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DOENÇAS PLEURAIS O espaço pleural sob circunstâncias normais, o espaço pleural contem apenas uma fina camada de liquido pleural, produzido e absorvido constantemente, que funcionam como lubrificante e transmite forças respiratórias entre o pulmão e a parede torácica. Esse espaço pleural é muito acometido por diversos problemas. Vamos dividir em causas traumáticas, causas infecciosas, e neoplasias de modo geral. TRAUMÁTICAS Nos casos de trauma abertos, geralmente por arma branca. E os traumas fechados, são traumas contusos, de moto, de carro, por queda de altura. Contusão Pulmonar Os traumas contusos estão associados com fraturas de arcos costais (abaixo de cada costelas existe um feixe de vasos). Na contusão pulmonar, o liquido e o sangue do interior dos vasos rotos tomam os alvéolos, o interstício e os brônquios, produzindo hipoxemia e um quadro radiológico de consolidações localizadas em regiões do parênquima. Os achados radiológicos: podem se tornar evidentes somente após 24 a 48 horas do trauma. A contusão pulmonar eventualmente é confundida com a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e, em alguns casos, pode ser causa desta condição. Pneumotórax o Simples Pode ser decorrente tanto do trauma penetrante ou fechado. É aquele em que a perda de parênquima é inferior a 1/3 do volume do pulmão, sem a presença de desvio do mediastino ou hipotensão. É observado clinicamente durante as primeiras 24 horas. Se progredir, a drenagem torácica se encontra indicada. o Hipertensivo Decorrente tanto de trauma torácico fechado quanto aberto. É caracterizado pela instabilidade hemodinâmica e o desvio acentuado do mediastino e leva ao choque. A entrada maciça de ar no espaço pleural leva ao colapso do pulmão, ao aumento da pressão intratorácica e desvio do mediastino com compressão do pulmão contralateral. O diagnostico é CLINICO (presença de dispneia acompanhada de redução da expansibilidade do hemitórax envolvido, associada a um dos seguintes achados: desvio contralateral da traqueia, ausência ou diminuição do murmúrio vesicular no hemitórax acometido, turgência jugular, hipotensão ou enfisema subcutâneo). E o tratamento deve ser imediato, com a introdução de agulha no 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular (toracocentese). O tratamento definitivo é a drenagem torácica intercostal em selo d’agua, com a introdução de um dreno tubular no 5º espaço intercostal entre a linha axilar anterior e media, no mesmo nível do mamilo. (acha muito alto, ele prefere no nível do apêndice xifoide). Hemotórax O sangramento no hemotórax geralmente é autolimitado e a fonte principal provém das artérias intercostais. No Rx simples em incidência frontal já revela o derrame. O tratamento de escolha é toracotomia com drenagem torácica em selo d’agua. Hemotórax maciço é toda vez que encontramos um acumulo rápido de mais de 1500 ml ou um terço ou mais do volume sanguíneo do paciente na cavidade torácica; geralmente tem como causa traumatismo penetrantes que dilaceram vasos sistêmicos ou hilares. O diagnostico do hemitórax maciço é feito pela associação de choque, murmúrio vesicular ausente e macicez à percussão do hemitórax envolvido. Outra causa de sangramento é câncer. Os canceres de pulmão, de parede, de pleura, os mesoteliomas podem sangrar, mas ai já é um câncer muito avançado e a sobrevida é baixa. DERRAMES PELURAIS Derrames pleurais ocorrem por alteração do equilíbrio entre formação e reabsorção do líquido contido no espaço pleural, seja por elevação da pressão hidrostática intravascular, aumento da permeabilidade vascular, queda da pressão oncótica, redução da pressão do espaço pleural ou da drenagem linfática, ou por passagem de liquido livre do abdome para a pleura. A radiografia simples do tórax é o método de imagem mais comumente utilizado na avaliação inicial do paciente com suspeita clinica de derrame pleural. Contudo, ela não é capaz de diferenciar entre o tipo de derrame (transudato ou exsudato), nem entre as causas de derrame. Derrames por causa infecciosas no Brasil são por duas basicamente: Tuberculose - derrame pleural por tuberculose tem demais, e chama de tuberculose pleuropulmonar. Empiema (pus dentro da pleura) - resultado de um processo infeccioso no pulmão, como pneumonia e evolui para infecção da pleura. É grave. Tem que ser tratado. O quilotórax é o acumulo de linfa dentro do tórax, é um liquido branco leitoso que contem elevada concentração de gorduras emulsificadas e apresenta contagem linfocítica na contagem celular. Ocorre quando os conteúdos do ducto torácico se esvaziam dentro do espaço pleural. ETIOLOGIA DOS DERRAMES TRANSUDATIVOS Condições hipoalbuminêmicas com anasarca Insuficiência cardíaca congestiva Embolia pulmonar Obstrução da veia cava superior Cirrose hepática com ascite Síndrome nefrótica Glomerulonefrite Dialise peritoneal Mixedema Sarcoidose ETIOLOGIA DOS DERRAMES EXSUDATIVOS Doenças infeciosas Doenças neoplásicas o Carcinoma broncogênico o Metástase ou carcinomatose o Síndrome de Meigs o Mesotelioma o Linfangioleiomiomatose Doenças colágeno-vasculares o Pleurite reumatoide o Lúpus eritematoso sistêmico o Síndrome de Sjõgren o Granulomatose de Wegner o Síndrome da unha amarela Patologia abdominal o Peritonite o Pancreatite o Abscesso subfrênico o Abscesso intra-hepático o Perfuração do esôfago o Obstrução da veia cava inferior o Obstrução do trato urinário o Dialise peritoneal Doenças inflamatórias o Embolia pulmonar o Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) o Insuficiência renal crônica em hemodiálise o Uremia o Síndrome de Dressler Miscelânea o Sarcoidose o Induzido por drogas o Exposição ao asbestos DIAGNÓSTICO DE TRANSUDATO E EXSUDATO Através dos Critérios de Light TRANSUDATOS Proteína pleural/ Proteína sérica < 0,5 DHL pleural/ DHL sérica < 0,6 Teor de DHL < que 2/3 do valor limite superior da concentração sérica normal EXSUDATOS Proteína pleural/ Proteína sérica > 0,5; DHL pleural/ DHL sérica > 0,6 e Teor de DHL > que 2/3 do valor limite superior da concentração sérica normal Gradiente de albumina sérica - albumina do derrame é < que 1,2g/dL -Para diagnostico de exsudato, necessita-se de apenas 1 dos critérios. Transudado é sistêmica, geralmente por um déficit de proteínas, o liquido dos vasos vai extravasar e cair na cavidade pleural. Tratar doença de base. O exsudato é de origem localizada. Tem que fazer uma biopsia de pleura. O Diagnostico é punção. Para ver o aspecto do liquido e o laboratório dizer, se contem proteínas, DHL, componentes inflamatórios, glicose, células presentes (leucócitos, hemácias, linfócitos). Empiemas e infecções tem baixa glicose porque as bactérias acabam consumindo. Os exsudatos não infecciosos a glicose é alta. Na tuberculose os leucócitos estão muito altos. SINAIS RADIOLÓGICOS DE DERRAME PLEURAL O mais comum é o “sinal do menisco”, opacidade homogênea com borda superior côncava. Derrames volumosos: deslocamento contralateral da das estruturas mediastinais e/ou inversão da cúpula diafragmática. Na diferenciação entre derrame e espessamento pleural, a radiografia em decúbito lateral com raios horizontais (Hjelm- Laurell), pode auxiliar, pois, forma nível. Aqui há um derrame pleural livre. E outro não livre, é um empiema, o liquido está septado, e há o encarceramento do pulmão. O tratamento é cirúrgico. PUNÇÃO E DRENAGEM DO DERRAME Com o paciente acordado, e apenas anestesia local, faz a punção geralmente de localização posterior,com um jelco de 14 e uma seringa de 20. A punção pleural pode ser diagnóstica e esvaziadora. Punciona para obtenção de líquido e esclarecimento diagnóstico através visibilização das características do líquido pleural ou pela análise laboratorial. Faz esvaziamento por punção, nos casos de líquido límpido, reacional. Nos casos de coleções purulentas, sangue, quilotórax, derrames neoplásicos a indicação de drenagem é obrigatória, em selo d’agua. Para fazer biopsia pleural, em casos de derrames suspeitos, tem uma agulha própria, chamada de cope. NEOPLASIAS PLEURAIS Não é comum um tumor pleural. NEOPLASIAS BENIGNAS DA PLEURA Lipomas Tumor fibroso benigno da pleura NEOPLASIAS MALIGNAS DA PLEURA Mesotelioma: é uma neoplasia infrequente e agressivo, com prognóstico ruim. Cerca de 80% dos casos estão associados à exposição ao asbesto. Os sintomas são tardios e incluem dor torácica e dispneia. A manifestação radiológica mais comum é a de opacidade pleural nodular e irregular, geralmente associada a derrame pleural, em alguns casos só há derrame pleural, sem caracterização de lesões solidas na radiografia. Com a progressão do tumor há sinais de pleura maligna na radiografia, caracterizados por espessamento pleural nodular e irregular geralmente envolvendo a pleura mediastinal e encarcerando o pulmão. A cirurgia para retirar é a pleuropneumectomia total, tira toda a pleura e o pulmão junto, se tiver invadido o diafragma e o pericárdio, tira também. A sobrevida é muito baixa. Lipossarcomas Linfoma pleural Metástases pleurais: as metástases constituem a principal causa de envolvimento neoplásico da pleura, correspondendo a 95% dos casos. Geralmente decorrem de adenocarcinomas, principalmente de pulmão (36%), mama (25%) e ovário (5%). O aspecto radiográfico mais comum é o derrame pleural. Podem também ser encontrados espessamentos pleurais focais e/ou sinais de pleura maligna, idênticos ao do mesotelioma, tornando a distinção muito difícil. NEOPLASIA DE PULMÃO Câncer de pulmão é o câncer que mais mata no mundo. Mas é o mais evitável, porque mais de 90% que tem CA de pulmão fumam. Os outros 10% deve-se a fatores genético, ambiental. O problema é que esses 10% são os mais graves geralmente. Dos casos que não estão relacionados com o cigarro os adenocarcinomas são os mais frequentes. Dos pacientes que fumam, tem 4 grandes tipos, o adenocarcinoma, o carcinoma espinocelular, o carcinoma de grandes células e o carcinomas de pequenas células. O mais agressivo destes é o de pequenas células, que mais causa metástase a distancia. NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO O nódulo pulmonar solitário (NPS) constitui uma opacidade focal com morfologia arredondada ou ovalada, envolta por parênquima pulmonar e medindo ate 3 cm. Na maior parte das vezes é um achado radiológico incidental em pacientes assintomático. A função da radiografia simples é detectar a lesão e em alguns casos, tentar caracteriza-la. Muitas são as causas de NPS: Infecções Granulomas (a causa mais comum de NPS no nosso meio) Sarcoidose Alterações congênitas Processos vasculares Neoplasias Pseudo-lesões Nódulo pulmonar redondo, com contornos regulares, calcificado, geralmente é benigno. Conduta repete TC depois de 4 meses. Todo espiculado, pouco calcificado, geralmente é maligno. Indicação cirúrgica e retira o nódulo. No intraoperatório o patologista faz exame de congelação, se confirmar malignidade, CA, faz a lobectomia (retirada de todo o lobo pulmonar). O nódulo lobulado é indeterminado. Se for menor que 2 cm existe uma tendência a esperar, se maior que 2 cm a tendência é operar. Não tem como fazer biopsia. Se não suspeita vai fazer um acompanhamento, faz TC a cada 4 meses e compara. Se estiver crescendo, cirurgia. Se durante 2 anos, não alterou, então não CA. Apenas os nódulos únicos são curáveis pela cirurgia, quando há mais nódulos, não adianta cirurgia e o tratamento se torna apenas quimioterapia. Não se faz ressonância de tórax, nem USG. Faz TC, e melhor que a TC é o PET, porem é caro. FATORES DE RISCO Cigarro Exposição ocupacional o asbestos, arsenico, cromo, niquel, radonio, clometiléter, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Há uma incidência maior de CA de pulmão, em lugares frios, porque se fuma mais. TRIAGEM - DIAGNÓSTICO PRECOCE Pacientes com alto risco: fumantes de mais de 1 maço/dia acima de 45 anos Radiografia de tórax PA e perfil – semestral Citologia de escarro – assintomáticos x broncoscopia (flúor) Pacientes com alto risco para CA de pulmão: Tomografia de tórax helicoidal sem contraste anual. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Assintomáticos – achado radiológico CEC – geralmente localizados centralmente, causando uma compressão brônquica (obstrução). Esses tumores tem uma tendência a sofrer necrose central e cavitação. Causa hemoptise Peq. Células – a maioria esta localizado centralmente, tem tendência a se metastatizar precocemente para linfonodos mediastinais e sítios a distancia, especialmente medula óssea e cérebro. AdenoCa – a maioria esta localizado perifericamente, e tende a se metastatizar precocemente. Tosse 75% nos tabagistas – mudança de padrão (geralmente a tosse era de manha e depois passou a tossir o dia todo, porque tem alguma coisa irritando o tempo todo). Dispneia, dor torácica, hemoptise, dor óssea, rouquidão, disfagia. Invasão Mediastinal o Sd. Veia cava superior o Paralisia frênica o Disfagia o Quilotórax o Derrame pericárdico/tamponamento o Arritmias (taquicardia sinusal sustentada) Invasão pleural o Derrame pleural de repetição CLASSIFICAÇAO HISTOLOGICA DOS TUMORES MALIGNOS DE PULMÃO Tumores epiteliais malignos Tumores mesenquimais Tumores metastáticos Outros TUMORES EPITELIAIS MALIGNOS Carcinoma Espino Celular –CEC Adenocarcinoma o Acinar, papilifero, solido com formação de muco o Carcinoma bronquíolo-alveolar Tumor carcinoide Carcinoma adenoescamoso Carcinoma de glândulas brônquicas Carcinoma mucoepidermoide Carcinoma adenoide cístico Carcinoma indiferenciado de grandes células Carcinoma indiferenciado de pequenas células Sobrevida em 5 anos. Estagio 1a é o tumor pequeno menor que 3 cm. 80 % de sobrevida em 5 anos Estagio 4: com metástase a distancia (cérebro, osso e suprarrenal) 0% de sobrevida em 5 anos, no máx. 3 anos e meio. Exames: Tomografia helicoidal de tórax Cintilografia óssea. Mostra sinais de metástase PET – tomografia por emissão de pósitrons é o melhor exame de imagem. Ver metástase em todo o corpo. Só não é bom para ver o local de maior metabolismo que é o cérebro. Broncoscopia MEDIASTINO TUMORES DO MEDIASTINO O tumor mais frequente esta localizado no mediastino anterior. Regra dos 4T: são os tumores que acometem o mediastino anterior Timoma - cirurgico Teratoma - cirurgico Tireoide - cirurgico Linfoma – não é cirúrgico Da para fazer biopsia. A melhor forma de acessar o mediastino anterior é a esternotomia, abre o esterno. Dos tumores da tireoide, a maioria é possível tirar por via cervical. Pneumomediastino O ar pode penetrar o mediastino a partir do esôfago, da taqueia, dos brônquios, dos pulmões, do pescoço, ou do abdome. Pode ocorrer por um trauma fechado ou por um trauma penetrante, por uma lesão intraluminar. O pneumomediastino espontâneo geralmente é observado em pacientes com uma exacerbação da doença broncoespástica. Tosse muito e evolui para uma dor torácica subesternal. Tossiu ou espirrou tanto que causa ruptura dos anéiscartilaginosos da traqueia, devido ao aumento da pressão. Tratamento clínico, o ar vai ser reabsorvido, não precisa fazer nada. Espera que vai melhorar. Mediastinite É a doença mais grave que do mediastino. É pus dentro do mediastino. Mais de 90% de mortalidade, geralmente por uma doença infecciosa que se origina no parênquima pulmonar, na pleura, na parede torácica, nas vertebras, nos grandes vasos ou no pescoço. Ocorre mais frequentemente após esternotomia madiana para operações cardíacas. Tem que abrir, tirar pus e lavar bem.
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