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Atividade Execução Civil Mod 6.1

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19/06/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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MODULO 6
PARTE 1
AÇÃO DE EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA
(certa ou incerta)
 
NOTAS INTRODUTÓRIAS
 
 O objeto da ação de execução para entrega de coisa é sempre um bem,
seja qual for seu gênero ou espécie, assim será indiferente se é bem móvel,
imóvel ou semovente. 
 Diversas são as espécies de obrigações que podem ser englobadas nesta
execução, senão vejamos:
a. Obrigação de dar: entregar o que não é seu. Exemplo: A recebeu de B,
bem que deveria ser entregue em data certa a C.
b. Obrigação de prestar: entregar coisa fabricada pelo devedor após a sua
produção. Exemplo: o ceramista que entregará um vaso.
c. Obrigação de restituir: devolver o que recebeu do credor para posse ou
detenção temporária. Exemplo: ao fim de um comodato devolver o bem
emprestado.
 A diversidade de objeto da execução influenciará também na medida
executiva a ser tomada, assim sendo:
a. Bem móvel ou semovente: nesta hipótese sua execução será feita através
da busca e apreensão.
b. Bem imóvel: neste caso a entrega da coisa se faz por meio de imissão na
posse, tendo em vista a impossibilidade de deslocamento.
 Ainda é relevante mencionar que o bem em questão pode estar
previamente definido ou não, assim, o próprio legislador também estabeleceu
que a coisa pode ser ainda: 
a. Certa (individualizada): é aquela coisa que desde o momento em que a
obrigação foi assumida já se conhecia seu gênero e espécie, estando
plenamente delimitada sua descrição.
b. Incerta: é aquela coisa que está apenas identificada pelo gênero,
dependendo de uma das partes (credor ou devedor) sua delimitação
futura. Esta espécie de objeto ocorre nas obrigações alternativas, em que
uma das partes pode escolher no momento do pagamento qual será a coisa
a ser entregue efetivamente.
 
 
Capítulo 1
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EXECUÇÃO DE ENTREGA DE COISA CERTA
 
 
1. PETIÇÃO INICIAL
 
 O requerimento principal da petição inicial é para que o executado seja
citado a fazer a entrega da coisa no prazo de 15 (quinze) dias, depositá-la
em juízo ou ainda embargar (art. 806, CPC).
 Na petição inicial pode ser requerida também a fixação de multa diária
pelo descumprimento da ordem de entrega (“astreinte”), a fim de compelir o
devedor a entregar o bem. Esta multa diária pode ser fixada pelo juiz até
mesmo “ex officio”, ou seja, sem o requerimento da parte, assim como pode ser
revista a qualquer tempo, seja para aumentá-la ou para reduzi-la ou mesmo
para revogá-la, caso se verifique a impossibilidade de cumprimento da
obrigação, sendo esta devida até o momento em que a obrigação se
impossibilitou, sem prejuízo de perdas e danos (CPC, art. 498 e 499).
 
2. COMPETÊNCIA
 
 A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o
juízo competente (CPC, art. 781), observando-se o seguinte:
a. a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado,
b. Foro de eleição constante do título ou, ainda,
c. Foro da situação dos bens a ela sujeitos;
 Advirta-se ainda que tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser
demandado no foro de qualquer deles.
 
3. CITAÇÃO DO DEVEDOR
 
 Depois de citado o devedor tem algumas opções, podendo:
a. Entregar a coisa: esta é uma das causas de extinção do processo, pois o
devedor terá cumprido com sua obrigação, salvo se existir necessidade de
liquidar perdas e danos (CPC, art. 807).
b. Depositar a coisa: se for efetuado o depósito o devedor terá 15 (quinze)
dias contados da juntada do termo de depósito aos autos para embargar,
se não o fizer, a não interposição de embargos será certificada nos autos e
o bem será entregue ao credor, extinguindo-se o processo caso não haja
necessidade de liquidar perdas e danos.
c. Permanecer inerte: Nesse caso, será cumprido o mandado de busca e
apreensão (bem móvel) ou imissão na posse (bem imóvel), já determinada
no despacho da inicial, independentemente da possibilidade de incidir
multa diária até que a entrega seja efetivada ou se prove a impossibilidade
de cumprimento.
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4. EMBARGOS
 
 É necessário alertar para o fato de que atualmente o depósito do bem
não é mais condição para o exercício do direito de embargar (CPC, art.
914). Os Embargos podem ser opostos, ainda que não haja qualquer
garantia.
 O prazo para interposição dos Embargos é de 15 (quinze) dias, nos termos
como estatuído no art. 915 do Código de Processo Civil.
 
5. HIPÓTESE DE ALIENAÇÃO, PERDA OU DESTRUIÇÃO DO BEM
 
 A alienação do bem litigioso é ineficaz após a propositura da ação,
caracterizando-se, uma vez citado o devedor, a fraude à execução, que poderá
ser reconhecida pelo juiz nos próprios autos, sem maiores formalidades.
 Se o terceiro adquirente quiser defender sua posse ou domínio terá de
depositar o bem em juízo para depois se utilizar de embargos de terceiro, sendo
sua responsabilidade limitada a entrega do bem (art. 808, CPC).
 O credor não está obrigado a perseguir a coisa, podendo optar por perdas
e danos (art. 809, CPC), circunstância em que terá direito a receber o valor do
bem e perdas e danos, valores os quais poderão ser liquidados nos próprios
autos da execução (liquidação por arbitramento), que se transformará após a
liquidação em execução por quantia certa.
 O direito material esclarece que nas obrigações de restituir coisa certa
(artigo 238, do Código Civil) se a coisa se perder sem culpa do devedor a
relação jurídica estará resolvida suportando o credor a perda, ressalvados os
seus direitos até o dia da perda (exemplo: se existiram frutos colhidos, deverá
ser ressarcido destes), entretanto, caso a perda ou destruição do bem ocorra
quando o devedor já estava em mora, este conservará a responsabilidade
(artigo 399, Código Civil).
 
6. DIREITO DE RETENÇÃO
 
 Decorre da lei material (artigo 1219, do Código Civil) conceder ao
possuidor de boa-fé da coisa o direito de nela ou com ela permanecer até ser
indenizado pelas despesas que fez em seu benefício (apenas para benfeitorias
úteis e necessárias). 
 É uma exceção dilatória, porque não extingue o processo e sequer ataca a
existência da obrigação por si mesma, mas apenas condiciona a solução do
conflito àquela questão prévia, ou seja, o juiz deve primeiramente decidir se
existe ou não o direito de retenção pelas benfeitorias para então determinar o
que for necessário.
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 Se no título executivo já existir referência a benfeitorias realizadas ou
frutos a serem recebidos, tudo deve ser investigado em liquidação para
apuração de saldos, se este existir em favor do credor, não haverá direito à
retenção, devendo ser entregue o bem e continuar a execução, na modalidade
quantia certa; se existir em favor do devedor, este poderá com ela ou nela
permanecer até que seja depositado o equivalente ao ressarcimento.
 O devedor que pretender o direito a retenção deverá opor EMBARGOS À
EXECUÇÃO (art. 917, IV, do CPC), podendo o credor suscitar na impugnação a
eventual existência de frutos ou perdas e danos a compensar (ver art. 1.221, do
Código Civil).
 
 
Capítulo 1
EXECUÇÃO DE ENTREGA DE COISA INCERTA
 
 
7. ENTREGA DE COISA INCERTA– A ESCOLHA
 
 Na ação de execução para entrega de coisa incerta ocorrerá apenas uma
pequena alteração no procedimento, no que se refere a eliminar a incerteza
sobre o objeto, tendo em vista que não se pode efetuar apreensão de coisa
desconhecida.
 Assim, analisa-se o procedimento considerando a relação de direito
material havida entre as partes, senão vejamos:
a. Se a escolha cabia ao credor: este deve exercitar o seu direito de
escolha, desde logo, na petição inicial (CPC, art. 811).
b. Se a escolha cabia ao devedor: na petição inicial o exeqüente deve
requerer que o devedor seja citado para entregá-las já individualizadas
(CPC, art. 811).
 
 
8. TÍTULO OMISSO SOBRE A ESCOLHA
 
 Caso o título executivo seja omisso em relação a quem cabia a escolha
aplica-se a lei material que dispõe que no silêncio, a escolha cabe ao devedor
(artigo 244, do Código Civil).
 Julgada eventual questão que torne o bem de INCERTO em CERTO, o
procedimento passa a ser o da execução para entrega de coisa certa, conforme
já anteriormente descrito. 
 
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9. IMPUGNAÇÃO
 
 Qualquer uma das partes poderá no prazo de 15 (quinze) dias impugnar a
escolha feita pela outra parte (CPC, art. 812). Os prazos doravante são fixados
em dias úteis. E o prazo para impugnação começa a fluir e a contar a partir do
momento em que a parte toma ciência da escolha realizada pelo outro litigante.
Para o executado, conta-se da citação; para o exequente conta-se do depósito
da coisa feito pelo executado.
 A decisão de plano, se for necessária, poderá ocorrer depois da oitiva de
perito nomeado. Sobre essa decisão caberá agravo de instrumento conforme o
parágrafo único do art. 1.015 do Novo CPC.
 O atual CPC praticamente repete o art. 645 do CPC/73 com uma diferença
digna de nota que é a expressa indicação de que o juiz, ao despachar a inicial e
fixar a multa coercitiva, tomará como critério de aplicação o período de atraso
da obrigação, revogando-se a redação anterior que cogitava de dias de atraso.
 
Exercà cio 1:
Nas ações de execução para obrigação de entregar coisa o réu será citado para:
 
A)
entregar a coisa em 5 dias, depositar ou embargar em 10 dias
 
B)
entregar a coisa em 15 dias, depositar ou embargar
 
C)
entregar a coisa em 30 dias
 
D)
embargar em 15 dias
 
E)
contestar em 15 dias
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
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A) Conforme aula. 
B) Conforme aula. 
Exercà cio 2:
Falando do pedido de fixação de multa diária pelo descumprimento da ordem de entrega
(“astreinte”), com a finalidade de compelir o devedor a entregar o bem, podemos afirar:
(I) Esta multa diária pode ser fixada pelo juiz até mesmo “ex officio”, ou seja, sem o
requerimento da parte.
(II) Esta multa pode ser revista pelo juiz a qualquer tempo, seja para aumentá-la ou para reduzi-
la ou mesmo para revogá-la.
(III) A multa é aplicada em substituição às perdas e danos.
 
A)
Somente (I) está correta.
 
B)
Somente (II) está correta.
 
C)
Somente (III) está correta.
 
D)
Somente (I) (II) estão corretas.
 
E)
Todas estão corretas.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A) Conforme aula. 
B) Conforme aula. 
C) Conforme aula. 
D) Conforme aula. 
Exercà cio 3:
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Depois de feita a citação ao devedor, o mesmo poderá:
(1). Entregar a coisa e com isso pedir a extinção do processo, independente da necessidade
de liquidar perdas e danos;
(2). Depositar a coisa em juízo que, independentemente da oposição dos embargos,o bem será
entregue ao credor, extinguindo-se o processo caso não haja necessidade de liquidar perdas e
danos.
(3). Permanecer inerte e nesse caso o juiz mandará expedir mandado de busca e apreensão
(bem móvel) ou imissão na posse (bem imóvel), independentemente da possibilidade de incidir
multa diária até que a entrega seja efetivada ou se prove a impossibilidade de cumprimento.
 
A)
Somente (I) está correta
 
B)
Somente (II) está correta
 
C)
Somente (III) está correta
 
D)
Somente (I) e (II) estão corretas
 
E)
Todas estão corretas
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
A) Conforme aula. 
B) Conforme aula. 
C) Conforme aula.

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