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MÓDULO I LCJ

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MÓDULO I – CARACTERÍSTICAS DO TEXTO ARGUMENTATIVO JURÍDICO[1]
(1). Tendo em vista que nossa proposta é analisar as características do gênero discurso jurídico, enquanto estrutura argumentativa, para que possamos compreender que o livre convencimento dos integrantes do Conselho de Sentença fica comprometido, na medida em que estes são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam, passamos a discutir considerações de pesquisadores que se dedicaram à análise da eficácia da argumentação.
Iniciaremos com um apanhado teórico sobre as formações imaginárias e a antecipação, segundo Pêcheux (1969), para, posteriormente, discorrermos sobre a nova retórica, segundo Perelman (1982).
Para que o processo subjacente à estrutura argumentativa do discurso jurídico enunciado no Tribunal do Júri se faça revelar, procedemos a articulações teóricas que nos permitirão refletir sobre o processo de argumentação em si.
2.1. Formações Imaginárias
(PÊCHEUX, 1969)
Para que a nossa discussão sobre a construção do percurso argumentativo do gênero discursivo jurídico, nos concentraremos na enunciação do Tribunal do Júri, na medida em que essa enunciação reúne todos os elementos que nos são necessários para compreender com clareza os aspectos teóricos que discutiremos.
Considerando que o discurso que se realiza na enunciação do Tribunal do Júri (2) tem como esteio os autos do processo e estes têm como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem, (3) consideramos que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente (PÊCHEUX, 1969).
Segundo o autor, o processo discursivo supõe a existência de formações imaginárias que, de forma sistemática, poderiam ser assim representadas:(PÊCHEUX, 1990, p.83)
SIGNIFICAÇÃO DA EXPRESSÃO
QUESTÃO IMPLÍCITA CUJA "RESPOSTA" SUBENTENDE A
FORMAÇÃO IMAGINÁRIA CORRESPONDENTE
Imagem do lugar de A para o sujeito colocado em A
"Quem sou eu para lhe falar assim?"
Imagem do lugar de B para o sujeito colocado em A
"Quem é ele para que eu lhe fale assim?"
Imagem do lugar de B para o sujeito colocado em B
"Quem sou eu para que ele me fale assim?"
Imagem do lugar de A para o sujeito colocado em B
"Quem é ele para que me fale assim?"
Quanto ao referente (PÊCHEUX, 1990, p.84), podemos entender que, no contexto de enunciação do discurso do júri sobre o qual esta pesquisa se debruça, (4) o referente se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa), enquanto o crime em si já se assemelhe a um objeto imaginário, assim como a vítima, no caso de homicídio consumado.
SIGNIFICAÇÃO DA EXPRESSÅO
QUESTÃO IMPLÍCITA CUJA "RESPOSTA" SUBENTENDE A FORMAÇÃO
IMAGINÁRIA CORRESPONDENTE
"Ponto de vista" de A sobre R
"De que lhe falo assim?"
"Ponto de vista" de B sobre R
"De que ele me fala assim?"
Considerando-se a função social do autor que perpassa laudos necroscópicos, periciais, documentos e depoimentos constitutivos o discurso enunciado no Tribunal do Júri, entendemos pertinente, para a compreensão do processo que envolve a argumentação desse discurso, estabelecer articulação entre Pêcheux (1969), no que tange às formações imaginárias, e Orlandi (1988), no que se refere ao fato de o texto apresentar um leitor virtual no ato da escrita.
(5). Há um leitor virtual inserido no texto. Um leitor constituído no próprio ato da escrita. Em termos do que denominamos 'formações imaginárias' em análise do discurso, (6) trata-se do leitor imaginário, aquele que o autor imagina (destina) para o seu texto e para quem ele se dirige. Tanto pode ser um seu 'cúmplice' quanto um seu 'adversário'" (ORLANDI, 1988, p.9).
A nosso ver, (7) tal recurso favorece o sujeito enunciador promotoria ou defensoria no sentido de permitir que seus argumentos sejam mais eficazes, já que eles se fundamentam no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes e, consequentemente, aceitáveis por seu interlocutor virtual.
É possível, (8) ainda, que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, e, por antecipação, negocie com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão de seu interlocutor à sua proposta. Assim, no próximo tópico, estaremos abordando especificamente as considerações de Pêcheux (1969) no que tange à antecipação.
Antecipação
(PÊCHEUX, 1969)
Entender a questão da estrutura argumentativa do discurso jurídico, a nosso ver, implica considerar as formações imaginárias, segundo Pêcheux (1969), e, igualmente, reconhecer a necessidade de o sujeito antecipar o contra-argumento de seus interlocutores, de modo a minimizar que seu argumento venha a ser refutado.
A questão da antecipação fundamenta-se na necessidade de "A" (entendido pelo sujeito/autor) trabalhar antecipadamente sobre as possíveis respostas de "B" (interlocutor).
O autor enfatiza a "distância" entre uma e outra parte, já que é a partir da "distância" existente entre os discursos que se abre a possibilidade de o "orador transformar o ouvinte (tentativa de persuasão)", ou, ainda, identificar-se com o "seu ouvinte (fenômeno da cumplicidade cultural), manifestando acordo". Considera ainda esse aspecto demonstrável por meio de gestos (o "piscar de olhos", por exemplo) que traduzem a cumplicidade cultura.
Em nosso entender, a questão da estrutura argumentativa pode ser contemplada a partir da antecipação com enfoque nas formações imaginárias, em função dos mecanismos das imagens - Eu - OUTRO e Referente.
O fato de o autor conceber que "todo processo discursivo supõe, por parte do emissor, uma antecipação das representações do receptor, sobre a qual se funda a estratégia do discurso" nos permite entender que o sujeito possa trazer para o seu discurso, por antecipação, o argumento do OUTRO, (seu interlocutor), de maneira a enfraquecê-lo ou refutá-lo antes que o OUTRO tenha direito de voz para contra argumentar. Esse percurso nos parece permitir que o sujeito silencie o OUTRO antecipadamente.
Assim, entendemos que, a partir das relações de imagens: Eu - OUTRO e Referente, o sujeito possa lidar com um interlocutor imaginário e elencar seus argumentos em função desse mesmo interlocutor. Logo, priorizando seus objetivos, o sujeito seleciona criteriosamente os referentes a serem abordados e traslada de uma formação discursiva para outra.
Fundamentados nessas particularidades, consideramos ser possível, ainda, estabelecer articulação teórica entre a proposta de Pêcheux (1969), acerca da antecipação, e a de Orlandi (1983-1990), sobre a paráfrase.
Segundo pudemos depreender desses dois enfoques teóricos, à medida que o sujeito antecipa os argumentos de seu interlocutor, por intermédio da relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente, ele procede a apagamentos e a reformulações que lhe possibilitam mesclar diferentes vozes em um mesmo texto. Assim, o sujeito retoma o OUTRO de maneira a atingir seus objetivos, sem, no entanto, explicitá-lo, e, ao deslocá-lo, passa a significá-lo diferentemente, dada as condições de produção constitutivas do que é retomado.
Entretanto, não entendemos como mero descuido os momentos em que o sujeito permite a presença de marcas que evidenciam os limites entre diferentes outros discursos que constituem a sua argumentação. Ao contrário, tudo indica que tais marcas têm sua razão de ser no fato de o sujeito poder significá-las, convenientemente, seja para denunciá-las, refutá-las ou reafirmá-las, para em seguida, negá-las, porém sempre em conformidade com seus interesses.
Portanto, para garantir a eficácia de sua estratégia, o sujeito necessita, em primeiro lugar, atingir o próprio objetivo da argumentação, e, para tanto, deve selecionar os referentes envolvidos em suas propostas, fundamentado nas formações imaginárias, constitui-secomo condição de produção do discurso. Daí ser preciso selecionar o referente criteriosamente.
A posição do sujeito em relação ao interlocutor é igualmente relevante na perspectiva discursiva. Ao discutir esta questão, Orlandi (1983, p.126) considera que "para o locutor, o seu interlocutor ou concorda ou não concorda com ele (ou é seu cúmplice ou seu adversário); daí a posição do locutor ser a de influenciar, transformar, inculcar, etc."
A autora recorre à "antecipação", emprestando o termo de Pêcheux (1969), para justificar o fato de que é sobre a antecipação que se define a natureza de um discurso de direção argumentativa, uma vez que o recurso "permite ao locutor a possibilidade de experimentar o lugar do seu ouvinte". (p.129).
Ao discutir a peculiaridade da argumentação de um discurso cujas condições de produção apontam para uma pluralidade de interlocutores, temos de considerar que o sujeito traz para o seio do discurso o argumento de seu interlocutor para significá-lo de outro lugar, alterando, assim, a direção de sentidos em seu próprio benefício.
Desta forma, ao elencar seus argumentos, o locutor tem diante de si a conveniente possibilidade de se apresentar perante seus interlocutores discutindo diferentes lados de uma mesma questão, e, assim procedendo, transmite-lhes a impressão, pelo menos a princípio, de que possui ampla visão da realidade, um fator que lhe permite significar a segurança de sua proposta e destruir, de antemão, as possíveis críticas de seus interlocutores.
O discurso enunciado no Tribunal do Júri nos dá claros exemplos desse movimento, quando o sujeito enunciador promotor ou defensor se dirige aos interlocutores jurados tanto nos debates como na réplica ou na tréplica. Não raro se observa que o sujeito se vale do não verbal emitido pelos jurados, por meio de gestos denotativos de desinteresse ou surpresa, para transformar seu dizer, reformulando sua fala, ajustando-a mais ao que entende ser mais conveniente. Retifica seu dizer com a pretensão de tornar mais claro o que enuncia aos seus interlocutores, mas, ao fazê-lo, imprime um novo argumento ao seu dizer de modo que a primeira impressão dos jurados seja desfeita, mantendo, sempre, contudo, a direção argumentativa condizente com sua tese, pois é o que determina o lugar social do sujeito.
À luz das considerações apresentadas pelas autoridades consultadas, no que se refere a uma relação estreita entre aquele que argumenta e o argumento em si – o referente - e aqueles a quem o argumento é apresentado - interlocutores podemos concluir que o papel desempenhado pelo interlocutor é o de quem julga a validade do argumento que lhes é submetido.
Logo, a habilidade do sujeito depende da sua condição para recorrer ao argumento adequado antes que o mesmo argumento pelo seu oponente para questioná-lo. Um contra-argumento à proposta do sujeito será enfraquecido se ele puder antecipá-lo.
Assim, aumentam as possibilidades de entendermos que esse tipo de mecanismo geralmente favorece o sujeito que detém essa habilidade, na medida em que lhe permite silenciar seu arguidor em potencial já em seu espaço discursivo.
Considerando que o objeto de nossa análise é o discurso enunciado no Tribunal do Júri e seu caráter altamente persuasivo, sobretudo em função de o interlocutor jurado que detém o poder de definir a questão ser leigo em assuntos concernentes ao Direito, a relação entre sujeito enunciador promotor ou defensor e interlocutores jurados torna-se ainda mais pertinente, principalmente, por ser o referente desse discurso a vida – o maior bem jurídico tutelado pelo Estado.
A possibilidade de refutar a crítica antecipadamente é discutida por Osakabe (1979) com enfoque na argumentação aplicada ao discurso político. (12) O autor concebe o ato de argumentar fundamentado em três atos distintos: "ato de promover" - o sujeito promove o interlocutor a uma instância do poder - (reafirma o poder que o ouvinte aspira ter); "ato de envolver" - o sujeito/anula antecipadamente a possibilidade de crítica no interlocutor -, e o "ato de engajar" - o sujeito transforma o interlocutor em seu codenunciado para conquistar (1979, p.82).
O ato de promover de que nos fala Osakabe (1979) pode ser claramente observado no momento em que o sujeito enunciador tanto da promotoria como da defensoria se dirige às testemunhas. Costumeiramente estabelecem empatia com a testemunha, dizendo-lhe entender o quanto aquele ato lhe causa dor e desconforto, principalmente, se a testemunha guarda alguma relação com o réu ou com a vítima, contudo, acentuam o valor do depoimento para o convencimento dos jurados. Em outras palavras, pela empatia mostram conhecer os sentimentos da família.
Nos cumprimentos, antes dos debates, enunciadores da promotoria e da defensoria esmeram-se em buscar elogios de toda sorte ao presidente do tribunal – o magistrado. Exaltam os serventuários da justiça e não medem esforços para elevar os jurados ao plano de seres absolutamente nobres, sem os quais a justiça não se faria de forma inequívoca.
Desse percurso argumentativo, podemos depreender que ambos enunciadores, promotor e defensor buscam cativar a simpatia dos jurados, porque sabem que a cumplicidade do interlocutor será de inestimável valor para que alcancem o resultado desejado, ou seja, a sua colaboração ao longo dos depoimentos.
No "ato de envolver", segundo o Osakabe, permite ao sujeito anular a crítica do interlocutor, reconhecemos a eficácia de o locutor antecipar o contra-argumento do ouvinte, antes que este possa enunciá-lo.
O “ato de envolver” é muito utilizado nos debates e, principalmente, na réplica e na tréplica. O sujeito enunciador promotor ou defensor antecipa os possíveis questionamentos que os interlocutores jurados podem fazer face aos trabalhos já apreciados até o momento dos debates, quando as testemunhas e o réu já foram ouvidos. Sabiamente, enunciam a dúvida para dirimi-la ou até destruí-la. Antecipa questionamentos próprios daquele momento da enunciação porque sabe que, à luz dos depoimentos, os interlocutores jurados começam a formar uma ideia da culpabilidade do réu. Do mesmo modo, que antecipam dúvidas, antecipam possíveis argumentos que serão usados pelo seu oponente e procuram refutá-los de pronto.
Ex: Certamente a defesa lhe dirá que o Sr. xxxx é mais uma vítima de um amor não correspondido, de uma mulher que primeiro lhe tira o que de melhor ele podia lhe dar, para depois trocá-lo por uma aventura qualquer. A defesa, senhores, transformará o Sr. xxxx em vítima, quando, na verdade, foi por orgulho ferido, movido por um desenfreado sentimento de posse e de ódio, por não aceitar o rompimento, por pura vaidade que o Sr. xxxx, não permitiu que sua ex-mulher seguisse seu caminho, desferindo contra ela cinco tiros no peito e no rosto (enunciador promotor na réplica em um caso de crime passional).
Ex: Os senhores ouviram o nobre promotor dizer que Sr. xxx agiu com frieza. Devem estar pensando que alguém que age assim não pode alegar violenta emoção. Afinal, frieza e violenta emoção não combinam. O nobre representante do Ministério Público se equivoca. Não havia frieza nos atos do Sr.xxx, havia desespero, havia angústia, havia muito medo. Medo de perder. Levado pelo desespero atirou, sem sequer se dar conta de quantas vezes atirava ou para onde atirava. Naquele momento, ele não matava a mulher amada, matava apenas a dor insuportável de perdê-la” (enunciador defensor na tréplica em um caso de crime passional).
Podemos observar que uma parte dialoga com a outra, como se conversasse com os jurados com o objetivo de antecipar e refutar o argumento contrário à sua tese. Essa estratégia é comum na réplica e na tréplica por serem estas as últimas falas da promotoria e da defesa respectivamente. Na impossibilidade de ter novamente o direito a palavra, o sujeito promotor busca antecipar os argumentos da defesa o que lhe confere grande valor persuasivo porque prova o grande conhecimento que detém do caso. Já à defesa somente resta refutar sobre o que já foi dito, porquea ela cabe a última fala.
[1] O Discurso do Tribunal do Júri: uma análise do percurso argumentativo do Tribunal do Júri do Caso Izabella Nardoni – realizada pelo programa de bolsa docente na Universidade Paulista 
Exercício 1:
Exercício 1
A respeito do livre convencimento dos integrantes do Conselho de Sentença é correto afirmar que:
A)
A) não fica comprometido, na medida em que estes não são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
B)
B) não fica comprometido, na medida em que estes são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
C)
C) fica comprometido, na medida em que estes são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
D)
D) fica comprometido, na medida em que estes não são envolvidos em um todo discursivo no qual vários discursos se mobilizam.
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Exercício 2:
Exercício 2
A respeito do discurso que se realiza na enunciação do Tribunal do Júri é correto afirmar:
A)
A) não tem como esteio os autos do processo, pois esse tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
B)
B) não tem como esteio os autos do processo, pois esse não tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
C)
C) tem como esteio os autos do processo, pois esse não tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
D)
D) tem como esteio os autos do processo, pois esse tem como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem.
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Exercício 3:
Exercício 3
Considerando que o discurso que se realiza na enunciação do Tribunal do Júri tem como esteio os autos do processo e estes têm como condições de produção um contexto marcado por diferentes etapas constituídas por documentos, laudos periciais, necroscópicos, provas, depoimentos de altíssimo valor persuasivo em função da própria legitimidade dos diferentes sujeitos que neles se inscrevem, podemos considerar:
A)
A) que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens:
Eu - OUTRO e Referente.
B)
B) que seu percurso argumentativo não tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu - OUTRO e Referente
C)
C) que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens:
OUTRO e Referente
D)
D) que seu percurso argumentativo tenha sido estruturado na relação de imagens: Eu e Referente
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Exercício 4:
Exercício 4
Com relação ao referente, no contexto do discurso do Tribunal do Júri, podemos entender o seguinte:
A)
A) não se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa).
B)
B) se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa se dá na realidade física da própria enunciação do Tribunal do Júri (réu, vítima, em casos de tentativa).
C)
C) o crime não se assemelha a um objeto imaginário.
D)
D) o réu, a vítima e o crime se assemelham a um objeto imaginário.
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Exercício 5:
Exercício 5
Com relação a elaboração de textos assinale a alternativa correta:
A)
A) não há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto.
B)
B) há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto, sendo que tal inserção se aperfeiçoa no momento da publicação.
C)
C) há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto, sendo que tal inserção se aperfeiçoa no momento da redação.
D)
D) há a possibilidade de se reconhecer a existência de um leitor virtual inserido no texto, sendo que esse poderá ser, tão somente, cúmplice do autor.
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Exercício 6:
Exercício 6
A literatura afirma que o autor de um determinado texto terá, no momento da confecção, um “cúmplice” ou um “adversário”. Essas expressões (“cúmplice” e “adversário”). Referem-se ao:
A)
A) produtor real.
B)
B) produtor virtual.
C)
C) produtor potencial.
D)
D) leitor real.
E)
E) leitor virtual. 
Exercício 7:
Exercício 7
Com relação a utilização do recurso do leitor virtual é correto afirmar o seguinte:
A)
A) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a promotoria como sujeito enunciador, tendo em vista que ele não se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
B)
B) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a defesa como sujeito enunciador, tendo em vista que ele não se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
C)
C) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a promotoria como sujeito enunciador, tendo em vista que ele se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
D)
D) favorece, tão somente, no tocante o procedimento do Tribunal do Júri, a defesa como sujeito enunciador, tendo em vista que ele se fundamenta no grau de aceitabilidade das propostas que o sujeito, por meio das formações imaginárias, pode considerar relevantes.
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 
Exercício 8:
Exercício 8
Com relação às técnicas utilizadas para elaboração de textos no procedimento do Tribunal do Júri é correto afirmar o seguinte:
A)
A) não é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista não ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
B)
B) não é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
C)
C) é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista não ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
D)
D) é possível que o sujeito enunciador se sirva de um contra-argumento à sua proposta, tendo em vista ser razoável negociar com seu interlocutor imaginário de modo a buscar a adesão à sua proposta.
E)
E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Exercício 9:
Exercício 9
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
(9) I - O fato de o autor conceber que "todo processo discursivo supõe, por parte do emissor, uma antecipação das representações do receptor, sobre a qual se funda a estratégia do discurso" nos permite entender que o sujeito possa trazer para o seu discurso, por antecipação, o argumento do OUTRO, (seu interlocutor).
PORQUE
II – Tal expediente é apto a enfraquecer ou refutar antes que o OUTRO tenha direito de voz para contra argumentar. Esse percurso nos parece permitir que o sujeito silencieo OUTRO antecipadamente.
A)
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B)
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C)
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D)
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
E)
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Exercício 10:
Exercício 10
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
(10) I - A posição do sujeito em relação ao interlocutor é igualmente relevante na perspectiva discursiva.
PORQUE
II – Para o locutor, o seu interlocutor ou concorda ou não concorda com ele (ou é seu cúmplice ou seu adversário); daí a posição do locutor ser a de influenciar, transformar, inculcar, etc."
A)
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B)
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C)
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D)
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
E)
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Exercício 11:
Exercício 11
Considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta:
(11) I - O “ato de envolver” é muito utilizado nos debates e, principalmente, na réplica e na tréplica.
PORQUE
II – O sujeito enunciador promotor ou defensor antecipa os possíveis questionamentos que os interlocutores jurados podem fazer face aos trabalhos já apreciados até o momento dos debates, quando as testemunhas e o réu já foram ouvidos.
A)
A) a primeira assertiva é verdadeira e a segunda assertiva é falsa.
B) a primeira assertiva é falsa e a segunda assertiva é verdadeira.
C)
C) a primeira e a segunda assertivas são falsas.
D)
D) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
E)
E) a primeira e a segunda assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
Exercício 12:
Exercício 12
A possibilidade de refutar a crítica antecipadamente é discutida por Osakabe (1979) com enfoque na argumentação aplicada ao discurso político. O autor concebe o ato de argumentar fundamentado em:
A)
A) dois atos distintos: ato de promover e ato de engajar.
B)
B) dois atos distintos: ato de promover e ato de envolver.
C)
C) dois atos distintos: ato de engajar e ato de envolver.
D)
D) três atos distintos: ato de promover, ato de envolver e ato de engajar.
E)
E) três atos distintos: ato de promover, ato de envolver e ato de antecipar.

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