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VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
A GESTÃO DE ESTOQUES EM AMBIENTES HOSPITALARES 
 
Analisando a utilização de ferramentas de gestão de materiais em ambientes 
hospitalares públicos e filantrópicos no município de Santa Bárbara D’Oeste. 
 
Marcelo Pinotti Meaulo 
Anhanguera Educacional 
 
Marcus Pensutti 
Anhanguera Educacional 
 
 
RESUMO 
 
A Administração de Materiais em ambientes hospitalares e na saúde como um todo, 
vem mostrando-se muito eficaz na Administração Moderna. Entretanto sua 
aplicabilidade é percebida principalmente nas empresas privadas e raramente 
observada nas Entidades Públicas. Há um favorecimento quase exclusivo aos 
métodos de compra, pela gestão pública, o que prejudica, de certa forma, tanto o 
controle de estoque e do próprio material, quanto à qualidade do mesmo. 
Verificamos um constante conflito entre o binômio profissional versus gestão, para a 
melhoria deste controle e, por conseguinte, qualidade para que o produto final, ou 
seja, o cliente seja beneficiado. A aplicabilidade de certos instrumentos da 
Administração de Materiais, utilizadas na rede privada, poderá corroborar com a 
resolutividade, senão ajudar a Administração Pública a prestar um serviço sem 
comprometimento da qualidade ao usuário do sistema. 
 
Palavras-chave: administração, materiais, hospitalar, estoques 
 
 
ABSTRACT 
 
The Materials Management in hospitals and health care as a whole, is proving to be 
very effective in Modern Management. However its applicability is perceived mainly in 
private enterprises and rarely seen in public entities. There is an almost exclusively 
favored methods of purchase by the public administration, which somehow is 
detrimental to inventory control and the material itself on the quality of it. We 
observed a constant conflict between the binomial versus professional management, 
to improve this control and therefore quality to the final product, in other words, the 
customer is benefited. The applicability of certain instruments of Materials 
Management, used in private companies, could corroborate the resolvability, but to 
help the Public Administration to provide a service without compromising the quality 
of the user system. 
 
Keywords: management, materials, hospital, supplies 
 
 
 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
INTRODUÇÃO 
A moderna administração de materiais apresenta atualmente uma gama de 
ferramentas para a Gestão de Materiais, que ao serem corretamente aplicadas, 
possibilitam ao usuário uma redução dos custos envolvidos. As condições 
econômicas atuais praticamente induzem empresas e gestores a reduzirem seus 
investimentos em estoques para poderem fazer frente ao grau de competitividade 
que os mercados exigem. Ao abordarmos essa situação na empresa privada, fica 
claro que a Administração de Materiais contribui de forma decisiva para o sucesso 
financeiro. Mas e quando essas técnicas devem ser aplicadas em ambientes 
públicos, em que a utilização de ferramentas típicas das empresas privadas sempre 
encontra grandes resistências? E se esse ambiente for ligado à saúde pública? O 
fato de não existir a mesma competitividade da empresa privada irá reduzir a 
necessidade de controle? 
Administrar materiais em ambientes hospitalares, principalmente os 
mantidos com verbas públicas, representam aos gestores um desafio constante, 
pois as necessidades impostas pelas políticas públicas de saúde, as demandas da 
população mais carente, as formas legais de aquisição dos medicamentos e 
materiais necessários, bem como os anseios dos profissionais de saúde, devem se 
constituir no principal direcionamento das ferramentas de administração de 
materiais. 
Essas variáveis, em substituição a competitividade do mercado, podem ser 
determinantes para a adoção de ferramentas de Gestão de Materiais, capazes, pela 
sua utilização comprovada nas empresas privadas, de instrumentalizar os órgãos 
públicos de mecanismos de controle eficientes? 
A utilização destas ferramentas de alguma forma burocratiza em excesso a 
administração de materiais nestes ambientes de forma a prejudicar o atendimento as 
necessidades básicas dos clientes? 
Uma análise dessas áreas, levantando as ferramentas atualmente utilizadas 
pelos gestores públicos e uma comparação com as melhores práticas da 
administração privada, sempre sob a ótica do profissional de saúde - que depende 
destes insumos para um melhor atendimento à população - é o que se pretende com 
este trabalho. 
A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
A Administração de Materiais, “Tem o objetivo de conciliar os interesses 
entre as necessidades de suprimentos e a otimização dos recursos financeiros e 
operacionais das empresas”. (GONÇALVES, 2009, P.2). 
Para Barbieri e Machline (2009), “pode ser entendida como uma área 
especializada da administração geral de uma organização”, apresentando então a 
necessidade de ser integrada a todo o processo gerencial de uma instituição, 
participando de todos os momentos de planejamento empresarial. 
Como todo o processo de gerenciamento, ela é extensa e envolve uma série 
de etapas, e essas formas de abordagem são habitualmente divididos nas empresas 
em três grandes grupos, a saber: Gestão de Compras, Gestão de Estoques e 
Gestão dos Centros de Distribuição. 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
Considera-se que, para um bom gerenciamento, um mínimo das ferramentas 
típicas de Administração de Materiais, e que envolvam os grupos acima referidos, 
devem ser utilizadas. Visto que o intuito deste é verificar a aplicação das 
ferramentas em ambientes hospitalares públicos, listamos abaixo as principais 
ferramentas que, no entender dos autores, poderiam ser utilizadas: 
 
1 – Identificação de materiais: 
Segundo Barbieri e Machline (2009): 
Por identificação, entende-se a atividade voltada para 
identificar e individualizar os materiais. Nesse sentido, 
especificação significa identificação das características e 
propriedades de um dado material. Significa também a 
definição dos requisitos que um material, produto ou 
processo deve apresentar para cumprir uma finalidade. 
(BARBIERI; MACHLINE, 2009, p. 55) 
 
Para Dias (2009, pg. 178) “o objetivo da classificação de materiais é definir 
uma catalogação, simplificação, especificação, normalização, padronização e 
codificação de todos os materiais componentes do estoque da empresa”. 
Através da utilização de mecanismos de codificação dos materiais e 
equipamentos existentes, pelos diversos métodos existentes, inclusive com códigos 
de barras gerados internamente ou utilizando-se os códigos dos fabricantes, 
procura-se manter um padrão de identificação para facilitar a armazenagem, 
distribuição, compras e controle. 
Facilita o armazenamento, solicitação e entrega dos diversos itens que 
devem ser estocados. Propicia o controle dos prazos de validade de produtos 
perecíveis. 
 
2 – Controle de estoque: 
Estoque é todo o recurso adquirido e armazenado com a intenção de regular 
o fluxo produtivo de uma empresa. Especificamente para os ambientes hospitalares, 
representam os insumos necessários a um perfeito atendimento ao cliente. 
Segundo Dias (2009), controle de estoque seriam todas as formas de 
registro que objetivam controlar a quantidade de materiais em estoque: tanto o 
volume físico, quanto financeiro. Esse controle pode ser com a utilização de meios 
eletrônicos ou manuais. 
Existem três métodos para o controle financeiro. Em Dias (2009), o custo 
médio tem por base os valores das compras realizadas, traçando uma média entre o 
valor existente e o último valor de compra. O método PEPS (primeiro que entra, 
primeiro que sai) a utilizaçãodos valores é condicionada a entrada da compra em 
estoque, sendo obrigatória a saída do item mais velho. Quanto ao UEPS (último que 
entra, primeiro que sai), ocorre a utilização dos valores dos últimos itens a serem 
incorporados ao estoque. O método mais recomendado seria o custo médio, pela 
facilidade de entendimento e aplicação. 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
O controle de saldos possibilitaria a implantação de inventários freqüentes, 
informações sobre a disponibilidade de estoques, os valores de estoque envolvidos 
e a realização de trocas com outras unidades dos itens com maior disponibilidade. 
Inventários representam a comparação, habitual e contínua, dos saldos 
apurados em controles eletrônicos ou manuais com as quantidades existentes nos 
depósitos, apurando e localizando as eventuais deficiências. Confere credibilidade 
aos processos de gerenciamento dos estoques. 
 
3 – Cálculo de médias de consumo: 
De acordo com Tadeu (2010, pg 48): 
O gerenciamento de estoques visa, por meio de métodos 
quantitativos aplicados, o pleno atendimento às expectativas de 
produção ou de consumo das organizações, com a máxima 
eficiência, redução dos custos e tempo de movimentação. 
Procura-se maximizar o capital investido, em busca de retornos 
satisfatórios sobre o investimento realizado. (TADEU, 2010) 
 
Seja ela, anual, mensal ou diária, alimentam o processo de compras, 
evitando eventuais faltas de materiais. Essas previsões podem ser feitas de forma 
qualitativa, mediante a análise da importância do item frente às necessidades das 
áreas ou quantitativa, através da utilização de análises estatísticas dos consumos 
apontados. As projeções de demanda irão compor o processo de planejamento de 
compras, estocagem e distribuição às áreas descentralizadas. 
 Sua grande virtude é dotar a organização de critérios pré-estabelecidos 
para aquisição de suas necessidades, preparando a compra, armazenagem e fluxo 
financeiro. 
 
4 – Identificação dos principais custos ligados a estoques: 
Custos com capital investido, recursos humanos, edificações e manutenção, 
armazenagem, processos de compras e custos totais. Gonçalves (2009) relata: 
Embora o estoque de materiais seja indispensável para um 
perfeito funcionamento do processo de fabricação e o 
equacionamento da produção e das vendas de produtos, ele 
tem um custo. Custo que se desdobra em vários 
componentes e, dependendo do enfoque utilizado, o estoque 
pode ter objetivos conflitantes nos diversos órgãos da 
administração. (GONÇALVES, 2009, P. 68) 
 
Segundo Tadeu (2010, pg. 148, “os custos associados a existência de 
estoques são devidos a vários fatores: estocagem e manuseio, impostos, seguro, 
obsolescência, furto, aluguel e custos de capital”. 
Custos altos, importantes e completamente invisíveis as organizações que 
não se atentam ao peso que isto representa a sua competitividade. Visto que todas 
as instituições, públicas ou privadas, são, por força de lei, obrigadas a registrar todas 
 
 
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as suas entradas e saídas, a apuração destes custos é plenamente capaz de ser 
realizada por qualquer uma delas. 
 
5 – Estoque mínimo, de segurança, ponto de pedido e intervalo de re-suprimento: 
Itens primordiais para a programação dos eventos que alimentam toda a 
cadeia de suprimentos. Importantes para a garantia de que os níveis de estoques 
venham sempre a suprir as necessidades das diversas áreas requisitantes. 
Gonçalves (2009) diz que “A complexidade do fluxo de materiais que é composto por 
diferentes atividades gera incertezas, e seu entendimento permitirá dar a garantia 
necessária para atingir o nível de serviço desejado às características da empresa”. 
 
6 – Controle de materiais pelo método da Curva ABC: 
“A classificação ABC, também conhecida como classificação de Pareto, é 
um procedimento que visa identificar os produtos em função dos valores que eles 
representam e, com isso, estabelecer formas de gestão apropriadas à importância 
de cada item em relação ao valor total considerado”. (BARBIERI; MACHLINE, 2009, 
p.65). 
Ainda segundo Martins e Alt (2009 pg. 211): 
Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de 
tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo, em valor 
monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles 
possam ser classificados em ordem decrescente de 
importância. Aos itens mais importantes de todos, segundo a 
ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação itens 
classe A, aos intermediários, itens classe B, e aos menos 
importantes, itens classe C. 
 
Determinando o grau de importância do item permite diferentes níveis de 
controle com base na importância relativa do item. Tem como base, o valor 
financeiro dos itens consumidos em um determinado período, determinando que os 
itens de maior valor financeiro - os itens classe A - tenham um maior grau de 
atenção e controle; diminuindo este grau, conforme os itens passam a representar 
um menor valor financeiro, no total, consumido no período. 
 
7 – Apuração das quantidades econômicas de compras, através da metodologia do 
Lote Econômico de Compras: 
Através da utilização de valores unitários do item, seu consumo médio, os 
custos de armazenagem e compra; a quantidade que representa a melhor e mais 
vantajosa combinação destes fatores. 
O lote econômico de compras é a quantidade fixa de compra 
que minimiza os custos totais anuais de um item em 
estoque. Para efeito de gestão de estoque, os custos devem 
ser obtidos com vistas às decisões sobre quanto e quando 
comprar ou produzir um material. (BARBIERI; MACHLINE, 
2009, p. 147). 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
 
8 – Controle de materiais pelo método XYZ: 
Este método apresenta como característica classificar os materiais de 
acordo com sua criticalidade ou imprescindibilidade para o desempenho das 
atividades das áreas envolvidas. Itens absolutamente imprescindíveis são 
classificados como Z; enquanto outros, menos críticos, recebem a classe X. Para 
que se determine essa classificação - ao contrário da classificação ABC - não são 
utilizados critérios quantitativos, mas sim critérios qualitativos, respondendo-se 
perguntas do tipo: 
- O Item é essencial para alguma atividade vital da organização? 
- Pode ser adquirido facilmente? 
- Existe algum item equivalente, já especificado? 
- Esse item equivalente, pode ser adquirido facilmente? 
Como já mencionado, estes instrumentos, comuns em empresas privadas e 
tão importantes para a manutenção da competitividade, podem ser utilizadas pelas 
áreas públicas, mesmo sabendo de todas as restrições geradas, pela legislação, que 
rege o ente público no tocante a aquisição de materiais e serviços. 
 
9 – Registrar e acompanhar os índices de desempenho de estoques: 
Segundo Martins e Alt (2009, pg. 65): 
Há uma grande diversidade de índices usados para medir o 
desempenho dos recursos materiais. Por exemplo, para 
avaliarmos a administração dos materiais, podemos calcular 
o giro de estoque, o estoque em processo, o lead time 
(intervalo de tempo necessário para a execução de uma 
atividade), o produto acabado em estoque e a eficiência de 
entregas. 
 
Identificar, através das três formas clássicas de avaliação, financeira, 
organizacional e procedimentos, quais as principais dificuldades encontradas, do 
ponto de vista econômico, financeiro, comportamental e de falta de dados e 
informações que podem comprometer uma administração efetiva. 
LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES 
Para efetuar uma comparação entre o preconizado pela Administração de 
Materiais e o realmenteutilizado nas áreas públicas, foram entrevistados os 
responsávies por duas unidades de saúde, da Região Metropolitana de Campinas. 
Foi para tal elaborado um questionário, que contemplasse, de maneira genérica, a 
possibilidade de aplicação das ferramentas elencadas. Aplicou-se este questionário 
em uma entidade totalmente pública e outra de cunho beneficente, mantida com 
verba pública e privada. 
 
 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
a) Respostas obtidas na entidade de cunho beneficente: 
a.1) Como são vistos os estoques pelo ponto de vista da administração e dos 
profissionais de saúde? 
Os estoques são vistos pela administração exclusivamente como uma 
grande fonte de gastos: não geram retorno, necessitam de muito controle e não 
atendem as necessidades. 
Já pela ótica dos profissionais, sempre se busca indicar para aquisição, o 
melhor material possível, dentro de um custo adequado. 
Não existe uma metodologia de utilização das quantidades consumidas para 
previsão de consumos futuros e há uma tendência de sobrecarregar os itens em 
estoque, devido as constantes reclamações de profissionais da saúde e usuários do 
sistema, elevando os custos de manutenção e aquisição dos estoques. 
a.2) São utilizados métodos de controle de estoques, custo médio, PEPS (Primeiro a 
Entrar, Primeiro a Sair), UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)? Eletrônico ou 
Manual? 
O almoxarifado é dotado de um sistema informatizado, capaz de gerar 
informações suficientes para um correto processamento de valores e quantidades. 
O material tem seu preço de compra controlado pelo sistema de custo 
médio, de forma eletrônica, alimentado manualmente pelos profissionais do 
almoxarifado. 
Por problemas de entendimento parcial do sistema implementado, adaptado 
ao estoque hospitalar, os lançamentos das entradas e saídas não acontecem de 
maneira correta, gerando divergências no estoque e constante necessidade de 
inventários para regularização dos saldos em estoque. 
Essas divergências podem gerar uma desconfiança da administração, bem 
como uma facilitação a má utilização. 
O não lançamento correto destes valores interfere nos cálculos internos do 
sistema, não gerando credibilidade em simulações para consumo futuro, sendo esse 
um dos motivos que não permitem a utilização de todas as ferramentas eletrônicas 
disponíveis no software utilizado. 
a.3) São calculados custos de medicamentos por pacientes? 
O sistema apura o valor dos medicamentos pelo sistema de custo médio e 
esses valores são utilizados para cobrança de valores junto aos pacientes 
particulares ou oriundos de convênios com outras entidades. 
Para os pacientes do SUS, esse valor não é importante, visto que a Entidade 
é reembolsada mediante a aplicação de uma tabela padrão, com valores fixos para 
cada procedimento realizado. 
Essa tabela padrão, segundo informação, não tem os valores abertos em 
nível de medicamentos, para uma efetiva comparação entre os valores praticados 
pelo hospital e ressarcidos pelo SUS. 
a.4) Existe uma metodologia de controle de prazo de validade? 
Existe, o controle é feito baseado no lote do produto. Os estoques físicos 
são controlados pelo método PEPS, mantendo-se os itens com o vencimento mais 
próximo a frente para utilização imediata. 
a.5) Existe uma metodologia para previsão da demanda? Automática ou manual? 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
Não existe uma metodologia científica. Os profissionais estimam, 
exclusivamente pela sua experiência, as quantidades que julgam ser necessárias 
para próximos períodos. 
A responsável pela farmácia levanta os valores existentes em estoque, 
compara com os valores consumidos no mês anterior e lista para o setor de 
Compras, o montante a ser adquirido para o próximo mês. 
Como relatado anteriormente, o não lançamento correto de entradas e 
saídas interfere diretamente nos dados do sistema, não permitindo a geração 
confiável de previsão de valores, mesmo sendo o sistema informatizado dotado de 
tais ferramentas. 
a.6) São levantados os custos do estoque (armazenagem, reposição, falta)? 
Não existe levantamento destes custos. 
a.7) Existe cálculo de ponto de reposição? Estoque mínimo? Estoque de segurança? 
Não são calculados. O sistema informatizado tem essa possibilidade, porem, 
não são utilizados. 
a.8) Os materiais são codificados? 
Sim, existe metodologia de codificação adequada às necessidades, através 
da geração de código de barras e leitor, para baixas e entradas automáticas. Essa 
situação está em implantação e deverá, com a conclusão do processo, solucionar os 
problemas de entradas e saídas apurados anteriormente. 
Com o avanço da informatização, poderá ser analisada, junto ao detentor do 
software a possibilidade de utilização do código de barras do fabricante do produto 
para a entrada e saída dos produtos. Essa medida deverá gerar economia de tempo 
e recursos. 
a.9) Os materiais são classificados pela sua importância (XYZ) ou pelo seu custo 
(ABC)? 
Não houve uma resposta coerente à pergunta. 
O sistema é capaz de gerar essas ferramentas de controle, porem, não é 
utilizado pelos responsáveis pelo almoxarifado. Questionados sobre o motivo, 
afirmaram desconhecer o que esse controle poderia proporcionar. 
a.10) As compras são feitas com base em lotes econômicos de compras? 
Não, são feitas de acordo com o consumo do período anterior. 
O sistema pode calcular, porém não tem a alimentação de dados suficiente 
e, feita de forma correta. Caso fosse utilizado, iria apresentar valores fora da 
realidade. 
a.11) Quais os índices de faltas? O volume financeiro envolvido é de conhecimento 
de todos? 
Não houve uma resposta coerente à pergunta. 
O sistema como um todo não apresenta grandes faltas, mas pela ausência 
de uma metodologia mais científica, fica sujeito à falhas humanas, seja devido a 
esquecimento de listar o item, ou atrasos no processo de compras. Essa situação 
gera excessos de estoques, pedidos em excesso a título de reserva ou compras 
emergências, elevando-se os custos. 
Os valores não são de conhecimento oficial, apenas informalmente. 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
a.12) As perdas por obsolescência ou prazo de validade são constantes? 
Devidamente apuradas? Existem muitas perdas por furtos e roubos? 
Não é comum a perda por obsolescência ou data de validade, mas pela 
característica do material, não é incomum. 
Não existe a comunicação oficial de furtos, mas, aparentemente, ocorrem. 
a.13) Quais os critérios de compras mais comuns? 
Cotação junto a três ou mais fornecedores, dentro de um sistema de 
apuração de valores e autorização para compras. Os produtos são adquiridos de 
fornecedores devidamente avaliados pelo responsável pelo almoxarifado, estando 
este devidamente habilitado para este tipo de avaliação. 
 
b) Respostas obtidas na entidade pública 
b.1) Como são vistos os estoques pelo ponto de vista da administração e dos 
profissionais de saúde? 
A administração enxerga os estoques exclusivamente como uma fonte de 
dispêndio. 
Os profissionais da saúde, por terem enfrentado anteriormente dificuldades, 
costumam providenciar estoques extras em suas unidades, tentando evitar a falta de 
material de trabalho. Em alguns casos, o estoque das unidades descentralizadas era 
superior ao estoque do almoxarifado central. 
Como as unidades descentralizadas não mantêm controle de estoque e 
utilização, podem ocorrer casos de necessidade de aquisição de materiais, por falta 
no almoxarifado central, enquanto as unidades mantêm volumes suficientes para 
suprir suas necessidades por longos períodos.b.2) São utilizados métodos de controle de estoques, custo médio, PEPS (Primeiro a 
Entrar, Primeiro a Sair), UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)? Eletrônico ou 
Manual? 
O sistema que está sendo implantado possibilita o cálculo, mas não houve 
um consenso sobre o método que esta sendo atualmente utilizado e, qual será o 
utilizado, quando do término da implantação do sistema. 
Os relatos dos responsáveis demonstram a existência de controle pelo 
método PEPS, ao apontar o valor de compra dos diversos lotes, mas, como ainda 
não estão sendo extraídos relatórios, fica impossível de ser constatado se o mesmo 
método é utilizado para o controle geral dos estoques. 
Existe o controle físico dos saldos, com inventários regulares e todas as 
divergências são apuradas. 
b.3) São calculados custos de medicamentos por pacientes? 
Não existe esta metodologia, visto que a principal função do almoxarifado é 
suprir a demanda dos postos e unidades de saúde. 
Estas unidades utilizam diretamente os materiais e medicamentos, mas 
também sem uma forma técnica de controle, solicitação e apuração do utilizado em 
cada atendimento. 
Por esse motivo, fica impossibilita uma verificação do valor médio de 
materiais e medicamentos utilizados em cada atendimento. Apurando-se os valores, 
 
 
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somados aos valores despendidos com os recursos humanos utilizados, poderiam 
demonstrar ao SUS a inadequação da tabela atualmente praticada. 
Todos se manifestam negativamente aos valores praticados, mas nenhuma 
área analisada esta dotada de ferramentas técnicas capazes de comprovar tal 
situação. 
b.4) Existe uma metodologia de controle de prazo de validade? 
Sim, o controle eletrônico esta ajustado ao controle físico possibilitando a 
entrega dos materiais e medicamentos dentro do prazo de validade. 
b.5) Existe uma metodologia para previsão da demanda? Automática ou manual? 
Não existe uma metodologia científica. 
Os profissionais se utilizam dos valores de consumos anteriores e os saldos 
existentes para comporem a lista de necessidades para o próximo ano. 
b.6) São levantados os custos do estoque (armazenagem, reposição, faltas)? 
Não, sendo de absoluto desconhecimento dos responsáveis os conceitos 
questionados. 
b.7) Existe cálculo de ponto de reposição? Estoque mínimo? Estoque de segurança? 
Não. Estes valores são exclusivamente, frutos, do conhecimento acumulado 
dos profissionais da área. 
b.8) Os materiais são codificados? 
Sim, existe uma codificação dos materiais. 
Os problemas apresentados pelos responsáveis estão diretamente ligados à 
inexistência de uma padronização dos fabricantes no que se refere à embalagem. O 
almoxarifado possui códigos diferentes para um mesmo medicamento/produto, 
tendo como diferencial exclusivamente a quantidade de produtos na embalagem. 
b.9) Os materiais são classificados pela sua importância (xyz) ou pelo seu custo 
(abc)? 
Não. Essas metodologias não são de conhecimento dos responsáveis. 
b.10) As compras são feitas com base em lotes econômicos de compras? 
Não. Os valores para as compras são apurados exclusivamente pelo volume 
consumido em anos anteriores, sem nenhuma outra tratativa. 
b.11) Quais os índices de faltas? O volume financeiro envolvido é de conhecimento 
de todos? 
Não existem cálculos ou índices capazes de mensurar as faltas, seja em 
número de itens, quantidades ou valores envolvidos. 
O volume financeiro existente no estoque não é de conhecimento dos 
profissionais e os relatórios do sistema em implantação não geram confiança. 
b.12) As perdas por obsolescência ou prazo de validade são constantes? 
Devidamente apuradas? Existem muitas perdas por furtos e roubos? 
Existem, mas, devido ao controle são pequenas. 
b13) Quais os critérios de compras mais comuns? 
Por se tratar de órgão público, utiliza a Lei 8666/93 como principal norteador 
de seus processos. 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O levantamento efetuado demonstra que não existe em nenhumas das 
entidades estudadas, uma aplicação metodológica das ferramentas de 
Administração de Materiais, seja de forma obrigatória pelos Gestores, ou pelos 
servidores, devido ao conhecimento adquirido externamente. 
Uma das considerações iniciais, de que a utilização de ferramentas de 
Gestão de Estoques pudesse estar prejudicando o atendimento ao usuário final, 
acabou se revelando improcedente, visto que não ocorre a utilização e as 
deficiências continuam acontecendo. 
Na verdade, em ambas as situações estudadas, a utilização de técnicas 
mais adequadas pode representar uma melhor utilização das verbas destinadas a 
esse fim, de tal modo que as constantes reclamações pela falta de materiais, 
equipamentos e medicamentos podem cessar. 
Observa-se a tentativa dos profissionais diretamente envolvidos de se 
utilizarem, de forma totalmente empírica, de técnicas da administração de materiais 
para a execução de suas tarefas. Esse empirismo ocorre muitas vezes pela 
ausência de conhecimento técnico ou por falta da obrigatoriedade de aplicação da 
metodologia de administração de materiais. 
A introdução das principais ferramentas, anteriormente citadas, pode ajudar 
a administração pública a prestar um serviço mais adequado, sem riscos de 
comprometimento da qualidade do serviço. Lista-se a seguir, as ferramentas que 
podem ser instituídas e que muito auxiliarão no controle. 
Iniciando-se com a sistematização de controle, através da implantação de 
identificação por códigos de barra, leitura e atualização automática das entradas e 
saídas, iremos obter o nível de confiança necessário para a utilização dos demais 
meios fornecidos pelos softwares atualmente utilizados. 
A análise dos softwares utilizados não apontou grandes incompatibilidades 
com as necessidades de controle que o volume e valor dos itens estocados 
apresentam. Existe a necessidade de treinamento dos responsáveis, pois ficou 
nítido uma sub-utilização dos recursos disponíveis. 
Dados de qualidade referentes à movimentação e consumo irão fornecer 
médias confiáveis e que poderão ser utilizadas nas compras destes itens, evitando o 
desperdício financeiro, reduzindo volumes a serem estocados, movimentações 
desnecessárias, perdas por obsolescência e furtos. Com essa medida, um dos 
principais requisitos para uma administração efetiva dos estoques, o levantamento 
de médias de consumo, estariam sendo atendidas. 
O estabelecimento de médias para gerenciamento do estoque de segurança 
e do ponto de reposição dos diversos itens poderá representar uma medida 
absolutamente capaz de indicar aos administradores os valores a serem 
empenhados em exercícios futuros, uma vez que possibilitam uma programação 
antecipada de compras. 
Com intuito de criar um método de acompanhamento dos itens em estoque, 
poderá ser utilizada a técnica XYZ, para a definição do grau de importância de cada 
item existente no estoque e sua metodologia de controle. Esta ferramenta, para uma 
implementação adequada, deverá ser fruto de uma participação direta junto ao 
pessoal de suprimentos dos profissionais de saúde, que terão amplas condições de 
 
 
VIII Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – www.convibra.com.br 
classificar cada item pela sua importância e relevância ao atendimento dos usuários 
de suas unidades de saúde. 
A realização constante de inventários dos itens existentes em estoque será 
capaz de demonstrar o grau de seriedade e confiança com que está sendo 
conduzida a política de estoques e armazenagem implantada. 
Os gestores municipais também deverão implantar em todas as unidades 
descentralizadas, mecanismos de controledos materiais existentes, permitindo a 
realização de inventários constantes; a identificação individualizada dos materiais 
utilizados em cada atendimento, permitiria uma apuração mais exata do custo de 
cada paciente; transferências de itens em excesso entre as unidades; seriedade na 
solicitação de reposição e uma menor perda por vencimento de prazo de 
medicamentos e materiais. 
Por fim, um constante levantamento de todas as ações envolvidas no 
processo de gerenciamento de materiais, com o objetivo de se apurar o nível de 
desempenho dos estoques, além de representar uma forma de corrigir eventuais 
falhas no processo, propiciam uma fonte de divulgação das boas práticas 
conseguidas com as ferramentas de gestão de estoques. 
Acreditamos que estas medidas devem ser suficientes para normalizar as 
constantes reclamações de falta de material e excesso de gastos com estoques. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARBIERI, J.C.; MACHLINE, C. Logística Hospitalar: teoria e prática. 2.ed. rev. e 
atual. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
DIAS, M. A. P. Administração de Materiais: princípios, conceitos e gestão. 5.ed. 4ª 
reimpressão. São Paulo: Atlas, 2009 
 
GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais. 2.ed. 3ª reimpressão. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2007 
 
TADEU, H.F.B. (Org) et all; Gestão de Estoques: fundamentos, modelos 
matemáticos e melhores práticas aplicadas. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
 
MARTINS, P.G.; ALT, R.C. Administração de Materiais e Logística. Ed. Especial 
Anhanguera – São Paulo : Saraiva, 2009.