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1 2 ÍNDICE HISTÓRICO DO VOLEIBOL NO MUNDO...........................................................................................3 a 4 NO BRASIL...........................................................................................5 a 7 NOÇÕES BÁSICAS DO JOGO ....................................................................8 a 9 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DO VOLEIBOL.....................10 a 14 PROCESSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DO VOLEIBOL........................................................................................15 a 19 A ORDENAÇÃO DOS ENSINOS DOS FUNDAMENTOS...................20 a 22 PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS FUNDAMENTOS POSIÇÃO BÁSICA (DE EXPECTATIVA) E DESLOCAMENTOS...............................................................................23 a 27 TOQUE DE BOLA.................................................................................................28 a 35 MANCHETE.........................................................................................36 a 40 CORTADA...........................................................................................41 a 50 SAQUE...............................................................................................51 a 59 BLOQUEIO.........................................................................................60 a 67 POSICIONAMENTO OBRIGATÓRIO DOS JOGADORES ........................68 POSIÇÕES DE CORRESPONDÊNCIA (DIAGONAIS).............................69 SISTEMAS DE ATAQUE....................................................................70 a 86 SISTEMAS DE RECEPÇÃO DE SAQUE.............................................87 a 89 SISTEMAS DE DEFESA.....................................................................90 a 93 LÍBERO.............................................................................................94 e 95 3 História do voleibol No mundo O vôlei foi criado em 1895, pelo americano William G. Morgan, então diretor de educação física da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Holyoke, em Massachusetts, nos Estados Unidos. O primeiro nome deste esporte que viria se tornar um dos maiores do mundo foi minonette. Naquela época, o esporte da moda era o basquetebol, criado apenas quatro anos antes, mas que tivera um rápida difusão. Era, no entanto, um jogo muito cansativo para pessoas de idade. Por sugestão do pastor Lawrence Rinder, Morgan idealizou um jogo menos fatigante para os associados mais velhos da ACM e colocou uma rede semelhante à de tênis, a uma altura de 1,98 metros, sobre a qual uma câmara de bola de basquete era batida, surgindo assim o jogo de vôlei. A primeira bola usada era muito pesada e, por isso, Morgan solicitou à firma A.G. Spalding & Brothers a fabricação de uma bola para o referido esporte. No início, o minonette ficou restrito à cidade de Holyoke e ao ginásio onde Morgan era diretor. Um ano mais tarde, numa conferência no Springfield's College, entre diretores de educação física dos EUA, duas equipes de Holyoke fizeram uma demonstração e assim o jogo começou a se difundir por Springfield e outras cidades de Massachussetts e Nova Inglaterra. Em Springfield, o Dr. A.T. Halstead sugeriu que o seu nome fosse trocado para volley ball, tendo em vista que a idéia básica do jogo era jogar a bola de um lado para outro, por sobre a rede, com as mãos. Em 1896, foi publicado o primeiro artigo sobre o volley ball, escrito por J.Y. Cameron na edição do "Physical Education" na cidade de Búfalo, Nova Iorque. Este artigo trazia um pequeno resumo sobre o jogo e de suas regras de maneira geral. No ano seguinte, estas regras foram incluídas oficialmente no primeiro handbook oficial da Liga Atlética da Associação Cristã de Moços da América do Norte. A primeira quadra de Voleibol tinha as seguintes medidas: 15,24m de comprimento por 7,62m de largura. A rede tinha a largura de 0,61m. O comprimento era de 8,235m, sendo a altura de 1,98m (do chão ao bordo superior). A bola era feita de uma câmara de borracha coberta de couro ou lona de cor clara e tinha por circunferência de 63,7 a 68,6 cm e seu peso era de 252 a 336g. O volley ball foi rapidamente ganhando novos adeptos, crescendo vertiginosamente no cenário mundial ao decorrer dos anos. Em 1900, o esporte 4 chegou ao Canadá (primeiro país fora dos Estados Unidos), sendo posteriormente desenvolvido em outros países, como na China, Japão (1908), Filipinas (1910), México entre outros países europeus, asiáticos, africanos e sul americanos. Na América do Sul, o primeiro país a conhecer o volley ball foi o Peru, em 1910, através de uma missão governamental que tinha a finalidade de organizar a educação primária do país. O primeiro campeonato sul-americano foi patrocinado pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), com o apoio da Federação Carioca de Volley Ball e aconteceu no ginásio do Fluminense, no Rio, entre 12 e 22 de setembro de 1951, sendo campeão o Brasil, no masculino e no feminino. A Federação Internacional de Volley Ball (FIVB) foi fundada em 20 de abril de 1947, em Paris, sendo seu primeiro presidente o francês Paul Libaud e tendo como fundadores os seguintes países: Brasil, Egito, França, Holanda, Hungria, Itália, Polônia, Portugal, Romênia, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Estados Unidos e Uruguai. O primeiro campeonato mundial foi disputado em Praga, na Tchecoslováquia, em 1949, vencido pela Rússia. Em setembro de 1962, no Congresso de Sofia, o volley ball foi admitido como esporte olímpico e a sua primeira disputa foi na Olimpíada de Tóquio, em 1964, com a presença de 10 países no masculino - Japão, Romênia, Rússia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria, Holanda, Estados Unidos, Coréia do Sul e Brasil. O primeiro campeão olímpico de volley ball masculino foi a Rússia; a Tchecoslováquia foi a vice e a medalha de bronze ficou com o Japão. No feminino, o campeão foi o Japão, ficando a Rússia em segundo e a Polônia em terceiro. O criador do volley ball, Willian Morgan, conhecido pelo apelido de "armário", devido ao seu porte físico, morreu em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos de idade. 5 Vôlei Brasileiro 16 de agosto de 1954. Data que ficou marcada na história do Brasil. Data que, em 2004, a família do voleibol vai comemorou os 50 anos da criação da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). E quem deu o saque inicial rumo ao sucesso foi o ex-jogador Denis Rupet Hathaway, o primeiro presidente da CBV, no período de 14/03/55 a 15/02/57. Inicialmente, o voleibol era ligado à Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Hathaway, convicto de todo potencial da modalidade, elaborou todo trabalho e articulou com os presidentes das federações estaduais. Resultado: fundou aquela que foi apontada pela Federação Internacional de Voleibol como a "Mais bem- sucedida Federação do mundo", pelo triênio 97/98/99. Antes desse prêmio, no entanto, cinco presidentes levantaram todas as bolas à frente do cargo: Abrahão Antônio Jaber (15/02/57 a 13/02/59), Paulo Monteiro Mendes (13/02/59 a 09/02/61), Roberto Moreira Calçada (09/02/61 a 18/01/75), Carlos Arthur Nuzman (18/01/75 a 07/01/97) e Walter Pitombo Laranjeiras (presidente em exercício, desde que Nuzman assumiu a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), em julho de 95. Mas foi na metade da década de 70 que o então presidente Carlos Arthur Nuzman uniu organização e marketing esportivo na CBV. Uma dobradinha que deu certo. O vôlei se popularizou e Nuzman manteve-se no cargo até assumir a presidência do COB. Nuzman, apostouno potencial do voleibol brasileiro e estabeleceu metas. Com sua visão empresarial posta a serviço do voleibol e dinamismo, a partir de1980 conseguiu despertar o interesse da iniciativa privada. Primeiro, a Atlântica Boavista Seguros do grande desportista Antonio Carlos de Almeida Braga. Em seguida, acresecendo o apoio empresarial ao esporte, Pirelli e Supergasbrás; hoje em dia, várias outras empresas. Como conhecimento da modalidade esportiva que dirige e habilidade, acabou conquistando para o Voleibol Brasileiro o invejável e respeitabilíssimo currículo, coroado pela brilhante e indiscutível MEDALHA DE OURO na Olimpíada de 1992, em Barcelona. O papel da imprensa escrita, falada e televisiva sempre é muito importante, mas foi Luciano do Valle, o pioneiro no desbravamento desse caminho para o Voleibol brasileiro. No voleibol, a preparação física passou a ser encarada como parte integrante dos programas de treinamento das seleções, quando Carlos Nuzman assumiu a Presidência da CBV. A partir de 1981, por “obsessão” de Bebeto de Freitas, a preparação física passou a ser prioridade primeira. Em 1981 Bebeto de Freitas, que teve brilhante carreira como jogador implantou nova estrutura à Comissão Técnica, com divisão de responsabilidades. Convidou 6 o Dr. Edmundo Novaes e o professor Paulo Sérgio Rocha, incumbindo-os da preparação física; o professor José Carlos Brunoro, um dos técnicos mais laureados do Brasil. Em 26 de julho de 1983, aconteceu o jogo que até os dias de hoje detém o recorde de público numa partida de voleibol – Recorde Mundial de Público no Maracanã, 95.887 pessoas (BRASIL 3 x 1 União Soviética). Outra grande virada no jogo veio após a posse de Ary Graça Filho, em 07/01/97. Com seu pioneirismo e sua busca incansável pela perfeição, trouxe à CBV a Era Empresarial e de inúmeros títulos. Além de manter o voleibol como segundo esporte na preferência nacional, o profissionalismo já adquirido na gestão anterior só fez evoluir. Ex-jogador da seleção, advogado e empresário com vasta experiência no mercado financeiro, Ary adotou um novo modelo de gestão para a CBV, administrando-a de fato como empresa. Ao considerar o voleibol um produto, torcedores e o público em geral viraram clientes e as Federações Estaduais, Prefeituras e Empresas, parceiras. Assim, a CBV é a responsável pela administração do negócio. No novo modelo de gestão, a CBV foi dividida nas seguintes unidades de negócios: Seleções, Voleibol de Praia, Competições Nacionais, Eventos, VivaVôlei e Aryzão - Centro de Desenvolvimento de Voleibol - Saquarema. Esta última unidade, inclusive, é considerada pelo mundo inteiro como mais um ace da atual administração. Apelidado de Aryzão pelo levantador Ricardinho, o Centro de Desenvolvimento de Voleibol - Saquarema tornou-se um outro marco na história da modalidade. Essa iniciativa inédita integra o treinamento de todas as categorias e comprova mais uma vez todo empenho da CBV em manter o esporte no lugar mais alto do pódio. A primeira seleção a pisar nas quadras do complexo de Saquarema para treinamento foi a masculina adulta, no mesmo dia da inauguração do Aryzão: 25 de agosto de 2003. De lá para cá, todas as seleções de base e a feminina adulta já puderam desfrutar do complexo esportivo de 108 mil metros quadrados, com toda infra-estrutura necessária para o treinamento do voleibol. Com instalações e equipamentos de última geração sob medida para o biótipo dos atletas, o Centro de Desenvolvimento de Voleibol cumpre seus principais objetivos: integra o treinamento de todas as seleções brasileiras num mesmo local, facilita o intercâmbio entre as comissões técnicas e dá condições para o desenvolvimento máximo de todos os atletas. Crédulo de que o time podia render ainda mais, paralelo a tudo isso Ary Graça continuou a lutar por mais um título. E a equipe sagrou-se campeã, também, 7 fora das quadras. A CBV foi à primeira entidade esportiva do mundo a obter a Iso 9001:2000. 8 NOÇÕES BÁSICAS DO JOGO Características básicas do jogo: Exige uma mudança momentânea das situações; Exige a velocidade da elaboração da informação; É necessário acolher mais rápido as informações das situações do jogo e responder adequadamente; Tempo de recuperação durante o jogo é curto (de 7 a 8 segundos); Carga física e emocional muda-se rapidamente; Pesquisas mostram que a FC durante o jogo pode subir de 180 a 200 bat/min; Regras Básicas: Esporte coletivo (duas equipes com 6 jogadores na quadra), 6 para cada lado, 3 a frente e 3 atrás da linha de ataque; Uma equipe completa tem doze jogadores entre titulares e reservas; Quadra – 18m de comprimento x 9m de largura, separada por uma rede sendo sua altura máxima de 2,43 e mínima de 2,10. O objetivo é enviar a bola por cima da rede (entre as antenas) para o outro lado; O jogo inicia com o saque; São permitidos 3 toques máximos por equipe sem ser consecutivos pelo mesmo jogador. Um jogador não pode tocar a bola duas vezes em seguida (exceto por ocasião do bloqueio). O jogo termina quando uma equipe vence três de cinco sets consecutivos ou não. Os primeiros quatros sets, (no caso de empate) terminam em 25 pontos uo a partir deste com a diferença de dois pontos (ex: 27 x 25, 32 x 30 etc...). O quinto set é terminado em 15 pontos ou também com a diferença de dois pontos. 9 Rodízio: O rodízio é a troca de posições dos jogadores e realiza-se na direção dos ponteiros de um relógio. 10 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA O ENSINO DO VOLEIBOL A prática do voleibol não se restringe somente às práticas de altas performances e, estabelecendo-se uma relação direta com as dimensões sociais do esporte que Tubino (2001) classifica, podem-se ter o VOLEIBOL-EDUCAÇÃO, VOLEIBOL-PARTICIPAÇÃO E O VOLEIBOL-PERFORMANCE. VOLEIBOL-PARTICIPAÇÃO É aquele em que o praticante joga sem qualquer “compromisso” técnico- motor. No momento da prática, o que interessa são as ações motoras básicas do esporte regidas pelo prazer de estar realizando uma prática esportiva. VOLEIBOL-PERFORMANCE É aquele que é desenvolvido com um alto padrão técnico-motor e visando quase um perfeito desempenho em busca da vitória. Esta prática implica uma série de situações, envolvendo interesses político-esportivos e de grande repercussão social em uma cidade, um estado e um país. VOLEIBOL-EDUCAÇÃO No esporte praticado dentro da escola, devem ser enfatizados os princípios pedagógicos da educação. O vôlei, neste âmbito, pode vir a ser um instrumento de educar para a vida, e construir forma de desenvolver qualidades físicas, morais, éticas e estabelecer relações interdisciplinares com um conjunto de outras formas disciplinadoras. Na dimensão social, o vôlei pode receber a influência das outras duas dimensões, pois ele pode ser praticado numa abordagem “inclusiva”, ou seja, todos têm o direito à sua prática e ainda, pode ser praticado de forma “seletiva”, em que se elegem os “mais qualificados” para este esporte, com fins competitivos. Entende-se que ao praticar o vôlei em âmbito escolar, implica dizer que há muitas situações especiais que o diferenciam, embora isso não o exclua da relação com as outras dimensões ( participação e performance). Entende-se também que com a prática desta modalidade esportiva é possível para o professor de Educação Física ou ao professor/treinador de voleibol objetivar para seus alunos ou alunos/atletas o desenvolvimento de conhecimentos referentes ao conteúdo do jogo, atitudes morais e éticas e 11 os aspectos afetivos e motores enfocados nos conceitosde concentração, criatividade, paciência, cooperação, inter-relações pessoais, etc. Aspectos relevantes do vôlei no contexto escolar A primeira questão a considerar é se o voleibol irá entrar na Educação Física Escolar como um conteúdo e, a segunda, é se o voleibol irá ser desenvolvido nesse contexto como uma atividade física voltada para competições escolares. Como conteúdo da disciplina Educação Física Escolar, o voleibol é entendido e colocado no âmbito da cultura corporal de movimento. A forma de trabalhá-lo com os alunos não deve ser “excludente” e sim “inclusiva”, pois todos os alunos têm direito ao movimento, seja ele de qualquer natureza. Se o esporte for desenvolvido como atividade com fins competitivos, deverá haver uma seleção de crianças que detenham habilidades motoras demandadas pela prática do esporte. Fica evidente que nessa abordagem o vôlei-performance deverá nortear os trabalhos do professor, resguardando as proporções entre um treinamento de equipe em que o desempenho dos atletas deve ir a níveis altos e, uma equipe que defenda uma escola em jogos escolares. A partir destas considerações, ao desenvolver o vôlei na escola o professor deverá levar em conta uma série de outros elementos que determinarão o sucesso desse movimento/esporte. Assim, partindo da premissa que o vôlei está na categoria de ESPORTE-EDUCAÇÃO (TUBINO, 2001), deve-se ter em conta o seguinte: a) o projeto pedagógico da escola; b) a disponibilização de recursos; c) os aspectos socioculturais e o desenvolvimento motor do aluno; 12 d) as possibilidades de adaptações desse esporte aos “códigos” da Educação Física Escolar. O PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA: Entende-se por projeto pedagógico todo o planejamento da escola na busca de objetivos compartilhados a fim de promover a educação do aluno preparando, juntamente com outros meios sociais agindo e interferindo nessa sociedade e mudando-a. Há escolas que entendem a prática desportiva como um elemento da aula de Educação Física Escolar e a escolas que entendem o voleibol como treinamento de equipe com fins específicos de competição. Cabe ao professor de Educação física e ao professor treinador de voleibol participar ativamente na confecção deste projeto pedagógico, e assim poderá definir alguns parâmetros básicos para a aquisição de materiais, espaços e horários para aulas e treinamentos desta modalidade. A DISPONIBILIZAÇÃO DE RECURSOS: Nas escolas em que o esporte é desenvolvido como um conteúdo da Educação Física Escolar, o recurso mínimo disponível sempre será o espaço, rede e bolas. ( o professor tem que usar a criatividade). Por outro lado, se houver interesses em competições esportivas escolares a escola deverá adquirir outros itens como: medicine ball, elásticos, aparelhos complementares para treinos técnicos, etc. OS ASPECTOS SOCIOCULTURAIS E O ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DS ALUNOS: Entende-se que o esporte dentro da Educação Física Escolar contribua sempre para o desenvolvimento do aspectos cultural e social do aluno, associando ao seu desenvolvimento motor. 13 AS POSSIBILIDADES DE ADAPTAÇÕES DESSE ESPORTE AOS “CÓDIGOS” DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: Embora seja um jogo que exija uma grande precisão no movimento técnico, o vôlei possibilita também uma grande diversidade de adaptações de pequenos jogos e muitos outros movimentos podem ser criados pelos alunos, a partir do conceito de voleibol, tendo como obstáculo à rede e como implemento de jogo de bola. Adaptações de materiais (estacas, fios, várias possibilidades de confecções de bolas). Assim, o voleibol é um esporte perfeito para ser desenvolvido na escola tanto como um conteúdo de uma aula de Educação Física Escolar, como também uma modalidade esportiva com fins específicos de competição. Compete ao professor relevar tais questões e implantar o jogo no contexto escolar. “ O TRABALHO COM MOVIMENTOS DO VOLEI COM FINS EDUCACIONAIS ” O desafio para o aluno é a possibilidade de explorar o maior número possível de movimentos a partir dos elementos do vôlei; Deve ser abolida a complexidade destes movimentos técnicos; O professor deve “negociar” com os alunos o objetivo maior (vôlei) e seus elementos (objetivos específicos); O professor tem condições de identificar “talentos” e indicá-los. 14 “ O TRABALHO DE MOVIMENTOS ESPECÍFICOS DO VOLEI COM FINS EDUCACIONAIS E COMPETITIVOS “ O aluno/atleta deverá desenvolver os movimentos do vôlei, comparando sempre sua capacidade de realização com o ambiente e os implementos necessários à prática deste esporte; O objetivo é sempre que possível vencer; Ocorre um acordo comum entre alunos que querem superar movimentos e competir, direção escolar e professor de Educação Física, “interesses mútuos”. 15 PROCESSO METODOLÓGICO PARA O ENSINO DO VOLEIBOL Segundo Alonso (1969): Metodologia é a ciência que encaminha a escolha entre diversos métodos, qual servirá de guia para, entre todos os que podemos observar, escolher o que de uma maneira mais científica e racional nos leve ao cumprimento do fim primordial. VOLEIBOL COM FINS EDUCACIONAIS E COMPETITIVOS Para levarmos os alunos à real aprendizagem do voleibol, optamos por uma série de procedimentos metodológicos que englobam aspectos cognitivos, afetivos e motores envolvidos no seu desenvolvimento. Como as habilidades motoras a serem aprendidas têm o objetivo de obter a precisão da execução do gesto técnico, devemos optar por um processo que dê ênfase à orientação mecânica, onde a atuação do professor junto ao aluno, estimulando e orientando, é de suma importância. Esse processo metodológico é composto por cinco etapas: 1. Apresentação da habilidade motora; 2. Seqüência pedagógica; 3. Exercícios educativos; 4. Automatização; 5. Aplicação. 16 1.1 Apresentação da Habilidade Motora É o contato do aluno com o que irá aprender; A motivação é o aspecto psicológico fundamental; Alunos motivados = aprendem mais fácil = atitude mais ativa na busca de resultados = mais vontade em colher benefícios da habilidade que passarão a ter o domínio; O professor deverá mostrar o fundamento que será ensinado ( técnica de execução), qual sua utilidade dentro do jogo e sua importância em executar com perfeição; Enriquecer a aprendizagem: gravuras, fotos, filmes, slides, etc.; O principal é a postura do professor; Ao término desta etapa, o professor deverá estimular os alunos a tentarem realizar a atividade motora sem a bola, não para que cheguem ao aprendizado final, mas para que possam entender melhor o que está sendo ensinado. 1.2 Seqüência Pedagógica É um procedimento metodológico no qual um determinado movimento é ensinado por partes que vão sendo associadas entre si progressivamente; É o encaminhar do simples ao composto ( facilitar a aprendizagem ); Ensina-se um fragmento da habilidade motora, que uma vez aprendido, a ele será conectado um outro elemento, até que se tenha a execução completa; O aprendizado se processa através do vivenciar do aluno, relacionado com suas experiências motoras anteriores; O professor após dar o estímulo deverá ter como conduta, circular em meio aos alunos, avaliando e passando a cada um a avaliação que fizer de seu desempenho; Esse conhecimento de resultados deve ser passado por meio de estimulação positiva e justa, de forma que o aluno não se desestimule por correções destrutivas e agressivas; O professor deve continuar a passar os conhecimentos de resultados e, quando avaliar que a maioria da turma estiver realizando algo próximo do esperado, imediatamente passará a trabalhar o próximo estímulo; 17 Concluída a seqüência pedagógica, o que se tem é um grupo executando movimentos satisfatórios, mas não de uma forma definitiva e mecanizada, isso possibilitará que as imperfeições possam ainda ser corrigidas antes da fixação, por meio de exercícios apropriados. 1.3 Exercícios Educativos e/ou Formativos EDUCATIVOS São exercícios especiais e específicos que visam possibilitar as correções dos erros mais comuns; São movimentos de partes do conjunto global que formam o gesto técnico total; São resultados de estudos analíticos feitos pelo professor na avaliação dos resultados obtidos após a aplicação de uma seqüência pedagógica; Objetivam resolver imperfeições causadas por equívocos motores e técnicos; Exemplo: o aluno,durante a execução de uma manchete, a fazer com os cotovelos flexionados. FORMATIVOS São exercícios utilizados para que o aluno melhore uma determinada imprecisão no gesto técnico causada pela formação física; Exemplo: se um aluno não tem consegue impulsionar a bola num toque, porque seus braços não tem força suficiente para isso, utiliza-se este tipo de exercício para melhorar as capacidades físicas que limitam sua performance. Exemplo: utilizar série de exercícios com a medicine ball. Na etapa seguinte, o professor deverá agrupar os alunos que apresentam os mesmos equívocos motores de maneira que possa aplicar os exercícios educativos necessários para cada grupo; O professor deverá estar atento e passar o “conhecimento de resultados”, observando a qual estímulo cada aluno é mais sensível e responde melhor: visuais, auditivos, etc. 1.4 Automatização Por mais complexa que seja a estruturação da mecânica de um movimento, uma vez retida, ela passa a ser natural para essa pessoa, que conseguirá uma execução automatizada; O encaminhamento para a automatização é a repetição da habilidade motora, desde que realizada com alto grau de proficiência; 18 Cabe ao professor escolher exercícios nos quais a repetição possa ser o mais próximo possível do comportamento esperado; Evitar exercícios complexos; Uma vez que a habilidade motora tenha sido automatizada, o professor poderá passar à última etapa desse processo metodológico que é o objetivo real do processo de aprendizagem ou seja, na utilização prática da habilidade motora que está sendo ensinada. 1.5 Aplicação do Fundamento à Mecânica do Voleibol Esta aplicação não deverá ser brusca; Knapp (1981) alerta que “ as habilidades envolvem interpretação das necessidades da situação e tomadas de decisões certas com no uso dos movimentos necessários” No início a mecânica dos exercícios deve ser simples de modo que permita que o novo praticante possa concentrar a sua atenção tanto na habilidade quanto no emprego dela; O professor tem que estar ciente que as metas da aprendizagem devem ser atingíveis, realistas, desafiadoras e específicas; O desenvolvimento do padrão de movimentos de qualquer fundamento segue três estágios: inicial, elementar e maduro. É importante que o professor saiba identificar em qual estágio se encontra cada um dos seus alunos, para dirigir melhor o programa de ensino, respeitando as individualidades. Inicial ou cognitivo A criança ainda não é capaz de julgar a trajetória da bola e/ou não consegue posicionar-se sob ela. Elementar ou associativo A criança tem dificuldades em acompanhar a bola; espalma a bola; é incapaz de controlar a força e a direção; apresenta fragilidade nos punhos (a bola vai para trás) e ocorre a ação isolada de mãos e braços Maduro ou autônomo Todo o padrão de movimento já está adquirido Esta etapa pode ser dividida em três formas, de modo que assegure que a complexidade da aplicação das habilidades motoras exigidas pela dinâmica do jogo de voleibol seja atingida metodologicamente: 19 Exercícios em forma de jogo: o Possuem mecânica de movimentos semelhantes a situações reais de jogo; o Devem conter a seqüência normal da aplicação dos fundamentos em uma partida; o Aplicados em pequenos ou grandes grupos; o Constituídos de três toques que cada equipe tem para receber, preparar e realizar o ataque.; Jogo adaptado o Na maioria das vezes são realizados com a mesma mecânica do jogo, mas sua dinâmica é criada artificialmente pelo professor e visam a constante repetição da mecânica do jogo e, por conseqüência, a repetição do fundamento aprendido, de uma forma intensiva, em situação de jogo próxima da real. o Podem ser realizados com a atuação de uma ou duas equipes; Jogo (de iniciação) o Os alunos deverão jogar com a mecânica normal do esporte e com as regras que forem possíveis; o Utilizam-se apenas os fundamentos adquiridos; o A adaptação paulatina da criança à mecânica de jogo, de uma forma motivadora e alegre; o Essa fase permitirá que a criança jogue, que é seu objetivo, desde a fase da aprendizagem; o Quando o aluno consegue aplicar com naturalidade um gesto técnico nas diversas situações que o jogo apresenta, com correção, pode-se começar a aprendizagem de outro fundamento do voleibol. 20 A ORDENAÇÃO DO ENSINO DOS FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL Método DINÂMICO-PARALELO Ordena os fundamentos de acordo com a seqüência normal de um jogo de voleibol, onde o primeiro elemento é o saque, o segundo a recepção do saque (em forma de manchete), o terceiro o levantamento e assim por diante. BIZZOCCHI (2000). A organização dá-se da seguinte maneira: Questiona-se muito este método, sabe-se que é muito difícil para uma criança que inicia a prática do voleibol dominar a bola (peso, força, medo, etc), quanto mais receber uma bola enviada por cima da rede da quadra contrária, tal tarefa será muito mais difícil e complexa para o aprendiz, influindo decisivamente na seqüência do jogo. Ao iniciar o segundo grupo, ocorrerá um novo choque, tendo em vista: a complexidade dos movimentos (coordenação), a falta de potência e o direcionamento da bola, acarretando mais uma vez uma interferência na continuidade do rally. A escolha deste método é desaconselhável, mas o professor ao escolher o seu método deverá estar atento às dificuldades apresentadas por este método. 21 Método PROGRESSIVO-ASSOCIATIVO É considerado o mais apropriado para ensinar o Voleibol de maneira uniforme, rica em organização, associação e variação de elementos. O próprio nome sugere que haja uma associação dos movimentos, aumentando progressivamente o grau de dificuldade dos fundamentos. Consiste em seguir a dinâmica dos movimentos específicos a serem realizados, aproveitando a semelhança de postura e segmentos entre eles e provocando transferência mais suave do fundamento ao aprendido anteriormente para o seguinte. A distribuição dos fundamentos dá-se da seguinte maneira: Os fundamentos deste método são agrupados de acordo com o nível de postura (a posição do corpo em relação ao solo), agrupando movimentos com estruturas que se assemelham. No grupo I o nível de postura é o MÉDIO, com o centro de gravidade mais baixo que o normal, os joelhos semi-flexionados e os braços partindo de uma posição intermediária entre a cabeça e o quadril; No grupo II, a postura apresentada é mais ALTA, mais em pé, com o centro de gravidade mais afastado do chão. Os movimentos são executados com os braços acimada cabeça e com o corpo geralmente estendido; No grupo III, os fundamentos são realizados a partir da posição BAIXA, com o centro de gravidade bem próximo do chão, favorecendo o emprego dos fundamentos de defesa; No grupo IV, os recursos não são formas usuais de técnica, pois estes mecanismos são criados a partir de mudanças nas regras e formas de jogar, e às vezes são até de uso particular. Bojikian(1999), dividiu os grupos levando em conta o desenvolvimento das qualidades físicas inerentes aos fundamentos que os compõem: 22 GRUPO I Equilíbrio estático; Equilíbrio dinâmico; Equilíbrio recuperado; Capacidade de antecipação; Elasticidade da musculatura anterior da coxa; Coordenação global; Coordenação do aparelho locomotor; Coordenação viso-motora; Força de braços; Força de pernas; Força da musculatura das mãos. GRUPO II Coordenação global; Coordenação viso-motora; Coordenação do aparelho locomotor; Velocidade de deslocamento; Equilíbrio estático; Equilíbrio dinâmico; Equilíbrio recuperado; Potência de pernas(para impulsão vertical); Elasticidade dos dorsais (para a armada da cortada); Força dos abdominais e peitorais (flexão do tronco parao ataque); Elasticidade escapulo-umeral (armada da cortada e do saque); Potência de braço (ataque à bola); Força de pernas (sustentação do corpo ao retornar ao solo); Força dos músculos da cintura-escapular (bloqueio); Força da musculatura das mãos. GRUPO III e IV Velocidade de reação; Velocidade de aceleração; Capacidade de antecipação; Coordenação do aparelho locomotor; Flexibilidade generalizada; Agilidade; Potência de pernas para impulsão horizontal; Força de braços; Força abdominal; Força dorsal. 23 O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS FUNDAMENTOS 1. Posição de Expectativa (BÁSICA) e Deslocamentos 1.1. Apresentação A posição básica é aquela que introduz a execução dos demais fundamentos. Deve ser executada de tal forma que permita a pronta entrada em ação por parte do atleta, pois a dinâmica do voleibol requer intervenções imediatas. Além de ser cômoda, ela deve favorecer deslocamentos rápidos em qualquer direção. Exigências: A Posição Básica acarreta desgaste da musculatura, fazendo com que o iniciante sinta nesse início de aprendizagem certo cansaço dos membros inferiores e dores na região lombar. A repetição das posições básicas nas várias situações de jogo, exige a semiflexão dos joelhos, do tronco e a sustentação dessa postura. Descrição da Posição: O executante deverá estar com as pernas em afastamento lateral (na largura aproximada dos ombros), semiflexionadas, estando uma ligeiramente à frente da outra; A fim de favorecer os deslocamentos para frente ou em diagonal, que ocorrem na maioria dos lances, deve-se projetar os joelhos um pouco para frente, tirando os calcanhares do solo, de tal forma que a projeção do joelho no solo incida à frente da planta do pé. O centro de gravidade não deve estar muito próximo à altura dos joelhos, nem abaixo deles, pois isso forçará um posicionamento muito baixo ao quadril, fato que dificultará as partidas em relação à bola; Os cotovelos devem estar semiflexionados e os braços com um afastamento lateral um pouco superior à largura dos ombros e um pouco à 24 frente da linha superior ao tronco (permitindo à execução tanto da manchete quanto ao toque de bola por cima); As mãos ligeiramente contraídas com as palmas voltadas para dentro e a frente dos demais segmentos. A cabeça mantém-se erguida em direção à bola. Peso do corpo deverá estar repartido entre os pés. 1.2. Seqüência Pedagógica a) Executar o posicionamento dos pés, joelhos e pernas; b) Acrescentar à posição anterior a posição do tronco, ombros e braços, chegando à posição final; c) Executar a posição completa em duplas, um corrigindo o outro; d) Executar a posição básica com deslocamentos laterais para a direita e para a esquerda; e) Executar a posição básica com deslocamentos para frente e para trás, primeiro com a perna direita, depois com a esquerda à frente; f) Executar deslocamentos em várias direções, com o grupo todo a comando do professor. A movimentação do praticante de voleibol deve ser racionalizada e objetiva. Partindo em posição básica, o voleibolista realiza deslocamentos em direção à bola. Esses deslocamentos são de várias distâncias, em média, variam de 1,5 a 2m. Estando em posição de expectativa, querendo se deslocar lateralmente à direita, o jogador realiza uma passada lateral com a perna direita, sobre a qual apoiará o corpo, para, então, realizar uma passada dupla. A perna esquerda só tocará o solo após a partida com a direita, indo direto ao seu destino final. Normalmente, acentua-se a projeção à frente da perna do lado correspondente ao do deslocamento para que o indivíduo termine o trabalho de frente para a rede. È importante, durante o deslocamento, manter o centro de gravidade o mais próximo da altura inicial (da posição básica). 25 Para o lado esquerdo o procedimento é o mesmo. Para frente, o deslocamento é iniciado com uma passada do pé da frente e, depois, uma passada dupla (duas pernas simultaneamente). Para trás, o deslocamento é iniciado com a perna de trás e, depois, realiza-se uma passada dupla. 26 1.3. Exercícios Educativos e/ou Formativos Erros mais comuns: Não flexionar as pernas e sim o tronco; Posicionar as pernas muito afastadas e/ou paralelas, comprometendo a velocidade de reação nos deslocamentos; Os pés totalmente fixados no solo; Posicionar os braços bem atrás ou à frente, ou muitos abertos; Posicionar os braços entre os joelhos. Educativos a) Sentado em uma cadeira ou banco, o aluno realiza a posição de expectativa; b) O professor segura uma bola baixa, para que os alunos encostem as mãos nela executando a posição correta; c) Os alunos executam a posição de expectativa segurando uma bola à frente do peito com os braços semiflexionados; d) Os alunos executam o exercício anterior deslocando-se em várias direções; e) Os alunos executam as passadas dos deslocamentos pisando sobre marcas feitas a giz sobre o chão; f) Espelho. Um aluno executa a posição básica, um outro situado na sua frente, deverá executar todos os movimentos executados pelo outro, fazendo uma cópia fiel da movimentação executada. Formativos Os exercícios formativos que visam melhorar a elasticidade dos quadríceps, a coordenação viso-motora e a coordenação do aparelho locomotor são considerados formativos à posição de expectativa e à movimentação (deslocamentos). 1.4. Automatização a) Os alunos do lado B lançam bolas em direção à rede para os que os do lado A possam se deslocar e segurá-las embaixo dela, mantendo a posição de expectativa; b) Professor lança bolas baixas para frente, para trás e laterais, os alunos, partindo da posição básica, executam um deslocamento curto e seguram a bola; c) Em grupos de quatro, um dos alunos lança uma bola baixa para qualquer um dos outros três, que deverão estar na posição básica e atentos, para que possam segurar a bola antes que ela caia no chão, realizando um deslocamento na direção necessária. 27 1.5. Aplicação Exercícios em forma de jogo 1) O professor joga a bola por cima da rede, uma coluna do lado oposto, o aluno em posição básica, executa o deslocamento necessário para segurar a bola e a lança de volta para o professor; 2) O professor lança a bola por cima da rede, duascolunas do outro lado da rede aguardam em posição básica, sendo que o aluno que receber a bola deve passá-la, lançando-a para o colega do lado, para que esse a devolva para o professor; 3) Idem ao anterior, com três colunas e a bola passando pelos três alunos da frente antes de ser devolvida. Jogo Adaptado Seis alunos em quadra posicionados para jogo, em posição básica. O professor lança a bola, um deles deve recebê-la, segurando-a, passar para o aluno da posição 3 que deverá estar mais próximo à rede, esse deve passá-la para um dos alunos das posições 4 ou 2, para que estes a devolvam para o outro lado. Jogo Como não é interessante que os alunos executem fundamentos sem ter passado pelo processo de aprendizagem completo, o jogo nesta fase será apenas de lançar e segurar a bola, embora já se possa incluir regras do jogo real, como por exemplo, o sistema de contagem de pontos e rodízio (rotação). Podem também, ser inclusas outras regras especiais, como a obrigatoriedade de três passes a cada jogada, ou mesmo um rodízio a cada jogada, para tornar o jogo mais ativo. 28 2. Toque de Bola 2.1. Apresentação O toque de bola é o fundamento mais característico do jogo de voleibol e é responsável, na maioria das vezes, pela preparação do ataque, ou seja, pelo levantamento. Deve ser frisado pelo professor que nos dias de hoje é de fundamental importância que todos os jogadores saibam executar o levantamento. O toque de bola apresenta três fases: 1) Entrada sob a bola: Os joelhos e os cotovelos devem estar semiflexionados, com a bola acima da cabeça. As pernas devem estar com um afastamento lateral da largura aproximada dos ombros e um pé ligeiramente à frente do outro; O tronco deve estar levemente inclinado para frente; Os cotovelos estarão semiflexionados, de modo a posicionarem-se um pouco acima dos ombros, lateralmente em relação ao tronco. As mãos devem estar com os dedos quase totalmente estendidos, mas de uma forma arredondada (como uma concha) para melhor acomodar a curvatura da bola. Os dedos polegares e indicadores formarão a figura aproximada de um triângulo. 29 2) Execução: Todo o corpo participa; O contato será sutil, com a parte interna dos dedos e uma pequena flexão dos punhos; Os cotovelos e os joelhos deverão se estender, para provocar uma transferência do peso do corpo sobre a perna de trás para frente. 3) Término do movimento: O corpo terminará todo estendido. Num primeiro momento é recomendada a aprendizagem somente do toque de frente e os levantamentos normais para os alunos 2.2. Seqüência Pedagógica a) Ficar de cócoras atrás de uma bola parada no solo com um dos pés ligeiramente à frente do outro; b) Idem ao posicionamento anterior, colocando as mãos sobre a bola, que continua no solo, de forma a envolve-la com o mesmo posicionamento dos braços e dos dedos que serão utilizados na realização do toque ( os indicadores e 30 os polegares estarão em posicionamento invertido à situação de real aplicação, pois a bola está a frente do corpo e no solo); c) Mantendo o posicionamento anterior (ainda de cócoras) elevar a bola sobre a testa (a um palmo de distância e ligeiramente à frente), as mãos estarão em forma de concha e os polegares voltados para a testa; d) Idem ao exercício anterior, acrescentando extensão completa dos cotovelos e dos joelhos, de forma a terminar o movimento com o corpo todo estendido e segurando a bola, mantendo-se o posicionamento das mãos como no item “C”; e) Repetir o movimento anterior e, ao término da extensão, soltar a bola impulsionando-a a 20 ou 40cm de altura, sem permitir que o posicionamento das mãos se modifique. No momento de retorno da bola, segura-la flexionando cotovelos e os joelhos num movimento de molejo; f) Repetir o trabalho anterior até o lançamento da bola. No retorno da mesma (trajetória descendente), em vez de segura-la, o aluno deverá segura-la da mesma forma utilizada no item “E”; g) Idem ao trabalho anterior, realizando dois toques pequenos consecutivos antes de segurar a bola em definitivo. h) Idem, com três pequenos toques; i) Em duplas, frente a frente, a uma distância aproximada de 3m, um aluno lançará uma bola para que o colega, em posição de expectativa, possa realizar um toque sua direção. O lançamento da bola deve ser o mais preciso possível para evitar que o executante tenha que se deslocar para entrar sob a bola; j) Em duplas, na mesma distância do trabalho anterior, os alunos trocarão passes utilizando-se do toque de bola por cima. 2.3. Exercícios Educativos e/ou Formativos Erros mais comuns: Não entrar embaixo da bola; Não coordenar o movimento de braços e pernas; Posicionamento incorreto dos cotovelos; Posicionamento incorreto das mãos; 31 Falta de força para enviar a bola. Educativos a) 2 x 2 – Um aluno lança a bola em várias direções (pequenas distâncias) e o outro realiza deslocamentos, entra sob a bola, em posição de expectativa e segura a bola na posição inicial do toque; b) Idem ao anterior, com o aluno realizando o toque e não segurando a bola; c) O aluno controlará a bola (toques consecutivos para cima) de 4 a 6 vezes, estando dentro de um círculo de aproximadamente 1,5m de diâmetro desenhado a giz no chão; d) O aluno deverá controlar a bola, deixando-a quicar no solo entre um toque e outro; Formativos a) Sentados, segurando uma medicine-ball sobre a cabeça, os alunos deverão executar o trabalho de braço do toque de bola; b) Idem, em pé, com a utilização total do corpo. 2.4. Automatização a) 1 x 1 – toque na parede com séries longas (20 a 30 repetições) a uma distância compatível com as características dos alunos; b) 2 x 2 - Troca de passes (diretos) a uma distância aproximada de 2m; c) Idem ao anterior, aumentando progressivamente a distância até a 4m; d) 2 x 2 – Um lança a bola a uma distância aproximada de 2m à direita e à esquerda do companheiro para que ele se desloque em posição de expectativa e a devolva utilizando o toque de bola; e) 2 x 2 – Idem, com lançamentos para frente e para trás. 32 2.5. Aplicação Exercícios em forma de jogo 1) Os alunos da coluna “A” passam a bola para os da “B”, que levantam para os da “C”, que “atacam” utilizando o toque. Após a realização das ações, os alunos da coluna “A”, vão para a “B”, que vão para a “C” e estes para a “A”. 2) Os primeiros alunos de cada coluna trocam passes (levantamentos) junto à rede. O primeiro aluno de cada coluna só se desloca para efetuar o seu levantamento após a ação do primeiro da outra coluna. Após a realização do seu levantamento, cada aluno se dirige para o final da outra coluna. 33 3) O professor lança (passa) a bola, para os alunos da coluna A realizarem levantamentos. Após a realização dos levantamentos, os alunos da coluna B se deslocam até junto à rede e tocam para o outro lado da quadra, “atacam”. Realizadas as ações, os alunos trocam de coluna. 4) O mesmo exercício anterior, mas com os alunos da coluna A só se deslocando até a rede após a realização do “passe do professor”. 34 Jogo Adaptado 1) O professor lança a bola (sempre atrás da linha de ataque), para um dos alunos que ocupam as posições 1, 2, 4, 5 e 6. O aluno que recepcionar, fará um passe para aquele que ocupa a posição 3, que levantará para um dos ocupantes das posições 4 e 2. Estes atacarão, enviando a bola na direção do professor, utilizandoo toque de bola. 2) O mesmo exercício anterior, com os alunos realizando um rodízio logo após o envio da bola ao professor. Todo aluno que passar pela posição 3 exercerá a função de levantador; c) O professor lança a bola para que uma das equipes possa realizar uma jogada, como nos exercícios anteriores, e enviar a bola para a quadra da equipe contrária, que também realizará jogadas com os passes para L3 e levantamentos para as posições 4 e 2. Toda vez que uma equipe enviar a bola para o lado oposto, ela deverá realizar um rodízio, mesmo com a bola em movimento. Todo aluno que ocupa a posição 3 será o “levantador” e os das posições 2 e 4 os “atacantes”. Jogo Os alunos jogarão com algumas regras adaptadas: a) Como eles ainda não aprenderam a sacar, o sacador (posição 1) de dentro da quadra lançará a bola em direção à quadra do adversário, com ambas as mãos, com obrigatoriedade para trás da linha de ataque; 35 b) Num primeiro momento, o professor poderá exigir os três toques em todas as jogadas de cada equipe; c) Poderá ainda ser exigido que os ataques (toques) sejam também direcionados à zona de defesa da equipe contrária para favorecer a manutenção da bola em jogo; d) A contagem poderá ser a mesma utilizada nas partidas oficiais; e) Quando cada equipe for formada por mais de seis alunos, os executantes ficam próximos à posição 1, fora da quadra e, quando as respectivas equipes obtiverem a vantagem para sacar, eles entram no jogo na posição 1 para “sacar”, e o jogador que ocupava a posição 2, sai da quadra para aguardar sua vez de retorno. 36 3. Manchete 3.1. Apresentação É o fundamento mais utilizado na recepção de saques e para a defesa de bolas cortadas, pois o contato da bola se faz no antebraço, que é uma região que suporta melhor os fortes impactos por ela nessas situações, quando comparado com os dedos que são utilizados pelo toque. A manchete também apresenta três fases: 1) Entrada sob a bola: Os joelhos devem estar como no toque, semiflexionados, as pernas afastadas lateralmente em um distanciamento semelhante à largura dos ombros; 37 Um pé ligeiramente à frente do outro; Os braços deverão estar próximos um do outro, formando um ângulo de 45º com o solo; As mãos deverão estar abertas uma acima da outra, com a aproximação dos dedos polegares, uma mão se acopla na outra, nesse momento os polegares ficarão unidos, paralelos simétricos e estendidos na mesma altura um do outro, fazendo com que exista uma extensão total dos cotovelos; Dica: Para que os alunos percebam a importância dos polegares unidos, colocar entre os dedos e as mãos um lápis, fazendo com que eles segurem o mesmo com os 2 polegares. 2) Ataque à bola: Os joelhos se estenderão, o peso do corpo é transferido para a perna da frente e os braços permanecem sem movimento, com a musculatura enrijecida; O impacto da bola se dá no antebraço e isso será facilitado se os punhos estiverem bem estendidos, em direção ao solo. 38 3) Término do movimento: Os cotovelos e os joelhos devem permanecer estendidos até o impacto da bola (dica do elástico); Aos poucos a manchete lateral deverá ser introduzida, de forma que o atleta possa cobrir grandes áreas da quadra, utilizando-se da manchete. 3.2. Seqüência Pedagógica a) Sentados no chão, com as pernas cruzadas, os alunos deverão executar a posição correta das mãos; b) Ainda sentados, mantendo o posicionamento adequado das mãos, os alunos deverão estender e aproximar bem os cotovelos ficando com os braços paralelamente ao solo, realizando uma extensão dos punhos (em direção ao solo); c) Mantendo o posicionamento anterior, eles movimentarão os braços até tocar os dedos no solo e, depois para cima, até a linha dos ombros (várias vezes); d) Em pé, os alunos deverão fazer os movimentos coordenados de braços e pernas sem a bola; e) 2 x 2 – Um aluno deverá realizar a manchete, utilizando a bola que o seu companheiro, posicionado a sua frente, está segurando. Essa bola deverá estar parada (presa) mais ou menos à altura dos joelhos do executante. Quem segura oferece uma ligeira resistência que permitirá a realização da manchete; 39 f) 2 x 2 – Frente a frente, a uma distância aproximada de 3m, um aluno lança a bola na direção do outro, que iniciando o movimento em posição de expectativa devolverá com uma manchete. 3.3. Exercícios Educativos e/ou Formativos Erros mais comuns: Flexionar os cotovelos antes e depois do contato com a bola; Não flexionar os joelhos; Tocar as mãos na bola; Flexionar o tronco e não o joelho; Não coordenar os movimentos de braços com os de pernas; Movimentar-se para a bola de forma precipitada; Retardar o movimento de encontro à bola; Pernas muito afastadas. Educativos a) O aluno deverá realizar as manchetes contra uma parede a uma distância aproximada de 50cm; b) O aluno deverá controlar a bola (passes sucessivos para cima). Ele deverá atacar a bola na altura dos joelhos; c) O mesmo exercício anterior sendo realizado dentro de um círculo de aproximadamente 2m de diâmetro, desenhado a giz no chão; d) O aluno em posição de manchete, bem próximo da rede, de frente para a mesma, deverá receber uma bola lançada bem baixa, devolvendo-a por baixo da rede; e) Partindo e voltando sempre do mesmo lugar, o aluno deverá se deslocar e realizar manchetes (alternadamente) em diferentes bolas sustentadas por vários companheiros em distâncias variadas. As bolas deverão estar sempre na altura dos joelhos dos executantes; f) Iniciando o movimento sentado em uma cadeira ou em um banco, os alunos rebaterão uma bola lançada a sua frente, realizando a manchete e terminando o movimento em pé; g) O aluno repetirá várias vezes o movimento da manchete em uma bola colocada sobre seus antebraços por um companheiro, que fará uma pequena pressão que permita a execução do movimento e também que ele sinta o trabalho dos músculos mais solicitados. 40 Formativo Executar o exercício “G”, segurando em posição de manchete a medicine- ball de 1 ou 2kg; Executar a manchete com o elástico preso em um dos pés. 3.4. Automatização Devem ser utilizados os mesmos exercícios indicados para o toque de bola por cima. 3.5. Aplicação Nesta fase do processo metodológico devem ser utilizados os mesmos exercícios indicados para o toque de bola por cima, orientando os alunos de que toda primeira bola (recepção) deve ser realizada em manchete, a segunda (levantamento) em toque, e a última (ataque) em toque ou manchete. Essa estratégia garante a eficiência do método progressivo-associativo. 41 4. Cortada 4.1. Apresentação É o fundamento que finaliza a maioria das ações ofensivas e visa enviar, por meio de um forte golpe dado durante um salto, a bola ao encontro do solo adversário. É uma habilidade motora de execução complexa, uma vez que toda a ação é condicionada pelas características da trajetória do levantamento (alto, baixo, rápido, lento, longo ou curto), próximo ou longe da rede. Requer muita coordenação viso-motora. A cortada normalmente é composta por 5 etapas: deslocamento, chamada, salto, fase aérea e queda. 1ª – Deslocamento Pode ser realizado em 1, 2, 3, ou mais passadas de corrida; Braços mantidos semiflexionados ao lado do corpo. Para iniciantes é recomendado o ensino de 3 passadas; Ensinando-se 3 passadas para a criança que é destra, o início dá-se com o pé esquerdo à frente, a segunda com o pé direito e a terceira com o pé esquerdo; Quantomaior a aceleração nesse deslocamento, mais possibilidades de uma boa impulsão. 42 2ª – Chamada (preparação para o salto) Após o deslocamento, ambos os pés tocam o solo, porém co esquerdo um pouco à frente do direito; O corpo se inclina um pouco para a frente; Os cotovelos estendidos são lançados para trás; Os joelhos são flexionados; 3ª – Salto Os pés tocam o chão, primeiro os calcanhares realizando um movimento rápido, e a última parte a perder o contato com o solo são as pontas dos pés; Este movimento é simultâneo de uma brusca extensão vertical dos joelhos e do lançamento vigoroso dos braços para cima e pela frente do corpo; 43 4ª – Fase aérea (batida na bola) Os braços são lançados para cima; O que vai golpear a bola faz um movimento passando sobre a linha do ombro, se posicionando, semiflexionado, na máxima amplitude escápulo- umeral. O outro encerrará sua trajetória um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente do corpo; Acontece uma hiperextensão do tronco; O ataque deverá ocorrer quando a bola estiver a uma distância de 30 a 50cm da rede; O golpe será um pouco acima e à frente da cabeça; O braço de ataque deve ir de encontro à bola, o mais alto possível; A batida na bola deve ser acompanhada de uma flexão de punho para imprimir uma rotação à bola, visando aumentar as chances dela cair dentro da quadra adversária; No momento em que o braço de ataque é lançado em direção à bola, o outro é tracionado em direção ao centro do tronco para se aplicar o princípio de “ação e reação”, o que aumentará a potência do ataque e também tornará o salto mais equilibrado; Neste instante deve acontecer uma flexão do tronco; 44 5ª – Queda No instante do contato com o solo, o executante deve amortecer a queda, de forma a se equilibrar para não encostar na rede, não invadir a quadra adversária e principalmente para evitar lesões traumáticas; É importante salientar que o salto deve ser o mais vertical possível, evitando o horizontal, para que se tenha um ajuste correto da posição do corpo em relação à bola; Recursos de Ataque Largada É recurso largamente utilizado em qualquer nível de competitividade. O atacante simula uma cortada e no momento final do movimento desta, toca levemente na bola com a ponta dos dedos; por cima, à direita ou à esquerda, do bloqueio, num ponto da quadra em que não haja adversário. 45 Meia Batida É uma graduação da potência com que o atacante golpeia a bola. Ele simula a cortada forte e, no momento do toque na mesma, diminui a velocidade do braço e bate com pouca força. De modo geral, o adversário que está esperando o ataque forte, tende a surpreender-se. Material Auxiliar Bola de voleibol e forca (*). Nota A forca é um meio auxiliar muito valioso para a aprendizagem da cortada. Com ela é possível realizar exercícios de maneira mais pormenorizada, sem que o atleta fique preocupado com a movimentação da bola. Ou seja, ele poderá praticar passadas, saltos e golpes tendo como alvo uma bola parada, o que facilita bastante a tarefa de um iniciante. Na figura a seguir, um desenho de uma forca. 46 O material para a construção da mesma pode ser de madeira, tubo galvanizado ou assemelhado. De baixo para cima, temos: Base de sustentação (1), que possui uma "luva" e na qual é afixada a haste vertical - o poste da forca. Haste vertical (2) de, aproximadamente 3 metros, que é encaixada na base de sustentação. Haste horizontal (3), conexão entre a haste vertical e o prendedor das bolas Prendedor da bola (4), confeccionado de material bem macio - para não machucar as mãos dos atletas - e que tenha flexibilidade para os lados, a fim de permitir que a bola fique bem afixada e com o golpe a mesma saia sem dificuldade; A forca pode ser utilizada em qualquer local e, sobretudo, nas proximidades da rede, como mostra a figura a seguir. Outro aspecto da maior importância é à distância com que a bola deve ser colocada em relação à rede; cerda de 0,5 m. 47 4.2. Seqüência pedagógica a) Os alunos realizam, sem a bola, o movimento dos braços da cortada, finalizando com uma flexão de punho; b) Em pé, com a perna esquerda ligeiramente à frente, os alunos realizam o trabalho dos braços para a cortada, mas partindo estendidos ao longo do corpo, sendo lançados para baixo e para trás (estendidos) antes de serem dirigidos à frente e para o alto no balanceio da armada; c) O mesmo exercício anterior, mais o lançamento dos braços à frente e para o alto que antecede a armada, acompanhado por uma flexão e extensão das pernas. O tronco sofre uma pequena inclinação à frente; d) O mesmo trabalho anterior, com um salto vertical no instante da extensão das pernas (movimento da cortada, sem o deslocamento); e) O mesmo trabalho anterior precedido de uma passada com a perna direita (deslocamento); f) Idem, realizando o mesmo movimento, tendo agora duas passadas a preceder a “chamada” para o salto; g) O professor sobe em uma cadeira, segura uma bola na altura necessária para que o aluno faça o movimento completo e ataque a bola (inicialmente fora da rede, depois próximo a ela); h) O professor lança bolas (levanta) para que os alunos possam cortar. Eles devem iniciar o deslocamento após o lançamento da bola. 4.3. Exercícios educativos 3/ou Formativos Erros mais comuns: 1. Não coordenar as passadas; 2. Fazer a chamada muito próxima à rede; 3. Não flexionar as pernas para realizar a chamada; 4. Não estender os braços para trás na execução da chamada; 5. Não elevar os braços pela frente do corpo na armada dos braços para cortar; 6. Atacar com o braço flexionado; 7. Não realizar o movimento de flexão e extensão de tronco na fase aérea do movimento; 8. Cair sobre a rede; 9. Ter dificuldades quanto ao tempo de bola, ou seja, não atacar no momento adequado para atingir o momento máximo de alcance; 10. Falta de precisão no contato com a bola; 48 11. Falta de potência no braço; Educativos: a) De mãos dadas com o professor, ou ao colega, realizar junto a ele o deslocamento correto; b) Deslocar-se colocando o pé adequado ao lado de cada medicine-ball posta no chão, realizando a chamada na direção do mais próximo a rede (mais ou menos 80cm), saltar e completar o movimento da cortada; c) Realizar o deslocamento, pisando dentro de triângulos marcados a giz pelo professor, até a chamada, saltar e completar o movimento; d) Realizar a chamada após o deslocamento, de modo que, no instante da elevação dos braços, as costas das mãos toquem o solo; e) O aluno se desloca segurando uma bolinha de tênis ou algo parecido na mão contrária a do ataque. No instante da chamada, essa bolinha é passada para a mão de ataque, num movimento rápido por trás das panturrilhas. O aluno sobe e realiza o movimento da cortada, lançando a bolinha por cima da rede; f) O professor lança (levanta) bolas perto da linha de ataque para os alunos cortarem sem saltar. Essa bola só passará sobre a rede se o braço estiver estendido; g) O professor lança a bola, os alunos se deslocam, fazem a chamada, saltam, armam, mas seguram a bola em seu ponto máximo de alcance, com ambas as mãos. Não cortam; h) Idem ao anterior, com o professor variando a altura e a trajetória do levantamento; i) Idem ao anterior, mas os alunos já executam uma “largada”; j) Idem ao anterior, mas executando a batida na bola; k) Exercitar o movimento da cortadacontra uma parede (paredão) 49 l) Os alunos lançam a bola para cima (autolevantamento), realizando o movimento de cortada e seguram a bola com ambas as mãos, no ponto máximo de seu alcance; m) Idem ao anterior, cortando; Formativos: a) Na posição ajoelhada, de frente para uma parede , a uma distância de 1,5m, o aluno deverá lançar contra ela a medicine-ball de 1 ou 2 kg, com a maior potência possível, acentuando o trabalho de extensão e flexão do tronco. Ele deve utilizar ambas as mãos; b) Idem, de pé; c) Realizar todo o movimento da cortada, segurando uma medicine-ball de 1 ou 2 kg e lança-la sobre a rede. 4.4. Automatização a) O professor segura a bola rente à rede com a mão direita, e o aluno, partindo de trás da linha de ataque, executa as passadas de forma que no instante da chamada a bola esteja entre ele e a rede. Nesse momento, o professor faz um pequeno lançamento (bola de tempo), a uma altura suficiente para o ataque ser realizado; b) Os alunos entregam a bola para o professor e vão para a coluna cortar as bolas levantadas por ele; 50 c) Os alunos servem (com toque), e abrem e vão cortar; c) O professor levanta séries de três ou quatro bolas consecutivas para cada aluno cortar seguidamente (entre uma bola e outra o aluno deverá “abrir” para cortar ); 4.4. Aplicação Realizar nas três fases (exercícios na forma de jogo, jogo adaptado e o jogo) os mesmos exercícios indicados para a aplicação dos fundamentos anteriores, nos quais os alunos realizam ataques, utilizando o toque e a manchete, que devem ser substituídos pela cortada. OBS: Para facilitar a aprendizagem, no início do processo, a altura da rede deve ser menor que o normal da idade ou categoria. 51 5. SAQUE 5.1. Saque por baixo 5.1.1. Apresentação O jogo de voleibol incia-se com um saque, dando-se um golpe na bola solta no ar, pelo jogador que ocupa a posição 1, o qual estará atrás da linha de fundo, em qualquer lugar dos 9m de comprimento que ela possui. 1ª Fase Preparatória Em pé, de frente para a quadra adversária; O tronco ligeiramente inclinado à frente; Pernas em afastamento antero-posterior, a perna contrária ao lado do braço que irá golpear a bola deverá estar na frente, num distanciamento lateral mais ou menos igual à largura dos ombros. O peso do corpo recaindo mais sobre a perna de trás; A bola deverá ser segura com a mão que não irá golpear a bola, com o braço quase que totalmente estendido; O braço que golpeará a bola estará estendido para trás. 52 2ª – Execução A bola é lançada para cima, à frente do corpo e será golpeada com o braço contrário daquele que a lançou, que realizará todo o movimento em direção à bola estando estendido. Peso do corpo é transferido para a perna da frente; A mão ao golpear a bola, tomará um posicionamento arredondado, com os dedos unidos e quase estendidos, possibilitando uma maior precisão; A contração da musculatura da mão tornará a área de impacto mais sólida facilitando o envio da bola a distâncias maiores. 3ª – Término do Movimento Com o golpe na bola e a transferência do peso do corpo para a perna da frente, há uma tendência há uma tendência natural da perna de trás ser lançada para frente, que será aproveitada para dar a primeira passada de retorno do sacador para a quadra, de uma forma equilibrada. 5.1.2. Seqüência pedagógica a) 2 x 2 – Um aluno deverá lançar a bola para o seu companheiro de forma que ela siga “rasteira”, num movimento semelhante ao de boliche. A bola deve ser lançada como o braço estendido, vindo de trás para frente, acompanhando um movimento de flexão e extensão das pernas. b) 2 x 2 – O mesmo exercício anterior deverá ser realizado, com o aluno tendo a preocupação de terminar o movimento com o braço estendido e a mão em forma de concha voltada para seu companheiro; c) idem ao anterior, com o aluno acentuando a flexão das pernas e lançando o braço para frente e para cima de maneira que a bola descreva uma parábola alta; 53 d) 1 x 1 – realizar o movimento do saque por baixo sem a bola; e) 2 x 2 - Um aluno segura a bola para o outro realizar o movimento e bater na bola (sacar); f) 2 x 2 – sacar sobre a rede de trás da linha de ataque e, conforme for adquirindo confiança, afastar até ultrapassar a linha de fundo. 5.1.3. Exercícios educativos e/ou formativos Erros mais comuns 1. Lançar a bola com imprecisão; 2. Flexionar o braço; 3. Não utilizar o trabalho de pernas para sacar; 4. Não lançar o braço para frente, em direção ao seu objetivo. Educativos a) Como se fosse sacar, o aluno lança a bola com a mão que não golpeia a bola em forma de concha e o braço bem estendido; b) Repetir a fase “e” da seqüência pedagógica. Quem segura a bola deve observar bem a distância dela em relação ao sacador, para forçar a extensão do braço; c) O aluno, bem próximo da rede, segura a bola embaixo da mesma e saca; d) O aluno próximo da rede (1m) saca fazendo a bola passar por cima da rede e cair na zona de ataque da quadra oposta; e) Sacar ao lado de uma parede, procurando movimentar o braço e, consequentemente, a bola, paralelos a mesma. Formativos a) Lançar bolas como boliche, utilizando uma medicine-ball de 1 ou 2kg; b) Lançar bolas para cima e para frente, utilizando uma medicine-ball de 1 ou 2kg por meio da realização de movimentos semelhantes ao do saque por baixo; 54 5.1.4. Automatização a) 2 x 2 – sacar um para o outro; b) Sacar em colunas frente a frente, sobre a rede, começando com distâncias curtas; Sacar na parede, procurando atingir um alvo ou altura pré-determinada; Sacar procurando acertar alvos colocados em diferentes pontos da quadra oposta. 5.1.5. Aplicação Exercícios em forma de jogo 1) Os alunos das colunas A sacam por baixo e os da B recebem de manchete. Os sacadores devem ir afastando à medida que se sentirem confiantes. 2) 55 * Após um determinado tempo, os alunos devem trocar de função até todos passarem por todas as funções. 3) Idem ao anterior, mas, quem passa, desloca-se e ataca de toque ou manchete. 5.2. Saque por cima 5.2.1. Apresentação O saque por cima também é conhecido como saque tipo tênis, em função da semelhança que seu movimento apresenta em relação ao smash do tênis. A sua aprendizagem facilita muito a introdução da cortada, pois os movimentos de braços e tronco são muito semelhantes. 56 1ª Fase Preparatória Em pé, atrás da linha de fundo, de frente para a região da quadra adversária para a qual o saque será dirigido, segurando a bola com ambas as mãos, os braços estendidos ao longo do corpo. As pernas estarão com afastamento antero-posterior, com a perna contrária ao lado do braço de ataque se posicionando à frente. Há um afastamento lateral num distanciamento semelhante à largura dos ombros. 2ª – Execução A bola é lançada com ambas as mãos, acima da cabeça; Com o lançamento da bola para o alto, os braços são movimentados para cima. O que vai golpear a bola faz um movimento passando por cima da linha do ombro, posicionando-se semiflexionado, na máxima amplitude escapulo-umeral O outro braço encerrará seu movimento para o alto, um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente. No momento em que a bola atingir o máximo da altura lançada, o tronco executará uma hiperextensão; Quando a bola descer a uma altura apropriada, ela será golpeada com o braço de ataque bem estendido, ao mesmotempo em que acontece uma rápida flexão do tronco; O peso do corpo, que estava apoiado na perna de trás, será transferido rapidamente para a da frente; A mão, em forma de concha, iniciará o contato com a bola na sua parte inferior e posterior, contornando-a passando por cima, enquanto acontece a flexão rápida do punho; 3ª – Término do Movimento Ao transferir o peso do corpo para a perna da frente, há uma tendência natural da perna de trás ser lançada para frente, que será aproveitada para dar a primeira passada de retorno do sacador para a quadra, de uma forma equilibrada. 5.3. Saque flutuante Possui esse nome porque a bola percorre sua trajetória sem rotação, “parada”, pois não há flexão do punho no instante do golpe. Isso faz com que ela “flutue” (tenha a sua trajetória de uma forma irregular), pois quanto mais densa for à camada de ar que ela encontrar, mais a sua projeção será freada e desviada pelo atrito e, quanto mais rarefeita ela for, mais rapidamente a bola progredirá. 57 1ª Fase Preparatória Em pé, atrás da linha de fundo, de frente para a região da quadra adversária para a qual o saque será dirigido, segurando a bola à frente do corpo com a mão contrária aquela que vai sacar; As pernas estarão com afastamento antero-posterior, com a perna contrária ao lado do braço de ataque se posicionando à frente. O braço que vai lançar a bola deve estar com o cotovelo quase estendido à frente do corpo, voltado para frente. Já o braço de ataque deve estar semiflexionado, com a palma da mão voltada para frente na altura do ombro; 2ª – Execução A bola é lançada para cima e um pouco à frente da linha do tronco, a uma altura igual ao alcance do braço de ataque do executante. Ao lançar a bola, o braço de ataque é movimentado para trás, por cima do ombro, até a amplitude máxima, e chegará semiflexionado e com a palma da mão voltada para a bola. Já o braço que lança a bola, sobe até a linha do ombro, estendido. Quando a bola atinge o ponto máximo de lançamento (está parada), ela deve ser golpeada pelo braço de ataque, cuja mão estará firme e com hiperextensão do punho. O braço que lançou a bola, e que dá equilíbrio ao movimento, é lançado simultaneamente ao ataque da bola, em direção ao peito. O trabalho do tronco é quase imperceptível. 3ª – Término do Movimento O braço de ataque é lançado em direção à rede, em extensão máxima, terminando seu movimento quase paralelo ao solo. O peso do corpo é transferido para a perna da frente. 5.2.2. Seqüência pedagógica a) 1x1 – Sem a bola, em pé, com a perna esquerda (para os destros) ligeiramente à frente, com os braços estendidos à frente do corpo. Com a mão esquerda voltada para cima e a direita para baixo, sobrepostas, o aluno irá simular o lançamento da bola para cima (com a mão esquerda) e a “armada” do ataque à bola (com a direita); b) 1x1 – O mesmo anterior, ainda sem a bola, acrescentado de um ataque à bola, com o braço direito e a flexão do esquerdo junto ao peito; 58 c) 1x1 – Idem a etapa “a”, lançando a bola várias vezes à altura desejada; d) 1x1 – Idem a etapa ”b”, com bola, mas no instante do ataque à bola, o aluno irá segura-la com ambas as mãos e os braços estendidos. No instante do impacto na bola, o peso do corpo será transferido para a perna da frente; e) 1x1 – Em frente à parede, bem próximo (distância correspondente a um braço mais a bola), realizar o exercício anterior prensando a bola contra a mesma; f) 1x1 - Em frente à parede, a uma distância aproximada de 4m, o aluno deverá sacar contra ela; g) duas colunas – Frente a frente, tendo a rede entre elas, os alunos “executarão” saques um para o outro. 5.2.3. Exercícios Educativos e/ou Formativos Erros mais comuns: Lançar a bola de forma imprecisa (muito atrás, muito à frente ou para os lados); Bater na bola com o braço flexionado; Realizar a rotação do tronco lançando a bola muito para a esquerda (destros); Na armada do braço de ataque, não posicionar o cotovelo atrás da linha do ombro e não posicionar a palma da mão para frente, em direção à bola e à rede; Não ter potência muscular que faça com que a bola passe sobre a rede. Educativos a) Lançar a bola e deixa-la cair sobre uma marca feita no solo; b) Lançar a bola para frente (e de lado) para uma parede, de modo que ela suba paralela à mesma e na altura correta; c) Sacar bem próximo à rede (mais baixa) de forma que a bola só passe sobre ela se o aluno estender o braço; d) Executar o movimento bem próximo e de frente para a parede, de forma de que não se movam os pés do lugar. E que a bola seja prensada no momento da batida, mantendo-se o quadril e os ombros paralelos à parede; e) 2 x 2 - Sacar em direção ao companheiro, travando o pé de trás no solo, de modo a impedir que ele venha de frente, e causando a rotação do tronco; 59 f) 2 x 2 – Um aluno sentado, com as pernas cruzadas, segurando com o braço de ataque a ponta de um bastão (ou cabo de vassoura) realiza o movimento dos braços no saque tipo tênis. Por trás, em pé, o seu companheiro, utilizando ambas as mãos para segurar a outra extremidade do bastão, auxiliará o primeiro aluno na execução do gesto técnico ”conduzindo adequadamente” tanto a armada do saque quanto o ataque à bola; g) 2 x 2 – Idem ao anterior, com o aluno a ser corrigido estando em pé; h) 2 x 2 – Um aluno, sentado em banco ou cadeira, executa o movimento de braços do saque tipo tênis. Formativos a) Lançar a medicine-ball de 1 ou 2kg, a distâncias máximas realizando movimentos semelhantes ao do saque tipo tênis; b) Realizar o movimento semelhante ao do saque tipo tênis, tracionando uma corda elástica. 5.2.4. Automatização a) Três colunas sacando de dentro da zona de defesa; os alunos tentam acertar os alvos de nº 1. Quando esta tarefa for assimilada, eles sacam do mesmo lugar, visando os alvos de nC2 e depois os de nº3. essa estratégia de distanciar os alvos da rede, e não os sacadores, é para garantir, com maior freqüência, a passagem da bola por cima da rede, que é em última análise o que todos mais desejam. b) Todos os exercícios indicados nessa fase do processo do saque metodológico do saque por baixo, utilizando-se agora o tipo tênis. 5.2.5. Aplicação Os alunos poderão repetir todos os exercícios indicados nessa fase do processo metodológico do saque por baixo, substituindo-o pelo tipo tênis. 60 6. Bloqueio 6.1. Apresentação É um fundamento que visa interceptar junto à rede,a bola cortada pelo adversário. Essa habilidade de caráter defensivo pode se tornar ofensiva quando consegue enviar a bola contra o solo do atacante. São finalidades do bloqueio: - deter ou amortecer a bola vinda do adversário; - reduzir as áreas de ataque; - dificultar a ação do atacante; 1) Fase Preparatória (posição de expectativa): Em pé, junto à rede; Joelhos semiflexionados; Pés paralelos em afastamento lateral a uma distância semelhante a largura dos ombros; Os braços deverão estar semiflexionados; As mãos deverão estar ao lado dos ombros e as palmas voltadas para a rede; 61 O bloqueador deverá estar olhando para a bola e para o atacante. 2) Execução: No momento adequado, o bloqueador salta; Deverá estender as pernas, juntamente com a extensão dos braços direcionando à bola. Nos bloqueios ofensivos, as mãos invadem o espaço aéreo adversário e se posicionam abertas, estendidas, firmes, uma ao lado da outra, formando um obstáculo à passagem da bola. O bloqueador espera o impacto da bola, pois não poderá tocá-laantes do atacante. Nos bloqueios defensivos, as mãos não invadem o campo adversário, e são colocadas junto à rede, na frente da bola. Nesse tipo de bloqueio, a preocupação é amortecer a bola para que os demais membros da equipe possam recuperá-la. 3) A queda: Realizado o bloqueio, acontece a queda, que deve ser feita com equilíbrio de forma amortecida e girando para o lado em que a bola se dirigiu quando ela não foi totalmente retida. BLOQUEIO OFENSIVO: Realizados por jogadores de alto alcance das mãos sobre a rede; 62 Resultado tático: proteção de uma área da quadra denominada sombra do bloqueio, que é utilizada pelos outros defensores como referência para posicionamento de defesa, pois sabem que nela, bolas cortadas dificilmente cairão, casso o bloqueio seja bem feito. TEMPO DE BLOQUEIO: É muito importante o fator coordenar o tempo de subida do bloqueador em relação ao cortador, para que a ação do primeiro não seja prejudicada, levando-o a saltar antes ou depois do momento correto. O bloqueador deve antecipar ou retardar a subida em função de: Levantamentos mais rápidos; Levantamentos mais lentos; Levantamentos de bolas longe da rede; Levantamentos de bolas mais próximas a rede. BLOQUEIO E DESLOCAMENTOS: São utilizados para que os bloqueadores se posicionem melhor em relação à bola e aos atacantes adversários; Também são usados para a composição dos bloqueios duplos e triplos (coletivos); BLOQUEIO SIMPLES: o jogador se preocupa em tocar a bola; BLOQUEIO DUPLO: na maioria das vezes, um jogador marca a bola cortada para frente (paralela) e o outro protege a bola que é atacada em diagonal; BLOQUEIO TRIPLO: hoje em dia utilizado mais em alto nível competitivo, com o objetivo de interceptar o ataque adversário oriundo de uma recepção ou defesa mal feita. 63 6.2. Seqüência Pedagógica a) De frente para uma parede, bem próximo, o aluno deverá flexionar os braços, posicionando as mãos junto aos ombros, os pés deverão estar num afastamento lateral na largura aproximada dos ombros, o aluno deverá estender pernas e braços fazendo com que a palma das mãos toquem por inteiro a parede; b) O mesmo anterior só que ao voltar a posição inicial o aluno deverá novamente executar a movimentação de extensão de pernas e braços e as mãos deverão tocar a parede; c) Idem ao “a” só que utilizando um salto; d) Idem ao “c” só que bloqueando bolas desenhadas na parede; e) Idem ao “b” só que utilizando saltos; f) Idem ao “b” só que bloqueando bolas desenhadas na parede. g) Utilizando a rede de vôlei, o professor ou os alunos sobem na cadeira (ou banco) e seguram bolas para os colegas bloquearem. h) Colunas frente a frente, os alunos, um de cada lado da rede, saltam simultaneamente e tocam as palmas das mãos sobre a borda da rede. 64 i) Distante da rede, (mais ou menos 2,5m) o professor (sem saltar) corta bolas para os alunos bloquearem. 6.3. Exercícios Educativos e/ou Formativos Erros mais comuns: Tocar no bordo superior da rede, saltando e projetando o corpo para frente; Bater na bola, lançando os braços primeiro para trás e depois para frente; Posicionamento inadequado de mãos (afastadas ou unidas demais); Ter dificuldade quanto ao “tempo de bola”, saltando antes ou depois da passagem da bola sobre a rede, em função da altura do levantamento dos adversários; Ter dificuldade quanto ao “tempo de bola”, saltando antes ou depois da passagem da bola sobre a rede, em função da distância da rede em que a bola foi cortada; Educativos a) Marcar o chão para que o impulso e a queda sejam realizados no mesmo lugar; b) O professor sobe num banco e põe suas mãos sobre a rede, em seu próprio lado, com se fosse um bloqueio defensivo. Os alunos em coluna realizam o bloqueio, encaixando suas mãos sobre as do professor; c) O aluno realiza dois bloqueios consecutivos em duas bolas, sustentadas por dois companheiros que estão sobre um banco; 65 d) Em cima de um banco, o professor vai cortar duas bolas para cada aluno bloquear. Uma, ele lança baixa e a outra, ele solta alta para que o aluno sinta a variação do tempo de subida. e) Idem ao anterior, só que com ataque adversário; Formativo Os alunos devem saltar realizando o movimento do bloqueio, segurando junto ao peito uma medicine-ball de 1 ou 2 kg, invadir e coloca-la do outro lado, fazendo que ela caia junto à rede. Para os alunos com mais dificuldade, recomenda-se abaixar um pouco a rede; Os exercícios que venham fortalecer os músculos das mãos, da cintura escapular, do abdômen e o do dorso, são considerados formativos ao movimento do bloqueio. 6.4. Automatização a) O aluno A lança uma bola com trajetória reta sobre a rede para que o aluno B bloqueie e complete o movimento de flexão dos punhos, direcionando a bola contra o solo da quadra de A, bem próximo da rede; b) Idem ao exercício anterior, porém com ataque sem saltar; c) O professor sobe num plinto ou banco e realiza ataques para paralela (reto) e para as diagonais (lados). d) As bolas são sustentadas por alunos posicionados sobre bancos. Os alunos “bloqueiam” a primeira bola, caem e se deslocam para bloquear a segunda. Os deslocamentos devem obedecer à mesma técnica recomendada na movimentação citada anteriormente. 66 e) Idem ao exercício anterior, mas com a segunda bola sendo cortada. f) Idem ao anterior mas com bloqueio duplo na segunda bola, ou seja, o aluno que efetuou os dois bloqueios, após o segundo fica parado em frente a segunda bola, esperando o colega que começará bloqueando a primeira bola e depois se deslocará para a segunda bola efetuando o bloqueio duplo. 6.5. Aplicação Exercícios em forma de jogo a) 67 b) Idem ao exercício anterior, porém com bloqueio duplo. 68 Posicionamento obrigatório dos jogadores no que diz respeito as suas posições, ANTES do saque: a favor ou contra. POSIÇÃO 1 Estar atrás da POS. 2 e a direita da POS. 6 POSIÇÃO 2 Estar à frente da POS. 1 e a direita da POS. 3 POSIÇÃO 3 Estar entre as POS. 4 e 2 e à frente da POS. 6 POSIÇÃO 4 Estar à frente da POS. 5 e a esquerda da POS. 3 POSIÇÃO 5 Estar atrás da POS. 4 e a esquerda da POS. 6 POSIÇÃO 6 Estar entre as POS. 5 e 1 e atrás da POS. 3 69 Posições de correspondência ou diagonais 70 SISTEMAS DE ATAQUE São as formas como são distribuídas as funções dos jogadores na quadra: número de atacantes e levantadores. Devemos partir do mais simples e, a medida que os alunos forem evoluindo tecnicamente, então deveremos promover a evolução tática, com o objetivo de aumentar o poderio ofensivo da equipe. Os sistemas de ataque são expressos por intermédio de números: 6 x 0, 4 x 2 (pelo meio), 4 x 2 (pela ponta), 5 x 1. Sendo que sempre o primeiro algarismo identifica o número de jogadores que são atacantes, e o segundo identifica o número de levantadores. SISTEMA 6 x 0 É um sistema de ataque simples, onde todos os alunos levantam, atacam e vivenciam experiências em todas as posições da quadra. Características: O mais utilizado em se tratando de voleibol recreativo e para iniciantes; Não existe jogador especialista em determinada função; Quando os jogadores passam pela posição 3, tem a função de efetuar o levantamento, estando nas demais os jogadores tem a função de cortadores;71 SISTEMA 4 x 2 (pelo meio) É um sistema de ataque que possui um poder ofensivo considerável, onde já existe uma distribuição organizada dentro da quadra, considerando as características individuais dos jogadores. Características: É utilizado em equipes iniciantes; Sempre a equipe terá um levantador na rede (zona de ataque) e um atrás (zona de defesa); O levantador sempre deverá efetuar o levantamento da posição 3; A equipe sempre terá dois atacantes na rede (zona de ataque) e dois atrás (zona de defesa); Começam as trocas simples de posições; É um sistema constituído de 3 (três) diagonais: de levantadores, cortadores principais e de cortadores secundários Método de Ensino do Sistema 1) Primeiramente deve-se ensinar as trocas de rede com os levantadores deslocando-se para o meio, da posição 2 e após da posição 4, utilizando 72 levantamentos para frente (entrada - pos. 4) e para trás, de costas (saída - pos. 2); 3) Fazer com que o(s) levantador(es) execute levantamentos com passes vindo de todas as outras posições da quadra; 4) Sempre deve-se cuidar o correto posicionamento dos alunos na quadra para evitar erro de posicionamento (fora de zona). Formação inicial por funções 73 Vantagens da utilização do Sistema 4 x 2 Simples Utilizado por equipes que já passaram da fase de iniciação; A facilidade de execução do passe (recepção). Será sempre direcionada para o meio (pos. 3); Os ataques serão realizados pelas pontas, favorecendo ao jogador iniciante que na maioria das vezes ataca somente na diagonal; Desvantagens da utilização do Sistema 4 x 2 Simples Na maioria das vezes, o bloqueio é realizado pelo levantador, por ele estar no meio da rede (bloqueio mais baixo); Não existe ataque pelo meio da rede; Utiliza sempre o tipo básico de levantamento, ou seja, bolas altas e médias para as pontas; 74 SISTEMA 4 X 2 PELA PONTA É composto por 4 cortadores e 2 levantadores que executam o levantamento pela ponta (saída), caracteriza-se também por ser um sistema mais ofensivo que o 4 x 2 pelo meio. Características do Sistema Necessita por parte dos alunos uma maior exigência das habilidades físicas, motoras e técnicas; As trocas são mais complexas; Os levantadores executam o levantamento da posição 2 na maioria das vezes; Possui jogadores de características diferentes na rede; Os atacantes são especializados: rápidos (meio) e de força (entrada); Ocorre mais variações nos levantamentos: bolas baixas, médias e altas; Muito usado no voleibol escolar e em Clubes; Necessita de um domínio maior dos fundamentos técnicos, principalmente o passe (recepção); Em que momento devemos adotar este sistema? Quando nosso grupo de alunos possuírem estes pré-requisitos: Ter uma boa experiência de jogo no sistema 4 x 2 pelo meio; Possuir alunos especialistas para as novas exigências; Dominar os aspectos relacionados as trocas; Ter a segurança na direção do passe. Características Individuais dos jogadores Atacantes de Meio (rápidos) Mais altos Boa noção de bloqueio Boa “leitura” de jogo Velocidade de deslocamento para ambos os lados Atacantes de Ponta (força) Bons passadores Bom poder de salto (para atacar bolas altas de segurança) Boa habilidade de braço e punho Levantador Bom toque de bola Visão periférica aguçada Raciocínio tático rápido Capacidade de liderança 75 Velocidade de deslocamento e agilidade Bom conhecimento de regras Todas as trocas e deslocamentos realizados neste sistema são com o objetivo de colocar os alunos (atacantes de rede) nas posições onde eles rendem mais, ou melhor, onde eles são especialistas: Atacante de força na entrada de rede,; atacante rápido no meio e Levantador na saída. Como ensinar as trocas!!!!! Como os jogadores na 2ª rotação estão “fora” de suas posições, será necessário realizarem uma troca de posições. Sempre ocorrendo em 2 (duas) situações distintas: quando o saque for nosso e quando o saque for do adversário Saque nosso No momento em que o L1 se prepara para dar o saque, os alunos da rede se aproximarão um do outro, respeitando a posição correta de rodízio de cada um, e após o golpe na bola se deslocarão para as suas posições de ataque. Objetivando uma melhor assimilação destas trocas que ocorrem durante o jogo, devemos estabelecer uma maneira (palavras-chaves) entre os 3 jogadores da rede que se encontram fora das suas posições de ataque. O professor deverá enfatizar esta automatização, fazendo com que os jogadores decorem a seguinte sentença: “Saque nosso! JUNTA NO MEIO”. No momento da execução do saque, deve executar a troca o mais rápido possível, possibilitando que cada um esteja na sua posição de ataque. 76 Saque do adversário Na situação de saque do adversário, devemos utilizar a troca dos jogadores em dois tempos. Será usada a seguinte sentença “1ª no Meio” (passe será direcionado para o meio, posição 3). - No 1º tempo o L2 fará uma troca simples com o P1 (igual troca realizada no 4 x 2 pelo meio), deslocando-se para o meio da quadra (posição 3) onde executará o levantamento para uma das pontas. - O 2º tempo ocorre após o ataque de um dos jogadores, onde L2 e M1 se deslocarão para as posições 3 e 2 respectivamente. No voleibol moderno, tanto na situação quando o saque for nosso ou do adversário, dependendo do nível técnico e tático de nossos alunos, já temos condições de juntamente com as trocas da rede (zona de ataque), ensinar as trocas do fundo (zona de defesa), ou seja, o jogador de ponta (entrada) se posicionar para defender na ponta, o de meio no meio e o levantador na saída. 77 Quando o saque for nosso, deve acontecer tão logo ocorra o golpe na bola, e quando o saque for do adversário, deve acontecer após o ataque (tempo 1), ou seja o envio da bola para a quadra do adversário. Como podemos ensinar este Sistema? Usando o Método Situacional, devemos decompor em partes para melhor assimilação por parte dos alunos. Levantamentos Trabalhar inicialmente com os levantadores, fazendo com que os mesmos automatizem seus deslocamentos sem a bola e depois com a bola realizando levantamentos da posição 2. Tanto para o meio (posição 3), como para a ponta (posição 4); Os levantadores deverão executar os deslocamentos de jogo para após então efetuar os levantamentos para o meio e para a entrada; O mesmo anterior com a participação dos atacantes; Trocas Quando o “saque é nosso (junta no meio)” Aproximar os 3 jogadores da zona de ataque numa posição central da zona de ataque, guardando cada um a sua posição de quadra, o Levantador deverá ficar junto da rede, o atacante de meio (rápido) numa posição intermediária e o atacante de ponta (entrada=força) junto da linha da zona de ataque. Formando um triângulo entre os três. Ao comando de ”troca” cada um deverá deslocar-se para sua posição de ataque. Desta maneira não haverá nenhum “esbarrão” entre os três na hora do deslocamento. A mesma ação de troca deverá ocorrer na zona de ataque, porém o risco de haver “esbarrões” é bem menor devido a área ser maior e um dos jogadores estar na posição de saque. Utilizar “coletes ou camisetas” de três cores para que o aluno assimile as funções de ataque. Quando o “saque é do adversário (troca em dois tempos)” Fazer com que os alunos realizemos movimentos sem a bola (automatização); Primeiro treinar o levantador e após utilizar juntamente com os atacantes (sem a bola) O mesmo anterior só que utilizando a bola, mas apenas pegando, segurando e lançando a bola ( mais lento); O mesmo anterior, só utilizando toque de bola; O mesmo anterior, só que com o primeiro passe utilizando a manchete; 78 Devemos passar etapa por etapa até chegarmos a situação de jogo com bola dirigida. SISTEMA 4 X 2 PELA PONTA com INFILTRAÇÃO A diferença em relação ao sistema anterior é a possibilidade de possuir 6 atacantes na quadra, sendo que dois deles serão levantadores quando estiverem no fundo de quadra (zona de defesa). O uso da infiltração neste sistema torna-o mais ofensivo, fazendo com que sempre tenhamos a presença de três atacantes na rede Características do Sistema Ótimo sistema ofensivo; Utilização de infiltração por parte de um dos levantadores; Maior facilidade de equilíbrio no ataque; Presença de fintas coletivas; Presença de jogadores universais; Os levantadores devem dominar o fundamento cortada; Serve de transição entre o sistema 4 x 2 e o 5 x 1; Quando adotamos o sistema com infiltração, o objetivo é ter sempre um maior número de atacantes na rede. O QUE É INFILTRAÇÃO ? É o deslocamento do levantador que está na zona de defesa para a rede (zona de ataque), após a bola ter sido golpeada na execução do saque do adversário. O levantador deve posicionar-se próximo a rede, geralmente entre as posições 2 e 3, de onde realizará o levantamento e após retornará ao fundo da quadra, preferencialmente para a posição 1, para a continuação do rally. O QUE SIGNIFICA JOGADOR UNIVERSAL ? Poderíamos simplesmente dizer que é o jogador “completo”, nos sistemas que utilizam infiltração, é aquele jogador que tanto como levantador como atacante necessita ser excelente desempenho. É aquele que fornece o equilíbrio necessário em todas as funções ofensivas e defensivas, pelo motivo de dominarem muito bem todos os fundamentos. Vantagens da utilização deste Sistema Aumento do potencial de ataque da equipe; Surgimento de atletas universais; 79 Desvantagens da utilização deste sistema Dificuldade em achar um levantador que tenha um ótimo desempenho como atacante, quem dirá acharmos 2 !!! Trocas Nesta formação acima não há necessidade de trocas na rede porque cada jogador se encontra em sua posição de ataque. A troca necessária (quadra 2 acima) seria a de U2, que deverá ocupar a posição 1 para facilitar a sua infiltração, e, P2 após o saque deverá ocupar a posição de U2. 80 Infiltração Quando U2 estiver na posição 1 deverá realizar a infiltração na rede entre as posições 2 e 3, levantar e voltar para a zona de defesa, conforme na quadra 3 acima. Saque do Adversário Na rotação abaixo teremos a infiltração como U2 (universal) estando na posição 5. Deslocará até a posição de levantamento (entre as posições 2-3) (situação1), fará o levantamento para um dos atacantes e deslocar-se-á para a posição1 (situação 2). 2ª ROTAÇÃO Nesta rotação a situação é a seguinte: - O ponta 1 está no meio da rede e deverá ir para a entrada; - O meio 1 está na saída e deverá ir para o meio; - O U2 está na entrada e deverá ir para a saída. Como todos estão “fora” de suas posições, ambos terão que realizar uma troca complexa (3 jogadores) na rede. 81 Palavras –chaves Nesta situação o U1 terá que infiltrar pela posição 2. 3ª ROTAÇÃO - O meio 2 está na entrada e deve ir para o meio da rede; - O U2 está no meio e deve ir para a saída; - O ponta 1 está na saída e deve ir para a entrada; 82 Palavras –chaves Nas 4ª, 5ª e 6ª rotações, os mecanismos das trocas serão os mesmos das rotações já exemplificadas, devendo apenas serem realizadas com os outros jogadores em função do rodízio. Como podemos ensinar este Sistema? Trocas Como as trocas de rede são as mesmas do sistema anterior 4 x 2 pela ponta consequentemente o processo de ensino será o mesmo. 83 Infiltração O ensino da infiltração deverá ser feito diretamente com o levantador. - Primeiramente explica-se e demonstra-se os deslocamentos que o mesmo deverá realizar; - Realizar os deslocamentos executando levantamentos, com bolas alçadas pelo professor; - Igual ao anterior porém com um atacante; - Igual ao anterior porém com dois atacantes e assim sucessivamente até chegarmos a situação de jogo com a bola dirigida pelo professor. SISTEMA 5 X 1 Foi introduzido no Brasil no final dos anos 60, é o sistema mais usado no voleibol atual de alto rendimento. É composto por 5 atacantes e 1 levantador. Características do Sistema Altamente ofensivo; É altamente dinâmico, de muita movimentação por parte dos jogadores; É muito rico em táticas coletivas; Utiliza-se infiltração nas 3 posições de fundo de quadra; Todo jogo gira em torno de um único levantador; Há o aparecimento do “oposto”, atacante de saída da rede; A inclusão do líbero proporcionou maiores possibilidades de defesa consequentemente maior volume de jogo; Funções dos jogadores Levantador É o único a se relacionar-se com todos os outros jogadores construindo o sistema ofensivo; Responsável pela sincronia do ataque; Quando estiver na rede, o sistema funciona como 4 x 2 pela ponta; Jogador Oposto Atacar muito bem; É responsável pelos levantamentos quando o levantador defende a 1ª bola; Ser um ótimo atacante da bola de fundo (3 metros); Estar preparado para as bolas decisivas; 84 Estar sempre em diagonal ao levantador na formação inicial; O QUE É UM CONTRA-ATAQUE NO VOLEIBOL? É um ataque partindo de uma defesa de campo, também conhecido como “fase de transição da defesa para o ataque”. Dele originam-se vários pontos. 2ª ROTAÇÃO Nesta rotação os jogadores da rede estão fora das suas posições de ataque, será necessário efetuar uma troca entre eles após a execução do saque por parte do levantador. 85 Nesta situação temos uma infiltração ocorrendo pela posição 1, com os ataques sendo realizados pelos jogadores nas 3 posições e após atacarem realizarão a troca de posições. 3ª ROTAÇÃO Os jogadores de rede estão fora de suas posições de ataque, sendo necessário mais uma vez a realização de uma troca entre eles, naturalmente após a execução do saque pelo M1. 86 4ª ROTAÇÃO Os jogadores da rede, estão nos seus lugares, a única troca necessária será somente a do levantador que está na posição 5 e deve passar para a posição 1 com a finalidade de realizar as infiltrações necessárias para os levantamentos Nas 5ª e 6ª rotações as trocas são semelhantes às do 4 x 2 pela ponta, somente entre os jogadores de rede que deverão buscar as suas posições de ataque. 87 SISTEMAS DE RECEPÇÃO DE SAQUE É ação tática coletiva defensiva adotado por uma equipe com o objetivo de definir áreas de responsabilidade para os jogadores no momento da realização do saque adversário, buscando neutraliza-lo e facilitar o ataque. Na visão de Bizzocchi (2000), seria necessário responder a três perguntas fundamentais para a elaboração de uma estratégiapara receber o saque: Área de Posicionamento dos passadores Na figura proposta por Bizzocchi (2004), notamos que a área ocupada pelos passadores na quadra, concentra-se na posição central da zona de defesa Tipos A recepção de saque pode ser efetuada por qualquer jogador, porém alguns são mais habilidosos que outros. O voleibol evoluiu e com esta evolução o número de passadores diminuiu. Hoje, quanto mais alto o nível da equipe, menor o número de passadores. Entretanto, se tratando de equipes iniciantes, quanto maior o número de passadores melhor. De acordo com o número de jogadores que participam da armação da recepção poderão ser denominadas de: Com 5 jogadores; Com 4 passadores; Com 3 e 2 jogadores; Vale a pena ressaltar que abordaremos somente as mais utilizadas em voleibol escolar e recreativo, ou seja com 5 e com 4 jogadores. 88 RECEPÇÃO COM 5 JOGADORES É o sistema mais utilizado para iniciantes; Cobre uma grande zona da quadra de jogo; Mais conhecido como recepção em “W”; Em qualquer sistema de ataque utilizado, pode ser usado; Os 5 jogadores são dispostos em 2 linhas, sendo que a mais próxima da rede é composta por 3 jogadores e a mais distante por 2 jogadores; Metodologia de Ensino Deve-se procurar na iniciação utilizar o maior número de jogadores; O treinamento dos jogadores passadores deve ser realizado por área de cobertura estimulando a relação entre eles, isolando-se várias áreas comuns à recepção (Bizzocchi, 2004). 89 RECEPÇÃO COM 4 JOGADORES Mais conhecida como formação em “U”, pela disposição dos jogadores em quadra; Usada por equipes de nível médio Vantagens da recepção com 4 jogadores Serve para eliminar um jogador com deficiência técnica na recepção de saque; Serve para isolar um atacante com a finalidade de preparar o ataque; Serve para aumentar o espaço dos jogadores de recepção; 90 SISTEMA DE DEFESA É a maneira como uma equipe se organiza, se dispõe, em quadra para neutralizar as ações ofensivas do adversário. As táticas defensivas assumiram uma grande importância no voleibol moderno, pois para que haja um contra-ataque é necessário que se realize uma defesa, e, assim sendo, qualquer equipe que deseje obter sucesso, deverá adotar um sistema defensivo eficiente e bem treinado (Ribeiro, 2004). Na defesa, os jogadores se deslocam sobre as várias regiões da quadra a partir de suas posições com o objetivo de montar estratégias para neutralizar os ataques adversários. Desta forma, a formação defensiva de nossa equipe será iniciada pela formação de nosso bloqueio e a partir dele os outros jogadores de fundo se posicionarão fechando todas as possibilidades de sucesso do ataque adversário. Preparação do jogador de defesa Enquanto a bola estiver na quadra adversária a principal tarefa do ogador de defesa será de: perceber a real situação de jogo do adversário. SISTEMAS DEFENSIVOS Existem várias formações defensivas, mas todas se fundamentam em posicionamentos individuais, que buscam ocupar regiões da quadra que podem ser atacadas pelo adversário. Dentro de cada formação, cada membro da equipe, será responsável por determinada área. Características: A defesa deve ser equilibrada em função das habilidades individuais de seus jogadores; Utilizar os jogadores em função do seu potencial através das trocas; As formações defensivas estão intimamente ligadas ao bloqueio, da proteção que ele projetará na quadra (sombra do bloqueio), e, a performance e qualidade do jogador da posição 6. Para que esta ação seja executada com êxito, deverá existir um perfeito entrosamento entre os bloqueadores e os defensores em quadra. 91 A estratégia de defesa a ser escolhida pela equipe dependerá pelo: Tipo de bloqueio utilizado; Número de bloqueadores; Características dos atacantes adversários; SOMBRA DO BLOQUEIO É chamada de “sombra do bloqueio” a região que o bloqueio consegue cobrir pela posição das mãos dos bloqueadores, impedindo o jogador adversário alcançá-la com um ataque forte. Os jogadores de defesa devem estar informados e treinados para saírem da “sombra do bloqueio” procurando sempre se antecipar á trajetória da bola, de acordo com a observação direta na técnica individual do atacante e no levantamento que está sendo executado na quadra adversária. Sistema de Defesa com Centro Recuado (3:2:1) Este sistema defensivo é o mais utilizado atualmente, tem a vantagem de contar com dois defensores adiantados junto às laterais da quadra, responsáveis pelas bolas rápidas (largadas e ataque de primeira) e um jogador mais recuado (posição 6) que pode posicionar-se de acordo com o bloqueio. 92 93 94 A participação do líbero O Líbero é um jogador especial. Em virtude da regra que normaliza sua participação no jogo, deve ser especialista na recepção do saque, na defesa e no levantamento, pois no decorrer do jogo ele é solicitado, inúmeras vezes, para a execução do levantamento; na zona de defesa, por meio do toque e na zona de ataque, por meio da manchete. Para isso, deve dominar a técnica individual requerida para o desempenho dessas funções, ou seja: Toque, de todos os tipos e todas as maneiras de execução. Manchete, de todos os tipos e todas as maneiras de execução. Todos os recursos da técnica da defesa, isto é: Defesa com uma das mãos Rolamento Mergulho No voleibol internacional, atualmente, praticamente todas as equipes utilizam-se do Líbero. O seu surgimento desencadeou uma série de adequações técnicas e táticas nas equipes. Vantagens para a equipe com a participação do Líbero: Dispor de um jogador eficaz na recepção do saque que, conseqüentemente, facilita a execução das demais funções do sistema ofensivo: levantamento e ataque. Dispor de um jogador com qualidades específicas na defesa Execução exímia dos fundamentos - toque, manchete e recursos técnicos da defesa. 95 Capacidade para amortecimento dos ataques mais violentos e, por isso, poder ser colocado em pontos estratégicos, de acordo com as táticas defensivas. Desembaraço nos deslocamentos, para seu próprio posicionamento defensivo e para a cobertura dos companheiros de defesa. Dispor de jogador com capacidade para liderar a equipe, uma vez que, por estar na quadra o tempo todo, tem absoluta familiaridade com a estratégia defensiva, conhecimento das virtudes e deficiência dos companheiros e recomendações do treinador, da sua própria equipe; Desvantagens para a equipe com a participação do Líbero: Contar com menos um jogador, para os ataques do fundo Atrofiar, sob o ponto de vista técnico, o desenvolvimento técnico - na recepção e na defesa - dos jogadores que são freqüentemente substituídos para a entrada do Líbero;