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PUC Minas
Disciplina: Economia
Professor: Jorge Enrique Mendoza Posada/ Notas de Aula 2015
ECONOMIA E POLITICA
J&F 'elegeu' a maior bancada da Câmara
Fonte: Jornal Valor Econômico, 7 de Novembro de 2014
A primeira campanha com o fim das doações ocultas expôs a força empresarial na eleição para deputados. Oito grupos econômicos que irrigaram o caixa dos candidatos à Câmara dos Deputados com R$ 162,6 milhões ajudaram a eleger bancadas maiores que as do PT e o PMDB, mostra levantamento do Valor com colaboração do Valor Data.
Mais de 160 deputados eleitos receberam dinheiro da J&F, dona do frigorífico JBS, na disputa por cadeiras no Congresso Nacional. O grupo empresarial enviou cerca de R$ 57,6 milhões para financiar a disputa, se consolidando - com folga - como o maior doador da nova Câmara, segundo declararam as campanhas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reportagem é de Raphael Di Cunto e Thiago Resende, publicada pelo jornal Valor, 07-11-2014.
A JBS, que também figura como a maior doadora dos candidatos majoritários desta eleição, recebeu bilionários empréstimos a juros subsidiados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é um dos acionistas da companhia, dona da marca de carnes Friboi. A bancada financiada pela holding J&F é maior que a soma dos deputados eleitos em outubro do PT (70) e do PMDB (66), que se digladiam pela presidência da Câmara dos Deputados.
Para o juiz Marlon Reis, membro do Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, com o envio de dinheiro para as campanhas de parlamentares, as empresas ficam "blindadas" e "capazes de influir sobre as decisões" do Legislativo. "Não há doações desinteressadas. São feitas com propósito de assegurar vínculo robusto com os eleitos", diz. "Como nosso sistema é baseado em doação empresarial, ter esses recursos significa ganhar a eleição", afirma.
Embora figure como maior financiadora da campanha dos deputados, a J&F não está sozinha entre os grandes doadores. O grupo Odebrecht, que atua nos ramos de infraestrutura, energia e agronegócio, distribuiu R$ 37,9 milhões e ajudou a eleger 141 deputados federais. Ainda elegeram mais deputados que o PT os bancos Bradesco e Itaú Unibanco; as construtoras OAS e Queiroz Galvão; a Ambev, do ramo de bebidas; e a Vale, que atua em mineração e energia.
As construtoras Andrade Gutierrez, com R$ 10,8 milhões doados as campanhas de 67 deputados, e a UTC, com R$ 5,5 milhões para 58 parlamentares eleitos, também ficariam a frente dos maiores partidos, como o PSDB, que terá 54 deputados.
Esta é a primeira eleição em que a influência dos grandes grupos econômicos na Câmara pode ser identificada com mais clareza. Em abril, o TSE aprovou mudança nas regras para tentar pôr um fim às doações ocultas.
Prática comum nas últimas campanhas, essas doações ocorrem quando os partidos distribuem recursos arrecadados junto a empresas para candidatos ou comitês sem identificar a origem do dinheiro. A Justiça Eleitoral passou a exigir que os candidatos identifiquem o doador originário, como empresas, ao prestarem contas.
Na opinião de Cláudio Weber Abrão, do ONG Transparência Brasil, apesar de ainda ser cedo para analisar com profundidade, é essa mudança na regra que fez aumentar o número de beneficiários dos grandes doadores de campanhas em relação as eleições passadas. Mas a prestação de contas mostra que, apesar da medida do TSE, as doações ocultas ainda foram usadas. Pelo menos R$ 45 milhões doados aos deputados eleitos não tiveram a origem identificada.
Para Marlon Reis, as novas regras apenas deram clareza à grande quantidade de doações empresariais a candidatos, mas, agora, "não é mais uma questão de transparência, pois é preciso mudar as regras do jogo".
Após recolher cerca de um milhão de assinaturas, a organização de combate à corrupção deve apresentar uma projeto de lei de iniciativa popular ao Congresso para que proibir doações empresariais para as campanhas.
A discussão sobre a reforma política, puxada por promessa da presidente Dilma Rousseff e pelos altos custos da campanha, é uma das prioridades da próxima legislatura do Congresso. Ao todo, as campanhas dos deputados federais eleitos custaram R$ 733,7 milhões em 2014.
Procurada, a J&F, a Ambev e a Andrade Gutierrez informaram que as doações são feitas com base num critério de representatividade dos partidos políticos e têm o objetivo de colaborar com o debate .
As 10 empresas que mais doaram em 2014 ajudam a eleger 70% da Câmara
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, LUCAS DE ABREU MAIA E RODRIGO BURGARELLI – O ESTADO DE SÃO PAULO.
08 Novembro 2014 | 03h 00
Financiadores colaboraram com 360 das 513 campanhas eleitas; bancadas apoiadas por 6 grupos são maiores que as
São Paulo – Sete de cada dez deputados federais eleitos receberam recursos de pelo menos uma das dez empresas que mais fizeram doações eleitorais em 2014. Os top 10 doadores contribuíram financeiramente para a eleição de 360 dos 513 deputados da nova Câmara: 70%. É uma combinação inédita de concentração e eficiência das doações por parte das contribuidoras.
Uma das principais razões para isso ter acontecido foi que, como suas assessorias costumam dizer, as empresas não privilegiam “nenhum partido, candidato ou corrente política”. Ao contrário, elas buscam o mais amplo espectro possível. Os 360 deputados que elas financiaram estão distribuídos por 23 partidos diferentes.
A maior bancada é a do bife. Empresas do grupo JBS (ou que têm os mesmos sócios) distribuíram R$ 61,2 milhões para 162 deputados eleitos. Dona dos maiores frigoríficos do País, a JBS deu recursos para a cúpula de 21 dos 28 partidos representados na nova Câmara, incluindo todos os grandes. As direções partidárias redistribuíram o dinheiro aos candidatos.
A tática mostrou-se eficaz. Além de ter sido a maior doadora, a JBS acabou elegendo a mais numerosa bancada da Câmara – mais do que o dobro da do maior partido, o PT. Não foi a única que tentou não deixar nenhuma sigla a descoberto.
O Grupo Bradesco doou R$ 20,3 milhões para 113 deputados eleitos por 16 partidos. É a segunda maior bancada empresarial. Ficou à frente do grupo Itaú, que contribuiu para a eleição de 84 novos deputados de 16 partidos. Mas o concorrente foi mais econômico com o dinheiro: gastou “só” R$ 6,5 milhões. Há 42 deputados que foram financiados por ambos os bancos. O Bradesco privilegiou as direções partidárias. O Itaú doou mais a candidatos.
Construção.
Como setor, as empreiteiras têm a maior presença entre os top 10 doadores da nova Câmara. Cinco delas entraram na lista: OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia e Queiroz Galvão.
A OAS investiu R$ 13 milhões para ajudar a eleger 79 deputados de 17 partidos – do PT ao PSDB, passando por PMDB e todos os grandes. Já a Andrade Gutierrez gastou quase o mesmo valor e ajudou a eleger 68 deputados federais. A Odebrecht doou R$ 6,5 milhões para 62 deputados, a UTC deu R$ 7,2 milhões para 61 deputados, e a Queiroz Galvão, R$ 7,5 milhões para 57 parlamentares. Mas há muitas sobreposições.
Descontando-se as doações dobradas ou triplicadas que vários novos deputados receberam de mais de uma empreiteira, a bancada do concreto na nova Câmara tem 214 deputados de 23 partidos. Isso não inclui parlamentares que receberam doações de empreiteiras que não entraram nos top 10, como C.R. Almeida.
O grupo Vale elegeu a terceira maior bancada empresarial. Foram 85 os deputados eleitos – de 19 partidos – que receberam uma parte dos R$ 17,7 milhões doados pela empresa. Um deles foi o deputado reeleito pelo PP de Minas Gerais Luiz Fernando Faria. Ele recebeu R$ 800 mil de mais de uma empresa do grupo Vale – e já foi presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara. Mas também recebeu doações de outras sete das top 10 doadoras.
Como a JBS, outra empresa voltada ao consumo popular se destacou nestas eleições: a Ambev (dona das marcas Brahma e Antarctica, entre outras), que doou R$ 11,7 milhões e ajudou a eleger 76 deputados de 19 partidos. A bancada do churrasco,que recebeu do frigorífico e da cervejaria, soma 25 deputados.
Cientista político e professor do Insper, Carlos Melo qualifica tal alcance do financiamento eleitoral por um grupo tão pequeno de empresas de “clientelismo”: “É claro que compromete o voto do deputado. Como ele vai dizer que a doação não o influenciou?”
Conflito de interesses. Para Melo, deputados que receberam doações empresariais deveriam se declarar impedidos de votar em matérias nas quais haja conflito de interesse com o das empresas que o financiaram. “Como o juiz que não julga ações em que é parte interessada. Afinal, o voto deve representar o eleitor, não o financiador.”
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já votou contra a doação de empresas – mas o julgamento não terminou porque Gilmar Mendes ainda não deu seu voto e travou a votação.
Fonte: Jornal Estado de São Paulo, 8 de Novembro de 2014.

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