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De acordo com Rousseau e Couture, são sete as funções arquivísticas: produção, avaliação, aquisição, conservação, classificação, descrição e difusão. A criação/produção contempla os procedimentos relacionados à manutenção do maior rigor possível na produção de documentos de arquivo, abrangendo definição de normas, conteúdo, modelos, formato e trâmite. A avaliação é feita a partir de critérios preestabelecidos, definição dos prazos de guarda e destinação (eliminação ou preservação permanente) da documentação arquivística. Ela demanda o conhecimento da instituição. Contempla a participação de arquivistas nas ações da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, na elaboração e na aplicação da tabela de temporalidade, bem como os editais e listas de descarte e eliminação de documentos arquivísticos e a sujeição desses instrumentos à instituição arquivística na esfera de competência. Também abrange a atividade de fiscalização visando evitar a eliminação não autorizada de documentos arquivísticos. Abrange a atividade de microfilmagem e de digitalização de documentos. A aquisição contempla a entrada de documentos nos arquivos correntes, intermediários e permanente. Refere-se ao arquivamento corrente e aos procedimentos de transferência e recolhimento de arquivo. É feito de forma a assegurar que o acervo recebido é completo, confiável e autêntico. Abrange também a doação, a dação, o depósito e o empréstimo sob custódia temporária, a microfilmagem de documentos pertencentes a outras instituições, mas têm o interesse fundamental ao fundo em custódia. A conservação/preservação engloba os procedimentos relacionados à manutenção da integridade física e (ou) lógica dos documentos ao longo do tempo, em como as tecnologias que permitem o seu processamento e recuperação. A classificação refere-se à criação e à utilização de planos de classificação que reflitam as funções, atividades e ações ou tarefas da instituição acumuladora dos documentos arquivísticos nas fases corrente e intermediária e a elaboração de quadros de arranjo na fase permanente. A classificação orienta a organização intelectual do acervo de forma a refletir a estrutura organizacional e decisória da instituição e facilitar o acesso aos documentos produzidos. Para criar o plano arquivístico o arquivista deve ter autorização expressa da direção e ter acesso aos dossiês, documentos e processos de trabalho. Abrange também a fiscalização e o controle da utilização correta do plano bem como contato com os setores produtores a fim de identificar possíveis necessidades de revisão deste instrumento, efetivando-as quando julgadas cabíveis. A descrição é uma ação que perpassa todo o ciclo de vida do documento, devendo ter seus elementos adequados a cada uma das suas fases, à unidade documental a qual se refere e às necessidades do usuário. A indexação é um componente da descrição, como o processo de estabelecimento de pontos de acesso para facilitar a recuperação dos documentos ou informação. Compreende a criação e utilização de índices e de vocabulários controlados. Atualmente no Brasil existe a NOBRADE. A difusão/acesso tem relação com a acessibilidade do documento. Não se restringe ao acesso, mas também a proliferação das informações contidas nos documentos. Essa função perpassa todas as demais. Análise Tipológica (AT) é um meio para a identificação dos tipos documentais nos arquivos, pois fornece subsídios para organização das séries tipológicas. Combinada com a Análise Documental (AD), viabiliza o desenvolvimento de instrumentos de busca para a recuperação da informação. Tipologia Documental é o estudo que tem como objeto os tipos documentais, e entendidos como a configuração que assume a espécie documental de acordo com a atividade que a gerou, a natureza do conteúdo, ou técnica de registro. TIPO DOCUMENTAL = ESPÉCIE + FUNÇÃO Exemplos de tipologia documental: 1. Ata de reunião da CIPA 2. Contrato de locação de imóvel 3. Contrato de prestação de serviço 4. Contrato de trabalho Espécie Documental é a configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas. Tipo Documental é a Divisão de espécie documental que reúne documentos por suas características comuns no que diz respeito à fórmula diplomática, natureza de conteúdo ou técnica do registro, tais como cartas precatórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos sem número, decretos-leis, decretos legislativos, daguerreótipos, litogravuras, serigrafia, xilogravuras. Arquivo Permanente: Corresponde a um local ou fase do Ciclo de Vida dos Documentos onde a documentação de caráter permanente (valor secundário) é tratada. Tem como atividades: arranjo; descrição e publicação; conservação e referência; ARRANJO: ordenação dos documentos em fundos (conjuntos de documentos) – Respect dês Fonds/Provenance/Respeito aos Fundos, compreende atividade intelectual – observação do documento quanto à forma, conteúdo e função; atividade físicas – acondicionamento e localização; DESCRIÇÃO E PUBLICAÇÃO: elaboração de instrumentos de pesquisa para identificar, rastrear, localizar dados, seja pela via sumária ou pela analítica, facilitando o acesso aos documentos e a divulgação do acervo. CONSERVAÇÃO: medidas de proteção aos documentos e ao local de seu acondicionamento, visando impedir sua deterioração. REFERÊNCIA: estabelecer políticas de acesso aos documentos. INSTRUMENTOS DE PESQUISA GUIA: o mais genérico, informa a totalidade dos fundos existentes do arquivo, finalidade de informar sobre a histórico, a natureza, a estrutura, o período de tempo, a quantidade de cada fundo integrante do acervo da instituição. Tem endereço, telefone, horário de funcionamento, condução para o local,regulamento de consulta, recursos oferecidos, requisitos exigidos do pesquisador. INVENTÁRIO: sumário, onde as unidades de arquivamento de um fundo ou uma de suas divisões são identificadas e descritas sucintamente, reflete o arranjo, sua finalidade é descrever a composição do fundo, possui introdução; analítico, onde as unidades de arquivamento são descritas pormenorizadamente, proporcionando ao usuário o conhecimento individualizado das unidades de arquivamento, através da descrição minuciosa de seu conteúdo. CATÁLOGO: critério temático, cronológico, onomástico ou geográfico, inclui todos os documentos pertencentes a um ou mais fundos, descritos de forma pormenorizada, sua finalidade é agrupar documentos que versem sobre um mesmo assunto, produzidos na mesma época, digam respeito a mesma pessoa, etc. REPERTÓRIO: trata-se de um catálogo seletivo, descreve pormenorizadamente documentos previamente selecionados, os documentos têm valor específico sobre determinados assuntos, intenção de ressaltar documentos individuais. ÍNDICE: instrumento de pesquisa auxiliar, lista sistemática, pormenorizada, remete o leitor ao contexto onde se acha inserido o termo indexado, pode ser parte da obra ou independente. TABELA DE EQUIVALÊNCIA: instrumento de pesquisa auxiliar,dá a equivalência de antigas notações, remetendo ao termo atual que tenha sido empregado em virtude de alterações no sistema de arranjo. DICAS COMPLEMENTARES FUNDO ABERTO – RECEBE NOVOS DOCUMENTOS; FUNDO FECHADO – NÃO RECEBE, A INSTITUIÇÃO NÃO SE ENCONTRA MAIS EM ATIVIDADE; DOCUMENTO DESAPARECIDOS DE UM CONJUNTO, QUANDO REAPARECEM, PODEM REASSUMIR SEU LUGAR SE FICAR CLARA A SUA ORIGEM; TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS TÉCNICAS MODERNAS DE ARQUIVAMENTO • Anteriormente – tratamento somente de suporte papel em arquivos, os materiais especiais eram encaminhados às bibliotecas e centros de documentação especializados. • Técnicas aplicadas aos Arquivos/Tipologias documentais e Suportes Físicos • Automação da Informação, Microfilmagem e Digitalização de Documentos. Automação – Arquivos como usuário – computador identifica séries documentais, registra documentos e controla o acervo. – Arquivos como órgão de guarda e tratamento técnico de informações – computador é o próprio suporte da informação = bancos de dados. – Recuperação rápida e eficaz - descentralização da informação. – Racionalização da gestão documental. Microfilmagem – Reprodução de documentos, dados e imagens em película fílmica, utilizando graus de redução. Pode ser de forma fotográfica ou eletrônica. – Economia com espaços físicos – Instrumento de consulta – preservar os originais do manuseio – Segurança – Racionalização da informação – Formas: filme, jaqueta, microficha – Possui validade legal – LEI 5.433/1968 E DECRETO 1.799/1996 – Possuem imagem de abertura e de encerramento – Sempre é feito filme cópia Digitalização de Documentos – Captura de imagens – scanners – Acesso simultâneo – intranet e internet – Documentos digitalizados = cópias criadas a partir de papel – sem autenticidade. Não possuem validade legal. – Documentos digitais = criados em meio eletrônico – possuem autenticidade. Incluem-se as cópias e perdem a validade legal se impressos. • Workflow • GED • METADADOS = descritores de informação – identificam como foi registrada (hardware, software, formato, linguagem, estrutura de dados) – identificam o documento (autor, data, assunto, hora da transmissão, etc.) Workflow – Localização do documento dentro da organização – Gerenciamento eletrônico de processos de informação através de rotinas e ações pré-definidas = organização e monitoramento através de departamentos da organização – Maior produtividade, segurança e controle. GED Gerenciamento eletrônico de documento ou GED é “a somatória de todas as tecnologias e produtos que visam gerenciar informações de forma eletrônica, reforçando então que não é necessário que os documentos estejam em meio eletrônico, mas sim, que o tratamento dispensado a estes, ou instrumentos de gestão documental sejam produzidos com o uso destas tecnologias” Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED – uso de ferramentas eletrônicas para gerenciar documentos em vários suportes. • É diferente de Gerenciamento Documentos Eletrônicos – GDE – Gerenciar documentos produzidos em meio digital, independente da ferramenta. ATIVIDADES DE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO Preservação = conservar, armazenar e restaurar; – É o conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a proteção do patrimônio. Conservação = Estender a vida útil dos documentos; – É o levantamento, estudo e controle das causas de degradação, permitindo a adoção de medidas de prevenção. É um procedimento prático aplicado na preservação. Restauração = revitalizar a concepção original – legibilidade do documento; – É um conjunto de medidas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Armazenamento – Os documentos devem ser guardados na posição vertical, em estantes, e em ambientes bem ventilados. – Os folhetos (documentos soltos sem encadernação) devem ser armazenados em gavetas na posição horizontal e acondicionados em caixas confeccionadas com papel neutro ou alcalino, também chamado de papel permanente. – Os documentos maiores não devem ser colocados em cima de outros menores, para evitar total deformação do suporte. – O empilhamento deverá ser criterioso, baseado nas condições físicas, do tamanho e peso de cada obra. Higienização = pó de borracha ou borracha fina • Amarelecimento do papel = indica que está em processo de deterioração • Oxidação = ferrugem • Acidez = decorre do processo de fabricação • Não plastificar • Documentos permanentes = confecção em papel alcalino ou chamado papel permanente • Evitar presença de elásticos e elementos metálicos • Não furar nem dobrar documentos