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. 1 SEEDF 1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, ecologia e suas inter‐relações. ............................................................................................. 1 Questões ........................................................................................................................................... 87 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br SEGURANÇA Brasil tem 6,5 homicídios por hora, aponta Mapa da Violência1 O Brasil registrou 57 mil homicídios em 2014, aponta um estudo coordenado pelo professor e sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO). O dado corresponde a 6,5 assassinatos por hora. - O Brasil teve 29 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2014. - São Luís, no Maranhão, foi a cidade mais violenta do país, com 90 homicídios para cada 100 mil habitantes. - Alagoas foi o estado mais violento para a população negra. A cada 13 vítimas de homicídio, 12 eram negras. Mortes por armas de fogo Nesta quinta-feira (25/08/16), Waiselfisz divulgou o Mapa da Violência 2016. Nele, o pesquisador detalha os homicídios cometidos por armas de fogo no país, que somaram 42.291 casos em 2014, ou 21,2 para cada 100 mil habitantes. Em 2004, essa taxa era de 20,7. "Ficou evidente, nesse estudo, o progressivo, sistemático e ininterrupto incremento das taxas de homicídio por arma de fogo", escreveu o pesquisador. Veja os destaques: - Fortaleza (CE) foi a capital com maior taxa de homicídios por armas de fogo em 2014, com 81,5 vítimas a cada 100 mil habitantes. - Recife (PE), que em 2004 liderava a lista, caiu para a 13ª posição. A taxa de homicídios por arma de fogo na cidade caiu de 77,8, naquele ano, para 35,8 em 2014. - Boa Vista (RR) foi a capital com a menor taxa de homicídios por arma de fogo em 2014, com 9,1 para cada 100 mil habitantes. - Alagoas foi o estado com maior taxa de homicídios por arma de fogo em 2014, com 56,1 mortes para cada 100 mil habitantes. - O estado do Rio de Janeiro, que em 2004 liderava a lista, caiu para a 15ª posição. A taxa no estado caiu de 47, naquele ano, para 21,5 em 2014. - Santa Catarina foi o estado com menor taxa de homicídios por arma de fogo em 2014, com 7,5 mortes para cada 100 mil habitantes. Último suspeito de terrorismo preso deve ser levado a presídio federal2 O mecânico Leonid El Kadre de Melo, último foragido da "Operação Hashtag" preso neste domingo (24/07/2016) em Comodoro, a 656 km de Cuiabá, em Mato Grosso, deve ser levado para o presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. No local, já estão as outras 11 pessoas suspeitas de planejar ataques terroristas na Olimpíada do Rio de Janeiro. Leonid foi preso pela Polícia Militar por volta das 19h30 na rodoviária de Comodoro após ser reconhecido por conta das fotos divulgadas pela imprensa. Uma denúncia dizia que um homem estava 1 25/08/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/brasil-tem-65-homicidios-por-hora-aponta-mapa-da-violencia.html 2 25/07/2016 – Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/07/ultimo-suspeito-de-terrorismo-preso-deve-ser-levado-presidio- federal.html 1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, ecologia e suas inter‐relações. 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 2 tentando comprar uma passagem sem documentos. Os policiais chegaram até o local, o reconheceram e deram voz de prisão. Ele foi levado para a delegacia para prestar depoimento. Na sexta-feira (22/07/2016), o penúltimo foragido, Valdir Pereira da Rocha, se entregou à Polícia Federal na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, a 562 km de Cuiabá. Todos os presos na ação estão no presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. A unidade é de segurança máxima e recebe presos de alta periculosidade. Operação Hashtag A chamada "Operação Hashtag" foi lançada na semana passada pela Polícia Federal, resultando na prisão de dez pessoas em sete estados, informou o Ministério da Justiça. Foram as primeiras prisões no Brasil com base na recente lei antiterrorismo, sancionada em março pela presidente afastada, Dilma Rousseff. Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo. Além das prisões, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em dez estados – São Paulo (8); Goiás (2); Amazonas (2); Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Minas Gerais e Mato Grosso (um em cada). Houve ainda duas conduções coercitivas, em São Paulo e Minas Gerais. 'Célula amadora' O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse, em coletiva na semana passada, que os investigados na operação não tiveram contato com membros do Estado Islâmico e que se trata de uma "célula absolutamente amadora", porque não tinha "nenhum preparo". "Mas obviamente que não podemos – nenhuma força de segurança – ignorar isso. [...] Só o fato de começarem atos preparatórios, não seria de bom senso aguardar para ver, e o melhor era decretar a prisão deles", afirmou o ministro. Moraes disse que o grupo mencionava a intenção de comprar um fuzil AK-47 em uma loja clandestina no Paraguai. Segundo Moraes, os investigados na operação, batizada de Hashtag, nunca tinham se encontrado pessoalmente e eram monitorados há meses pela polícia. Eles costumavam se comunicar pela internet, por meio dos aplicativos de mensagem instantânea WhatsApp e Telegram. Questionado sobre como foi o monitoramento dos suspeitos, já que o WhatsApp foi bloqueado mais de uma vez pela Justiça brasileira justamente por não fornecer dados para investigações, o ministro inicialmente não quis responder. Depois disse que revelar como se deu o monitoramento atrapalharia a investigação. Ministério da Justiça quer fim de torres de telefonia próximo a presídios3 O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta terça-feira (07/06/2016) que vai propor uma regulamentação para evitar torres de telefonia instaladas próximas a presídios. Segundo ele, as estruturas dificultam o bloqueio de sinal telefônico e de internet nas unidades. As regras ficariam a cargo da AgênciaBrasileira de Telecomunicações (Anatel) e, segundo ele, são "unanimidade" entre os responsáveis pelo sistema prisional do país. “Nós temos que ter uma legislação federal, uma regulamentação pela Anatel, porque as torres próximas dificultam muito o bloqueio e encarecem muito o bloqueio [de sinal]. Se houver uma distância mínima para a instalação isso favorece o bloqueio num custo muito menor”, disse. O ministro falou à imprensa após se reunir com representantes dos estados e do DF. Ele informou que pediu apoio dos secretários para um projeto de lei proposto por ele que altera a regulação do sistema prisional. Se aprovada, a lei determina que as unidades da federação tenham autonomia para legislar sobre o cumprimento da pena em pontos como progressão de regime, monitoramento eletrônico e medidas de trabalho alternativas. O ministro afirmou que 41% dos detentos atuais ainda aguardam julgamento. “Em alguns estados esse número chega a 70% dos presos”, afirmou. Em outros países, a média é de 20% da população carcerária, de acordo com o ministro. Uma das medidas que ele sugere são mutirões para desafogar o sistema penitenciário, em parceria com o Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça. Segundo o ministro, o país deve “priorizar a porta de entrada e de saída”, fazendo com que as cadeias sejam ocupadas por quem comete crimes mais graves. Entre os exemplos que ele citou estão tráfico, 3 07/06/2016 Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/06/ministerio-da-justica-quer-fim-de-torres-de-telefonia-proximo-presidios.html 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 3 corrupção e crimes de grave ameaça. Assim, ele estimou que será possível “investir mais e investir melhor” no sistema penitenciário. Questionado, o ministro reconheceu que as medidas propostas dependem de aprovação legislativa ou de uma mudança no entendimento do Judiciário. Ele afirmou não ter discutido com os secretários questões práticas sobre infraestrutura dos presídios. Reunião com governadores Segundo informou a Secretaria de Imprensa da Presidência, o presidente em exercício, Michel Temer, convidou todos os governadores para uma reunião no Palácio do Planalto, na próxima quinta-feira (09/06/2016), para discutir a renegociação das dívidas dos estados. Na semana passada, os secretários estaduais de Fazenda se reuniram em Brasília para discutir o assunto, e o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), chegou a sugerir a Temer que renegocie caso a caso as dívidas dos estados com a União, e não defina um modelo para as 27 unidades da federação. Rio 2016: Estado e União apresentam protocolos de segurança4 A Comissão Estadual de Segurança e Defesa Civil do Rio definiu nesta quarta-feira (01/06/2016) 11 protocolos de segurança para a disputa dos Jogos Olímpicos e paralímpicos do Rio, em apresentação junto com o Ministério da Justiça no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro do Rio. Entre os protocolos, como mostrou o RJTV, estão o enfrentamento ao terrorismo, vistorias e contramedidas de bombas, além da segurança das cerimônias. São eles que determinam como cada órgão de segurança vai atuar nos jogos. Esses protocolos vêm sendo montados há mais de um ano, com a realização de exercícios, simulados e eventos-teste. O governo federal vai investir R$ 350 milhões na segurança da olimpíada. 85 mil homens, das polícias militar, civil e federal, além das forças armadas, vão participar do esquema. As delegações poderão ser monitoradas em tempo real. "Vamos pedir sim ao ministério da Defesa. Vamos entregar um pedido a eles com relação a áreas, por exemplo na Avenida Brasil. Ai eles definem com quantos homens eles vêm, que planejamento eles vão usar", disse o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. "Aqui no Rio de Janeiro, são os maiores Jogos Olímpicos da história. É o maior número de países participantes, de atletas, o maior número de competições, e consequente a maior operação, de maneira que precisamos ter uma programação intensa", disse Andrei Rodrigues, secretário extraordinário de Grandes Eventos do Ministério da Justiça. WhatsApp começa a identificar conversas com criptografia5 Uma atualização do comunicador WhatsApp passou a identificar o uso de criptografia nas conversas realizadas pelo aplicativo. Nada muda para quem usa o programa, mas as conversas criptografadas trafegam de maneira "embaralhada" pela internet, de tal maneira que nem mesmo um grampo policial é capaz de enxergar o conteúdo do bate-papo e dos arquivos que são transferidos. É possível perceber a mudança com um aviso que agora aparece nas conversas: "as mensagens que você enviar para esta conversa e chamadas agora são protegidas com criptografia de ponta-a-ponta". Essa segurança é parecida com a utilizada em comunicações militares sigilosas. O WhatsApp já vinha criptografando parte das conversas desde 2014, porém a empresa não havia deixado explícita a existência do recurso. Segundo uma reportagem publicada no site da revista "Wired", o motivo é que o WhatsApp queria anunciar o recurso definitivamente só depois que todos os aparelhos com WhatsApp fossem compatíveis com a novidade. Isso significa que até antigos celulares com o sistema Symbian, da Nokia, agora têm conversas criptografadas. Com um bilhão de usuários, o WhatsApp passa a ser o maior sistema de criptografia de comunicação em uso no planeta. Segundo a empresa, o sistema não conta com uma "porta dos fundos", o que significa que uma conversa protegida não pode ser desembaralhada nem pelo próprio WhatsApp. Na prática, a empresa não pode cumprir ordens judiciais que solicitem a conversa dos usuários, por exemplo. Salvo pela existência de alguma falha de segurança no sistema, a única maneira de a polícia 4 01/06/2016 Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/06/rio-2016-estado-e-uniao-apresentam-esquema-de- seguranca.html 5 05/04/2016 Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/blog/seguranca-digital/post/whatsapp-comeca-identificar-conversas-com-criptografia.html 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 4 obter uma conversa pelo WhatsApp é por meio da apreensão do celular. Como os celulares também usam criptografia, porém, acessar os dados pode ser um desafio. "Embora reconheçamos o importante trabalho da Justiça em manter as pessoas seguras, os esforços para enfraquecer a criptografia arriscam a exposição de informações dos usuários ao abuso de criminosos virtuais, hackers e regimes opressivos", justificou a o CEO da companhia, Jan Koum. A atitude do WhatsApp mostra que a empresa não está "mudando de rumo" em relação à segurança, apesar de conflitos com autoridades policiais e com a Justiça, inclusive no Brasil. O app chegou a ser bloqueado no país em dezembro. Aplicativo já foi inseguro O WhatsApp já foi um dos aplicativos de comunicação mais inseguros do mundo. Quando foi lançado, todas as mensagens eram transmitidas em texto simples. Qualquer pessoa na mesma rede que um usuário do WhatsApp (por exemplo, na mesma Wi-Fi em uma cafeteria) poderia, com algumas ferramentas simples, monitorar todas as conversas. O passo seguinte do WhatsApp foi a melhoria dos sistemas de autenticação e a adoção da transmissão de dados por SSL. Nesse cenário, o WhatsApp tinha acesso ao conteúdo das mensagens, mas, em trânsito, a informação estava embaralhada. Nessa situação, o WhatsApp ainda poderia cumprir ordens da Justiça que solicitassem o conteúdo das conversas. Agora, com o novo sistema, a transmissão ocorre totalmente embaralhada, de um usuário até o outro. Esse sistema é chamado de "criptografia ponta-a-ponta". No entanto, caso uma conversa seja iniciada com alguém que ainda não atualizou o programa, e que, portanto, não tem compatibilidade com a criptografia,o WhatsApp continuará usando o sistema anterior, com criptografia apenas em trânsito. Além do WhatsApp, diversos outros comunicadores também são compatíveis com conversas criptografadas. Alguns deles são o Telegram, o Wickr, o Sicher e o Signal, cuja tecnologia TextSecure serviu de base para a criação do recurso no WhatsApp. Segurança ideal exige contato para verificação da chave Embora o WhatsApp facilite o uso da criptografia ponta-a-ponta em todos os casos, o uso ideal desse recurso exige um contato pessoal ou por outro meio absolutamente confiável. Isso porque os participantes da conversa precisam verificar se a chave usada está correta. Do contrário, existe a possibilidade de que alguém esteja interferindo na comunicação - o chamado ataque de "homem no meio", em que o espião consegue intermediar o tráfego entre as duas partes. O WhatsApp fornece um meio para a verificação dessa chave de maneira segura, com um código QR ou pela verificação de números na tela. A informação fica no perfil do contato. Segurança na Europa está reforçada após ataques em Bruxelas6 Em vários países da Europa a segurança está reforçada. Policiais patrulham de forma ostensiva as fronteiras e os serviços de transporte. Com seus maiores monumentos iluminados com as cores da bandeira da Bélgica, a Europa acerta as contas com os atentados de Bruxelas. O que mais preocupa os europeus é que antes dos ataques de terça-feira (22/03/2016), a capital belga estava blindada e mesmo assim sofreu duas grandes agressões com consequências trágicas. Londres, Paris e Frankfurt reforçam o número de policiais em patrulha nos seus aeroportos e em outros terminais de transportes. O aeroporto de Bruxelas anunciou que vai continuar fechado nesta quarta-feira (23/03/2016). Número de assassinatos em SP é maior do que o divulgado pela gestão Alckmin7 O número de assassinatos em São Paulo é maior do que o divulgado pela Secretaria da Segurança Pública da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Levantamento feito pelo jornal "O Estado de S. Paulo" em boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil como "morte suspeita" no primeiro semestre de 2015 na capital paulista achou 21 casos que ficaram de fora das estatísticas criminais. 6 23/03/2016 Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/03/seguranca-na-europa-esta-reforcada-apos-ataques-em-bruxelas.html 7 03/03/2016 Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/03/03/numero-de-assassinatos-em-sp-e-maior-do-que-o-divulgado- pelo-governo-do-estado.htm 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 5 Eles foram depois reclassificados, na maioria, como "lesão corporal seguida de morte", apesar de terem um histórico de homicídio. Isso aconteceu mesmo sem a polícia saber se a intenção do autor do crime era ferir ou matar a vítima. Assim, os casos continuaram sem constar das estatísticas desse crime. Se os 21 casos tivessem sido incluídos nas estatísticas, o primeiro semestre de 2015 teria fechado com 3,6% mais vítimas de assassinato na cidade, ou 590 pessoas mortas em vez das 569 divulgadas pela secretaria. O número significaria uma variação positiva de 0,3% no total de vítimas de homicídios em relação ao mesmo período de 2014, que teve 588 mortes oficiais. Pela estatística do governo, no entanto, houve queda de 3,2% nas vítimas de homicídios em comparação com 2014. Em média, pelo menos 3,5 casos de mortes violentas foram registrados como "lesão corporal" ou "morte suspeita" por mês pela polícia. Depois de obter os dados sobre os casos por meio de quatro pedidos feitos com base na Lei de Acesso à Informação, a reportagem procurou policiais civis, testemunhas e familiares das vítimas, que relataram que os crimes foram cometidos por traficantes de drogas, desafetos pessoais e até por assaltantes. Até agora, ninguém foi preso. A relação de ocorrências traz casos de pessoas mortas a tiros, facadas e pauladas. As vítimas eram, na maioria, trabalhadores braçais, moradores de rua, dependentes químicos e estrangeiros. Há uma distribuição aleatória dos 21 casos, mas a maioria aconteceu na periferia. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, sustenta que "as estatísticas da secretaria são 99,9% confiáveis". Com base no levantamento da reportagem, o secretário informou que os BOs foram reclassificados, durante as investigações, para outros delitos. "Seis como homicídios, que logo foram colocados na estatística." Desde janeiro de 2015, o site da secretaria registrou apenas uma vez, em março daquele ano, uma atualização de dados após sua publicação mensal, a fim de incluir um caso de homicídio. Moraes entregou ainda uma planilha em que informava que 11 "mortes suspeitas" haviam sido reclassificadas como "lesão corporal seguida de morte". Planilha A reportagem ouviu os desembargadores Amaro José Thomé Filho e Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, a promotora de Justiça Mildred de Assis Gonzales, que trabalha há 20 anos no Tribunal do Júri, a professora de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP) Helena Regina Lobo da Costa e os delegados Marcos Carneiro Lima e Nelson Silveira Guimarães, ex-diretores da Divisão de Homicídios. Todos afirmaram que, sem conhecer o autor do crime e saber qual era sua vontade --ferir ou matar a vítima--, a polícia não podia registrar os casos como lesão corporal seguida de morte. "Se você não identifica o autor, mas ouve uma testemunha que esclarece que ele não tinha motivação de matar, pode ser que mude o caso. Mas eu não sei como pode transformar um caso de homicídio em lesão corporal sem identificar o autor", disse Silveira Guimarães. A Justiça já discordou da classificação de "lesão corporal" ou "morte suspeita" dada pela polícia em cinco desses casos e em um de "suicídio" e enviou os inquéritos à Varas do Júri, que cuidam de assassinatos. "Há uma resolução de 1998, do Tribunal de Justiça, de que, na dúvida, os casos devem ir para a Vara do Júri", disse Mildred. Após ser alertada pela reportagem, a secretaria confirmou ontem a informação - reafirmou, no entanto que cinco casos continuavam em varas que analisam lesões. Ao classificar os homicídios como lesão, a polícia deixa de encaminhar os casos ao setor especializado, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) - ele foi o destino de só 4 dos 21 casos. Além de lesão, a polícia registrou casos como o de um corpo carbonizado como "óbito", as mortes de supostos ladrões se tornaram "roubo", um linchamento virou "overdose" e um espancamento, "atropelamento". Até a quarta-feira (02/03/2016) nenhum dado havia sido retificado na estatística oficial. Brasil tem 21 das 50 cidades mais violentas do mundo8 O Brasil é o país com o maior número de cidades entre as mais violentas do mundo em 2015, de acordo com um ranking internacional publicado nesta segunda-feira (25) por uma ONG mexicana. Das 50 cidades com maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes em 2015, 21 são brasileiras. A lista, divulgada anualmente pelo Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal, leva em conta o número de homicídios por 100 mil habitantes e inclui apenas cidades com 300 mil habitantes ou mais. Foram excluídos países que vivem “conflitos bélicos abertos”, como Síria e Iraque. 8 25/01/2016 Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/01/brasil-tem-21-cidades-em-ranking-das-50-mais-violentas-do-mundo.html 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 6 Apesar de o Brasil ser o país com mais representantes, o maior índice de violência foi detectado nas cidades da Venezuela. A taxa média brasileira foi de 45,5 homicídios por 100 mil habitantes e a venezuelana, de 74,65. Caracas, capital do país, lidera o ranking geral, com 119,87 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes. Primeirolugar por 4 anos seguidos, San Pedro Sula, em Honduras, conseguiu reduzir o número de homicídios e passou para o segundo lugar. San Salvador, capital de El Salvador, ficou em terceiro. As mais violentas do Brasil Das cidades brasileiras, a primeira a aparecer é Fortaleza, em 12º lugar. Das 50, 41 ficam na América Latina: 21 no Brasil, 8 na Venezuela, 5 no México, 3 na Colômbia, 2 em Honduras, uma em El Salvador e uma na Guatemala. Outros países com cidades na lista foram África do Sul, Estados Unidos e Jamaica. O estudo é feito com base em dados oficiais ou de fontes alternativas, como ONGs. AS CIDADES MAIS VIOLENTAS DO MUNDO, SEGUNDO O RANKING 1° - Caracas (Venezuela) - 119.87 homicídios/100 mil habitantes 2° - San Pedro Sula (Honduras) - 111.03 3° - San Salvador (El Salvador) - 108.54 4° - Acapulco (México) - 104.73 5° - Maturín (Venezuela) - 86.45 6° - Distrito Central (Honduras) - 73.51 7° - Valencia (Venezuela) - 72.31 8° - Palmira (Colômbia) - 70.88 9° - Cidade do Cabo (África do Sul) - 65.53 10° - Cali (Colômbia) - 64.27 11° - Ciudad Guayana (Venezuela) - 62.33 12° - Fortaleza (Brasil) - 60.77 13° - Natal (Brasil) - 60.66 14° - Salvador e região metropolitana (Brasil) - 60.63 15° - ST. Louis (Estados Unidos) - 59.23 16° - João Pessoa; conurbação (Brasil) - 58.40 17° - Culiacán (México) - 56.09 18° - Maceió (Brasil) - 55.63 19° - Baltimore (Estados Unidos) - 54.98 20° - Barquisimeto (Venezuela) - 54.96 21° - São Luís (Brasil) - 53.05 22° - Cuiabá (Brasil) - 48.52 23° - Manaus (Brasil) - 47.87 24° - Cumaná (Venezuela) - 47.77 25° - Guatemala (Guatemala) - 47.17 26° - Belém (Brasil) - 45.83 27° - Feira de Santana (Brasil) - 45.50 28° - Detroit (Estados Unidos) - 43.89 29° - Goiânia e Aparecida de Goiânia (Brasil) - 43.38 30° - Teresina (Brasil) - 42.64 31° - Vitória (Brasil) - 41.99 32° - Nova Orleans (Estados Unidos) - 41.44 33° - Kingston (Jamaica) - 41.14 34° - Gran Barcelona (Venezuela) - 40.08 35° - Tijuana (México) - 39.09 36° - Vitória da Conquista (Brasil) - 38.46 37° - Recife (Brasil) - 38.12 38° - Aracaju (Brasil) - 37.70 39° - Campos dos Goytacazes (Brasil) - 36.16 40° - Campina Grande (Brasil) - 36.04 41° - Durban (África do Sul) - 35.93 42° - Nelson Mandela Bay (África do Sul) - 35.85 43° - Porto Alegre (Brasil) - 34.73 44° - Curitiba (Brasil) - 34.71 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 7 45° - Pereira (Colômbia) - 32.58 46° - Victoria (México) - 30.50 47° - Johanesburgo (África do Sul) - 30.31 48° - Macapá (Brasil) - 30.25 49° - Maracaibo (Venezuela) - 28.85 50° - Obregón (México) - 28.29 Conselho de Segurança condena teste nuclear de Pyongyang9 O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em reunião de emergência, condenou o novo teste nuclear da Coreia do Norte, que diz ter feito simulações com uma bomba de hidrogênio. Segundo o órgão, isso representa uma "clara violação" das suas resoluções. Além disso, o conselho afirma que iniciará a trabalhar "imediatamente" em novas medidas restritivas contra Pyongyang. TRANSPORTES Produção de veículos no Brasil tem pior 1º semestre em 12 anos10 A produção brasileira de veículos, incluindo automóveis, comerciais leves (picapes e furgões), caminhões e ônibus, recuou 21,2% no primeiro semestre de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015, segundo dados divulgados pela associação de fabricantes (Anfavea) nesta quarta-feira (06/07/2016). No total, foram produzidos 1.016.680 veículos de janeiro a junho deste ano, contra 1.289.871 no mesmo período de 2015. O resultado para o 1º semestre foi o pior desde 2004, quando 999.716 veículos foram produzidos de janeiro a junho daquele ano. A queda na produção acompanha também os números de vendas de veículos, divulgados pela federação dos concessionários (Fenabrave), que mostra queda de 25% no período, o pior 1º semestre em 10 anos para comercializações de veículos. "As festas juninas, em algumas regiões como nordeste e centro-oeste, que têm feriados, atrapalham um pouco as vendas. Se não houvesse isto, o resultado seria um pouco melhor", afirmou Antonio Megale, presidente da Anfavea. "Mas estamos vendo uma estabilização, desde o mês passado. Parece que o mercado encontrou seu piso. Isto tem um lado positivo. A gente espera que depois do patamar venha algum crescimento", completou Megale De acordo com o executivo, outro problema é a falta de crédito. As vendas financiadas caíram para 51,8% do total - a menor porcentagem já registrada pela Anfavea. A série histórica é registrada desde 2003 e, em média, fica acima de 60%, segundo a entidade. "Há uma dificuldade de obtenção de financiamento, ou por parte do agente financeiro, ou uma decisão do cliente de não pegar compromissos futuros", afirmou Megale. Produção em junho Apesar da queda no semestre, junho somou um volume de 182.626 unidades, o segundo melhor resultado no ano, atrás apenas de março (196,5 mil). O número é 4,2% maior que o registrado em maio, e representa pequena queda de 3% ante junho do ano passado. De acordo com a Anfavea, este também foi o pior resultado para junho desde 2004, quando 179.685 veículos foram produzidos. Caminhões e ônibus Mais afetado no primeiro semestre, com queda de 24,8% na produção de caminhões e 33,4% na de ônibus, o setor de veículos pesados teve leve avanço no último mês. Em junho, a produção de ônibus cresceu 22,3% sobre maio, para 1,8 mil unidades. Já os caminhões apresentaram leve alta de 4,5%, para 5,5 mil unidades. 9 06/01/2016 Fonte: http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2016/01/06/conselho-de-seguranca-condena-teste-nuclear-de-pyongyang/ 10 06/07/2016 Fonte: http://g1.globo.com/carros/noticia/producao-de-veiculos-no-brasil-cai-212-no-1-semestre-de-2016.ghtml 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 8 Emprego O número de trabalhadores empregados na indústria recuou 6,7% no último ano, o que representa um fechamento de 9,1 mil vagas. O setor empregava no final de junho 127,7 mil pessoas, voltando ao patamar de fevereiro de 2010. Exportações Enquanto o mercado interno segue em declínio, as montadoras instaladas no Brasil miram outros países. Em junho, houve queda de 7,5% nas exportações, em relação a maio, para 43.392 unidades. Mas o volume dos primeiros seis meses do ano (226.645 unidades) ficou 14,2% maior que o verificado no mesmo período de 2015 (198.455 unidades). O valor somado pelas exportações caiu 12,5% no primeiro semestre. Megale comemorou a renovação do acordo automotivo com a Argentina, até 2020, o que deve dar mais previsibilidade para as empresas. "O mercado argentino segue crescente ao contrário do Brasil, com alta de 6%, e a expectativa é que continue assim", afirmou. "A exportação é uma das variáveis que vai nos dar boas notícias até o final do ano." Setor portuário de Pernambuco receberá R$ 3 bilhões até 204211 Pernambuco receberá R$ 3 bilhões em investimentos portuários nos próximos anos. Esse número corresponde a 6% do montante total previsto para ser destinado aos portos brasileiros até 2042 – R$ 51 bilhões de acordo com o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP). Esse e outros assuntos serão tema da reunião do ministro Helder Barbalho, da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), com os presidentes da Companhias Docas e dos portos delegados de todo o País, que acontece em Pernambuco, no Porto de Suape, nesta terça-feira, dia 26/01. Dos investimentos previstos, apenas 16% – R$ 480 milhões – são de recursos públicos, destinados a dragagem. A primeira fase dessas obras já está em andamento em Suape e todo o trabalho está previsto para ser concluído em 2018. Os restantes 84% são de investimentos privados. A maior parte deles – R$ 2,179 bilhões – será em arrendamentos de áreas para terminais portuários dentro dos portos organizados. Há mais R$ 367,2 milhõesreferentes a renovações e reequilíbrios contratuais em análise. INVESTIMENTOS EM DETALHES Há dez áreas para irem a leilões de arrendamento em Pernambuco, sendo oito em Suape e dois em Recife, uma das quais referente a terminal de passageiros. Das oito áreas em Suape, cinco estão previstas para irem a leilão no Bloco 2: dois para granéis minerais, um para veículos, um para trigo e um para contêineres: Há ainda cinco outras áreas para serem licitadas: um terminal de passageiros em Recife, três áreas para movimentação de cargas em Suape e uma em Recife, totalizando R$ 71,3 milhões. Em renovações contratuais, o maior investimento novo é o de R$ 304,055 milhões da Decal Brasil Ltda para movimentação de combustíveis em Suape. Há ainda outro investimento em análise na SEP para movimentação de combustíveis em Suape: R$ 63,20 milhões da Pandenor Importação e Exportação. O Porto de Suape contará também com um Terminal de Açúcar, cujo início de operação está previsto para este ano. Também está na agenda a dragagem de aprofundamento do canal, bacia e berços para 2018, e um segundo sugador de trigo no Cais 4 em 2020. PRODUTIVIDADE E MOVIMENTAÇÃO DE CARGA Com essas melhorias, a tendência é haver aumento de produtividade das operações. Com o novo Terminal de Açúcar, a produtividade neste embarque deve subir 521%, passando de 47 t/navio/h para 292 t/navio/h, de acordo com o estudo Plano Mestre do Porto de Suape. Com horizonte para 2030, o plano também considera o aumento da ocupação do Cais 5, de 65%, para 72% a partir de 2026. O plano prevê ainda a implantação de sistema de monitoramento do tempo de armazenagem e do sistema de controle de tráfego e embarcações, que dá eficiência e mais segurança ao sistema. Com 15,5 metros de profundidade no porto interno, mais de 20 metros em sua bacia de evolução, o Porto de Suape deve continuar em expansão, de acordo com o Plano Mestre. Em termos de movimentação de carga, o Porto de Suape deve ampliar suas operações a uma taxa média de 8,6% ao ano até 2030, para 61,5 milhões de toneladas, de acordo com o seu Plano Mestre. Em 2014, foram 15,2 milhões de toneladas de cargas movimentadas em Suape. 11 26/01/2016 Fonte: http://www.portosdobrasil.gov.br/home-1/noticias/setor-portuario-de-pernambuco-recebera-r-3-bilhoes-ate-2042 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 9 Em 2015 até novembro, o porto movimentou 18 milhões de toneladas. Desse total de 2015 até novembro, 13 milhões foram granel líquido, principal tipo de carga, devido à grande movimentação de derivados de petróleo. Mais 4,149 milhões de toneladas são o peso bruto referente a movimentação de contêineres. Para 2030, o perfil do porto será mais orientado para embarques (54% do total) do que para desembarques (46%). A projeção de mais embarques é resultado, principalmente, de novas cargas de exportação como minério de ferro e grãos (soja e milho) e embarques de cabotagem de óleo diesel e coque da nova refinaria da Petrobras (Abreu e Lima). Atualmente, Suape tem mais desembarques. Assim, são projetadas participações expressivas de algumas cargas novas, como é o caso do petróleo cru (20% do total) e minério de ferro (24% do total), além dos produtos do agronegócio, como a soja (5%), milho (2%) e fertilizantes (2%). A navegação de cabotagem também predomina. Ela respondeu por 57% do total em 2014, sendo o restante referente ao comércio exterior. A área de influência do Porto de Suape abrange os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte; e parte dos estados de Alagoas e Paraíba, mas pode se expandir. Considerando a produção industrial eólica, e o potencial das cargas de projeto, essa área se estende do Ceará à Bahia, de acordo com o Plano Mestre. COMÉRCIO EXTERIOR E OS PORTOS PERNAMBUCANOS Também é pelo porto de Suape que acontece a maior movimentação de mercadorias no comércio exterior a partir de Pernambuco: 5,3 milhões de toneladas de produtos importados em 2015 entraram no país por Suape, num total de US$ 4,5 bilhões. E 1 milhão de toneladas, no valor de US$ 724,5 milhões foram exportados por lá, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Já pelo porto de Recife entraram 913 mil toneladas, no valor de US$ 263,5 milhões e foram exportadas 457 mil toneladas, por US$ 260,4 milhões. Combustíveis e óleos minerais, produtos químicos, cereais e plásticos foram os principais itens da cesta de importação por Suape. Por Recife, a grande maioria composta por produtos químicos, adubos, produtos da indústria de moagem e cereais. Os produtos mais exportados por Pernambuco foram combustíveis e óleos minerais; açúcares e produtos de confeitaria; além de ferro fundido e aço. Também tiveram saída expressiva pelos portos pernambucanos máquinas e materiais elétricos; veículos terrestres; sal, enxofre, pedras, gesso e cimento; e bebidas, incluindo as alcoólicas e vinagre. Transporte público ruim afeta saúde, educação e cultura, dizem analistas12 Os efeitos negativos de um transporte público caro e de má qualidade não estão restritos à questão da mobilidade urbana. Prejudicam também outras áreas vitais para a vida do cidadão, como saúde, educação, finanças e cultura. Especialistas e integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) consultados pela Agência Brasil avaliam que a mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida, além de ser um dos maiores causadores de estresse da vida das pessoas. "É um trauma para todo mundo. Principalmente para quem fica em pé, duas horas, crucificado, com alguém tentando pegar bolsa, apalpar. Não é à toa que as pessoas estão preferindo usar motocicletas, mesmo que isso represente risco a própria integridade física por causa dos acidentes, e não é à toa que essas manifestações conseguiram tantas adesões", disse à Agência Brasil o doutor em Políticas de Transporte pela Universidade Dortmund, na Alemanha e professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Joaquim Aragão. As manifestações citadas pelo especialista foram iniciadas pelo MPL em São Paulo. O movimento tem, como um de seus interlocutores, o professor de História Lucas Monteiro. "Defendemos Tarifa Zero porque, além de ser a única forma de as pessoas terem acesso à cidade, o transporte público beneficia áreas vitais como saúde e educação. Por isso já imaginávamos que nossa luta se espalharia pelo país, mas não que iria alcançar a dimensão que alcançou", disse à Agência Brasil. De acordo com o representante do MPL, o incentivo ao uso de transportes individuais causa também problemas como aumento da poluição e do número de atropelamentos, o que resulta em mais gastos e problemas para a saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2010, 42.844 pessoas morreram nas estradas e ruas do país. Deste total, 10.820 acidentes envolveram motos. No mesmo ano, 12 Fonte: ttps://noticias.terra.com.br/brasil/transito/transporte-publico-ruim-afeta-saude-educacao-e-cultura-dizem- analistas,2c8aa6faad0bf310VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 10 o gasto total do Sistema Único de Saúde (SUS) com acidentes de trânsito foi R$ 187 milhões. Só com internação de motociclistas foram gastos R$ 85,5 milhões. Além disso, acrescenta Monteiro, diversos tratamentos de saúde deixam de ser feitos porque os pacientes não têm condições de pagar pelo deslocamento. E o problema relacionado à falta de condições para custear os transportes também afeta o direto e a qualidade da educação. "Frequentei muitas escolas públicas. É comum alunos faltarem aulas por não terem dinheiro para ir à escola. Além do mais, direito à educação não está restrito a apenas ir à escola ou ao banco escolar. Os estudantes precisamter acesso à cultura, a visitar museus. E, sem circular, não há como ter acesso a isso. A grande maioria não vai ao centro da cidade, museus, centros culturais para complementar sua formação", disse Monteiro. Segundo Aragão, dificuldades para mobilidade urbana afetam diretamente o rendimento escolar de jovens e crianças, que ficam cansados e com o sono sacrificado. "É um fator a mais a prejudicar o rendimento, além da qualidade de instalações do ensino público. Da mesma forma, afeta também a evasão escolar, a formação de profissionais e a produtividade do país", disse o especialista. "A mobilidade bloqueia inclusive a vida social do cidadão de baixa renda, que fica sem acesso a entretenimento, cultura e lazer. Estes são privilégios das pessoas motorizadas. Uma família de quatro pessoas que queira se deslocarem da periferia até um parque no centro da cidade gastará R$24, caso a passagem unitária custe R$3. Para quem recebe salário mínimo, isso é impossível", disse. Arquiteto, urbanista e especialista em transporte público, Jaime Lerner diz que por trás das manifestações iniciadas pelo MPL está o descrédito nas políticas públicas e a falta de respostas à sociedade, sobre os diversos serviços públicos prestados a ela. "E tudo fica mais fácil em todas as áreas quando se tem um bom transporte público", disse o ex-prefeito de Curitiba (PR). Muitas das mobilidades anunciadas sequer estudaram a própria cidade, avalia Lerner. Segundo ele, é importante entender a cidade como um sistema de estrutura de vida, trabalho, movimento e mobilidade juntos. No fundo, acrescenta, faltam decisão políticas, e, em geral, essas decisões são voltadas para soluções mais caras. "O Brasil é rápido em fazer coisa errada e demorado em fazer a coisa certa", disse. "Sustentabilidade é equação entre o que você poupa e o que você desperdiça. Portanto, se tiver de se deslocar por distâncias cada vez maiores, é óbvio que a coisa não vai funcionar". Após Justiça suspender multas por farol desligado, GDF sinaliza rodovias13 O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) começou a sinalizar nesta sexta-feira (09/09/2016) as rodovias do Distrito Federal para alertar sobre o uso do farol baixo durante todo o dia. A primeira pista a receber as placas indicando a obrigação é a Epia. A medida foi tomada após a Justiça Federal suspender na última sexta-feira (02/09/2016) a cobrança de multa para motoristas que andarem nas rodovias de todo o país com farol desligado. A sentença é provisória e determina que a punição só pode ser aplicada quando as estradas tiverem sido sinalizadas. Ao G1, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que iria recorrer. Até dia 2 de setembro, o foram aplicadas 23.522 multas pela infração. Parte da verba arrecadada com as infrações já está sendo aplicada em melhorias na sinalização das rodovias do DF. Entenda o caso A sentença não altera as multas que já foram aplicadas até então pela lei federal entrou em vigor em 8 de julho. O descumprimento é considerado infração média, com 4 pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 85,13. Em novembro, o valor deve subir para R$ 130,16. No primeiro mês de validade da regra, entre 8 de julho e 8 de agosto, a Polícia Rodoviária Federal registrou 124.180 infrações nas rodovias federais. Nas estradas estaduais de São Paulo, outras 17.165 multas foram aplicadas. No Distrito Federal, as multas superaram em 35% o número de autuações por estacionamento irregular. Regra em debate O farol baixo é o que as pessoas chamam de farol, até então exigido para todos os veículos somente durante a noite e dentro de túneis. O uso das luzes já era obrigatório para as motos durante o dia e a noite, em todos os lugares. A ação foi proposta pela Associação Nacional de Proteção Mútua aos Proprietários de Veículos Automotores (Adpvat), e a decisão favorável é do juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal do DF. 13 09/09/2016 Fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2016/09/apos-justica-suspender-multas-por-farol-desligado-gdf-sinaliza- rodovias.html 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 11 POLÍTICA Sistema Político Brasileiro O sistema político brasileiro tem base nas ideias iluministas do pensador francês Montesquieu. O pensador defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário em sua obra “O Espírito das Leis”. Para ele o poder concentrado na mão do rei leva à tirania, então o Estado deveria dividi-lo em poder executivo (executa as leis, o governo), legislativo (cria as leis, o congresso) e judiciário (que julga e fiscaliza os poderes). No Brasil o voto é universal, ou seja, todo cidadão com a idade mínima de 16 anos pode participar do processo político e eleger seus representantes. O país é uma república federativa presidencialista, onde o Chefe de Estado, no caso o presidente, é eleito através do voto direto da população e os estados possuem autonomia política, com a possibilidade de criar leis específicas. Assim como na obra de Montesquieu o país possui a divisão do poder entre Executivo, representado pelo presidente da república, Legislativo, que é representado pelo congresso nacional e Judiciário que é representado pelo Supremo Tribunal Federal. Poder Executivo O poder executivo é compreendido pelo presidente da república e seus ministros de Estado no sistema federativo brasileiro, com atribuições e responsabilidades definidos pela constituição federal. Nos estados da federação e no distrito federal, o poder executivo é exercido pelos governadores e seus secretários, com atribuições e responsabilidades controlados pela constituição estadual. Nos municípios, os representantes do poder executivo são os prefeitos e seus secretários, que também possuem atribuições e responsabilidades, definidas na lei orgânica de cada município. O presidente, governadores e prefeitos são eleitos através de sufrágio (voto) universal. O eleitor tem o direito de escolher aquele que melhor se encaixa em sua visão política. Todos os candidatos devem ser filiados a um partido político e, quando eleitos, possuem mandato com tempo determinado. No Brasil as funções de presidente, governador e prefeito possuem duração de 4 anos cada, com a possibilidade de reeleição. Durante suas campanhas os candidatos discutem seus programas de governo e os rumos que pretendem dar ao país. Existem punições ao presidente da república em caso de crime de responsabilidade, como previsto na constituição federal, além de punição para infrações penais comuns. Para ser submetido a julgamento o presidente precisa ter acusação admitida por pelo menos dois terços da Câmara dos Deputados. Nos casos de infrações penais ele é julgado pelo Supremo Tribunal Federal e em caso de crimes de responsabilidade é julgado pelo Senado Federal. Entre as principais funções do presidente da república estão a execução de leis e expedição de decretos e regulamentos; prover cargos e funções públicas; promover a administração e a segurança públicas; emitir moeda; elaborar o orçamento e os planos de desenvolvimento econômico e social nos níveis nacional, regional e setoriais; exercer o comando supremo das forças armadas; e manter relações com estados estrangeiros. Além das funções executivas, o presidente conta ainda, em alguns casos, com poder legislativo. O poder pode ser aplicado em veto a leis aprovadas pelo Congresso Nacional e a edição de medidas provisórias com força de lei de aplicação e execução imediatas. Os ministros de estado e auxiliares diretos do presidente podem ser nomeados ou demitidos livremente por ele. Para assumir alguma das funções a pessoa deve ter no mínimo 21 anos de idade, brasileiros natos, e estar no exercício dos direitos políticos. Os ministros nomeados pelo presidente são responsáveis por diversas políticas de governo, em diversos campos de atuação, como educação, economia, cultura, finançase justiça, entre diversos outros. Os ministros podem ser convocados para justificar seus atos perante a Câmara dos Deputados, o Senado ou qualquer uma de suas comissões para explicar atos ou programas. Poder Legislativo O Poder Legislativo é representado por pessoas que devem elaborar as leis que regulamentam o Estado, conhecidos por legisladores. Na maioria das repúblicas e monarquias o poder legislativo é formado por um congresso, parlamento, assembleia ou câmara. Seu objetivo é elaborar normas de abrangência geral ou em raros casos individual, que são estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas. Entre as principais funções do poder legislativo estão a de fiscalizar o Poder Executivo, votar leis orçamentárias e, em situações específicas, julgar determinadas pessoas, como o Presidente da república ou os próprios membros do legislativo. 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 12 No Brasil, o Poder legislativo é exercido em âmbito federal, estadual e municipal. O Congresso Nacional é formados pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal e é responsável pelo Poder Legislativo federal. Possui a função de elaborar e aprovar as leis do país, e também controlar os atos do executivo e impedir abusos pela fiscalização permanente. Nos estados é exercido pelas assembleias legislativas e nos municípios pelas câmaras municipais, ou de vereadores Poder Judiciário O Poder Judiciário é exercido pelos juízes e possui a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo com as regras constitucionais e leis criadas pelo poder legislativo em determinado país. No Brasil, o judiciário não depende dos demais poderes nem possui controles externos de fiscalização. Sua função é a de aplicar a lei a fatos particulares e, por atribuição e competência, declarar o direito e administrar justiça. Além disso, pode resolver os conflitos que podem surgir na sociedade e tomar decisões com base na constituição, nas leis, nas normas e nos costumes, que adapta a situações específicas. O poder judiciário possui a divisão entre a União(Federal) e os estados, com a denominação de justiça federal e justiça estadual, respectivamente. Entre os órgãos que formam o poder Judiciário estão o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), além dos Tribunais Regionais Federais (TRF), Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito Federal e Territórios. O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo cumprimento da Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas constitucionais. É composto por 11 ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por ele após aprovação pelo Senado Federal. Os juízes que atuam em tribunais superiores são nomeados pelo presidente da república, porem precisam de aprovação do Senado. Outros cargos são preenchidos através de concurso público. Os juízes têm cargo vitalício, não podem ser removidos e seus vencimentos não podem ser reduzidos. Operação Lava Jato14 O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para outras organizações criminosas, o nome inicial se consagrou. A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia. No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de 2014, perante a Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas lideradas por doleiros, que são operadores do mercado paralelo de câmbio. Depois, o Ministério Público Federal recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobras. Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa. As empreiteiras - Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações, para conseguir os contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo menor preço. Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma concorrência real por uma concorrência aparente. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento, que simulava regras de um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. Para disfarçar o crime, o registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a distribuição de prêmios de um bingo. Funcionários da Petrobras - As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel fossem convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes públicos. Os funcionários não só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo 14 http://lavajato.mpf.mp.br/entenda-o-caso 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 13 convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras irregularidades. Operadores financeiros - Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só por intermediar o pagamento da propina, mas especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens. Agentes políticos - Outra linha da investigação – correspondente à sua verticalização – começou em março de 2015, quando o Procurador-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal 28 petições para a abertura de inquéritos criminais destinados a apurar fatos atribuídos a 55 pessoas, das quais 49 são titulares de foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”). São pessoas que integram ou estão relacionadas a partidos políticos responsáveis por indicar e manter os diretores da Petrobras. Elas foram citadas em colaborações premiadas feitas na 1ª instância mediante delegação do Procurador- Geral. A primeira instância investigará os agentes políticos por improbidade, na área cível, e na área criminal aqueles sem prerrogativa de foro. Essa repartição política revelou-se mais evidente em relação às seguintes diretorias: de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa entre 2004 e 2012, de indicação do PP, com posterior apoio do PMDB; de Serviços, ocupada por Renato Duque entre 2003 e 2012, de indicação do PT; e Internacional, ocupada por Nestor Cerveró entre 2003 e 2008, de indicação doPMDB. Para o PGR, esses grupos políticos agiam em associação criminosa, de forma estável, com comunhão de esforços e unidade de desígnios para praticar diversos crimes, dentre os quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano e João Vacari Neto atuavam no esquema criminoso como operadores financeiros, em nome de integrantes do PMDB e do PT. Por onde começou Primeira etapa A Lava Jato começou em 2009 com a investigação de crimes de lavagem de recursos relacionados ao ex-deputado federal José Janene, em Londrina, no Paraná. Além do ex-deputado, estavam envolvidos nos crimes os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater. Alberto Youssef era um antigo conhecido dos procuradores da República e policiais federais. Ele já havia sido investigado e processado por crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro no caso Banestado. Interceptações telefônicas Em julho de 2013, a investigação começa a monitorar as conversas do doleiro Carlos Habib Chater. Pelas interceptações, foram identificadas quatro organizações criminosas que se relacionavam entre si, todas lideradas por doleiros. A primeira era chefiada por Chater (cuja investigação ficou conhecida como “Operação Lava Jato”, nome que acabou sendo usado, mais tarde, para se referir também a todos os casos); a segunda, por Nelma Kodama (cuja investigação foi chamada “Operação Dolce Vita”); a terceira, por Alberto Youssef (cuja apuração foi nomeada “Operação Bidone”); e a quarta, por Raul Srour (cuja investigação foi denominada “Operação Casa Blanca”). O monitoramento das comunicações dos doleiros revelou que Alberto Youssef, mediante pagamentos feitos por terceiros, “doou” um Land Rover Evoque para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Primeiras medidas Em 17 de março de 2014, foi deflagrada a primeira fase ostensiva da operação sobre as organizações criminosas dos doleiros e Paulo Roberto Costa. Foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 19 mandados de condução coercitiva, em 17 cidades de 6 estados e no Distrito Federal. Ao comparecerem a um dos endereços das buscas, um prédio onde funcionava a empresa Costa Global, vinculada a Paulo Roberto Costa, policiais federais decidiram ir até a residência do investigado para pegar as chaves da empresa, em vez de arrombá-la. Enquanto os policiais se deslocavam, parentes do ex-diretor foram flagrados, por câmeras de monitoramento do edifício, retirando do local sacolas e mochilas contendo provas de crimes. Em 20 de março de 2014, aconteceu a segunda fase ostensiva da operação. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso e foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 14 Em seguida, os procuradores da República do caso viriam a acusar o ex-diretor e seus familiares pelo crime de obstrução à investigação de organização criminosa. Nessas medidas iniciais, mais de 80 mil documentos foram apreendidos pela Polícia Federal, além de diversos equipamentos de informática e celulares. A análise desse material somou-se aos monitoramentos de conversas e aos dados bancários dos investigados que foram coletados e analisados eletronicamente no sistema Simba (Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias), do Ministério Público Federal. Para analisar todo o material apreendido nas primeiras etapas da investigação e propor acusações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, designou, em abril, um grupo de procuradores da República. No mês que se seguiu, os integrantes dessa força-tarefa chegaram às conclusões que culminaram no oferecimento das primeiras denúncias. Foram oferecidas 12 ações penais em face dos grupos criminosos, envolvendo 74 denunciados (número a ser ajustado para 55 caso se considere a parcial sobreposição de réus nas diferentes acusações), pela prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, formação de organização criminosa e lavagem de recursos provenientes desses crimes, de corrupção e de peculato. Paralelamente, os procuradores da República fizeram pedidos à Justiça (15 medidas cautelares), obtendo o bloqueio de praticamente todo o patrimônio dos acusados no Brasil, o que somou mais de R$ 50 milhões, valor esse que, se espera, seja revertido aos cofres públicos. Segunda etapa As provas colhidas apontavam para a existência de um grande esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. O aprofundamento das investigações para apurar os crimes marcou o início da segunda fase do caso. Foram expedidos pela Justiça mandados de intimação, cumpridos em 11 de abril de 2014, quando a estatal voluntariamente colaborou e entregou os documentos procurados, evitando buscas e apreensões. Nesse mesmo dia, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão temporária, 6 de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão, em cinco cidades. O objetivo era o aprofundamento da investigação sobre os doleiros. Em maio de 2014, uma reclamação da defesa para o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu as investigações por algumas semanas. Levando informações parciais ao STF, a defesa alegou que haviam sido investigadas pessoas que somente o Supremo poderia investigar, em especial deputados federais. Após receber informações adicionais sobre o caso, o ministro Teori Zavascki concluiu que não houve usurpação por parte do juiz, porque a identificação de parlamentares era recente e o STF já havia sido informado sobre o fato. O julgamento determinou a cisão do caso, para que apenas a parte relativa aos parlamentares indicados permanecesse no STF. Nessa mesma época, o Ministério Público da Suíça entrou em contato com o MPF e informou que Paulo Roberto Costa tinha mais de US$ 23 milhões em bancos suíços, dinheiro incompatível com seus rendimentos lícitos. Os valores foram bloqueados. Em trabalho integrado com a força-tarefa do Ministério Público Federal, os auditores fiscais da Receita Federal forneceram um dossiê contendo provas de que Paulo Roberto Costa e familiares estavam envolvidos na lavagem de milhões de reais oriundos da Petrobras. Os procuradores da República obtiveram então, perante a Justiça, 11 mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva, que foram cumpridos pela Polícia Federal em 22 de agosto de 2014. Já se sabia que algumas diretorias da estatal, como a que foi chefiada por Costa, têm orçamentos que podem ser superiores aos de alguns dos 39 Ministérios vinculados à Presidência da República. Também era do conhecimento dos procuradores da República a corrupção em que o ex-diretor estava envolvido, bem como se suspeitava que a abrangência do esquema era maior. Aconteceu, então, outro evento que representou um avanço da investigação: a colaboração de Paulo Roberto Costa por meio de um acordo de delação premiada. Colaborações Em 27 de agosto de 2014, Paulo Roberto Costa assinou acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. A iniciativa foi do próprio ex-diretor, que prestou importante auxílio para a apuração dos fatos em troca de benefícios. No acordo, negociado com procuradores da República da força-tarefa, Costa se compromete a devolver a propina que recebeu (incluindo os milhões bloqueados no exterior), a contar todos os crimes cometidos, bem como a indicar quem foram os outros criminosos. Caso ficasse provado que, em algum momento, ele mentiu ou ocultou fatos, todos os benefícios seriam perdidos. 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 15 Como houve a sinalização de que políticos do Congresso Nacional, sujeitos à atuação do Supremo Tribunal Federal, estariam envolvidos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que tem atribuição originária para atuar em tais casos, autorizou o processo de negociação, ratificando o acordo de colaboração e determinandoque os procuradores da República da força-tarefa, por delegação, e os policiais federais do caso colhessem os depoimentos de Paulo Roberto Costa, o que foi feito ao longo do mês que se seguiu. O acordo de colaboração foi então homologado pelo STF, que decide sobre o encaminhamento das investigações em relação a parlamentares. Depois de Paulo Roberto Costa, foi a vez de Alberto Youssef recorrer aos procuradores da República para colaborar em troca de benefícios. Alguns outros acordos de colaboração, não menos importantes, foram negociados pela força-tarefa do caso Lava Jato e submetidos, por não envolverem situações especiais como a de parlamentares, ao juiz federal da 13ª Vara Federal, em primeiro grau de jurisdição. As informações e provas decorrentes desses acordos feitos em primeiro grau alavancaram as investigações, permitindo sua expansão e maior eficiência. Primeiras denúncias da segunda etapa Os depoimentos e provas colhidas em decorrência das colaborações, bem como a análise de materiais apreendidos, documentos, dados bancários e interceptações telefônicas, permitiram o avanço das apurações em direção às grandes empresas que corromperam os agentes públicos. Em 14 de novembro de 2014, foram executados, pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal, 85 mandados, sendo 4 de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 49 de busca e apreensão e 9 de condução coercitiva, em diversas cidades do país, especialmente em grandes e renomadas empresas de construção como Engevix, Mendes Júnior Trading Engenharia, Grupo OAS, Camargo Correa, Galvão Engenharia, UTC Engenharia, IESA Engenharia, Construtora Queiroz Galvão e Odebrecht Plantas Industriais e Participações. No dia 11 de dezembro de 2014, na semana de combate à corrupção, os procuradores da República da força-tarefa ofereceram cinco denúncias criminais contra 36 pessoas pela prática de 154 crimes de corrupção, 215 de lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Dentre os acusados, 23 pertencem aos quadros das construtoras OAS, Camargo Correa, UTC, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Engevix. O valor da propina apontado nas acusações é da ordem de R$ 300 milhões. O Ministério Público pediu o ressarcimento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. As penas individuais podem somar mais de cem anos de prisão. Em 14 de dezembro de 2014, os procuradores da República protocolaram denúncia criminal contra quatro pessoas, incluindo o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, pela prática de corrupção envolvendo US$ 53 milhões, crimes financeiros, e de lavagem de dinheiro. Foram dois atos de corrupção, 64 de lavagem e sete crimes financeiros. O ressarcimento pedido é da ordem de R$ 140 milhões, que se soma ao pedido de perdimento de R$ 156 milhões. Prisão de Nestor Cerveró Em 14 de janeiro de 2015, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cuñat Cerveró foi preso preventivamente ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, quando chegava de viagem de Londres. No dia 13 de janeiro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência de Cerveró e de seus familiares, em função de seu envolvimento em crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro que foram denunciados pelo MPF em dezembro de 2014 (Ação Penal nº 5083838- 59.2014.404.7000). A prisão e as buscas foram obtidas pelo MPF durante o recesso judiciário. A prisão preventiva foi requerida por haver fortes indícios de que Cerveró continuava a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens (valores e imóveis) para familiares. Também havia evidências de que ele buscaria frustrar o cumprimento de penalidades futuras. Em 22 de janeiro de 2015, foi decretada nova prisão preventiva de Nestor Cuñat Cerveró, atendendo a pedido de aditamento da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que atua no caso Lava Jato. Segundo o juiz Sérgio Moro, responsável pela ação penal que investiga esquema de corrupção na Petrobras, a nova prisão foi decretada para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em vista a possibilidade de Cerveró dissipar seu patrimônio, dificultado futura punição. A isso se somou a existência de cidadania e passaporte espanhóis, o que ex-diretor omitiu das autoridades. O juiz também assentou sua decisão em novas evidências, trazidas pelo MPF, de que a empresa Jolmey, proprietária de imóvel em que o investigado residiu por vários anos, pertence de fato ao ex-diretor. Os documentos oferecidos pela Força Tarefa indicaram que a empresa foi usada para que Cerveró internalizasse e usufruísse no Brasil a propina que ganhou no exterior, conferindo-lhe aparência de 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 16 dinheiro legítimo. Reforçou a prisão, também, a existência de operações imobiliárias subvaloradas, o que pode caracterizar outro tipo de subterfúgio para lavar dinheiro. Esses tipos de prática tornam mais difícil a identificação e a recuperação dos valores desviados. Aprofundamento das investigações Em 5 de fevereiro, a pedido da Força-tarefa do MPF, a Polícia Federal desencadeou mais uma fase da Operação Lava Jato. Com o deferimento dos pedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, três de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 40 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. O objetivo foi produzir provas sobre pagamentos de propinas para agentes públicos relacionados à diretoria de serviço da Petrobras e à BR Distribuidora, subsidiária da empresa. Os trabalhos realizados foram desdobramentos das fases anteriores da operação, dentro do compromisso do MPF de aprofundamento das investigações e, assim como aconteceu nas outras fases, contaram com apoio da Receita Federal. Os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão cumpridos no estado de Santa Catarina, por sua vez, tiveram seus pedidos baseados em depoimentos prestados por uma testemunha ao MPF e à PF e em indícios de prática de lavagem de dinheiro, corrupção e fraudes em licitações relacionadas a contratos firmados entre a empresa que foi alvo dos mandados e a BR Distribuidora. O que mais chamou a atenção foi que o esquema de corrupção, envolvendo a BR distribuidora, ainda era um esquema atual, que não foi estancado apesar de todas as investigações e ações até então feitas. Colaboração Premiada Acordos de colaboração com investigados e réus Para incentivar os criminosos a colaborar com a Justiça, várias leis trouxeram a possibilidade de se conceder benefícios àqueles acusados que cooperam com a investigação. Esses benefícios podem ser a diminuição da pena, a alteração do regime de seu cumprimento ou mesmo, em casos excepcionais, isenção penal. Essa colaboração é extremamente relevante na investigação de alguns tipos de crime, como por exemplo: no de organização criminosa, em que é comum a destruição de provas e ameaças a testemunhas; no de lavagem de dinheiro, o qual objetiva justamente ocultar crimes; e no de corrupção, feito às escuras e com pacto de silêncio. Há duas formas de colaboração premiada. Na primeira, o criminoso revela informações na expectativa de, no futuro, tal cooperação ser tomada em consideração pelo juiz quando da aplicação da pena. Na segunda, o criminoso entra em acordo com o Ministério Público, celebrando, após negociação, um contrato escrito. No contrato são estipulados os benefícios que serão concedidos e as condições para que a cooperação seja premiada. A lei brasileira que detalhou como funciona a colaboração premiada é chamada Lei de Combate às Organizações Criminosas (Lei 12.850/2013). Embora não houvesse previsão expressa de acordos de colaboração entre o criminoso e o Ministério Público antes da lei, eles já vinham sendo feitos desde a força-tarefa do caso Banestado (entre 2003 e 2007). Em cada acordo, muitas variáveis são consideradas,tais como informações novas sobre crimes e quem são os seus autores, provas que serão disponibilizadas, importância dos fatos e das provas prometidas no contexto da investigação, recuperação do proveito econômico auferido com os crimes, perspectiva de resultado positivo dos processos e das punições sem a colaboração, entre outras. Há uma criteriosa análise de custos e benefícios sociais que decorrerão do acordo de colaboração sempre por um conjunto de procuradores da República, ponderando-se diferentes pontos de vista. O acordo é feito apenas quando há concordância de que os benefícios superarão significativamente os custos para a sociedade. Acordos de colaboração no caso Lava Jato Cinco procuradores da República que trabalham hoje no caso Lava Jato atuaram na força-tarefa do Banestado. Na ocasião, foi redigido o primeiro acordo de colaboração escrito e clausulado na história brasileira, entre Ministério Público e acusado, exatamente com Alberto Youssef. Foi nesse período também que se desenvolveu mais intensamente a experiência de colaboração, tendo sido feitos 18 acordos escritos de colaboração, os quais foram aperfeiçoados ao longo do tempo. Se não fossem os acordos de colaboração pactuados entre procuradores da República e os investigados, o caso Lava Jato não teria alcançado evidências de corrupção para além daquela envolvendo Paulo Roberto Costa. Existia prova de propinas inferiores a R$ 100 milhões. Hoje são investigados dezenas de agentes públicos, além de grandes empresas, havendo evidências de crimes de 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 17 corrupção envolvendo valores muito superiores a R$ 1 bilhão. Apenas em decorrência de acordos de colaboração, já se alcançou a recuperação de cerca de meio bilhão de reais. Todos os acordos feitos pela força-tarefa de procuradores da República do caso Lava Jato foram homologados pela Justiça, parte pela 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e parte pelo Supremo Tribunal Federal. O termo do acordo deve ser juntado às ações penais em que a colaboração será utilizada, após a sua homologação, por força de lei. Dos 15 acordos de colaboração feitos pelo Ministério Público Federal no caso Lava Jato, 11 foram feitos com investigados ou réus soltos, e em todos os casos foram estes que procuraram o Ministério Público para as negociações, acompanhados e sob orientação de seus advogados. Quatro foram feitos com pessoas presas, e em três deles, após o acordo, houve mudança do regime de prisão. PROCESSO DE IMPEACHMENT DE DILMA15 Às 13h34 desta quarta-feira (31/08/16), Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment e encerrou seu mandato frente à Presidência da República. Em discurso após a votação no Senado, Dilma disse que sofreu um segundo golpe e prometeu uma oposição “firme e incansável”. Às 16h49, Michel Temer (PMDB) deixou a vice-presidência oficialmente e foi empossado presidente. Mais tarde, na primeira reunião ministerial, respondeu aos opositores, prometendo não levar “desaforo para casa”: “golpista é você”. Após 73 horas, o julgamento do impeachment no Senado terminou com o veredicto de condenação de Dilma por crime de responsabilidade, pelas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e por ter editado decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional. Foram 61 a favor e 20 contrários ao impeachment, sem abstenções. Saiba como votou cada senador. Em uma segunda votação, os senadores decidiram manter a possibilidade de Dilma disputar novas eleições e assumir cargos na administração pública. Governistas surpresos com a segunda votação prometeram recorrer. Segundo o colunista Gerson Camarotti, a divisão foi costurada entre PT e PMDB para aliviar Dilma. O senador Aloysio Nunes (PSDB- SP) decidiu entregar o cargo, mas Temer não aceitou. O senador Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, criticou: "dois pesos, duas medidas”. DISCURSO DE DILMA Em seu primeiro pronunciamento, a agora ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que a decisão é o segundo golpe de estado que enfrenta na vida e que os senadores que votaram pelo seu afastamento definitivo rasgaram a Constituição. Ao lado de aliados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi enfática: "Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer. POSSE DE TEMER Três horas após o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer foi empossado o novo presidente da República. A cerimônia durou apenas 11 minutos. Ao apertar a mão de Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse a ele: "Estamos juntos". Na primeira reunião ministerial do governo, Temer afirmou que agora a cobrança sobre o governo será "muito maior" e rejeitou a acusação de que o impeachment foi um golpe. "Golpista é você, que está contra a Constituição", afirmou dirigindo-se a Dilma. O novo presidente embarca para a China, onde participa, nos dias 4 e 5, em Hangzhou, da Cúpula de Líderes do G20, grupo das 20 principais economias do mundo. Temer afirmou que vai "revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica." Durante a ausência, assume provisoriamente a Presidência o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara. REPERCUSSÃO E MANIFESTAÇÕES Após a votação final do impeachment, houve protestos a favor e contra Temer pelo país. Na Avenida Paulista, um grupo protestava contra o impeachment, enquanto outro comemorava com bolo e champagne. REPERCUSSÃO INTERNACIONAL A rede norte-americana CNN deu grande destaque à notícia em seu site e afirmou que a decisão é “um grande revés” para Dilma, mas "pode não ser o fim de sua carreira política". O argentino “Clarín” 15 31/08/2016 – Fonte: http://especiais.g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/2016/impeachment-de-dilma/ 1258626 E-book gerado especialmente para ALEXANDRE FREITAS ALVES . 18 afirma que o afastamento de Dilma marca “o fim de uma era no Brasil”. O “El País”, da Espanha, chamou a atenção para a resistência da ex-presidente, que decidiu enfrentar o processo até o final, apesar das previsões de que seu afastamento seria concretizado. E como fica agora?16 O rito da destituição de Dilma foi consumado e o Partido dos Trabalhadores (PT), que a sustentava, passa à oposição, depois de 13 anos no poder. Mas o Senado manteve os direitos políticos dela, o que lhe permitirá se candidatar a cargos eletivos e exercer funções na administração pública. A saída da presidenta era desejada, segundo as pesquisas, por 61% dos brasileiros, o que não impede que tenha sido uma comoção nacional. Senadores aprovam parecer, Dilma vira ré e vai a julgamento em plenário17 O Senado aprovou por 59 votos a 21 na madrugada desta quarta-feira (10/08/2016), após quase 15 horas de sessão, o relatório da Comissão Especial do Impeachment que recomenda que a presidente afastada Dilma Rousseff seja levada a julgamento pela Casa. Com isso, ela passa à condição de ré no processo, segundo informou a assessoria do Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento final da presidente afastada está previsto para o fim do mês no plenário do Senado. Antes da votação do texto principal, os senadores já tinham rejeitado, também por 59 votos a 21, as chamadas "preliminares" que questionavam o mérito da denúncia contra Dilma. Depois do texto principal, houve a votação de três destaques (propostas de alteração do texto principal), apresentados por senadores defensores de Dilma com o objetivo de restringir os delitos atribuídos a ela. Todos os destaques foram rejeitados. Embora estivesse presente ao plenário, o único dos 81 senadores que não votou foi o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele afirmou que tomou essa decisão para se manter isento. "Procurei conduzir com isenção. Desconstruir
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