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Síntese História II Gesley Luis Ribeiro 3LMAT RESUMO A presente texto tem como objetivo expor uma síntese sobre a disciplina de História da Educação II ofertada pelo curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do sul de Minas do Campus de Inconfidentes. Essa síntese é baseada na ementa disciplinar do curso de Matemática e introduzirá uma série de eventos que contribuíram para a educação no Brasil a partir de 1500, desde a chegada dos Jesuítas, da Família Real, passando pela Proclamação da República até os dias de hoje. ABSTRACT The present dissertation deals with a discipline on History of Education II of the Degree in Mathematics of the Federal Institute of Education, Sciences and Technology of the South of the Campus of Inconfidentes. This synthesis is based on the disciplinary emancipation of Mathematics and already in a series of events that contributed to the education in Brazil from 1500, from the arrival of the Jesuits, from the Royal Family, through the Proclamation of the Republic to the present day. Palavra-chave: Educação; História; Reformas A Educação Jesuítica Os Jesuítas faziam parte de uma ordem religiosa católica chamada Companhia de Jesus. Criados com o objetivo de disseminar a fé católica pelo mundo, e tinham como motivação a contra reforma católica que naquele período estava sendo aclamada. Os Jesuítas chegaram ao Brasil em 1549 com o intuito de cristianizar a população indígena que ali residia. Encarregados dessa missão, eles promoveram a criação das missões, onde organizavam a população indígena em torno de um regime que mesclava trabalho e religiosidade. Para que isso acontecesse, os Jesuítas tinham todo um cuidado em ensinar, para que a população indígena seja totalmente dominada e catequizada por eles. Ou seja, a Companhia de Jesus ensinavam o Latim e a fé católica à população do território colonizado. Mas os Jesuítas sentiram que os indígenas estavam com muita dificuldade de aprender o idioma que os tentavam ensinar, então eles aprenderam o idioma que os nativos falava, assim foi mais prático o ensino para aquela população. Aparetemente os Índios se convertiam, e mudavam suas atitudes, mas isso era apenas na presença dos jesuítas. Quando não estavam juntos eles voltavam para suas práticas que para a campanhia de Jesus era considerada perverso. Então os Jesuítas concentraram sua educação por aldeamento acompanhando de perto os indígenas e os levando em suas jornadas de evangelização As Reformas Pombalinas Durante a segunda metade do século XVIII, a Coroa Portuguesa sofreu a influência dos princípios iluministas com a chegada do Marquês de Pombal, primeiro ministro português entre 1750 e 1777, este ministro teve como grande preocupação modernizar a administração pública de seu país e ampliar ao máximo os lucros provenientes da exploração colonial, principalmente em relação à colônia brasileira. É muito interessante perceber por quais vias o iluminismo implantou-se no Brasil. É justamente através da política imperial de racionalização e padronização da administração pública, não se faz para os interesses dos cidadãos. Ela serviu aos interesses imediatos do Estado, que para garantir seu status absolutista precisa manter-se forte e centralizado nas mãos e sobre comando de uns poucos preparados para tais tarefas. Depois da morte de Dom José I, foram várias as medidas do Marquês que foram anuladas. O período Pombalino terminou de fato com a chegada da família real no Brasíl em 1808. A Educação Negra e Indígena no Brasil Colonial Este tópico destaca o modo em que os escravos negros e indígenas eram educados e catequisados, de maneira que favorecesse a economia dos colonizadores que dominaram o território brasileiro. Também será relatado as relações socioculturais entre os povos que ali residiam, tanto entre os próprios escravos quanto os colonos que os dominavam. Tendo em vista que a Companhia de Jesus veio ao Brasil com a intenção de catequisar os nativos ali presente, se depararam com vários empecilhos que os impossibilitaram de obter total sucesso na catequização dos indígenas. Primeiramente os Jesuítas se dedicavam ao máximo para que houvesse a conversão dos indígenas. Mas eles percebiam que não importava se os índios aprendessem os modos europeus de se portar, sem pudor, quando os padres jesuítas fossem embora, os indígenas voltavam a suas práticas consideradas pecaminosas segundo os portugueses. Fornicação, nudes, eram alguns dos atos que eles praticavam e que não agradavam aos padres da Companhia de Jesus. Avistando isso, os Jesuítas idealizaram um meio de supervisionar os nativos. Eles se dividiram entre as aldeias, assim, monitoravam os indígenas e isso facilitou a educação cristã deles. Mas os colonos tiveram mais uma barreira que os limitavam à educa-los, era o idioma. Eles perceberam que ensinar o idioma deles aos índios estava sendo complicado, pois os indígenas custavam a aprende-lo, então os jesuítas buscaram a aprender o idioma dos nativos e assim ensina-los a fé cristã através de seu próprio idioma. O maior objetivo dos colonos era obter lucros com a terra conquistada, para que isso acontecesse, a escravização dos nativos foi imediata. A primeira relação de trabalho dos colonos para com os nativos foi o escambo. Os colonos davam objetos como: espelhos, cordas, facas, ou seja, utensílios que facilitavam a vida dos índios, e como moeda de troca, exigiam a mão de obra dos índios para o transporte de pau-brasil. Com o estabelecimento dos engenhos de açúcar no nordeste do Brasil, a mão de obra indígena era essencial para a obtenção de lucros. Os senhores de engenho invadiam violentamente as tribos indígenas, e os forçavam ao trabalho pesado. Devido à pouca resistência dos índios para o trabalho que era exaustivo, os colonos notaram que não estava valendo a pena a escravização dos indígenas, e como o mercado de escravos africanos estava em ascensão, eles optaram pela importação dessa mão de obra africana. Pela sua resistência, força e familiaridade com o trabalho bruto e exaustivo, os negros foram submetidos ao comando dos jesuítas para o prosseguimento na economia ali estabilizada. Foi daí que se estabeleceu o tráfico negreiro, uma prática que atravessou séculos e forçou diversos negros a saírem de seus locais de origem para terem seus corpos escravizados. Além da demanda econômica, a escravidão africana foi justificada pelo discurso religioso cristão da época, que definiu a experiência escravocrata como um tipo de “castigo” que iria aproximar os negros do cristianismo. Durante a exploração colonial, a mão de obra negra foi amplamente utilizada em outras atividades como na mineração e nas demais atividades agrícolas que ganharam espaço na economia entre os séculos XVI e XIX. Mesmo destacando tais abusos, também devemos sinalizar a contrapartida desse contexto exploratório, com a presença de várias formas de resistência à escravidão. Os Escravos Negros não eram livres para buscarem a instrução média e superior, e claro está que os senhores não os compravam para os mandar aos estudos e fazer deles bacharéis ou Sacerdotes. A instrução ou educação, que lhes permitiam, essa, e mais do que essa, lhes ensinava a Igreja. E a Igreja foi a única educadora do Brasil até ao final do século XVIII, representada por todas as organizações religiosas do Clero Secular e do Clero Regular, que possuíam casas no Brasil. O projeto educacional da Companhia de Jesus, implantado no Brasil Colonial, estava a serviço de uma ordem social violenta. O processo de aculturação e conversão ao cristianismo imposto pela Igreja Católica tanto ao índio quanto ao negro visava apenas construir o império colonial jesuítico-lusitano. Esta relação existente entre educação e violência, no contexto histórico do período colonial, reveste-se de importância fundamental, pois, a formação social brasileira é marcada profundamente por um brutal processo de exploração autoritário exercido pelas elites dominantes sobre as classes menos favorecidas. Com isso, podemos ver que a escravidão tanto indígena quanto negra, foi de extrema importância para os jesuítas. Foi dessa partida que se implicou no Brasil normas que induzem ao meio disciplinar que nos dias de hoje aparentam ser diferente, mas que ainda continuam mesmo sendo de um modo mais formal e sintético. Os escravizados foram educados afim de que houvesse uma expansão da fé católica no território colonizado, com o intuito de generalizar o cristianismo católico no Brasil. Mas os escravos africanos, trouxeram junto consigo suas culturas e religiões, que ainda refletem nos dias de hoje representando a resistência daqueles povos que sofriam e ainda colhem os frutos da desumanidade para com eles. Vale a reflexão, do quanto aqueles povos que foram escravizados sofreram, nas mãos de quem impunha conceitos ideológicos através da dor, marcando toda uma geração, tanto presente quanto futura. As Escolas Superiores e o Período Joanino no âmbito Eucacional O presente texto tem por finalidade abordar duas vertentes da educação no Brasil, que é a educação no período Joanino e a educação no Império, o Ato Adicional e o ensino e os exames preparatórios naquele período histórico. Com a desorganização do sistema de ensino no país devido a expulsão dos Jesuítas, a educação colonial tomou novos rumos com a chegada da família real portuguesa. Chegando ao Brasil, na sua passagem pela Bahia, o Príncipe Regente promoveu a abertura dos portos às nações amigas e criou o curso de Medicina e Cirurgia junto ao Hospital Militar. Essa ação desencadeou uma série de avanços na economia, da política, agricultura, com maiores destaques no ensino. Com isso, iniciou-se um novo período para o sistema de ensino superior, que até então era apenas ensino superior religioso, imposto pelos Padres da Companhia de Jesus. Cursos que preparavam os funcionários públicos, como as Academias Militares e da Marinha, e cursos de Medicina, Cirurgia, Matemática, Agricultura etc. Durante o tempo e, que esteve no Brasil, o país passou de colônia à Reino Unido, portanto D. João VI foi também o rei do Brasil. Eram pouquíssimos os formados em Medicina na capitania de São Paulo, por exemplo, em 1808 existiam apenas duas pessoas diplomadas no exercício da medicina. Além do curso médico na Bahia, fora visto a necessidade de se instituir outro curso em outro Estado que por sua vez o Rio de Janeiro foi escolhido, ali também foi onde se instalaram a Corte. Essa necessidade era bem forte devido aos tempos de Guerra naquele período, então a formação de médicos militares era necessária. Com a mesma motivação bélica, foram criadas a Real Academia Militar e a Academia de Marinha. O conjunto da obra educativa foi formado por academias, cursos e aulas régias, a exemplo de Economia. PERÍODO IMPERIAL Em 1820 o povo Português se mostram descontentes com a demora da Família Real em seu retorno à Portugal, com isso, se inicia uma Revolução Constitucionalista na cidade de Porto. Devido à esse acontecimento, D. João VI sentiu-se com pressa para chegar à Portugal em 1821. Em 1822, seu filho D. Pedro I declara a Independência do Brasil, e outorgou também a primeira Constituição Brasileira em 1824, inspirada na Constituição Francesa. O artigo 179 desta constituição dizia que: "O ensino primário era gratuito para todos os cidadãos. Em 1826, foi decretado a instituição de quatro graus de instrução: Pedagogia (primário), Liceus, Ginásios e Academias. E em 1827, uma lei propõem a criação de Pedagogias nas vilas e cidades, e propunha também escola para meninas. No final do Império, o quadro geral do ensino era de poucas Instituições Escolares, com apenas alguns liceus províncias nas capitais, colégios privados bem instalados nas principais cidades, cursos normais em quantidades insatisfatórias para as necessidades do país. Alguns cursos superiores quem garantiam o projeto de formação (médicos, advogados, de polít icos e jornalistas). Identificando o grande abismo educacional entre a maioria da população brasileira que, quando muito, tinham uma casa e uma escola, com uma professora leiga para ensinar os pobres brasileiros excluídos do interesse do governo Imperial. O ATO ADICIONAL O Ato Adicional de 1834 foi uma medida legislativa tomada durante a Regência Trina Permanente, contemplando os interesses dos grupos liberais. O Ato Adicional alterava a Constituição de 1824 e foi uma tentativa de conter os conflitos entre liberais e conservadores nas disputas pelo poder político central.O ato adicional foi uma importante ferramenta para rever a constituição de 1824, em 1834. As movimentações para possíveis alterações já começam em 1831 com a abdicação de Dom Pedro I, que deixou o país desestabilizado. As primeiras propostas debatidas eram bastante radicais: fim do poder moderador e defesa de uma monarquia federativa foram pautas importantes discutidas. Estas questões foram apenas o ponto inicial para o texto final do Ato Adicional de 1834. As principais medidas do Ato Adicional foram a criação da Regência Una, a dissolução do Conselho de Estado do Império do Brasil, a criação das Assembleias Legislativas Provinciais e o estabelecimento do Município Neutro no Rio de Janeiro. Após esse período Imperial, entramos na época da república, e como uma das principais reformas temos a Reforma de Benjamin Constant que tinha como princípios orientadores a liberdade e laicidade do ensino, como também a gratuidade da escola primária. Estes princípios seguiam a orientação do que estava outorgado na Constituição brasileira. Uma das intenções desta Reforma era transformar o ensino preparador em um ensino para as próprias escolas de ensino superior. Outra intenção era substituir a predominância literária pela científica. Esta Reforma foi bastante criticada pelos positivistas, já que não respeitava os princípios pedagógicos de Comte; pelos que defendiam a predominância literária, já que o que ocorreu foi o acréscimo de matérias científicas às tradicionais, tornando o ensino enciclopédico. O Código Epitácio Pessoa, de 1901, inclui a lógica entre as matérias e retira a biologia, a sociologia e a moral, acentuando, assim, a parte literária em detrimento da científica. A Reforma Rivadavia Correa, de 1911, pretendeu que o curso secundário se tornasse formador do cidadão e não como simples promotor a um nível seguinte. Retomando a orientação positivista, prega a liberdade de ensino, entendendo-se como a possibilidade de oferta de ensino que não seja por escolas oficiais, e de frequência. Além disso, prega ainda a abolição do diploma em troca de um certificado de assistência e aproveitamento e transfere os exames de admissão ao ensino superior para as faculdades. Os resultados desta Reforma foram desastrosos para a educação brasileira. A Reforma de Carlos Maximiliano, em 1915, surge em função de se concluir que a Reforma de Rivadavia Correa não poderia continuar. Esta reforma oficializa outra vez o ensino no Brasil. Num período complexo da História do Brasil surge a Reforma João Luiz Alves que introduz a cadeira de Moral e Cívica com a intenção de tentar combater os protestos estudantis contra o governo do presidente Arthur Bernardes. A década de vinte foi marcada por diversos fatos relevantes no processo de mudança das características políticas brasileiras. Foi nesta década que ocorreu o Movimento dos 18 do Forte (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a fundação do Partido Comunista (1922), a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927). Além disso, no que se refere à educação, forma realizadas diversas reformas de abrangência estadual, como a de Lourenço Filho, no Ceará, em 1923, a de Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925, a de Francisco Campos e Mario Casassanta, em Minas, em 1927, a de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (atual Rio de Janeiro), em 1928 e a de Carneiro Leão, em Pernambuco, em 1928. O clima desta década propiciou a tomada do poder por Getúlio Vargas, candidato derrotado nas eleições por Júlio Prestes, em 1930. A característica tipicamente agrária do país e as correlações de forças políticas vão sofrer mudanças nos anos seguintes o que trará repercussões na organização escolar brasileira. A ênfase literária e clássica de nossa educação tem seus dias. Mas focando outra vez na Reforma Benjamin Constant, vemos que Benjamin foi o principal divulgador das ideias republicanas e positivistas na Escola Militar, onde era professor. O positivismo influenciou as palavras de “Ordem e Progresso” na nossa bandeira nacional e também o pensamento político e pedagógico do fundador da República. Logo após a proclamação do novo Regime, Constant integrou o Ministério da Guerra e promoveu uma reforma do ensino militar. Contudo, o decreto nº. 346 de 19/04/1980 cria a Secretaria de Negócios da Instrução Pública Correios e Telégrafos e Benjamim é para lá transferido e tornando-se o 1º chefe da Pasta. Ele promoveu uma reforma que abrangia o ensino primário, secundário e normal. Porém, não se estendia a todo território nacional, podia servir no máximo de modelo. A obrigatoriedade escolar está excluída tanto da Carta Constitucional, quanto da Reforma Benjamim Constant, que se constituiu em uma série de decretos no ano de 1890 e que ficou reduzida ao município neutro. Uma política educacional tão restrita foi possibilitada pela Constituição de 1891 que promoveu a descentralização administrativa. Quanto ao currículo positivista, este permitiu uma evolução do pensamento pedagógico, pois, enquanto matriz para a mudança do nível de conhecimento, a adoção da série trouxe uma melhor organização da estrutura escolar, porém quanto às experiências e conhecimentos gerados neste ambiente, em virtude da inclusão de matérias científicas, não foi atingido amplamente seu resultado, porque os beneficiados com o acesso à escola ainda era muito restrito no final do século XIX. REFERÊNCIAS SCHWARCZ, LM, STARLING, HM, BRASIL: uma bibliografia 1º edição. são Paulo: Cia das Letras, 2015 (40-72 p.) SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas. 4. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2011. Capítulo V SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas. 4. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2011. Capítulo VI CASTANHA, André Paulo. O Ato Adicional de 1834 na história da educação brasileira. SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas. 4. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2011. Capítulo VI SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas. 4. ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2011. Capítulo VIII
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