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Processo de enfermagem na assistência à vítima de queimadura Profª Drª Patrícia Peres de Oliveira Profª Drª Selma Maria da Fonseca Viegas Universidade Federal de São João del-Rei Curso de Enfermagem Teoria e Prática em Urgência e Emergência III URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM QUEIMADURAS Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/busca O que é o processo de enfermagem? RESOLUÇÃO COFEN-272/2002 – Revogada pela Resolução COFEN 358/2009 • Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) nas Instituições de Saúde Brasileiras. • Método • Planejamento e gerenciamento • SAE • A SAE é uma atividade privativa do enfermeiro, utiliza método e estratégia de trabalho científico para a identificação das situações de saúde/doença, subsidiando ações de assistência de Enfermagem que possam contribuir para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade. Sistematização da Assistência de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 • A SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE). • O PE é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional. • A operacionalização e documentação do PE evidencia a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da população, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional. Sistematização da Assistência de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 Para o enfermeiro: • Propicia condições para coordenar a assistência: • Permite avaliação objetiva dos cuidados; • Promove o contínuo desenvolvimento da profissão; • Amplia as áreas de pesquisa na enfermagem; • Instrumentaliza o ensino; • Explicita o espaço operacional do enfermeiro na equipe multidisciplinar; • Auxilia na determinação das prioridades na assistência de enfermagem. • Determina a estruturação de um serviço informatizado. Processo de Enfermagem (importância) Para o paciente e família • Individualiza o cuidado de enfermagem; • Propicia a continuidade dos cuidados; • Contribui para melhorar a qualidade da assistência. A importância da utilização de um método para a assistência de enfermagem Sem um método de trabalho na prática, o enfermeiro limita-se : • Ao cumprimento de cuidados rotineiros; • A execução de ordens médicas; • As exigências e determinações da administração hospitalar em priorizar as atividades administrativas; • Não prioriza as atividades assistenciais e não alcança os objetivos da assistência de enfermagem. A importância da utilização de um método para a assistência de enfermagem Sem um método de trabalho a Assistência de Enfermagem, torna-se: Atividade mecânica; “Fazer esvaziado de sentido” Fragmentada;Massificada; Descontínua; Desatualizada frente ao atual conhecimento técnico-científico. • Permite refletir sobre as necessidades do cliente • Facilita a elaboração de diagnósticos precisos • Priorizar a organização e desenvolvimento da assistência • Uso de termos que todos conheçam • Facilidade no acesso: INFORMATIZAÇÃO • Art. 1º - O PE deve ser realizado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. • § 1º – Os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se a instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, fábricas, entre outros. • § 2º – Quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o PE corresponde ao usualmente denominado nesses ambientes como Consulta de Enfermagem. Sistematização da Assistência de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 • O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter- relacionadas, interdependentes e recorrentes: I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) II – Diagnóstico de Enfermagem III – Planejamento de Enfermagem IV – Implementação V – Avaliação de Enfermagem Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 Processo de Enfermagem • Informações = Investigação - chave principal do processo •Modelo de processamento de informações: - quais informações são relevantes? - quais informações se relacionam? - identificação das necessidades •Guia de informações que deve estar devidamente registrado em prontuário COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM OU HISTÓRICO DE ENFERMAGEM • Processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença. • Conhecer hábitos individuais e biopsicossociais visando a adaptação do paciente à unidade de tratamento, assim como a identificação de problemas. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 Terminologia Processo de enfermagem Vocabulário levantamento de dados direcionamento diagnóstico NANDA*, HHCC, CIPE, OMAHA intervenções NIC, HHCC, OMAHA resultados NOC, CIPE, HHCC, OMAHA DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM • Processo de interpretação e agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 III – PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM • Determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 Planejamento - Intervenção de Enfermagem: Prescrição de enfermagem ou Plano de cuidados de enfermagem (Horta, 1979; Maria, 1989; Maria,1997; Brasil, 1986; Campedelli, 1989) Condutas de enfermagem (Benko; Castilho, 1989; Almeida e col., 1990) Intervenção de enfermagem (Iyer; Taptich; Bernocchi-Losey, 1993; ICN, 1996; ICN, 1998; McCloskey; Bulechek, 1996) Intervenção de Enfermagem: “Qualquer tratamento, baseado no julgamento clínico e conhecimento, que a enfermeira realiza para melhorar os resultados do paciente/cliente.” Intervenções constituem-se em tratamentos para os diagnósticos de enfermagem. (McCloskey; Bulechek,1996; 2000) IV – IMPLEMENTAÇÃO • Realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 V – AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processosaúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 DEFINIÇÃO A NOC é uma classificação padronizada dos resultados dos pacientes/clientes, usada para avaliar o estado, comportamento ou a percepção de um paciente ou da família que cuida dele, permitindo a quantificação do seu estado. (Johnson; Maas, 2000) A NOC vem sendo desenvolvido desde 1991, por um grupo da Universidade de Iowa. Os resultados não são prescritivos. Para determinados diagnósticos de enfermagem existem resultados que são sugeridos – dependente do julgamento clínico da enfermeira. Um mesmo resultados pode ser alcançado para diferentes diagnósticos de enfermagem. Pode ser usada para medir a extensão do progresso ou a falta do progresso em qualquer tempo do tratamento, em diversos setores. Os resultados não são diagnósticos de enfermagem. Os diagnósticos identificam uma condição do paciente que é alterada, que pode ser alterada ou que tem potencial de ser melhorada, enquanto o resultado avalia a condição real do paciente em um determinado ponto no tempo. • Art. 3º - O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem alcançados. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 • Art. 6º - A execução do PE deve ser registrada formalmente: a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos de enfermagem identificados; d) os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de enfermagem realizadas. Processo de Enfermagem Resolução COFEN 358/2009 Sistematização da Assistência de Enfermagem • Favorece a comunicação do enfermeiro com a equipe multidisciplinar envolvida na assistência. • A SAE é fundamental para o cuidado de forma holística e de qualidade e garante ao profissional a manutenção da autonomia no cuidar. • A SAE é o início do caminho a ser percorrido para alcançar um resultado. INTERVENÇÃO Plano de Cuidados - SAE Para desenvolver o plano de cuidados: - requer observação - coleta de dados - planejamento - prescrição - avaliação dos resultados prestados ao paciente. • Importância da atuação da Equipe de Enfermagem. • Aplicação do Processo de Enfermagem (PE) que é uma abordagem de resolução de problemas deliberada para atender às necessidades de cuidado de saúde e de enfermagem de uma pessoa. Sistematização da Assistência de Enfermagem no atendimento ao paciente vítima de queimadura • O atendimento ao paciente queimado exige o trabalho de uma equipe multidisciplinar. Objetivos: • reduzir as lesões e sequelas físicas, orgânicas e psicológicas; • diminuir o tempo de hospitalização e a taxa de mortalidade; • Reinserir os pacientes no contexto social. Sistematização da Assistência de Enfermagem no atendimento à vítima de queimadura Fonte: https://www.google.com.br/search?q=queimaduras&hl=pt-BR&client=firefox- a&hs=WU8&rls=org.mozilla:pt-BR:official&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=G- 4rUdL5CpCe8gSd_4H4BQ&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1600&bih=803 • Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. • Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. • Em adultos, o risco existe se a área atingida for superior a 15%. QUEIMADURA • Classificação das queimaduras quanto à profundidade Fonte: https://www.google.com.br/search?q=queimaduras&hl=pt-BR&client=firefox- a&hs=WU8&rls=org.mozilla:pt-BR:official&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=G- 4rUdL5CpCe8gSd_4H4BQ&ved=0CAoQ_AUoAQ&biw=1600&bih=803 COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM OU HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem Classificação da queimadura quanto à extensão da superfície corporal queimada (SCQ). REGRA LUND-BROWDER • A localização das lesões - As queimaduras de vias aéreas, face, pescoço, mãos e pés devem receber maior atenção para reduzir mortalidade (vias aéreas), o prejuízo estético e funcional. COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM OU HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem Queimaduras levam a: • estressores físicos tais como acidose, perda de fluidos, alterações no equilíbrio endócrino, potencial para infecção, dor; • estressores psicológicos decorrentes de situações como separação da família, afastamento do trabalho, mudanças corporais, despersonalização, dependência de cuidados, perda da autonomia e tensão constante. COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM OU HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem Evidências: • Rompimento da integridade – a resposta local é o surgimento de necrose de coagulação decorrente da trombose dos vasos – acarreta repercussão sistêmica de intensidade variada. • Dor. • Edema. • Hipovolemia. • Infecção nas lesões (bactérias e fungos). • Complicações cardiovasculares: hipotensão, aumento da frequência cardíaca e o choque. • Comprometimento da função renal. • Infecções respiratórias e pneumonia. • Sepse (favorecida pela sondagem vesical de demora, a intubação orotraqueal, o cateterismo venoso central e a sondagem nasogástrica ou nasoenteral. MONTES; BARBOSA; SOUSA NETO, 2011 COLETA DE DADOS DE ENFERMAGEM OU HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem • Interpretar os dados coletados e identificar as evidências que envolvam o paciente, a família e outros indivíduos de relevância. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS FATORES RELACIONADOS OU FATORES DE RISCOS NANDA 2012-2014 • Ação a ser realizada – verbo no infinitivo. • Conter uma frase descritiva (o quê , como, quando, onde, com que frequência, por quanto tempo ou quando). • Prescrições incompletas podem colocar em risco a segurança do paciente. PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem • As prescrições de enfermagem devem ser redigidas em ordem de prioridade. • As prescrições precisam ser discutidas com a equipe. • Sempre que possível, discutir as prescrições com o paciente, ele precisa ser estimulado a participar do processo. PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem • Determinação das respostas do paciente às prescrições de enfermagem e a extensão em que os resultados foram alcançados. • O paciente está respondendo positivamente a assistência prestada? EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM Processo de Enfermagem • E. S., masculino, 58 anos, peso de 60 kg, Altura 1:62 m; aposentado, natural de Divinópolis-MG, atendido no PS às 15h45min, vítima de queimadura por fogo,trazido por familiares. Apresenta alteração no nívelde consciência, dispneico, fácies e relato verbal de dor intensa. Ao exame inicial observa-se lesão extensa em todo o MSD, hemitórax à direita (anterior e posterior) e dedos da mão esquerda. Aproximadamente 28% superfície de área queimada apresentando diversas flictenas e áreas enegrecidas com consistência firme. PA: 90/50mmHg; T: 38,50C; P: 115bpm; FR: 27ipm. CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO QUESTÃO 01 Elabore um diagnóstico de enfermagem segundo a Taxonomia Nanda, com característica definidora e fator relacionado. QUESTÃO 02 Valor: 04 pontos Faça a prescrição de enfermagem, tendo em vista o diagnóstico elaborado. QUESTÃO 03 Valor: 03 pontos Apresente os resultados esperados mediante as ações e intervenções implementadas. D IA G N Ó S TI C O D E E N FE R M A G E M P ro ce ss o de E nf er m ag em Diagnósticos de enfermagem da NANDA do tipo risco, fatores de risco e informações identificadas nos registros de enfermagem nos prontuários (Ribeirão Preto, 2002). D IA G N Ó S TI C O D E E N FE R M A G E M P ro ce ss o de E nf er m ag em Diagnósticos de enfermagem da NANDA do tipo risco, fatores de risco e informações identificadas nos registros de enfermagem nos prontuários (Ribeirão Preto, 2002) . P R E S C R IÇ Õ E S D E E N FE R M A G E M P ro ce ss o de E nf er m ag em Prescrições de enfermagem encontradas e propostas pelas autoras do estudo para os diagnósticos de enfermagem do tipo real (Ribeirão Preto, 2002). P R E S C R IÇ Õ E S D E E N FE R M A G E M P ro ce ss o de E nf er m ag em Prescrições de enfermagem encontradas e propostas pelas autoras do estudo para os diagnósticos de enfermagem do tipo real (Ribeirão Preto, 2002). P R E S C R IÇ Õ E S D E E N FE R M A G E M P ro ce ss o de E nf er m ag em Prescrições de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem da NANDA do tipo risco (Ribeirão Preto, 2002). P R E S C R IÇ Õ E S D E E N FE R M A G E M P ro ce ss o de E nf er m ag em Prescrições de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem da NANDA do tipo risco (Ribeirão Preto, 2002). • COFEN. RESOLUÇÃO COFEN-358/2009. Conselho Federal de Enfermagem. Brasília: 2009. • MENEGHETTI, Roberta Aparecida Silva et al. Planejamento da assistência a pacientes vítimas de queimaduras: relação entre os problemas registrados e cuidados prescritos. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2005, vol.39, n.3, pp. 268- 279. ISSN 0080-6234. • MONTES, Samanta Flor; BARBOSA, Maria Helena and SOUSA NETO, Adriana Lemos de. Aspectos clínicos e epidemiológicos de pacientes queimados internados em um Hospital de Ensino. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2011, vol.45, n.2, pp. 369-373. ISSN 0080-6234.. • NANDA. Diagnóstico de enfermagem: definição e classificação 2012-2014, Porto Alegre: Artmed. 2012. REFERÊNCIAS Acreditamos que: “Cuidar da vida é o atributo mais valioso que a Enfermagem tem a oferecer à humanidade...”
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