Esvaziamento gástrico - pouco comum
■ Exploração luminal - situação sem condições de se fazer endoscopia
● Neoplasia
● Úlceras
● Hipertrofia
■ Realização de biópsia
○ Considerações pré-cirúrgicas
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
■ Jejum - esvaziamento gástrico é necessário (estômago cheio complica a exploração e
aumenta o risco de contaminação)
● Adultos 8 a 12 horas
● Pediátricos 4 a 6 horas - não se deve passar muito de 4 horas (pode provocar
alterações metabólicas, eles têm metabolismo muito acelerado) - hipoglicemia
■ Antibiótico - de acordo com o caso (pacientes que já teriam algum tipo de alteração)
● Ampicilina - 20 mg/kg - IV
○ Técnica cirúrgica
■ Acesso - pequenos animais
● LAPAROTOMIA MEDIANA VENTRAL PRÉ-UMBILICAL
● Nos equinos, o acesso ao estômago é praticamente impossível - muito profundo
■ Explorar toda a cavidade
■ Exposição gástrica
● Identificar e tracionar o omento até localizar bem o estômago
● Podemos usar um afastador para facilitar a exposição
■ Proteção da cavidade com compressas umedecidas
■ Fixação gástrica
● Pinça de Babcock - minimamente traumáticas ao tecido
● Sutura de reparo
○ Escolher os pontos com menor irrigação para colocar os reparos
■ Duas suturas (pegando serosa e muscular) na margem de onde
será feita a incisão
○ O auxiliar deverá ficar sustentando e elevando o estômago de maneira
que o conteúdo fique depositado no fundo reduzindo o risco de
contaminação
■ Incisão
● Inicialmente uma incisão longitudinal com o bisturi - pegando serosa e muscular
○ Em casos de corpo estranho, palpamos ele externamente para
determinar o tamanho da incisão adequadamente
● Incisão em estocada perfurando todas as camadas serosa, muscular,
submucosa e mucosa (chegar na luz gástrica)
● Ampliar a incisão com a tesoura de Metzenbaum - pode segurar o tecido com a
mão contralateral para dar sustentação
● Separar instrumentais usado para não haver contaminação
■ Remoção do corpo estranho
● Tentar fixar o corpo estranho comprimindo com as mãos e tentar pinçá-lo para
remover
● Fazer uma verificação para ter certeza que não tem nenhum outro corpo
estranho
*Corpos estranhos lineares ⇒ uma extremidade pode se fixar num ponto do estômago ou da cavidade oral e
a outra extremidade pode alcançar o intestino - muitas vezes tracionar pela boca pode deixar parte do
material em diversos locais do trato gastrointestinal
○ GASTRORRAFIA
■ Sutura em 2 camadas
● Primeira - contínua simples ou de inversão
● Segunda - inversão
■ Exemplos
● Cushing e Cushing
● Contínua simples contínua e
Cushing
● Contínua simples contínua e Lembert
contínua
● Contínua simples contínua e Halsted
■ Fios
● Poliglactina 910
● Polidioxanona (PDS)
■ Lavar toda a parede externa com solução fisiológica sob pressão
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
● Cavidade ainda deve estar protegida por compressas
○ LAPARORRAFIA/CELIORRAFIA
■ ANTES DE REALIZAR
● Trocar as luvas e o material contaminado - também devem ser removidos da
mesa
● Explorar todo o trato intestinal - verificar se não há outros corpos estranhos
● Lavar com solução a cavidade
■ Fazer pontos em X, posteriormente sutura contínua em zigue-zague para aproximar
subcutâneo e por fim sutura de pele em ponto simples isolado
○ Cuidados pós-operatórios
■ Recuperação anestésica ⇒ cuidar extubação
● Estômago pela manipulação pode ter tido refluxo de conteúdo para a cavidade
oral
● Normalmente, a responsabilidade de reparar nisso é do anestesista
● Se ocorrer ⇒ colocar a cabeça em um ponto mais baixo para o conteúdo caia
ou para que possamos aspirar
○ Ao remover o tubo endotraqueal, não esvaziar o cuff totalmente ⇒
prevenir que ocorra falsa via
■ Fluidos intravenosos- pacientes com diarreia e vômito prévios
■ Analgésicos - depende da situação, não é uma regra
■ Alimentação ⇒ 12 horas após cirurgia (pequenos volumes várias vezes)
■ Tubo de gastrostomia ou enterostomia (caso ocorra anorexia ou vômito)
■ Antibióticos - quanto mais acertada for a técnica operatória, menor será a necessidade
de usar uma antibioticoterapia mais agressiva
● Se houver alguma quebra na técnica - usar antibioticoterapia prolongada e de
espectro maior
○ Complicações
■ Vômito - não oferecer volume de alimento muito grande
■ Anorexia
■ Peritonite - possível todo procedimento com possibilidade de contaminação
● Distensão abdominal
● Dor abdominal
● Presença de maior quantidade de líquido no interior do abdômen
● Inapetência
● Aumento de temperatura
■ Úlcera no local da anastomose - ficar atento, talvez primeiro passo para se desenvolver
uma peritonite
■ Pancreatite - quando manipulamos o estômago, também manipulamos a área do
duodeno, junto ao duodeno fica o pâncreas (a manipulação tem que ser cuidadosa!)
● Pela simples manipulação do pâncreas o animal pode desenvolver pancreatite
O que é GASTROTOMIA e quais suas indicações?
É A INCISÃO ATRAVÉS DA PAREDE GÁSTRICA PARA O INTERIOR DO LÚMEN. É indicada em caso de remoção de corpo
estranho (principal), esvaziamento gástrico, exploração luminal (neoplasias, úlceras, hipertrofia), realização de biópsia (endoscopia
substitui bem).
Quais cuidados pré-operatórios na GASTROTOMIA?
Jejum de 4 à 6h para pacientes pediátricos (senão, favorece o risco de hipoglicemia), de 8 à 12h em pacientes adultos; fármacos
anestésicos de acordo com a condição do animal, se estabilizado ou não, pois na gastropatia é comum hipovolemia, desidratação
ou choque.
Qual a técnica para GASTROTOMIA?
CELIOTOMIA pré-umbilical (incisão abdominal na linha média ventral), EXPOSIÇÃO gástrica (para diminuir o risco de
contaminação, deve isolar o estômago do conteúdo abdominal através de tampões de laparotomia umedecidos). Na FIXAÇÃO
gástrica, devem-se usar pinças de Babcock ou suturas de fixação. Servem para auxiliar na manipulação do estômago e ajudar a
evitar o vazamento do conteúdo gástrico. A incisão deve ser feita em uma área hipovascular do estômago, preferencialmente na
faceventral do corpo gástrico, entre as curvaturas maior e menor. A INCISÃO DEVE SER EM ESTOCADA no lúmen gástrico com
bisturi, depois AMPLIA COM TESOURA de metzembaum; SEPARAR MATERIAIS USADOS/CONTAMINADOS. A gastrorrafia deve
ser feita com fio poliglactina, polidioxanona, poligliconato ou poliglecaprone (absorvível 2 ou 3-0) em duas camadas: a primeira
contínua simples de inversão (invaginante) incluindo serosa, muscular e submucosa (em aula, ele disse contaminante); a segunda
qualquer uma invaginante/inversão) que incorpore as camadas serosa e muscular. O prof sugeriu: Cushing e Cushing; Simples e
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
Cushing; Simples e Lembert ou simples e Halsted. Os cuidados para não reduzir a luz, como no intestino, não ocorrem aqui. Não
esquecer de trocar as luvas e o material contaminado durante o procedimento.
Quais cuidados especiais pós da GASTROTOMIA?
Pode oferecer alimento 12h após. Se apresentar anorexia ou vômito, pode fazer alimentação enteral ou sonda.
Quais complicações da GASTROTOMIA?
Vômito, anorexia, peritonite, úlcera no local da anastomose, pancreatite (quando manipula muito o pâncreas).
CIRURGIA ESPLÊNICA
● Anatomia do baço
○ Órgão parenquimatoso - difícil tratamento em casos de grande laceração (parênquima rasga
com facilidade ao se fazer a sutura)
○ Irrigação
■ Nas cirurgias do baço (esplenectomia parcial ou total) devemos ligar os vasos que
fazem a irrigação dele
■ Artéria e veia esplênicas
● Emitem a artéria e veia gastroepiplóica esquerda
○ Possuiem ramos que irrigam e drenam o baço e curvatura maior do
estômago
○ SE FOR LIGADA ⇒ isquemia, possível necrose e ulceração no
estômago
A LIGADURA DOS VASOS DO BAÇO DEVE SER BEM JUNTO AO HILO DO BAÇO
● Sinais de doença esplênica
○ Inespecíficos - comum a outras doenças
■ Anorexia/perda de peso
■ Anemia
■ Vômito/diarreia
● Fraqueza
● Distensão abdominal/dor
○ Esplenomegalia
■ Assimétrica (ou localizada) ou focal - neoplasia, hematoma e abscesso
■ Simétrica (ou generalizada) ou difusa
● Congestiva
○ Torção esplênica
○ Drogas - pode ocorrer pelo uso de drogas (barbitúricos, acepromazina)
● Infiltrativas
○ Infecção (fúngica, bacteriana e viral)
○ Imunomediada
○ Neoplasia
● ESPLENECTOMIA
○ Definição
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
○ Indicações
■ Neoplasia
■ Torção esplênica
■ Traumatismo - comum em atropelamentos
○ Considerações pré-cirúrgicas
■ Evitar fármacos que causem esplenomegalia
■ Antibiótico
● Ampicilina 20 mg/kg - IV
■ Como em algumas situações não sabemos a dimensão que o baço vai estar, devemos
fazer uma tricotomia maior do que o habitual
○ Técnica cirúrgica - total
■ Acesso - laparotomia mediana ventral pré-retroumbilical
■ Identificação do baço - pode se localizar através do omento
■ Exposição do baço
■ Proteção da cavidade
■ Ligadura
● Fazer ligadura dupla de todos os vasos bem junto ao hilo esplênico
○ Mais demorado, porém mais seguro
● Pode ser feita com pinças hemostática - pode escapar com a gordura do omento
○ Mais rápido
● Quando muito juntos, pode-se ligar mais de um vaso
■ Remoção completo do baço - não deve ter sangramento nenhum
○ Técnica cirúrgica - parcial
■ Indicações - neoplasias pequenas, trauma pequeno em uma das porções
■ Identificação e exposição do baço
■ Proteção da cavidade
■ Ligadura
● Defina área a ser removida - identificar aporte sanguíneo da porção que será
retirada
● Ligue duplamente os vasos hilares
● Observe a área de isquemia (observar a mudança de coloração relacionado ao
aporte sanguíneo) antes da ressecção
■ Compressão
● Digital - remoção de conteúdo deixando só a cápsula
● Colocar 2 pinças atraumáticas (uma atraumática a outra
tanto faz) nas margem da compressão com o dedo
○ A atraumática deve ser usada no baço que irá
permanecer
■ Ressecção
■ Manter a pinça fixando a cápsula no baço remanescente
○ Sutura da cápsula
■ Sutura contínua simples com fio absorvível
■ Duas linhas de sutura na borda da cápsula ⇒ fazer com que fique em forma de X
● Contínua simples
● Contínua simples
○ Colocar compressa de gaze na borda suturada e ir removendo a pinça hemostática
○ Observer se tem sangramento muito intenso
■ Comprimir até parar sangramento, se houver
■ Não esfregar compressa - se esfregar, pode remover coágulos que estão se formando
○ Cuidados pós-operatórios
■ Fluidos intravenosos - animais com baço removido tem sequestro grande de sangue
(baço tem um grande volume de sangue no seu interior)
● Dependendo da situação será necessário usar bolsa de sangue
■ Analgésicos e antibióticos- pode ser necessário dependendo do trauma operatorio e
condições do paciente
○ Complicações
Robson Caetano dos Santos e Taiane Dorneles de Oliveira
■ Hemorragia - principalmente na parcial
■ Infecções
■ Pancreatite - pela manipulação da região
■ Fistulação gástrica - necessariamente decorrente de uma falha na técnica
● Lesão ou obliteração na gastroepiplóica esquerda
● Risco grande de peritonite e óbito do paciente
Quais os detalhes da anatomia do ESTÔMAGO e do BAÇO que devem ser considerados em caso de intervenção cirúrgica?
A irrigação desses dois órgãos vem da ARTÉRIA CELÍACA (primeiro ramo da aorta abdominal), que depois se subdivide em
ESPLÊNICA, GÁSTRICA ESQUERDA (irriga a curvatura menor) e HEPÁTICA COMUM (dá origem à artéria gástrica direita – que
irriga a curvatura menor - e mais tarde à gastroepiplóica direita – irriga a curvatura maior). A artéria ESPLÊNICA dá origem às
esplênicas próprias (que entram no hilo do baço) e à gastroepiplóica esquerda (que irriga a curvatura maior do estômago). Por isso
sempre se deve fazer as ligaduras e ressecção o mais próximo possível do hilo do baço (ou seja, depois da ramificação) para não
correr o risco de necrosar o estômago.
Quais sinais da doença esplênica? São inespecíficos. Vômito, anorexia, perda de peso, diarreia, fraqueza, distensão abdominal,
dor. A esplenomegalia pode ser assimétrica/focal no caso de neoplasia, hematoma ou abscesso; ou simétrica/difusa congestiva
(torção, ICC direita, dilatação gástrica ou drogas) ou infiltrativa (infecção, imunomediada, neoplasias).
O que é ESPLENECTOMIA e quais suas indicações?
É a remoção cirúrgica do baço. Pode ser total ou parcial. As indicações são neoplasia, torção esplênica, traumatismos. A
desvantagem principal da esplenectomia total é a perda de suas funções de reservatório, de defesa imune e de hematopoiese e
filtração. A esplenectomia parcial é indicada quando ainda é possível preservar o baço, como em pequenos nódulos ou trauma local.
Considerações pré-cirúrgicas na ESPLENECTOMIA:
Evitar fármacos que causem esplenectomia (congestão. Ex: barbitúricos), ATB. Pode haver hipotensão como resultado da depleção
de volume após a remoção do baço; então, durante a cirurgia, deve ser monitorada a pressão arterial.
Qual a técnica de ESPLENECTOMIA TOTAL?
Depois de explorar o abdômen, exteriorize o baço e coloque compressas de laparotomia umedecidas ao redor da incisão, debaixo do
baço. Antes de remover o baço, deve ser feita ligadura dupla com material de sutura absorvível bem próxima do hilo, para evitar seja
seccionada a ARTÉRIA GASTROEPIPLÓICA ESQUERDA, senão, isquemia e necrose do estômago.
Qual a técnica de ESPLENECTOMIA PARCIAL?
Depois de explorar o abdômen, exteriorize o baço e coloque compressas de laparotomia umedecidas ao redor da incisão, debaixo do
baço. Defina a área ser removida e ligue duplamente e incise os vasos hilares que suprem a área. Observe a extensão da isquemia
que se desenvolve e use-a como parâmetro para ressecção. A compressão do baço deve ser feita com pinças atraumáticas ou com
dedo/digital. A sutura da cápsula é feita com fio absorvível, sutura contínua simples em duas linhas, ambas simples.
Quais complicações?
Hemorragia, infecções, pancreatite, fistulação gástrica (se suturar a artéria gastroepiplóica esquerda).
CIRURGIAS NA BEXIGA
● Anatomia vesical
○ A bexiga é normalmente pré-púbica - quando mais repleta ela se descola cranialmente
○ No macho, os ductos deferentes se localizam próximo

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