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1569015 direito eleitoral conceito principios e fontes

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Direito eleitoral
TRE-PR
Conceito, Fontes e Princípios
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DIREITO ELEITORAL
Conceito, Fontes e Princípios
Prof. Weslei Machado
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SUMÁRIO
1. Apresentação do Autor ............................................................................3
2. Apresentação do Curso ............................................................................4
2.1. Da Teoria ..........................................................................................4
2.2. Do Texto Legal ..................................................................................5
2.3. Dos Exercícios ...................................................................................6
A) Conceito do Direito Eleitoral .....................................................................7
B) Fonte do Direito Eleitoral .......................................................................10
C) Competência Legislativa ........................................................................17
D) Princípios Eleitorais ..............................................................................19
d1) Democracia ........................................................................................19
d2) Princípio da Moralidade Eleitoral ............................................................20
d3) Princípio da Democracia Partidária .........................................................22
d4) Princípio do Sufrágio Universal ..............................................................23
d5) Princípio da Liberdade de Organização Partidária .....................................24
d6) Princípio da Fidelidade Partidária ...........................................................24
d7) Princípio da Lisura das Eleições .............................................................25
d8) Princípio do Aproveitamento do Voto .....................................................27
d9) Princípio da Anterioridade Eleitoral ........................................................28
Resumo ...................................................................................................34
Questões de Concurso ...............................................................................36
Gabarito ..................................................................................................39
Gabarito Comentado .................................................................................39
Bibliografia ..............................................................................................46
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WESLEI MACHADO
Weslei Machado é Analista Judiciário – Área Judiciária do TSE, cedido 
ao TJDFT; Assessor de Desembargador no TJDFT; Especialista em Di-
reito Constitucional – IDP; professor de diversos cursos preparatórios 
para concursos em Brasília; professor e Assessor do curso de Direito 
da Universidade Católica de Brasília; professor de Direito Eleitoral do 
curso ATAME e do IDP; aprovado em 3º lugar no concurso público para 
Promotor de Justiça do MPE/AM, aguardando nomeação.
Apresento a você a aula inaugural do Curso de Direito Eleitoral.
Este curso faz parte da complementação de nossos estudos da Disciplina Direito 
Eleitoral.
Aproveite o curso!
1. Apresentação do Autor
Caro(a) amigo(a)!! 
Meu nome é Weslei Machado, especialista em Direito Constitucional e em Direito 
Público. Sou assessor e professor de Direito Eleitoral e de Direito Constitucional do 
curso de Direito da Universidade Católica de Brasília – UCB. Dar aulas é o que mais 
gosto, pois tenho a honra e a alegria de colaborar na concretização do seu sonho: 
passar em um concurso público (sonho que realizei).
Assim como você, há alguns anos estava estudando para passar em concursos 
públicos. Sei como é importante a realização desse projeto de vida e, por isso, es-
tou aqui, tentando mostrar a você o caminho e facilitar a sua aprovação.
Em 2007 fui aprovado no certame para Analista Judiciário do TSE e estou atual-
mente ocupando esse cargo público. Entretanto, estou cedido ao Tribunal de Justiça 
do Distrito Federal e Territórios – TJDFT, e exerço o cargo em comissão de Assessor 
de Desembargador.
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Além disso, recentemente, obtive êxito no concurso público para o cargo de 
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas, em 3º lugar, e 
estou aguardando nomeação. 
Enfim, tenho a certeza de que a experiência adquirida no dia a dia no TSE, com 
o acompanhamento diário das decisões do Tribunal, a preparação, quase que diária, 
de aulas para cursos preparatórios, e a feitura de alguns livros sobre Direito Eleitoral 
permitem que eu possa auxiliá-lo em sua preparação para concursos nessa área.
2. Apresentação do Curso
Agora, vamos conversar especificamente sobre a metodologia e o cronograma 
de realização do “CURSO DE DIREITO ELEITORAL”.
2.1. Da Teoria
Nas aulas, farei uma exposição do conteúdo do curso com bastante PESSOALI-
DADE. A linguagem será bem mais informal que a utilizada em livros, quase como 
uma conversa entre amigos. Mas, por favor, não confunda pessoalidade com su-
perficialidade! Ao longo do curso você perceberá que é possível tratar um tema ao 
mesmo tempo com pessoalidade e profundidade. 
Todavia, não estou aqui para mostrar conhecimento, e sim para ajudá-lo a pas-
sar em um concurso público, sendo que a escolha do grau de aprofundamento de 
cada tema será feita COM BASE NAS QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS, 
ou seja, aquilo que é cobrado a fundo será tratado com profundidade; e o que é co-
brado superficialmente, tratado com superficialidade. Afinal, não posso fazer você 
perder seu precioso tempo de estudo!
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Para demonstrar a íntima relação entre a teoria e as questões de concursos 
públicos, ao longo da exposição, sempre que necessário, trarei a você questões de 
concursos públicos da área eleitoral dos cargos de nível médio ou superior, todas 
relacionadas com o tema em análise. Isso certamente facilitará, sobremaneira, o 
seu estudo na medida em que você visualizará, ainda na fase de leitura, de que 
forma cada assunto vem sendo cobrado nas provas de concursos públicos. As refe-
ridas questões estarão dispostas no campo “Direto do concurso”.
Durante a apresentação da matéria, você encontrará vários esquemas didáti-
cos, quadros-resumos e outros facilitadores didáticos. Tudo com o intuito de tornar 
agradável e dinâmica a apresentação da parte teórica do curso.
A exposição da teoria será também acompanhada de “hipóteses didáticas”, que 
podem ser traduzidas em situações práticas para mostrar a você como a teoria é 
aplicada na prática.
Por fim, para não deixar nada de importante de fora do conteúdo deste curso,trarei a jurisprudência dos tribunais superiores, em especial do TSE e do STF, para 
confirmar algumas afirmações feitas ao longo da exposição. Essas jurisprudências 
estarão elencadas no campo “Direto do TSE” ou “Direto do STF”.
2.2. Do Texto Legal
É sabido por nós e pela maioria dos concurseiros que algumas bancas exami-
nadoras, em especial a FCC, cobram bastante o texto legal. Assim, não poderia 
deixar, é claro, de explicitar os dispositivos legais relacionados com o conteúdo da 
aula, os quais serão apresentados, sempre que possível, partindo da Constituição 
Federal para as leis infraconstitucionais (leis complementares e ordinárias) até 
chegar às resoluções do TSE. 
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2.3. Dos Exercícios
Depois de lida a teoria, acompanhada de questões de concursos, do resumo 
da matéria e dos dispositivos legais a ela pertinentes, será a hora de testar o seu 
conhecimento. Para tanto, colocaremos à sua disposição uma bateria de exercícios 
com várias questões de concursos anteriores, principalmente das bancas CESPE e 
FCC. A escolha dessas bancas não é aleatória, já que ambas realizam a maior parte 
dos concursos da área eleitoral. 
Mas professor, se outra banca for a escolhida para organizar o concur-
so, o que devo fazer? 
Não se preocupe, se você conseguir resolver as questões do CESPE e da FCC em 
Direito Eleitoral, conseguirá resolver questões de qualquer outra banca.
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AULA 1
DIREITO ELEITORAL – CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS
A) Conceito do Direito Eleitoral
Vamos começar!!!
Inicialmente, é importante você saber o que é Direito Eleitoral para só então 
estudar o conteúdo que nele está inserido. 
O Direito Eleitoral é o ramo do Direito que tem a finalidade de assegurar a iden-
tidade da vontade soberana do povo e a formação da vontade política do Estado. 
Com efeito, o Direito Eleitoral cuida do exercício da soberania popular, por meio da 
qual o povo exerce todo o poder que lhe pertence, de forma direta ou indireta.
Assim, estamos diante da disciplina que cuida do exercício do poder do povo 
descrito no art. 1º, parágrafo único da Constituição Federal, segundo o qual “todo 
o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou dire-
tamente, nos termos desta Constituição”.
A título explicativo: a soberania popular é o poder dado ao povo (na verdade, todo 
poder), o qual é exercido por meio do sufrágio universal, do voto direto, secreto e com 
valor igual para todos, do plebiscito, do referendo, da iniciativa popular de leis, da 
ação popular e por outros meios que viabilizem a manifestação da vontade do povo.
Logo, o Direito Eleitoral, além de zelar pelo exercício do poder pelo povo, cuida 
de todos os instrumentos de manifestação da vontade deste. Frise-se: esse ramo 
do Direito não se limita a regular somente as eleições, mas todos os meios de ma-
nifestação do poder popular.
Por consequência, pertence ao Direito Público. Isso porque trata da soberania 
popular, princípio fundamental da República Federativa do Brasil. Sua principal fun-
ção, segundo Rodrigo López Zilio (2009, p. 32), é:
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Direto da doutrina
Proporcionar e assegurar que a conquista do poder pelos grupos sociais seja efetu-
ada dentro de parâmetros legais preestabelecidos, sem o uso da força ou de quais-
quer subterfúgios que interfiram na soberana manifestação da vontade popular.
Pode-se dizer, por consequência, que o Direito Eleitoral tem por objeto o alista-
mento eleitoral, a aquisição, a perda e a suspensão dos direitos políticos, os siste-
mas eleitorais, a propaganda eleitoral, as garantias eleitorais, os crimes e ilícitos 
eleitorais, as eleições, dentre outros institutos relacionados ao exercício da sobe-
rania popular.
Joel José Cândido (2006, p. 23) conceitua o Direito Eleitoral como sendo:
Direto da doutrina
O ramo do Direito Público que trata de institutos relacionados com os direitos 
políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos ti-
tulares de mandatos eletivos e das instituições de Estado.
Ainda, somente para frisar, cita-se o conceito elaborado por José Jairo Gomes 
(2012, p. 19):
Direto da doutrina
Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público cujo objeto são os institutos, as 
normas e os procedimentos regularizadores dos direitos políticos. Normatiza o 
exercício do sufrágio com vistas à concretização da soberania popular.
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Por fim, deve-se distinguir o Direito Eleitoral do Direito Partidário. Para tanto, 
recorre-se à classificação constitucional dada aos Direitos Fundamentais, adotada 
pela CF/1988, em seu Título II:
• Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – art. 5º da CF/1988;
• Direitos Sociais – arts. 6º a 11 da CF/1988;
• Nacionalidade – arts. 12 e 13 da CF/1988;
• Direitos Políticos – arts. 14 a 16 da CF/1988;
• Partidos Políticos – art. 17 da CF/1988.
O Direito Eleitoral contém, unicamente, regras e princípios sobre os Direitos 
Políticos (artigos 14 a 16 da CF/1988), pois são esses direitos que viabilizam o 
exercício da soberania popular. Não há, no âmbito do Direito Eleitoral, o tratamen-
to normativo dos partidos políticos, uma vez que entre estes e os direitos políticos 
existe uma distinção conceitual. Com efeito, o ramo do Direito que trata dos parti-
dos políticos é o Direito Partidário.
Essa distinção conceitual é extremamente importante para a delimitação da 
competência da Justiça Eleitoral. Isso porque esta somente julga os litígios elei-
torais. Deveras, os litígios partidários não são processados e julgados pela Justiça 
Eleitoral, salvo quando tiverem reflexo nas eleições.
A esse respeito, veja o entendimento do TSE:
Direto do TSE
Jurisprudência do TSE – [...] 1. A Justiça Eleitoral não detém competência para 
apreciar feitos em matérias respeitantes a conflitos envolvendo partidos políticos e 
seus filiados, quando estas não tenham reflexo no prélio eleitoral. [...]
(AgR-AI n. 7098, Rel. Min. Luiz Fux, DJE de 23/06/2015).
Veja uma questão cobrada sobre o tema Direito Eleitoral, em um concurso público 
para ingresso na carreira de servidores do TRE/SC. Apesar de a banca organizadora 
ser desconhecida, você terá uma ideia da forma de abordagem desse conteúdo:
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1. (PONTUA/2011/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE/SC) 
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) O Direito Eleitoral é ramo do Direito Privado. 
b) É objeto do Direito Eleitoral a disciplina do registro de candidatos. 
c) O Direito Eleitoral disciplina o processo para escolha dos governantes. 
d) Compete privativamente à União legislar sobre Direito Eleitoral1.
B) Fonte do Direito Eleitoral
A designação “fonte” expressa a procedência ou a origem de algo. No Di-
reito, o termo fonte designa a origem das normas de um determinado ramo da 
Ciência Jurídica.
Existem várias classificações para as fontes do Direito Eleitoral. Explanar-se-á, 
incialmente, acerca da principal, tendo-se em vista a facilitação do estudo, bem 
como o objetivo da nossa aula.
As fontes do Direito Eleitoral podem ser classificadas como materiais e formais.
Fontes materiais
As fontes materiais são os diversos fatores sociais, éticos, políticos, econômi-
cos, religiosos que condicionam a formação e o surgimento das normas jurídicas. 
Como exemplos de fontes materiais pode-se citar a atuação dos grupos organiza-
dos da sociedade, a atividade exercida pelos lobbys, as manifestações da sociedade 
e a pressão de segmentos sociais e de sindicatos.
Fontes Formais
Por sua vez, as fontes formais são os meios pelos quais uma norma jurídica in-
gressa na ordem jurídica e passa a regular os fatos. Segundo Miguel Reale (2001, 
1 Letra a. O Direito Eleitoral é um ramo do Direito Público.
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p. 144), as fontes formais são “os processos ou meios em virtude dos quais as 
regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e 
eficácia no contexto de uma estrutura normativa”.
São fontes formais do Direito Eleitoral:
• Constituição Federal – É a principal fonte. Os princípios básicos e as regras 
fundamentais do Direito Eleitoral estão inscritas na Constituição Federal. Por 
isso, todo o regramento eleitoral deve estar de acordo com ela. Caso haja 
incompatibilidade entre uma norma eleitoral e a Constituição, afirma-se que 
tal disposição normativa é inconstitucional.
Encontram-se normas constitucionais relacionadas ao Direito Eleitoral nos se-
guintes artigos da CF/1988:
1º – Art. 1º, parágrafo único – consagração da soberania popular;
2º – Arts. 14 a 16 – previsão dos Direitos Políticos. 
3º – Arts. 118 a 121 – organização da Justiça Eleitoral.
Esses dispositivos constitucionais tratam dos tipos de direitos políticos, do alis-
tamento eleitoral, da elegibilidade, das inelegibilidades, das hipóteses de perda e 
suspensão dos direitos políticos, do princípio da anterioridade eleitoral e da estru-
tura e composição da Justiça Eleitoral.
• Código Eleitoral (Lei n. 4.737/1965) – Disciplina a competência da Jus-
tiça Eleitoral, o exercício dos direitos políticos, fixa as regras de alistamento, 
dos sistemas eleitorais, de registro de candidaturas, de atos preparatórios, 
da apuração, da diplomação dos eleitos, dos crimes eleitorais e do processo 
penal eleitoral.
Esse diploma legislativo foi editado antes da Constituição Federal de 1988. Des-
se modo, algumas de suas disposições afrontam as novas normas constitucionais e, 
por essa razão, foram revogadas. Exemplo dessa afirmativa é a vedação de exer-
cício dos direitos políticos aos analfabetos, inscrita no art. 5º do Código Eleitoral. 
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Essa regra eleitoral viola o texto constitucional que permite aos analfabetos, de 
forma facultativa, o exercício dos direitos políticos ativos, e por essa razão, não foi 
recepcionada pela nova ordem constitucional instaurada pelo CF/1988.
Da mesma forma, entende-se que não é compatível a proibição de aquisição da 
cidadania aos brasileiros que não saibam exprimir-se em língua nacional. Assim, 
por essa disposição legal, um índio, por exemplo, que tenha a nacionalidade bra-
sileira, mas que não saiba exprimir-se em língua nacional, não poderia adquirir a 
cidadania brasileira.
Contudo, a CF/1988, ao atribuir a cidadania, não exigiu a fluência em língua 
portuguesa. Na verdade, os requisitos para a aquisição dos direitos políticos são: 
a idade mínima de 16 anos e a nacionalidade brasileira. Com efeito, o TSE possui 
entendimento jurisprudencial de que todos os brasileiros, ainda que não saibam a 
língua portuguesa, podem ser cidadãos brasileiros. A esse respeito, veja o seguinte 
julgado do TSE:
Direto do TSE
Jurisprudência do TSE – CONSULTA. RECEBIDA COMO PROCESSO ADMINISTRA-
TIVO. JUIZ ELEITORAL. TRE/AM. RECEPÇÃO. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARTIGO 5º, 
INCISO II, DO CÓDIGO ELEITORAL.
- Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores somente 
é imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos 
conscritos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe em face da incapaci-
dade absoluta nos termos da lei civil. 
- Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada a 
facultatividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há como en-
tender recepcionado preceito de lei, mesmo de índole complementar à Carta Magna, 
que imponha restrição ao que a norma superior hierárquica não estabelece. 
- Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja previsto 
na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que afirmar a 
inexigibilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda sob tutela e o 
brasileiro possam alistar-se eleitores.
- Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Constituição 
Federal de 1988.
(Resolução-TSE n. 23274, Rel. Min. Fernando Gonçalves, DJe de 20.8.2010).
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Pois bem, deve-se analisar o modo pelo qual o Código Eleitoral foi recepcionado 
pela CF/1988. Podemos dizer que parte dele foi recebido com status de lei com-
plementar, já que a Constituição Federal, em seu artigo 121, exige a edição de lei 
complementar para tratar sobre organização e competências da Justiça Eleitoral. 
Dessa forma, todos os artigos do Código Eleitoral que se refiram à organização e às 
competências da Justiça Eleitoral têm status de lei complementar, compreendendo 
aqueles que vão do 12 ao 41 do CE.
A outra parte do Código Eleitoral possui status de lei ordinária, uma vez que, 
para tratar de Direito Eleitoral, em regra, basta a edição de uma LO. A esse respeito:
Direto da Doutrina
O Código Eleitoral possui naturezajurídica de lei ordinária, sendo recepcionado 
com força de lei complementar apenas na matéria que disciplina a competência. 
Como o constituinte determinou que “lei complementar disporá sobre organiza-
ção e competências dos Tribunais, dos Juízes de Direito e das Juntas Eleitorais” 
(art. 121) e em face da ausência de edição de lei definidora de normas sobre or-
ganização e competência na esfera especializada, o entendimento doutrinário e 
jurisprudencial é que apenas na parte relativa à competência ocorreu a recepção 
do Código Eleitoral como lei complementar. (ZILIO, 2012, p. 24).
• Lei dos Partidos Políticos (Lei n. 9.096/1995) – Dispõe sobre os partidos 
políticos e regulamenta os arts. 14 e 17, § 3º da Constituição Federal.
Embora não seja uma lei especificamente sobre o Direito Eleitoral, tem um 
estreito relacionamento com essa matéria, especialmente no que diz respeito à 
regulamentação da filiação partidária, uma das condições impostas ao exercício do 
direito à elegibilidade.
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Entretanto, apesar de o tema “partidos políticos” não ser regulado pelo Direito 
Eleitoral, nos editais de concursos públicos da Justiça Eleitoral, inclui-se a Lei n. 
9.096/1995 como um dos tópicos integrantes do conteúdo programático. Por essa 
razão, estudaremos, quando incluído no edital do seu concurso, a referida lei.
• Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar n. 64/1990) – Estabelece, 
de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilida-
de e prazos de cessação, bem como o procedimento processual a ser seguido 
após o ajuizamento da Ação de Impugnação ao Registro de Candidatura e da 
Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
• Lei das Eleições (Lei n. 9.504/1997) – Estabelece normas para as eleições.
• Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – O TSE tem, nos termos do 
art. 23, inciso IX do Código Eleitoral, poder regulamentar e, no exercício des-
sa competência, edita Resoluções.
Poder Regulamentar do Tribunal Superior Eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral pode editar resoluções para a regulamentação do 
Código Eleitoral. Isso porque o parágrafo único do art. 1º do Código Eleitoral pres-
creve que o TSE expedirá instruções com a finalidade de buscar a fiel execução da 
legislação eleitoral. No mesmo sentido, o art. 105 da Lei n. 9.504/1997 dispõe que:
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atenden-
do ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas 
das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel 
execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes 
dos partidos políticos.
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Ressalta-se que, no exercício de sua competência regulamentar, o TSE não pode 
contrariar as disposições legislativas. A resolução eleitoral deve ser secundum ou 
praeter legem. Essas resoluções têm função precípua de regulamentar a aplicabi-
lidade das leis eleitorais. 
Aliás, na própria disposição legal inscrita no art. 105 da Lei n. 9.504/1997, há 
condições expressas para o exercício do poder de regulamentação do TSE, quais 
sejam, não se admite que as resoluções criem obrigações ou que restrinjam direi-
tos. Isso porque, de acordo com o princípio constitucional da legalidade, ninguém 
será obrigado a fazer (obrigação) ou deixar de fazer (restrição de direitos) senão 
em virtude de lei. No mesmo sentido, veja a seguinte lição dada pelo Ministro Eros 
Grau, no julgamento da Consulta n. 1.587, no Tribunal Superior Eleitoral:
Direto do TSE
Jurisprudência do TSE – O Tribunal Superior Eleitoral não está autorizado, 
nem pela Constituição, nem por lei nenhuma, a inovar o ordenamento jurídico, 
obrigando quem quer que seja a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa.
Caso a resolução afronte disposições legislativas ter-se-á uma ilegalidade, que 
poderá ser combatida por meio de mandado de segurança ou recurso. Não se pode 
combater essa ilegalidade por meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante 
o Supremo Tribunal Federal. 
Entretanto, se a Resolução do TSE inovar no ordenamento jurídico, dispondo so-
bre matéria ainda não tratada pelo Poder Legislativo, será possível que essa afronta 
ao princípio da Separação dos Poderes seja corrigida por meio da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. 
Deve-se atentar ainda que, de forma excepcional e transitória, o Supremo 
Tribunal Federal reconheceu que o Tribunal Superior Eleitoral pode editar Resoluções 
que inovem no ordenamento jurídico, desde que:
1º a matéria seja relevante e urgente;
2º haja omissão do Congresso Nacional no exercício de sua função legislativa.
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As Resoluções do TSE expedidas diante dessa situação excepcional e transitória 
somente produzirão efeitos até que o Poder Legislativo, titular da função legiferan-
te, supra a omissão. Essa foi a conclusão do Supremo Tribunal Federal ao julgar a 
ADI n. 3.999, que teve o seu pedido julgado improcedente e, por consequência, 
declarou-se a constitucionalidade da Resolução do TSE n. 22.610/2007 (Resolução 
da Fidelidade Partidária)2.
Fontes Diretas
Há, ainda, uma outra classificação, que divide as fontes do Direito Eleitoral em 
diretas e indiretas.
Assim, são consideradas fontes diretas aquelas que, de forma principal, inovam 
na ordem jurídica e criam novas normas jurídicas em Direito Eleitoral. Essa é a ra-
zão pela qual as fontes diretas também são denominadas de fontes primárias.
São exemplos de fontes diretas:
a) Constituição Federal;
b) Lei das Eleições;
c) Código Eleitoral;
d) Lei das Inelegibilidades;
e) Lei n. 6.091/1974.
Fontes Indiretas
São as fontes que, de forma subsidiária (não diretamente), tratam de Direito 
Eleitoral ou, ainda, aquelas que não podem inovar na ordem jurídica. São exemplos 
2 Essa é a ementa da decisão exarada pelo STF, no julgamento da ADI n. 3.999, a qual reconheceu a consti-
tucionalidade da Resolução do TSE n. 22.610/2007:
 “3. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 
e 26.604 reconheceu a existência do dever constitucional de observância do princípio da fidelidade par-
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de fontes indiretas:
a) Código Penal;
b) Código Civil;
c) Código de Processo Civil;
d) Resoluções do TSE – essasfontes não podem inovar na ordem jurídica, mas 
apenas regulamentar a aplicação da lei eleitoral.
C) Competência Legislativa
As normas eleitorais, como visto, surgem a partir da elaboração das fontes 
formais pelo órgão competente. Mas qual órgão possui competência para legislar 
sobre Direito Eleitoral? Essa pergunta é respondida pelo art. 22, inc. I, da CF/1988, 
nos seguintes termos:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho;
Essa competência da União é exercida pelo Congresso Nacional, pois a este ór-
gão cabe, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre as matérias do 
art. 22 da CF/1988 (art. 48, cabeça, da CF/1988).
Por sua vez, os demais entes federativos, Estados-membros, Distrito Federal e 
Municípios, não podem tratar de normas sobre Direito Eleitoral. Isso porque essa 
competência foi atribuída, de forma privativa, à União. 
tidária. Ressalva do entendimento então manifestado pelo ministro-relator. 4. Não faria sentido a Corte 
reconhecer a existência de um direito constitucional sem prever um instrumento para assegurá-lo. 5. As 
resoluções impugnadas surgem em contexto excepcional e transitório, tão-somente como mecanismos para 
salvaguardar a observância da fidelidade partidária enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para 
resolver as tensões típicas da matéria, não se pronunciar. 6. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 
e 22.733/2008 do Tribunal Superior Eleitoral. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada 
improcedente”. (ADI n. 3.999, DJe de 17.4.2009)
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2. (PONTUA/2011/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE/MG) 
Compete privativamente à União legislar sobre Direito Eleitoral3.
Uma vez delimitada a competência legiferante em matéria eleitoral, deve-se 
analisar qual instrumento legislativo será utilizado pelo Poder Legislativo da União 
para tratar das normas eleitorais.
Conforme já discorremos, em regra, a criação de normas eleitorais ocorrerá 
por meio da edição de lei ordinária, pois esta é suficiente para tratar dos diversos 
temas eleitorais, como por exemplo, alistamento, eleição, propaganda eleitoral, 
financiamento de campanha e condições de elegibilidade.
Entretanto, em algumas situações, é exigível, em determinados temas eleito-
rais, a edição de lei complementar. Esses casos estão previstos no art. 14, § 9º, e 
no art. 121, cabeça, ambos da CF/1988, nos seguintes moldes:
Art. 14. Omissis
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício 
de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade 
das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, 
cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão n. 4, de 1994)
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, 
dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
Dessa forma, é exigível a edição de lei complementar para tratar:
1º – das inelegibilidades infraconstitucionais;
2º – da organização e das competências da Justiça Eleitoral.
3 Certo. Essa afirmação corresponde exatamente à prescrição inscrita no art. 22, I da CF/1988.
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Por fim, atente-se para a proibição constitucional prevista no art. 62, segundo a 
qual não se admite a edição de medida provisória para tratar de direitos políticos, 
partidos políticos, cidadania e direito eleitoral. Da mesma forma, veda-se a edição 
de leis delegadas sobre direitos políticos e eleitorais e sobre cidadania.
D) Princípios Eleitorais
Os princípios podem ser indicados como as normas que condicionam a aplica-
ção das regras eleitorais e a criação das normas jurídico-eleitorais. Possuem um 
conteúdo genérico e abstrato. Afirma-se que os princípios são o alicerce, a base, a 
estrutura básica de um sistema.
Os princípios eleitorais estão, em sua maioria, elencados na Constituição Fede-
ral. Busca-se, por meio dessas normas estruturais, a correspondência entre a von-
tade do povo e a formação das políticas governamentais. Ainda, tenta-se afastar a 
influência do poder econômico e do poder político.
d1) Democracia
É mais do que um princípio: trata-se de um fundamento e valor essencial dos 
Estados modernos.
No Brasil, a Constituição Federal tenta instaurar um autêntico regime democrá-
tico no qual o poder pertence ao povo, que o exerce diretamente ou por meio de 
representantes.
Na verdade, a democracia é um princípio fundamental que deve ser construído, 
lapidado e desenvolvido diariamente. Para melhoramento do nível democrático de 
um Estado, protege-se a liberdade e a igualdade para a manifestação de ideias. 
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Assim, qualquer conduta que possa diminuir ou afetar a liberdade e a igualdade 
democrática deve ser combatida. Para tanto, existem diversos instrumentos que 
evitam que o abuso do poder possa macular e viciar a manifestação de vontade do 
povo e trazer um retrocesso democrático.
d2) Princípio da Moralidade Eleitoral
A Constituição Federal, em seu art. 14, § 9º, prescreve que
Art. 14. Omissis
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, car-
go ou emprego na administração direta ou indireta.
Assim, hipóteses de inelegibilidade serão instituídas com a finalidade de pro-
teger a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato. 
Situações que demonstrem nocividade à condução da coisa pública deverão ser 
coibidas e seus infratores devem ser afastados da possibilidade de candidatar-se 
a mandatos eletivos.
Contudo, para que se proteja a moralidade eleitoral, é indispensável a edição 
de lei complementar. Somente esta espécie normativa pode criar as hipóteses de 
inelegibilidade aptas a proteger a probidade administrativa e a moralidade para o 
exercício de mandato eletivo.
A proteção da probidade administrativa por meio da instituição de inelegibilida-
des infraconstitucionais foi buscada pela Lei Complementar n. 64/1990. Entre as 
diversas hipóteses de inelegibilidades inscritas nessa lei, tem-se, por exemplo, a 
do art. 1º, I, alínea ‘g’ (inelegibilidade decorrente da rejeição de contas), a qual, 
em última análise, impede de concorrer a cargos eletivos aquelesgestores que, na 
condução da coisa pública, tiverem suas contas rejeitadas pelo órgão competente.
Por sua vez, na redação originária da Lei Complementar n. 64/1990, não havia 
nenhuma hipótese de inelegibilidade cuja finalidade era a proteção da moralidade 
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para o exercício de mandato eletivo. Com efeito, segundo o Texto Constitucional, 
a verificação da moralidade para o exercício de mandato eletivo é aferida por meio 
da análise da vida pregressa do candidato.
Entretanto, apesar da inexistência de lei complementar com esse desiderato, 
tentou-se impedir que candidatos que possuíssem “ficha suja” participassem das 
eleições de 2008. Esse intento foi buscado pela propositura da Arguição de Des-
cumprimento de Preceito Fundamental n. 144, STF. O pedido da ADPF n. 144 foi 
julgado improcedente, pois, para impedir que um cidadão participasse das eleições 
por ter vida pregressa negativa, o art. 14, § 9º, da CF/1988, como visto, exige a 
edição de lei complementar. 
Por esse modo, rechaçou-se a possibilidade de se exigir do cidadão interessa-
do em candidatar-se nas eleições de 2008 a vida pregressa ilibada ante à falta de 
regramento complementar. Essa foi a manifestação do Supremo Tribunal Federal 
sobre o tema ao julgar a ADPF n. 144:
Direto do STF
Jurisprudência do STF – Asseverou-se que estaria correto o entendimento do TSE 
no sentido de que a norma contida no § 9º do art. 14 da CF, na redação que lhe deu 
a ECR n. 4/1994, não é autoaplicável (Enunciado n. 13 da Súmula do TSE), e que o 
Judiciário não pode, sem ofensa ao princípio da divisão funcional do poder, substi-
tuir-se ao legislador para, na ausência da lei complementar exigida por esse preceito 
constitucional, definir, por critérios próprios, os casos em que a vida pregressa do 
candidato implicará inelegibilidade. Concluiu-se, em suma, que o STF e os órgãos 
integrantes da justiça eleitoral não podem agir abusivamente, nem fora dos limites 
previamente delineados nas leis e na CF, e que, em consequência dessas limitações, 
o Judiciário não dispõe de qualquer poder para aferir com a inelegibilidade quem 
inelegível não é. Reconheceu-se que, no Estado Democrático de Direito, os poderes 
do Estado encontram-se juridicamente limitados em face dos direitos e garantias 
reconhecidos ao cidadão e que, em tal contexto, o Estado não pode, por meio de 
resposta jurisdicional que usurpe poderes constitucionalmente reconhecidos ao Le-
gislativo, agir de maneira abusiva para, em transgressão inaceitável aos postulados 
da não culpabilidade, do devido processo, da divisão funcional do poder, e da propor-
cionalidade, fixar normas ou impor critérios que culminem por estabelecer restrições 
absolutamente incompatíveis com essas diretrizes fundamentais. Afirmou-se ser
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indiscutível a alta importância da vida pregressa dos candidatos, tendo em conta que 
a probidade pessoal e a moralidade representam valores que consagram a própria 
dimensão ética em que necessariamente se deve projetar a atividade pública, bem 
como traduzem pautas interpretativas que devem reger o processo de formação e 
composição dos órgãos do Estado, observando-se, no entanto, as cláusulas constitu-
cionais, cuja eficácia subordinante conforma e condiciona o exercício dos poderes es-
tatais. Aduziu-se que a defesa desses valores constitucionais da probidade adminis-
trativa e da moralidade para o exercício do mandato eletivo consubstancia medida da 
mais elevada importância e significação para a vida política do país, e que o respeito 
a tais valores, cuja integridade há de ser preservada, encontra-se presente na própria 
LC n. 64/1990, haja vista que esse diploma legislativo, em prescrições harmônicas 
com a CF, e com tais preceitos fundamentais, afasta do processo eleitoral pessoas 
desprovidas de idoneidade moral, condicionando, entretanto, o reconhecimento da 
inelegibilidade ao trânsito em julgado das decisões, não podendo o valor constitucio-
nal da coisa julgada ser desprezado por esta Corte. (Informativo n. 514, STF)
Com a edição da Lei Complementar n. 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), essa 
lacuna legislativa foi suprida. Atualmente, candidatos que possuem vida pregressa 
comprometedora, nos termos atualmente prescritos no art. 1º, inc. I, alínea ‘e’ da 
Lei Complementar n. 64/1990, estará inelegível e, por esse motivo, não poderá 
candidatar-se a cargos eletivos. 
d3) Princípio da Democracia Partidária
Na análise do princípio da democracia, viu-se que o poder pertence ao povo, que 
o exerce diretamente ou por meio de representantes.
Com a Constituição de 1988, os partidos políticos passaram a ter uma nova 
feição no sistema democrático brasileiro: proteger os direitos fundamentais e o 
regime democrático. O Estado não pôde mais imiscuir-se nos assuntos partidários 
e nem determinar a estrutura das agremiações partidárias, conforme prescrição 
contida no art. 17, § 1º, da CF (princípio da autonomia partidária).
Inclusive, de acordo com o inc. V, § 3º, art. 14 da CF/1988, somente é possível 
concorrer a um cargo público eletivo por meio dos partidos políticos. De acordo com 
José Jairo Gomes (2008: p. 29),
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Direto da doutrina
[...] o esquema partidário é assegurado pela Lei Maior que erigiu a filiação par-
tidária como condição de elegibilidade. Assim, os partidos políticos detêm o mo-
nopólio das candidaturas, de sorte que, para ser votado, o cidadão deve filiar-se. 
Inexistem no sistema brasileiro candidaturas avulsas.
Por isso afirma-se que, no Brasil, adotou-se o princípio da democracia partidá-
ria, em que o partido político tem importante função para a consecução do valor 
democrático. Aliás, tamanha é a importância do partido na democracia brasilei-
ra que o Supremo Tribunal Federal afirmou que o mandato eletivo proporcional 
pertence à agremiação partidária (STF, MS n. 26; 602). Caso um detentor de um 
cargo público eletivo desfilie-se de seu partido sem que exista uma justa causa, 
perderá seu mandato.
d4) Princípio do Sufrágio Universal
Já sabemos que a soberania popular é exercida por meio do sufrágio universal. 
Mas o que é sufrágio?
“Sufrágio” é o direito conferido ao cidadão para que possa validamente parti-
cipar da formação da vontade estatal. Traduz-se no direito de votar e ser votado. 
Diz-se que o sufrágio, isto é, os direitos políticos, são universais porque não podem 
ser criados critérios, obstáculos e óbices para que sejam exercidos.
A afirmação de que o sufrágio é universal não indica que toda e qualquer pessoa 
possui direitos políticos no Brasil. Desse modo, somente as pessoas que preenche-
rem os requisitos constitucionais poderão exercer o direito ao voto e o direito de 
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ser votado. Na verdade, “sufrágio universal é aquele em que o direito de votar é 
atribuído ao maior número possível de nacionais. As eventuais restrições só devem 
fundar-se em circunstâncias que naturalmente impedem os indivíduos de participar 
do processo político” (GOMES, 2008: p. 36).
d5) Princípio da Liberdade de Organização Partidária
O “Partido Político” é uma pessoa jurídica de direito privado, que se destina a 
assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema repre-
sentativo e, também, a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição.
Em razão de suas funções e atribuições na democracia brasileira, a Constituição 
Federal adotou o princípio da liberdade de organização partidária. Dessa forma, o 
partido tem autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funciona-
mento. Também é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de agremiações 
partidárias, desde que se respeite a soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.
d6) Princípio da Fidelidade Partidária
De acordo com o art. 17, § 1º, da CF/1988, o estatuto do partido político deve 
estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias.
A agremiação partidária tem importante papel no processo eleitoral, conforme 
visto no estudo do princípio da democracia partidária. Por esse motivo, o ocupante 
de cargo eletivo proporcional deve pautar a sua atuação de acordo com os valores, 
os ideais, a orientação programática e os princípios defendidos pelo partido pelo 
qual foi eleito.
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Esse princípio tem uma faceta administrativa, implicando a possibilidade de 
aplicação de sanções aos filiados que adotem condutas contrárias às orientações 
da direção partidária. Caso esteja prevista no Estatuto, é possível até mesmo a 
expulsão do parlamentar indisciplinado.
Por outro lado, esse princípio tem um viés jurisdicional e, desde 27/03/2007 
(TSE, CTA n. 1398), possibilita que os filiados eleitos possam perder seu mandato 
eletivo caso se desfiliem de seu partido de origem sem que exista uma justa causa. 
Para o Ministro César Asfor Rocha, no julgamento da Consulta-TSE n. 1.398:
Direto do TSE
Jurisprudência do TSE – [...] parece-me equivocada e mesmo injurídica a suposição 
de que o mandato político eletivo pertence ao indivíduo eleito, pois isso equivale-
ria a dizer que ele, o candidato eleito, se teria tornado senhor e possuidor de uma 
parcela da soberania popular, não apenas transformando-a em propriedade sua, 
porém mesmo sobre ela podendo exercer, à moda do exercício de uma prerrogativa 
privatística, todos os poderes inerentes ao seu domínio, inclusive o de dele dispor. 
(GOMES, 2008, p. 81).
Recentemente, ao analisar a aplicabilidade desse princípio, o STF, no julgamen-
to da ADI n. 5.081, entendeu que somente poderá perder o cargo em razão da 
troca de partido político sem justa causa, ou seja, em razão da violação do princí-
pio da fidelidade partidária, os mandatários eleitos a partir da adoção do sistema 
eleitoral proporcional (nas nossas aulas sobre partidos políticos, estudaremos com 
mais profundidade esse tema).
d7) Princípio da Lisura das Eleições
Busca-se garantir a igualdade de todos os candidatos perante a lei eleitoral. 
Esse princípio decorre diretamente do princípio da moralidade. As eleições devem 
estar livres de corrupção, fraude, abuso do poder econômico.
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Os candidatos devem disputar o pleito eleitoral em paridade de condições. Pela 
lisura das eleições, os meios empregados nas propagandas, nas campanhas devem 
ser éticos e justos.
Como exemplificação desse princípio, cita-se o art. 23 da Lei Complementar 
n. 64/1990:
O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos 
indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda 
que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de 
lisura eleitoral.
Seguem algumas características acerca do princípio da lisura das eleições:
• corolário da moralidade;
• tutela a integridade e a ética nas eleições;
• busca assegurar a legitimidade política;
• coíbe o uso indevido dos meios de comunicação;
• garante que os candidatos terão tratamento isonômico e que concorrerão em 
igualdade de condições.
Esse princípio eleitoral, que tem a função de garantir a igualdade de oportu-
nidade de acesso aos cargos públicos eletivos, pode ser violado pela prática das 
seguintes condutas ilícitas:
a) Abuso de poder econômico: esse ilícito caracteriza-se quando os candida-
tos utilizarem o poder financeiro com a finalidade de obter vantagem, mesmo que 
indireta, durante as eleições.
b) Abuso de poder de autoridade: trata-se de atos praticados por exercentes 
de cargos, empregos ou funções, que excedem os limites da legalidade ou da com-
petência em benefício de campanhas eleitorais.
A prática de qualquer dessas condutas quebra a normalidade e a legitimidade 
das eleições, e com a finalidade de impedir que isso aconteça, o legislador poderá 
instituir, dentre outras sanções, uma lei dispondo que aqueles que as praticarem 
ficarão inelegíveis (art. 14, § 9º, in fine, da CF).
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d8) Princípio do Aproveitamento do Voto
Este princípio direciona as atividades da Justiça Eleitoral. Isso porque o juiz 
deve preservar a soberania popular quando estiver analisando nulidades que pos-
sam viciar as eleições.
Assim, o Código Eleitoral adotou um sistema mitigado de nulidade de votos e as 
nulidades, mesmo que absolutas, podem ser convalidadas, desde que não arguidas 
no momento oportuno.
Esta é a disposição do art. 149 do Código Eleitoral: “não será admitido recurso 
contra a votação, se não tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no 
ato da votação, contra as nulidades arguidas”. Vê-se, portanto, que se houver al-
guma nulidade no ato de votar e esta não for arguida imediatamente, o vício será 
desconsiderado.
Outra consequência desse princípio é a regra do art. 219 do Código Eleitoral: 
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e resultados a 
que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração de prejuízo.
Traz-se, a seguir, as principais características do princípio do aproveitamento do voto:
• preservação daSoberania Popular em detrimento do formalismo das nulidades;
• In dubio pro voto (art. 219 do Código Eleitoral);
• admite-se, até mesmo, a sanabilidade de nulidades absolutas, desde não im-
pugnadas no momento oportuno (art. 149 do Código Eleitoral);
• serve ao julgador para evitar nulidades de votos contidos em urnas eletrôni-
cas ou nas cédulas, quando for possível separar os votos nulos dos válidos.
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d9) Princípio da Anterioridade Eleitoral
O Legislador Constituinte, com a finalidade de garantir segurança jurídica à rea-
lização das eleições, previu o princípio da anterioridade eleitoral. Esse princípio tem 
a finalidade de estabilizar, pelo período mínimo de 1 ano, normas processuais-elei-
torais. Sobre a teleologia (finalidade) e o alcance desse princípio constitucional, 
esse foi o pronunciamento do STF:
Direto do STF
Jurisprudência do STF – “(...) por força do art. 16 da Constituição, inovação 
salutar inspirada na preocupação da qualificada estabilidade e lealdade do devido 
processo eleitoral: nele a preocupação é especialmente de evitar que se mudem as 
regras do jogo que já começou, como era frequente, com os sucessivos ‘casuísmos’, 
no regime autoritário.
A norma constitucional – malgrado dirigida ao legislador – contém princípio que deve 
levar a Justiça Eleitoral a moderar eventuais impulsos de viradas de jurisprudências 
súbitas, o ano eleitoral, acerca de regras legais de densas implicações na estratégia 
para o pleito das forças partidárias”. (ADI n. 2.628, DJ de 5.3.2004)
Também a doutrina nos traz importante lição sobre o princípio da anuali-
dade eleitoral:
Direto da doutrina
O princípio da anualidade das leis eleitorais é uma proteção outorgada à socie-
dade contra os casuísmos existentes na esfera política. É, na verdade, uma con-
sequência do princípio da segurança jurídica, fundamental para o exercício dos 
direitos políticos não se veja embaraçado em face de eventuais circunstâncias 
do jogo do poder. Pretendeu o constituinte impedir que situações concretas, in-
teresses ocasionais, conduzissem a alterações da legislação eleitoral, maculando 
a legitimidade das eleições.
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Deve ser entendido, portanto, enquanto um importante mecanismo de defesa 
das minorias, de modo a impedir a deformação do processo eleitoral mediante 
alterações casuísticas das maiorias de plantão, rompendo a igualdade de opor-
tunidades entre partidos e candidatos. É, pois, um dos pilares do próprio regime 
democrático, composto que é pelo binômio vontade da maioria/direito das mi-
norias. (Carlos Eduardo de Oliveira Lula)
O princípio da anterioridade eleitoral está previsto no art. 16 da Constituição 
Federal, com o seguinte teor:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publica-
ção, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 4, de 1993)
A partir da análise dessa norma constitucional, constata-se que a lei que alte-
rar o processo eleitoral tem vigência imediata, ou seja, não possui vacatio legis. 
Desse modo, não se aplica às leis que alterarem o processo eleitoral o art. 1º da 
Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB). Essa é a redação desse 
art. 1º da LINDB:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e 
cinco dias depois de oficialmente publicada.
Novamente, esse artigo não é aplicável às leis que alterem o processo eleito-
ral, que terão vacatio legis, sendo sua vigência sempre imediata. Não obstante, as 
leis que tiverem o condão de alterarem o processo eleitoral só serão aplicadas às 
eleições que ocorrerem após um ano da data de sua publicação. Teremos uma lei 
vigente, eficaz e apta a produzir efeitos, mas que, por prescrição constitucional, 
somente será aplicada após um ano após à publicação.
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Hipótese didática
Veja o seguinte exemplo de publicação de uma lei alteradora do processo eleitoral 
(considere as eleições municipais de 2008):
a) Lei A publicada no dia 4 de outubro de 2007 – sabe-se que, em 2008, as 
eleições ocorreram em 5 de outubro (1º domingo de outubro). Nessa situação, 
como a Lei A foi publicada um ano antes da data da eleição, será aplicada a es-
sas eleições;
b) Lei A publicada no dia 5 de outubro de 2007 – embora a lei tenha vigência 
imediata, não será aplicada às eleições de 2008. A lei que altere o processo elei-
toral somente será aplicável às eleições que ocorram até um ano da data de sua 
publicação, inclusive.
c) Lei A publicada no dia 6 de outubro de 2007 – embora a lei tenha vigência 
imediata, mas não será aplicável às eleições de 2008. Somente será aplicável às 
eleições que ocorrerem após o dia 7 de outubro.
Deve-se descobrir o que pode ser entendido por processo eleitoral, já que o 
princípio da anterioridade eleitoral não é aplicável a todas as leis eleitorais, mas 
somente àquelas que alterarem o referido processo.
O princípio da anterioridade eleitoral é aplicável unicamente às leis que alterem o 
processo eleitoral. Não confunda. Não são todas as leis eleitorais que sofrem a in-
cidência dessa disposição constitucional. 
Indispensável, portanto, entendermos o conceito de processo eleitoral. Esse con-
ceito foi construído, de forma didática, pelo STF no seguinte julgado:
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Direto do STF
Jurisprudência do STF – “PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA ANTERIORIDADE 
ELEITORAL: SIGNIFICADO DA LOCUÇÃO “PROCESSO ELEITORAL” (CF, ART. 16). - A 
norma consubstanciada no art. 16 da Constituição da República, que consagra o pos-
tulado da anterioridade eleitoral (cujo precípuo destinatário é o Poder Legislativo), 
vincula-se, em seu sentido teleológico, à finalidade ético-jurídica de obstar a defor-
mação do processo eleitoral mediante modificações que, casuisticamente introduzi-
das pelo Parlamento, culminem por romper a necessária igualdade de participação 
dos que nele atuam como protagonistas relevantes (partidos políticos e candidatos), 
vulnerando-lhes, com inovações abruptamente estabelecidas, a garantia básica de 
igual competitividade que deve sempre prevalecer nas disputas eleitorais. Preceden-
tes. O processo eleitoral, que constitui sucessão ordenada de atos e estágios cau-
salmente vinculados entre si, supõe, em função dos objetivos que lhe são inerentes, 
asua integral submissão a uma disciplina jurídica que, ao discriminar os momentos 
que o compõem, indica as fases em que ele se desenvolve: (a) fase pré-eleitoral, 
que, iniciando-se com a realização das convenções partidárias e a escolha de candi-
daturas, estende-se até a propaganda eleitoral respectiva; (b) fase eleitoral propria-
mente dita, que compreende o início, a realização e o encerramento da votação e 
(c) fase pós-eleitoral, que principia com a apuração e contagem de votos e termina 
com a diplomação dos candidatos eleitos, bem assim dos seus respectivos suplentes. 
(ADI n. 3345, DJ de 19.08.2010)
Além disso, essa alteração do processo eleitoral deve ser capaz de provocar, 
conforme jurisprudência do STF consolidada no julgamento da ADI n. 3.741:
• rompimento da igualdade de participação dos partidos políticos e dos respec-
tivos candidatos no processo eleitoral;
• a criação de deformação que afete a normalidade das eleições;
• a introdução de fator de perturbação do pleito;
• promoção de alteração motivada por propósito casuístico.
Não se submetem à restrição da anterioridade eleitoral:
 – Alteração do número de cadeiras das Câmaras municipais e a emancipação 
de municípios;
 – Crimes eleitorais;
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 – Processo penal eleitoral subsidiário;
 – Resoluções do TSE que regulamentem o CE ou a Lei das Eleições;
 – Assuntos relativos à prestação de contas eleitorais.
Pode uma Emenda Constitucional excepcionar o Princípio da 
Anualidade? 
A prescrição constitucional dispõe que “a lei que alterar o processo eleitoral 
[...]”. Mas o que pode ser entendido pelo vocábulo lei? Lei é um ato normativo ela-
borado pelo Poder Legislativo de acordo com as disposições contidas nas regras do 
processo legislativo.
Esse princípio somente se aplica às leis? Essa disposição constitucional pode ser 
aplicável a todas as espécies normativas? Essa pergunta é corretamente respondi-
da por Rodrigo López Zilio:
Direto da doutrina
O princípio da anualidade do Direito Eleitoral é dirigido, indistintamente, a todo 
e qualquer diploma, independentemente de seu status legal. Ou seja, dirige-se 
tanto à norma infraconstitucional – dês que de caráter federal (art. 22, I, da 
CF) – como à constitucional. Em outras palavras, toda e qualquer legislação 
editada deve obediência ao princípio da anterioridade, emanada pela Carta 
Federal (art. 16 da CF).
Desse modo, o princípio da anterioridade eleitoral constitui restrição ao poder 
constituinte derivado reformador. Na elaboração das emendas à Constituição, o 
Legislador de Reforma deve obediência ao princípio constitucional ora em análise. 
Esse é o entendimento do STF:
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Direto do STF
Jurisprudência do STF – 4. Enquanto o art. 150, III, b, da CF encerra garantia in-
dividual do contribuinte (ADI 939, rel. Min. Sydney Sanches, DJ 18.03.94), o art. 16 
representa garantia individual do cidadão-eleitor, detentor originário do poder exer-
cido pelos representantes eleitos e “a quem assiste o direito de receber, do Estado, o 
necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas das 
regras inerentes à disputa eleitoral” (ADI 3.345, rel. Min. Celso de Mello). 
5. Além de o referido princípio conter, em si mesmo, elementos que o caracterizam 
como uma garantia fundamental oponível até mesmo à atividade do legislador cons-
tituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV, a burla ao que contido 
no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da segurança jurídica (CF, art. 5º, 
caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV). (ADI n. 3.685)
De acordo com essa decisão do STF, além de ficar consignado que as emendas 
constitucionais que alterem o processo eleitoral devem observar o princípio da 
anterioridade eleitoral, conclui-se ainda que o princípio da anterioridade é uma 
cláusula pétrea.
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Resumo
1 – O Direito Eleitoral cuida do exercício da soberania popular, por meio da qual 
o povo exerce todo o poder que lhe pertence, de forma direta ou indireta;
2 – O Direito Eleitoral cuida do exercício do poder pelo povo e de todos os ins-
trumentos de manifestação de sua vontade;
3 – Não há, no âmbito do Direito Eleitoral, o tratamento normativo dos partidos 
políticos, pois entre estes e os direitos políticos existe uma distinção conceitual;
4 – O ramo do Direito que trata dos Partidos Políticos é o Direito Partidário;
5 – As fontes materiais do Direito Eleitoral constituem-se pelos diversos fatores 
sociais, éticos, políticos, econômicos, religiosos que condicionam a formação 
e o surgimento das normas jurídicas;
6 – As fontes formais do Direito Eleitoral constituem-se em meios pelos quais 
uma norma jurídica ingressa na ordem jurídica e passa a regular os fatos e, 
exemplificativamente, podemos citar a Constituição Federal, o Código Eleito-
ral, a Lei das Eleições, a Lei das Inelegibilidades, as Resoluções do TSE etc.;
7 – O Tribunal Superior Eleitoral pode editar resoluções para a regulamentação 
das leis eleitorais;
8 – Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, aten-
dendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer san-
ções distintas das previstas em Lei, poderá expedir todas as instruções ne-
cessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, 
os delegados ou representantes dos partidos políticos. (Redação dada pela Lei 
n. 12.034, de 2009);
9 – O Tribunal Superior Eleitoral não está autorizado, nem pela Constituição, 
nem por lei nenhuma, a inovar o ordenamento jurídico, obrigando quem quer 
que seja a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa;
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10 – Compete privativamente à União legislar sobre o Direito Eleitoral;
11 – A competência legislativa da União sobre Direito Eleitoral é exercida pelo 
Congresso Nacional;
12 – Em regra, a criação de normas eleitorais ocorrerá por meio da edição de 
lei ordinária;
13 – Exige-se a edição de lei complementar para tratar dos seguintes temas de 
Direito Eleitoral: a) das inelegibilidades infraconstitucionais; b) da organiza-
ção e das competências da Justiça Eleitoral.
14 – Não é possível a edição de medidas provisórias e leis delegadas para tratar 
de Direito Eleitoral;
15 – A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua pu-
blicação, não seaplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua 
vigência;
16 – A lei que alterar o processo eleitoral tem vigência imediata. Por consequ-
ência, não possui vacatio legis;
17 – O princípio da anterioridade eleitoral é aplicável unicamente às leis que 
alterem o processo eleitoral;
18 – O princípio da anterioridade eleitoral constitui restrição ao poder consti-
tuinte derivado reformador.
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (FEPESE/2015/ANALISTA LEGISLATIVO/SC) Assinale a alternativa que indica 
corretamente o princípio eleitoral em que a lei que alterar o processo eleitoral en-
trará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 
um ano da data de sua vigência.
a) Princípio da legalidade eleitoral
b) Princípio da celeridade eleitoral
c) Princípio da anualidade eleitoral
d) Princípio da democracia representativa
e) Princípio da irrecorribilidade das decisões eleitorais
2. (AOCP/2015/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TER-AC) Em relação à legislação eleitoral, 
assinale a alternativa correta.
a) O Código Eleitoral é a legislação central do regime jurídico eleitoral, sendo as 
demais legislações acessórias naquilo em que ele for omisso.
b) A Lei que alterar o processo eleitoral deve respeitara regra da anualidade eleitoral.
c) É inaplicável, dentro do sistema processual eleitoral, qualquer disposição do 
código de processo civil, em razão da sua incompatibilidade com o que dispõe o 
código eleitoral.
d) A cada eleição, será publicada, pelo Tribunal Superior Eleitoral, Lei específica 
dispondo a respeito do pleito a ser realizado.
e) Além das disposições constitucionais, somente Lei complementar pode dispor 
acerca de matéria eleitoral.
3. (CS-UFG/2015/PROCURADOR/AL/GO) Ao julgar o Recurso Extraordinário Elei-
toral n. 633.703, em 23 de março de 2011, o Supremo Tribunal Federal entendeu 
que a Lei Complementar n. 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) não deveria ser aplicada 
às eleições de 2010 por desrespeitar o art. 16 da Constituição Federal de 1988. 
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Considerando o princípio da anualidade,
a) A emenda constitucional que altera o processo eleitoral possui aplicação imediata.
b) A lei que altera o processo eleitoral, assim que publicada, ingressa imediata-
mente no ordenamento jurídico pátrio, incorrendo a vacatio legis.
c) A lei que altera o processo eleitoral entra em vigor um ano após sua publicação, 
não tendo efeito no período da vacatio legis.
d) A incidência da anualidade em relação à lei que altere o processo eleitoral de-
penderá de ponderação no caso concreto, por tratar-se de um princípio.
4. (FCC/2015/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TER-RR) Incluem-se dentre as fontes diretas 
do Direito Eleitoral:
a) Os entendimentos doutrinários relativos ao Direito Eleitoral.
b) As resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
c) As leis estaduais.
d) Os leis municipais.
e) Os julgados que compõem a jurisprudência dos Tribunais Eleitorais.
5. (VUNESP/2014/JUIZ/TJ-SP) Sobre a legislação eleitoral, assinale a opção correta.
a) A lei ou Resolução do TSE que alterar ou regulamentar o processo eleitoral en-
trará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 
um ano da data de sua vigência.
b) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, 
não se aplicando à eleição que ocorra no exercício seguinte à sua publicação.
c) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, 
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
d) A lei ou Resolução do TSE que alterar ou regulamentar o processo eleitoral 
entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra 
no exercício seguinte à sua publicação.
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6. (FCC/2017/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TER-SP) Acerca das fontes de Direito Eleitoral:
a) A função normativa da Justiça Eleitoral autoriza que sejam editadas Resoluções 
Normativas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de criar direitos e esta-
belecer sanções, possibilitando a revogação de leis anteriores que disponham sobre 
o mesmo objeto da Resolução Normativa. 
b) As normas eleitorais devem ser interpretadas em conjunto com o restante do 
sistema normativo brasileiro, admitindo-se a celebração de termos de ajustamento 
de conduta, previstos na Lei n° 7.346/85, que disciplina a Ação Civil Pública, des-
de que os partidos políticos transijam, exclusivamente, sobre as prerrogativas que 
lhes sejam asseguradas.
c) O Código Eleitoral define a organização e a competência da Justiça Eleitoral, 
podendo ser aplicado apesar de a Constituição Federal prever a necessidade de lei 
complementar para tanto. 
d) As Resoluções Normativas do TSE, as respostas às Consultas e as decisões do 
Tribunal Superior Eleitoral são fontes de Direito Eleitoral de natureza exclusivamen-
te jurisdicional e aplicáveis apenas ao caso concreto dos quais emanam. 
e) O Código Eleitoral, a Lei de Inelegibilidades, a Lei dos Partidos Políticos, a Lei 
das Eleições, as Resoluções Normativas do TSE e as respostas a Consultas são fon-
tes de Direito Eleitoral de mesma estatura, hierarquia e abrangência, podendo ser 
revogadas umas pelas outras.
7. (FCC/2013/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TER-RO) NÃO se incluem, dentre as fontes do 
Direito Eleitoral as
a) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
b) Decisões jurisprudenciais.
c) Leis estaduais.
d) Normas da Constituição Federal.
e) Leis federais.
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GABARITO
1. c
2. b
3. b
4. b
5. c
6. c
7. c
GABARITO COMENTADO
1. (FEPESE/2015/ANALISTA LEGISLATIVO/SC) Assinale a alternativa que indica 
corretamente o princípio eleitoral em que a lei que alterar o processo eleitoral en-
trará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 
um ano da data de sua vigência.
a) Princípio da legalidade eleitoral.
b) Princípio da celeridade eleitoral.
c) Princípio da anualidade eleitoral.
d) Princípio da democracia representativa.
e) Princípio da irrecorribilidade das decisões eleitorais.
Letra c.
O princípio eleitoral segundo o qual a lei que alterar o processo eleitoral entrará em 
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da 
data de sua vigência, denomina-se de princípio da anualidade eleitoral.

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