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PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL NO CPC

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Introdução:
Chama-se devido processo legal o princípio que garante a todos o direito a um processo com todas as etapas previstas em lei, dotado de todas as garantias constitucionais. Caso não haja respeito por esse princípio, o processo se torna nulo. Considerado o mais importante dos princípios constitucionais, é deste que derivam todos os demais. Tal princípio encontra-se na Carta Política Brasileira de 1988, Art. 5º, LIV: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
Resenha:
Dentro da ordem jurídica brasileira, o princípio do devido processo legal relaciona-se não apenas com o princípio da legalidade, mas também com a legitimidade, pois seu respeito garante um processo devidamente estruturado, mediante o qual se faz presente a legitimidade da jurisdição, entendida jurisdição como poder, função e atividade.
Abordagem precisa sobre o tema:
O devido processo legal tem caráter principiológico e por conta disso, é complexo e mutável. Ele se encontra dentro do inciso LIV do art. 5º da Constituição Federal, que discorre o seguinte: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, esse sendo o princípio que norteia o processo civil.
Este princípio busca atualmente como foco principal garantir resultados e a proteção do jurisdicionado, permitindo uma flexibilização maior dentro do direito, melhorando as relações no âmbito processual e material, trazendo uma maior eficiência e as adequações necessárias para garantir uma maior efetividade.
Este importante princípio pode ser classificado em princípio do processo legal formal e material.
Através do devido processo legal formal, entende-se que o estado deve respeitar todas as garantias e preceitos formais que estão previstos na constituição sendo visto como um direito de base, garantindo as partes o direito a um processo e uma sentença justa. Como por exemplo, a garantia as partes do processo terem a chance de produzir as provas, de serem ouvido, dentre outras.
Diante disso pode-se afirmar que este princípio deve estar de acordo com outros que dele decorrem, por conta de referir-se a uma norma aberta e de amplo entendimento.
Tendo em vista outros princípios fundamentais que decorrem do devido processo legal, pode-se citar o artigo 5º, §1º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que diz: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: §1º. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
Em uma visão geral, pode-se perceber que os direitos fundamentais que estão interligados à questão da atuação procedimental dos processos possuem como base o princípio da dignidade da pessoa humana, tendo em vista que as atividades do legislativo e da tutela jurisdicional devem ocorrer através de procedimentos que busquem a justiça e que sejam sempre adequados aos cidadãos.
Com a evolução destes princípios fez-se necessário a aplicação deste princípio não somente no âmbito formal, necessitando-se da imposição da razoabilidade e proporcionalidade nos atos jurisdicionais.
No âmbito material, pode-se compreender que o devido processo legal se direciona de forma especial ao legislador, como um jeito de limitar a sua atuação, ou seja, atuando com o objetivo de não posicionar a legislação de uma forma bruta ou falha de razoabilidade, buscando a proximidade da justiça, racionalidade, razoabilidade e proporcionalidade nas decisões.
Frisa-se, também, que o princípio fundamental do devido processo legal não deve ser aplicado somente dentro dos processos judiciais, mas também dentro das elaborações normativas.
Por isso mesmo, o devido processo legal é dividido em duas espécies, substancial e processual:
O devido processo legal substancial/material: considera que as leis devem satisfazer ao interesse público, aos anseios do grupo social a que se destinam, evitando ao mesmo tempo o abuso de poder por parte do governo, garantindo ao cidadão a inafastável elaboração legislativa comprometida com os reais interesses sociais. É uma forma de controle de conteúdo das decisões. Se o processo tem seu trâmite garantido por impulso oficial até o provimento final com uma sentença ou acórdão, daí é de se concluir que há devido processo legal se esta decisão é devida / adequada, leia-se: proporcional e razoável.
O devido processo legal processual/formal: é o princípio em seu sentido estrito, referindo-se tanto ao processo judicial quanto ao processo administrativo, assegurando-se ao litigante vários direitos, como por exemplo: citação, ampla defesa, defesa oral, apresentação de provas, opção de recorrer a um defensor legalmente habilitado (advogado), contraditório, sentença fundamentada, etc. Exige o respeito a um conjunto de garantias processuais mínimas, como o contraditório, o juiz natural, a duração razoável do processo e outras.

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